100 anos de Brizola: um legado em defesa da educação e soberania

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Vivaldo Barbosa e Carlos Roberto de Siqueira Castro falaram à TV GGN sobre o ex-governador, que completaria 100 anos neste sábado

Foto: Agência Brasil (photographer unknown) – via Wikipedia

Jornal GGN – Os advogados Vivaldo Barbosa e Carlos Roberto de Siqueira Castro foram os convidados da TV GGN 20 horas desta sexta-feira (21/01), que discutiu o centenário de Leonel Brizola, completado neste sábado.

Ele foi deputado estadual e federal, prefeito de Porto Alegre e governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro. Ainda foi fundador do PDT (Partido Democrático Trabalhista) e concorreu três vezes para a presidência, uma como vice do Lula.

Também conhecido como ‘caudilho dos pampas’, Brizola tentou organizar a resistência ao golpe militar, em 1964, e se exilou no Uruguai nesse período.

Quanto à pandemia de covid-19, foram registrados 166.539 casos no Brasil apenas nesta sexta-feira. A média diária semanal chegou a 117.797, alta de 72,9% ante sete dias e de 406,8% ante 14 dias. “Os quatro maiores picos de casos foram registrados nos dias 18,19, 20 e 21 de janeiro”, lembra Nassif. “Antes, o recorde era 23 de junho, com 77 mil casos”

Quanto aos óbitos, 358 pessoas morreram de covid-19 no país. A média diária semanal chegou a 252, alta de 81,4% ante sete dias e de 130,7% ante 14 dias.

A média de óbitos no mundo em sete dias chegou a 5.828, alta de 10,4% em sete dias e de 27,1% em 14 dias. Dos 20 países com maior crescimento de mortes per capita, 14 são da Europa.

Queiroga na TV GGN Justiça     

O caso Marcelo Queiroga foi pauta da TV GGN Justiça desta sexta-feira. Segundo Nassif, o ministro da Saúde não vai escapar de um processo.

“Ele está fazendo campanha em todas as FMs sustentando que não é obrigatória a vacina em crianças. A troco de que você fala isso, se é com a intenção de desestimular a vacina? Teve esses negócios obscuros da Saúde, mudando distribuidora sem licitação (…)”

Na visão de Nassif, Queiroga cometeu o ato “mais abjeto” cometido ao longo de todo o governo de Jair Bolsonaro: pegar a menina que teve problema cardíaco depois da vacina – que foi comprovado que era um problema de nascença – e tentou explorar politicamente contra a vacinação infantil.

“Isso aí não tem jeito, é o cara mais abjeto que teve o ato mais abjeto que teve até agora no governo”, diz Nassif. A íntegra do programa TV GGN Justiça pode ser vista abaixo

O legado de Leonel Brizola para o Brasil

De acordo com Nassif, Leonel Brizola “é uma das grandes lideranças políticas do país na segunda metade do século XX” e, para discutir seu legado, o jornalista conversa com os advogados Vivaldo Barbosa e Carlos Roberto de Siqueira Castro;

Para Vivaldo Barbosa, viver a pandemia de covid-19 durante o governo Bolsonaro “é uma das coisas mais desastradas da nossa história, e essa coincidência, realmente, é uma coisa efetivamente que traz prejuízo terrível para a nação brasileira, para o Brasil. É nessa perspectiva, que a gente vê essa infelicidade, que a gente se lembra de Leonel Brizola”.

Segundo Barbosa, Brizola procurou compreender o povo brasileiro e colocar o Brasil na sua dimensão internacional. “Sem dúvida alguma, ele estaria lutando duramente para derrubar esse quadro, para substituir esse quadro que está aí”, diz o advogado sobre o papel de Brizola caso estivesse vivo em meio à pandemia.

Na visão de Barbosa, o brizolismo/trabalhismo se confunde muito com a luta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Brizola estaria compreendendo essa perspectiva de que a luta do povo brasileiro tem tudo a ver com a nossa luta histórica pelo trabalhismo, e tem tudo a ver com a postura, a direção e o comando do presidente Lula nesse momento”, afirma.

De acordo com o advogado, o povo está se recuperando do “torpor” do qual foi tomado desde o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a posse de Jair Bolsonaro.  “Assim como em outros períodos da nossa história, o povo está se recuperando, e isso é uma marca muito importante a se registrar na nossa história”.

Brizola e a importância da educação

Já Carlos Roberto de Siqueira Castro lembra que a educação é um dos vetores da biografia de Brizola. “O Brizola foi o homem público que mais construiu escolas no planeta – nem no Brasil. Ele começou com um projeto educacional no Rio Grande do Sul, na região de Banhado, construiu centenas de escolas”.

Eleito governador no Rio de Janeiro, Brizola desenvolveu com Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer o projeto dos CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública) “Eu me envolvi muito com esse projeto quando Darcy Ribeiro se elegeu senador pelo Rio de Janeiro (…)”, diz o advogado, que acumulou a chefia da Casa Civil no Rio com a Secretaria do Programa Especial de Educação por dois anos.

“O Brizola não era apenas um dedicado à educação. Ele era apaixonado pela educação, abnegado pela educação”, diz Siqueira Castro. “E ele (Brizola) entendia que ou nós vamos construir escolas dignas, com horário integral, com alimentação digna, com assistência social, assistência médica, o quanto antes ou vamos construir penitenciárias amanhã”.

