Pela primeira vez, pardos são maioria no Brasil; populações preta e indígena também crescem, aponta IBGE

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Entre 2010 e 2022, as populações preta, indígena e parda ganharam participação em todos os recortes

Foto: © Tomaz Silva/Agência Brasil

O número de brasileiros que se autodeclaram pardos superou o de brancos pela primeira vez desde 1991, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (22). Confira:

  • Desde 2010, o percentual de pessoas pardas aumentou 11,9%, e sua proporção subiu de 43,1% para 45,3%. Hoje, cerca de 92,1 milhões de pessoas fazem parte do grupo racial.
  • O número de cidadãos pretos também cresceu significativamente e hoje soma 1,7 milhões de pessoas, um salto de 42,3% em 12 anos, passando de 7,6% para 10,2% da população. 
  • Houve, ainda, aumento de 89% da população indígena, com sua participação subindo de 0,5% para 0,8%, um total de 1,7 milhões de pessoas. 
  • Já parcela dos que se declaram brancos voltou a cair, seguindo a tendência que se deu desde os anos 2000, e passou a ser o segundo maior grupo, com 8,2 milhões de pessoas, um total de 43,5% da população. Em 2010, o índice era de 47,7%. 
  • A população de amarelos teve uma forte redução de – 59,2% e hoje representa 0,4% dos cidadãos, com 850,1 mil pessoas. Com isso, o percentual voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.

Desde o Censo Demográfico de 1991, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população, com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena, decréscimo para a população branca”, explicou Leonardo Athias, analista do IBGE.

O instituto ainda destacou que a diminuição da população amarela pode estar correlacionada a um procedimento adotado no Censo 2022: caso o entrevistado se declarasse ou a algum morador de cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão: “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”.

Segundo Athias, o novo procedimento concorreu para essa “mudança mais drástica” na proporção de pessoas que se declararam amarelas.

Regiões 

A região Norte conta com o maior percentual de pardos (67,2%), a região Sul mostrou a maior proporção de brancos (72,6%) e o Nordeste registrou o maior percentual de pretos na sua população (13,0%).

Em 2022, 35,7% dos pardos e 48,0% dos brancos do país estavam no Sudeste.

Mulheres são maioria

A população preta é a única em que há mais homens que mulheres. Para cada 100 mulheres pretas, há 104 homens pretos. Na contramão,  a proporção de homens é a menor entre os amarelos, com 89 para cada 100 mulheres. 

No geral, a população brasileira é majoritariamente feminina, com 94 homens para cada 100 mulheres.

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