Petrobras precisa retomar atuação com fertilizantes, diz INEEP

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Reabertura da Fafen-PR ajuda a reduzir dependência externa de insumo, ao mesmo tempo em que reforça produção industrial petroquímica

Fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A – ANSA – Foto: Agência Petrobras

Um dos pontos a serem trabalhados pelo governo Lula envolve a retomada da atuação da Petrobras a serviço do desenvolvimento nacional, com uma atuação do poço ao posto e, assim como outras petroleiras, se tornar uma empresa integrada de energia.

Como exemplo, pode-se apontar a retomada da presença da estatal no mercado de fertilizantes, projetada no Plano Estratégico 2024-2028 da empresa e materializada pela Fafen-PR como uma jogada de duplo efeito, na visão do INEEP (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Por um lado, tal iniciativa contribui para redução da dependência externa do insumo e, por outro, reforça a produção industrial do setor petroquímico, gerando emprego e renda de maior valor agregado.

O INEEP destaca ainda a necessidade de se abordar a produção de fertilizantes como um tema de segurança nacional para o país, uma vez que a dependência externa de insumos acaba sujeitando o país a uma série de vulnerabilidades “a que nenhum outro país grande produtor de alimentos está sujeito”.

Entre os pontos abordados pela instituição, estão:

I – Vulnerabilidade econômica, uma vez que o Brasil é grande exportador de alimentos “e os fertilizantes impactam fortemente os preços, podendo gerar insegurança alimentar interna e desequilibrar a balança comercial”;

II – Vulnerabilidade geopolítica, pois as importações de fertilizantes são fortemente concentradas na Rússia, China e países do Oriente Médio;

III – Vulnerabilidade ambiental, uma vez que os fertilizantes importados “têm alta pegada de carbono, estando sujeitos também a embargos agrícolas”.

Cálculos do Ineep mostram que o Brasil possui um alto grau de dependência externa tanto de fertilizantes (86%) quanto de nitrogenados, que alcançou 95% em 2023.

O Plano Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas, lançado em 2022 e atualizado em 2024, prevê a redução de 50% da dependência externa brasileira até 2050. Para isso ser viável, uma série de ações foram mapeadas, como a retomada das fábricas paradas, o investimento em novos setores, tais como agricultura de precisão, bioinsumos e remineralizadores.

“Ampliar a capacidade produtiva nacional de fertilizantes e diversificar as fontes de nossas importações são ações essenciais para enfrentar essas vulnerabilidades e pode ser um instrumento de promoção de integração regional”, afirma o instituto.

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