“Enquanto criticavam o Brizola, dizendo que o CIEP caro, o CIEP era um projeto de elite, que isso não era para ser dado aos pobres e aos miseráveis, Brizola respondia com aquela pergunta retumbante dele: ‘e quanto custa a ignorância?’”, lembra Siqueira Neto. “E ele estava coberto de razão. O Brasil entrou por esse descaminho todo porque nós não construímos CIEPs em todo o Brasil, nós não resgatamos a infância brasileira do Estado de orfandade social”.

Outro vetor visto na biografia de Brizola é a questão da inclusão social. “O Brizola entendia, e falava em alto e bom som, que o povo brasileiro não pode ser espoliado por políticos entreguistas, que vendem a riqueza nacional a preço vil, e por empresários egoístas sem visão social da problemática brasileira”, diz.

Por isso, segundo o advogado, Brizola considerada “insuportável” existir o nível de miséria visto no Brasil com as riquezas existentes no país.  “Para ele, eram duas tônicas – o Brizola era um homem de raciocínio binário. Muito simplista: o que é bom para o Brasil, e o que não é bom para o Brasil. O que é não é bom para o Brasil é a ignorância, é a espoliação, é a exploração internacional (…)”.

Além disso, Brizola defendia a soberania nacional – segundo Siqueira Castro, “Brizola era um defensor do Estado soberano brasileiro, dizia que o Brasil, e o povo brasileiro, têm que ser cônscio da sua problemática, cônscio das suas riquezas e, sobretudo, senhor do seu destino”.

Para Brizola, o destino do Brasil “é o de ser uma nação independente, soberana, que educa seu povo, que compartilha a riqueza nacional com todos. Não podemos ser um campeão avantajado da miserabilidade como é apontado por todos os organismos internacionais”.

“Então, o Brizola, no fundo, foi um grande líder popular, que viveu a alma brasileira como poucos no nosso país e que deixa um legado inestimável para a história do Brasil”, finaliza Siqueira Castro.

Acompanhe mais sobre o legado de Leonel Brizola na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  1. O Nepotismo Canalha dos Familiares Canalhas do Ditador Assassino Esquerdopata Fascista entre Leonel Brizola, Tancredo Neves, João JANGO Goulart, morreu jurando lealdade e enobrecendo a Biografia de abjeto Ditador: “…Olga Benário, mulher de Luís Carlos Prestes, é embarcada para a Alemanha. No mesmo navio, segue também Elise Ewert, mulher de Arthur Ewert. O decreto de expulsão do país de Olga Benário foi assinado em 27 de agosto por GETÚLIO VARGAS, que desprezou sua gravidez e seu casamento com um brasileiro, situações que lhe garantiriam a permanência no país.
    Filinto Müller já havia combinado com oficiais da Gestapo, a temida polícia política alemã, que ela seria embarcada num navio que seguiria direto para Hamburgo (Alemanha), evitando assim que militantes antifascistas a resgatassem em algum porto no caminho. Como Olga era judia e comunista, foi o mesmo que condená-la à morte…” Não existe CENSURA que esconda a Verdade. Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  2. Brizola fiodaputa mandou servir todinho batizado num ENED que ocorreu no Rio de Janeiro quando ele era governador. Resultado: centenas de estudantes de direito com dor de barriga ao mesmo tempo sofrendo nas filas dos banheiros. Brizola é realmente inesquecível.

  3. Ode à Esquerdopatia-Fascista criado a partir da Ditadura e Nepotismo do Assassino Caudilho Getulio Vargas. O chefe de outros Assassinos como Filinto Muller, Paus de Arara, Centros de Tortura, Prisões Políticas e Cemitérios Clandestinos. Parceiros do Regime Nazista, para onde foi enviada criminosamente Olga Benário, com apoio e autorização de STF. Mandantes e Parceiros de Gregório Fortunato e Alcino João do Nascimento. Dois Assassinos de Aluguel. O 1.o era parceiro de longa data do Ditador Assassino, sendo o 2.o protegido e comparsa de Juscelino Kubscheck desde MG. O Lacaio do Ditador que levou este Assassino ao Gabinete da Presidência. O Ditador se suicida antes de ir pra cadeia, depois do assassinato de Oficial da Aeronaútica. Crime que não seria aceito pelas Forças Armadas, tendo como outra vitima Carlos Lacerda. O Nepotismo Canalha do Ditador Canalha entre Tancredo Neves, Jango, Leonel Brizola, Ivete/Alzira Vargas, preservou e prosperou com esta Cleptocracia desde 1930 até dos dias de hoje, tendo Aécio Neves representando este Nepotismo da Cleptocracia e Bandiolatria, preservando o Revisionismo Histórico de Leonel Brizola, João JANGO Goulart, Tancredo Neves(JK, Itamar Franco) Como será que o Brasil se torna 3.o Mundo (1954), Anão Diplomático, Pária Mundial? Quase 1 século entre Criminosos que assaltaram o Poder Polítco do Brasil até a redenção que finalmente o Povo Brasileiro alcança nas Eleições de 2018. A partir de agora é não retroceder entre Bandidos e Criminosos como foi a História Brasileira a partir de 1930 até eleições entre 2 párias como Aécio Neves e Dilma Roussef, que representavam o Nepotismo Fascista e seus Lacaios. NUNCA MAIS !!!

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