Ômicron é bem-vinda e imunidade de rebanho salva o Brasil: OMS rebate Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A OMS rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a variante ômicron da Covid-19 é "bem-vinda" no Brasil

Foto: OMS/Pierre Albouy

Jornal GGN – A OMS rebateu as declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a variante ômicron da Covid-19 é “bem-vinda” no Brasil, minimizando-a e insinuando ser o fim da pandemia, e voltar a defender a imunidade de rebanho.

O diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, teve que dedicar espaço na tradicional coletiva de imprensa sobre balanços da pandemia no mundo para rebater o presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

“Não é hora de dizer que é um vírus bem-vindo. Nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo”, rebateu Ryan.

“Existem muitas pessoas ao redor do mundo em hospitais, em UTIs em respiradores, buscando fôlego no oxigênio”, teve que lembrar o diretor da organização, acrescentando: “obviamente, é muito claro que não é uma doença leve”.

As declarações do mandatário brasileiro foram feitas na manhã desta quarta (12), em entrevista à Gazeta Brasil. Sem nenhum conhecimento científico, Bolsonaro disse que a variante ômicron “não tem matado ninguém” e que, “segundo pessoas estudiosas”, sem mencionar quais, ela é “bem-vinda”.

Na entrevista, Bolsonaro afirmou ainda que a ômicron “seria um vírus vacinal”.

“Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveria até, segundo algumas pessoas estudiosas sérias e não vinculadas a farmacêuticas, né, dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode, sim, sinalizar o fim da pandemia”, disse o mandatário.

Na mesma entrevista, o presidente brasileiro voltou a defender a imunidade de rebanho para a Covid-19, já comprovadamente desmentida pela comunidade científica.

Segundo Jair Bolsonaro, a imunidade de rebanho está “salvando o Brasil”. A conclusão do presidente, sem nenhum embasamento, foi em relação ao números de mortes por Covid-19.

“No nosso entendimento, o que está mais salvando no Brasil é a imunidade de rebanho. Eu, por exemplo, não estou vacinado. E estou muito bem”, disse.

Não há constatações de que a redução dos óbitos – que ainda não é confiável devido ao atual apagão de dados do Ministério da Saúde – deva-se à imunidade de rebanho, e sim à vacinação.

Por fim, sobre a vacinação, Jair Bolsonaro voltou a atacar o imunizante em crianças, criticando técnicos da Anvisa que aprovaram essa medida e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Confira a resposta da OMS (a partir do minuto 20:42):

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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