As falas polêmicas de Alckmin e Bolsonaro em evento da CNI

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jair Bolsonaro criticou direitos humanos para encarcerados e Geraldo Alckmin defendeu política fiscal de Trump para mais ricos
 

Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Convidados para o evento “Diálogos da Indústria com os candidatos à Presidência da República”, da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) apresentaram suas propostas para a área da indústria o mercado, nesta quarta-feira (04).
 
Para a plateia de centenas de empresários no evento, em Brasília, o ex-governador de Sâo Paulo e presidenciável tucano Geraldo Alckmin foi aplaudido quando disse que irá reduzir o imposto de renda da pessoa jurídica da mesma forma como fez Donald Trump, o polêmico presidente dos Estados Unidos, chamando o atual sistema de “verdadeiro manicômio tributário”.
 
“Tendo um modelo tributário melhor, é possível reduzir a carga tributária. Eu vou reduzir imposto de renda da pessoa jurídica, o imposto corporativo. (…) Veja que nos Estados Unidos o presidente Trump reduziu o imposto das empresas. Nós temos que estimular novos investimento –’venha pra cá, invista aqui’–, estimular as empresas para que reinvistam no seu negócio”, disse Alckmin, sendo aplaudido pelos empresários.
 
A referência do ex-governador a Trump foi a mudança fiscal considerada um favorecimento aos mais ricos e com grande impacto no Orçamento, que gerará um déficit fiscal nas contas norte-americanas, diminuindo os tributos dessa categoria de 35% para 21%. Mas, para Alckmin, quem se beneficiaria da medida não são os mais ricos, mas “dona Maria” e “seu José”.
 
E com apenas 4% a 6% das intenções de votos, segundo os últimos resultados da pesquisa Ibope, Alckmin mostrou-se positivo e acredita que irá vencer as eleições: “O doutor Geraldo tem chance de ganhar eleição? Embora vocês não tenham perguntado, quero dizer que vou ganhar a eleição para mudar esse país. A eleição só vai começar depois do horário do rádio e da televisão, que é 31 de agosto”, afirmou.
 
Acompanhe algumas declarações de Alckmin:
 
 
Outras declarações polêmicas no evento, apresentado mais como palestras do que debate entre pré-candidatos, foram as de Jair Bolsonaro. Isso porque o candidato do PSL decidiu mencionar como ele acredita que se deve enfrentar a violência no país. E, segundo ele, é preciso “valer a vida de terceiros” para “garantir a nossa”, estimulando a morte de supostos criminosos.
 
“Há decisões que não são fáceis”, introduziu, antes de polemizar: “soluções que não são fáceis, que valem a vida de terceiros, mas se é para garantir a nossa vida, que vá a dos outros”, disse, quando justamente comentava a “invasão” de sem-terra e de indígenas a propriedades rurais e a violência urbana.
 
Depois da manifestação, tentou ser empático ao dizer que tem “vontade de ir lá visitar as fazendas invadidas em Mato Grosso do Sul pelo MST e os índios” e mostrar para eles “também” os “nossos problemas, que é de todos nós”, referindo-se aos empresários presentes na plateia.
 
“Querem combater a violência como? Com essa politicalha de desencarceramento, de todo mundo se apiedar do encarcerado, de direitos humanos como está sendo feita, de audiência de custódia, de achar que deve ter segunda chance?”, continuou, em seus questionamentos, emendando para não gerar muita repercussão: “Grande parte sim [acha que deve ter segunda chance a criminosos], outras não”.
 
Veja as falas de Bolsonaro:
 
 
Marina Silva também esteve presente no evento, direcionando sua fala à temática da indústria e empresariado. Criticou a atuação da Petrobras durante a greve dos caminhoneiros, equilibrando seu discurso de que é preciso manter a “competitividade” da empresa, por mais que seja pública.
 
“A elevação do preço dos combustíveis claro que tem um custo muito alto para determinados setores e é evidente que houve aí erro também da direção da Petrobras, porque não dá para repassar o aumento do combustível todo dia para o consumidor e a Petrobras dispunha de mecanismos para manejar [a crise]”, disse.
 
“[A Petrobras] tem função pública estratégica e tem margem sim para manejar situações como essa, mantendo a empresa competitiva sem que se vá pelo controle de preços, mas ao mesmo tempo não tendo visão dogmática de repassar aumento e variação do dólar aos combustíveis para o consumidor a cada dia”, completou.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Depois de se criarem dificuldades, vendendo a “facilidade”
    Primeiro, deixou-se a violência espalbar-se pelo Brasil, tornando-se um negócio bastante lucrativo (companhias de seguro e empresas de segurança curtiram).

    Agora, o mercado apresenta o “xerife” Bollsonaro. Interessante que um de seus filhos apresentou projeto de lei visando a legalizar as milícias.

    http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI1477397-EI7896,00-Deputado+quer+legalizar+milicias+no+Rio.html

    Esqueçam a Alckmin. Sujeitinho ruim de voto. O candidato do mercado é mesmo o Fantoche, como já fora apresentado anteriormente.

    https://jornalggn.com.br/noticia/por-que-o-“mercado”-flerta-com-bolsonaro-por-gustavo-barbosa

  2. VITÓRIA GABRIELLE. ARAÇARIGUAMA. SP COMO É FÁCIL PRENDER POBRE?!

    Primeiramente tal assunto não passa nem perto de Articulistas e Imprensa Ideologizada. Não é bem a Humanidade nem os Direitos Humanos enxergados pelo Fanatismo Ideológico Tupiniquim. Mas como é fácil prender POBRE? Depois de um mês do caso, os Suspeitos presos e indiciados, agora é que conseguiram um ADVOGADO?!! É Surreal !! Presos por “ouvir dizer”, “uma vizinha ouviu uma conversa”, “já tem ficha na Polícia”, “o cachorro da PM indicou”… Este último está na Sentença de um Juiz. Realmente vamos discutir DIREITOS HUMANOS? Para a Vitima? Para os Suspeitos? É o Bolsonaro quem critica os tais DIREITOS HUMANOS nas cadeias e Presídios Brasileiros? Vocês já viram uma cadeia brasileira? Tinha matéria e foto neste veículo nesta mesma semana. DIREITOS HUMANOS, depois de 40 anos Redemocráticos? 25 anos somente Progressistas e Socializantes? 15 anos somente sob a tutela e política do PT? Onde estavam e estão estes tais DIREITOS? HIPOCRISIA E CANALHICE realmente encontrou sua Pátria, nestes 88 anos. Por que correram tirar dos Presídios Comuns, os Presos que tinham Poder e Cargos Políticos destes últimos acontecimentos a patrir de Lava Jato? A Família, as Mulheres destes presos ficariam nas portas das carceragens, desde a madrugada até a hora das visitações? As Mulheres destes presos passariam por Vistoria Vexatória, Humilhante, Animalesca, Medieval, que as Mulheres (meninas ou idosas) dos outros presos são obrigadas a passar? Por que as Mulheres destes casos políticos não estão sendo presas e condenadas a penas altas? Presídio não é lugar para este tipo de ‘moças belas, recatadas e do lar’? Entendemos o Brasil e seus 40 anos Redemocráticos, não é mesmo Ulisses Guimarães. Sr. Constituição?!! DIREITOS HUMANOS? TORTURA NUNCA MAIS? Então o problema é o Bolsonaro? O Brasil é de muito fácil explicação.     

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