Bolsonarismo paralisa ajuda do BNDES ao combate à coronavirus

Ontem, Montezano impediu que um pedido da Fiocruz, de ajuda para a fabricação de kits contra o coronavírus, fosse apresentado em reunião de diretoria. Sua alegação foi a de que o Ministério da Saúde já dispõe de recursos para tal.

Gustavo Montezano, presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) é mais uma das pessoas do círculo íntimo da família Bolsonaro. Era companheiro de farras e violência dos filhos de Bolsonaro, tendo sido condenado por arrombar portão de condomínio, por terem reprimido uma farra no apartamento que contava com a presença de Eduardo Bolsonaro.

Ontem, Montezano impediu que um pedido da Fiocruz, de ajuda para a fabricação de kits contra a coronavirus, fosse apresentado em reunião de diretoria. Sua alegação foi a de que o Ministério da Saúde já dispõe de recursos para tal.

É reflexo direto das afirmações do presidente da República Jair Bolsonaro, de que se trata de apenas uma “gripezinha” e que acaba se alastrando por toda a cadeia de comando.

O banco tem tradição em fortalecer instituições de pesquisa contra epidemias.

Em 2016 aprovou R$ 27,6 milhões para desenvolvimento de vacina contra a dengue. Mais R$ 23 milhões para combate à Zika, servindo para a fabricação de kits de diagnóstico.  Tem recursos para apoiar a rede das filantrópicas, que respondem por 60% dos leitos do SUS. Mas nada é efeito devido à influência direta do bolsonarismo

Release recente, da Associação dos Funcionários do banco, mostrou o que poderia ser feito nesta hora.

Em outros tempos, segundo seu presidente, Arthur Koblitz, por meio do Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec) — o BNDES aprovou apoio não reembolsável de R$ 23 milhões para o plano da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de combate à epidemia, com desdobramento também para os casos de dengue (com apoio ao Instituto Butantã) e chikungunya, que ocorreram intensamente na mesma época.

Há várias formas de atuação do banco.

“O BNDES poderia agir, por exemplo, na ampliação da produção de kits de diagnóstico; na ampliação de número de leitos; na ampliação da oferta de equipamentos e insumos essenciais. A respeito desse último tema, podemos citar o caso dos já famosos ‘respiradores’. Há fabricação nacional por duas empresas que, inclusive, atendem critérios de conteúdo mínimo local. Uma das empresas é inclusive apoiada hoje pelo Banco (via o programa Criatec).

O banco poderia agir na expansão das fábricas dessas empresas e, ao mesmo tempo, via Finame (Programa de Financiamento à Produção e Comercialização de Máquinas e Equipamentos), comercializar seus respiradores para hospitais a taxas incentivadas, talvez à taxa zero”, destaca o presidente da AFBNDES”.

Em maio do ano passado, ainda sob a gestão de Joaquim Levy, o BNDES lançou uma linha de crédito direta para fabricantes da área de saúde, que pode se constituir em outra linha de apoio para o combate ao Covid-19, e um programa de apoio à gestão das Santas Casas, instituições de saúde que atravessam há anos uma série crise financeira. Instituições filantrópicas de saúde são responsáveis por quase 60% dos leitos disponíveis para o SUS. “Mas nem mesmo sobre uma possível extensão destes programas para o contexto atual se ouve falar por parte da diretoria do BNDES. As devoluções bilionárias feitas pelo banco ao Tesouro poderiam ser muito úteis nesse momento tão trágico de pandemia. Mas elas já foram destinadas para o pagamento da dívida pública. É preciso parar imediatamente com tais devoluções para que o dinheiro seja escoado para ajudar no combate à crise”, assinala Koblitz.

 

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. Fico pensando, qual a dificuldade de se criar um imposto calamidade? Incidindo sobre grandes fortunas. Algo entre 20 e 30% de tudo o que passasse de 10 milhões, pex.

    Quem apresentasse problema de liquidez, poder-se-ia contornar com compensação de títulos da dívida pública que, por ventura, o felizardo detivesse.

    Seria uma forma de aliviar a pressão da dívida sobre o Estado, permitindo maior capacidade de investimento, cuja necessidade será gigantesca.

    Acredito que, com algo entorno de 10 milhões intactos, a perda de até 30% do que passasse dali não levaria nenhum abençoado à ruína.

    E serviria de motor para aliviar a tragédia que se abaterá, inexoravelmente, sobre milhões de pessoas.

    Acho que vale a pena pensar sobre isso. Né não?

  2. Não se deve desprezar a (idiota) visão ideológica desta famiglia que desgoverna o país de que a inestimável e internacionalmente respeitada Fiocruz é “de esquerda”.
    Portanto, onde há conhecimento, como nas universidades e instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento (todas tipicamente de esquerda, por que será?), este (des)governo enlouquecido, onde o presidente do mais importante banco de desenvolvimento do país é um coleguinha delinquente de um filhote zero a esquerda qualquer, não haverá apoio.
    Ao contrário, haverá demolição, destruição, desmonte.
    Até quando ou quanto restar, ainda não se sabe.
    Mas já deveríamos.

  3. Bom se a regra é a do “foda-se”, coloco em quarentena o meu espírito cristão católico e livre deste freio espero desejo torço etc. que a fila daqueles que vão se f……comece nestes fdp.

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