Itens não recorrentes derrubam balanço trimestral da Petrobras

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Estatal tem resultado negativo de R$ 2,6 bilhões; adesão a acordo tributário com União e variações cambiais estão entre as influências

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras apresentou um resultado negativo de R$ 2,6 bilhões em seu balanço referente ao segundo trimestre de 2024, por conta de eventos exclusivos ocorridos no 2T24 que impactaram o resultado contábil.

Segundo o balanço trimestral, o principal item que afetou o resultado foi a adesão da Petrobras, em junho, ao edital de contencioso tributário, “que possibilitou o encerramento de relevantes disputas judiciais envolvendo afretamentos de embarcações ou plataformas e seus respectivos contratos de prestação de serviços”.

Tal acordo trouxe previsibilidade para os recursos a serem gastos pela empresa e evitou custos financeiros com a manutenção de garantias judiciais e outras despesas processuais.

“A variação cambial Real X Dólar também foi expressiva no último trimestre (O Real desvalorizou 11,2% no 2T24, em comparação, por exemplo, à desvalorização de 3,2% no 1T24) e impactou o resultado contábil devido principalmente a obrigações em dólar entre empresas do Sistema Petrobras, mas sem afetar o caixa da companhia”, destaca a empresa.

Ao mesmo tempo, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no período foi de R$ 49,7 bilhões. O lucro sem eventos exclusivos do período foi de R$ 28 bilhões.

Já o fluxo de caixa operacional (FCO, que indica a capacidade da empresa de gerar recursos a partir de suas operações regulares) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre do ano.

No mesmo período, a dívida bruta da Petrobras apresentou queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões. A dívida financeira diminuiu cerca de US$ 1,4 bilhão, o equivalente a 5,1%, para US$ 26,3 bilhões, o menor nível desde 2008.

Apesar das perdas, acionistas vão receber R$ 13,6 bilhões

Embora a estatal tenha fechado o balanço trimestral no vermelho, os acionistas da empresa vão receber um total de R$ 13,6 bilhões em dividendos no mesmo período.

“No primeiro semestre do ano, recorrendo, pela segunda vez, às suas reservas estatutárias de remuneração de capital, a Petrobras já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos aos seus acionistas, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões) ”, lembra o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos.

Sobre o resultado da empresa, Santos destaca que a geração de caixa permanece “resiliente”, mesmo com a queda no volume de receitas e vendas no mercado interno, a qual foi compensada pelo aumento nas exportações no trimestre, em especial de petróleo.

Outro destaque apontado pelo representante do Ineep foi a redução entre 21,6% e 27,0% do volume de investimentos para o ano de 2024, que “reflete, sobretudo, uma redução no patamar de investimentos no segmento de exploração e produção, associado às incertezas quanto ao avanço ou não sobre novas fronteiras exploratórias ainda em 2024.”

1 Comentário

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  1. Resumindo para ignorantes (rss).

    Esta adesão ao edital de contencioso tributário quer dizer o quê? Ela tinha uma disputa que ia perder? Este contencioso é derivado de que?

    Estas informações, mesmo que possam parecer triviais para quem trabalha e analisa o mercado no dia a dia, para o ser humano normal carece de mais informações.

    O GGN é um portal de altíssima credibilidade e é onde recorro para informações descentes. Entendo que a Petrobrás, vai bem obrigado.

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