Bolsonaro cria superministério para Guedes e funde Meio Ambiente e Agricultura

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
Por Vladimir Platonow
 
Na Agência Brasil
 
Bolsonaro vai criar superministério da Economia
 
Os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente serão fundidos no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), assim como as pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio – formando este último o superministério da Economia. A decisão foi anunciada hoje (30), após reunião na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro.
 
O coordenador de economia da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, apontado como futuro ministro da Economia, confirmou a criação do superministério, enquanto o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), indicado para Casa Civil, reiterou sobre a fusão do Meio Ambiente com a Agricultura.
 
Guedes e Onyx conversaram com os jornalistas após reunião, onde trataram sobre a formatação do governo e o início dos trabalhos da transição. Amanhã (31), Onyx deverá ir a Brasília para se reunir com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que coordena a equipe de transição do governo Temer.
 
Redução de ministérios
Onyx afirmou que o objetivo é reduzir de 29 ministérios para 15 ou 16. Guedes acrescentou que a junção das pastas é importante para dar agilidade às decisões.
 
“Nós vamos salvar a indústria brasileira. Está havendo uma desindustrialização há mais de 30 anos. Nós vamos salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”, disse Guedes.
 
Guedes disse que o governo pretende simplificar e reduzir drasticamente o número de impostos. “Será uma abertura gradual. E a razão do Ministério da Indústria e Comércio estar próximo da Economia é para justamente existir uma mesma orientação econômica em tudo isso. Não adianta a turma da Receita ir baixando os impostos devagar e a turma do Ministério da Indústria e Comércio abrir muito rápido. Isso tudo tem que ser sincronizado, com uma orientação única.”
 
Previdência
Ambos confirmaram também que o próprio presidente eleito que vai conduzir a discussão sobre a reforma da Previdência. “A reforma da Previdência, quem comanda essa decisão é o presidente. O professor Paulo Guedes e toda equipe estão conversando com o presidente, que vai nos sinalizar”, disse Onyx.
 
Ontem (29) Bolsonaro, em entrevistas a emissoras de televisão, afirmou que pretende vir a Brasília na próxima semana quando se reunirá com o presidente Michel Temer e também pretende agilizar o debate sobre a reforma da Previdência.
 
Para Guedes, quanto mais rápido o processo avançar, melhor. “Do ponto de vista econômico, quanto mais rápido melhor. Nós estamos atrasados, essa reforma podia ter sido feita lá atrás. Agora, existe um cálculo político”, observou.
 
Em seguida, o futuro ministro da Economia acrescentou: “Acho que, na parte econômica, nós devemos avançar o mais rápido possível. O nosso Onyx, corretamente, não quer que uma vitória nas urnas se transforme em uma confusão no Congresso”.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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  1. Pois é. Ninguém melhor p/ defender os cordeiros que o lobo…

    Seria até cômico se nao fosse trágico. O agro-negócio tratando de meio-ambiente.

  2. Ele vai ser a reencarnação do

    Ele vai ser a reencarnação do Milton Friedman, só que 40 anos atrasado. Depois que suas idéias já foram superadas no mundo todo querem reaplicá-las aqui. Seremos outro Chile, onde ninguém se aposenta.

  3. Os Chicaco Boyes devem estar

    Os Chicaco Boyes devem estar de queixo caído com a eleição de Bolsonaro. O programa econômico deles, que despreza totalmente o ser humanos em suas contas, só pode ser aplicado num golpe militar, no estilo Pinochet. Os Chicagos Boys nunca pensaram que um país pobre iria aplicar o programa deles pelo voto popular. Trágico. 

  4. Paulo Guedes quer fazer do

    Paulo Guedes quer fazer do país um “laboratório” de experiência usando “metodologia” vencida. Vai arrebentar com tudo com consequências drásticas até para se imaginar. 

    O país atravessa uma grave recessão e ele só fala em cortar, ou seja, extrair sangue de anêmico. Já voltou o olho gordo para as reservas para utilizá-las para pagar a dívida(pelo menos em parte). Se bater uma crise cambial, a enfrentaremos a golpes de retórica ultra liberal. 

    Estamos num 747 a 10.000 metros de altura, num meio de uma tempestade, com um piloto bêbado e com poucas horas de vôo. Melhor irmos logo tirando os terços e os lenços. 

  5. O Collor criou o ministerio
    O Collor criou o ministerio da infraestrutura fundindo Comunicaçao, industria e comercio e transporte num so.

    A economia é irrisória, bagunça rotinas burocraticas e processos fluentes e, pior, concentra o lobby todo num “super ministro”.

