MEC precisa reagir ou o ano novo não vai chegar, por César Silva

A letargia do MEC se transformou em paralisia em 2020, com as coisas conduzidas pelas lideranças públicas estaduais e municipais e por "gritas" da opinião pública

Foto: Amanda Perobelli/Reuters
MEC precisa se posicionar ou o ano novo não vai chegar
Por César Silva*

O Ministério da Educação (MEC) apresenta uma gestão distante da realidade em todos os níveis da pasta. E é evidente, desde sempre, que as áreas de Saúde e de Educação são alicerces para o crescimento econômico e para a manutenção de um sistema social que vive de movimentação de recursos financeiros. A letargia do órgão regulador se transformou em paralisia em 2020, deixando que as coisas acontecessem conduzidas pelas lideranças públicas estaduais e municipais e estimuladas por “gritas” da opinião pública.

Desde março, o MEC não realiza, efetivamente, visitas de avaliação às instituições de ensino superior e com isto não permite que ofereçam novos cursos, com adequação na modalidade de oferta. Está claro que o desafio agora é atender alunos de graduação e pós-graduação, as etapas finais da educação em modalidades em que se pode estudar de qualquer lugar e a qualquer momento, com algumas poucas atividades presenciais, respeitando os protocolos de higiene.

Sem movimentos da Secretaria de Regulação, a SERES; sem qualquer proposta clara do órgão de avaliação, o INEP; o setor da educação superior vai sucumbindo pela falta de apoio a 80% das instituições, que atendem as regiões mais isoladas.

Na educação básica, o que se vê é a tentativa de alinhamento e orientações das secretarias estaduais e municipais de Educação isoladamente. Falta condução nacional e esse desgoverno do MEC, literalmente, traz mais insegurança para a sociedade.

Iniciamos o ano, sem um plano de imunização. Estados atiram para todos os lados. Liderados por São Paulo e Paraná, 15 deles preveem retomada das aulas presenciais entre janeiro e fevereiro. Enquanto isso, na Europa, os países estão retomando o lockdown e fechando integralmente as escolas.

Esta falta de estratégia, de alinhamento, de participação efetiva como órgão regulador de um dos segmentos mais significativos de uma Federação está custando muito caro ao Brasil. E parece que a falta de orientação superará o limite do calendário e entrará ano novo afora. O que será de 2021 e quiçá de 2022?

Apareça, MEC!

* César Silva é diretor Presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo – FATEC-SP há mais de 30 anos. Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza. É formado em Administração de Empresas, com especialização em Gestão de Projetos, Processos Organizacionais e Sistemas de Informação

Redação

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