    Se nao calarem a imprensa ou o MP, ou se esses nao se calarem por conta propria, logo, logo vamos ouvir falar de coisas acontecendo.

  6. Fundir o Ministerio da

    Fundir o Ministerio da Industria e Comercio com o Ministerio da Fazenda é um erro de proporções bíblicas. O primeiro lida com interesses economicos PRIVADOS. O segundo lida com interesse PÚBLICO! Um pequeno exemplo: É de interesse de grandes empresas intensificar a fiscalização de pagamentos da Previdência? De pagamentos de IPI?

  7. Nassif, cadê o Xadrez para esse Disaster Movie?
    Nassif, o disaster movie merece um xadrez literal para seus roteiristas: o general Oswaldo Ferreira, coordenador de Infraestrutura de Bolsonaro, já havia anunciado que a retomada das grandes obras de infra-estrutura dependeria de não termos nem Ibama e nem Ministério Público “para encher o saco”. E agora vem o deputado Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, anunciar a fusão dos ministérios da Agricultura e Meio Ambiente sem atentar para um pequeno detalhe: quem irá comprar os 217 milhões de toneladas de nossa safra agrícola, ao saber que está desfeito o frágil controle que impedia o emprego de alguns agrotóxicos banidos em todo mundo em nossos espaços agrícolas? Com a raposa tomando conta do galinheiro, os sonhos da bancada ruralista de poder ocupar as margens de rios e outras áreas de proteção ambiental podem se tornar realidade, assim como o desmatamento intensivo do Cerrado, Mata Atlântica e Floresta Amazônica, mas quem comprará soja, milho e carne de bois e aves intensivamente impregnados de biocidas carcinogênicos-teratogênicos e mutagênicos? Como 23,5% dos R$ 6,6 trilhões do PIB brasileiro dependem do agronegócio segundo o IBGE, o baque será profundo, mas esperar que o superministro da Escola de Chicago Paulo Guedes saiba disso é esperar demais – até pelo simples motivo de que esse baque facilitará seu intento de vender as empresas públicas remanescentes na bacia das almas, como se o que deu errado no restante do mundo fosse dar certo aqui. Pelo silêncio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária e da Associação Brasileira do Agronegócio eles também acham que o controle dos venenos nos alimentos é invenção de Lula e Dilma e não uma exigência básica e elementar de países dispostos a salvaguardar a saúde pública e a segurança alimentar, sob pena dos responsáveis por tal barbárie irem mofar no xadrez. Não espero nada do Judiciário e do MPF, a quem caberia barrar liminarmente tais crimes lesa soberania e coletividade, mas jamais poderia supor que os empresários agropecuários fossem tão suicidas, a ponto de não se manifestarem contra esse e outros absurdos – entre os quais sobressai a vontade de Bolsonaro de expulsar entre 512 e 730 mil índios de suas terras, que só na região Norte perfazem 21% da extensão territorial da Amazônia. Ou será que pretende apenas reagrupá-los em um só local, em um vasto campo de concentração à semelhança dos campos de Sobibôr, Treblinka ou Auschwitz? Ao anunciar o juiz Moro como futuro responsável pela Funai (uma vez que ela é subordinada ao ministério da Justiça que lhe foi prometido), Bolsonaro tem a certeza de que ninguém se atreverá a desafiar sua ordem nesse sentido, sob pena de ir fazer companhia ao ex-presidente Lula no presidio? São perguntas que cabe aos 89 milhões de brasileiros que não votaram nele responder, bem como aos descendentes de índios existentes entre os 58 milhões de eleitores que o elegeram…

  8. Governados por um cabeça de planilha

    Muitos anos atrás um experiente analista de custos desabafou, que uma grande empresa brasileira não sabia quanto custava um chuveiro, que era o que produzia. Abandonando a análise de custos, jogou tudo para a análise financeira. E a partir daí o analista de custo se transformou de mau grado em leitor de planilhas e jamais visitou o chão de fábrica de novo.  Mas nunca deixou de dizer que para um cabeça de planilha o sonho é zerar a coluna do deficit, e acrescentou, assim que ele zerar esta coluna a industria vai fechar.

  9. Agora sabemos quem vai
    Agora sabemos quem vai presidir o pais de fato. Pelo menos até cair em desgraça.
    Criar um superministerio da economia é mais um truque velho que a “novidade” Bolsonaro desenterrou da velha caixa de truques de magia da velha política. É jogada típica de governo fraco sem liderança nem ideias. O que lhes resta é apostar todas as fichas no nome mágico para salvá-Los de sua incapacidade. Fundir ministérios, aliás cai na mesma categoria de truque gasto e manjado. Só causa confusão e não traz nenhum benefício palpável mas cria o caos na administração pública.

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