“Chegou a hora de Haddad ser um pouco menos Lula e mais Haddad”, diz Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Além de bater em Jair Bolsonaro, Fernando Haddad tem que mostrar ao eleitorado que o PT não é nenhum bicho-papão, e para isso precisa mostrar mais quem é Haddad, o candidato que pretende ser presidente, saindo da sombra de Lula, onde ficou até agora. É o que avalia a jornalista Helena Chagas, em artigo divulgado nesta quarta (3).

Por Helena Chagas

Em Os Divergentes

Agora, Haddad tem que ser Haddad

Nas últimas três semanas, o PT viveu uma espécie de sonho dourado em que viu seu candidato subir vertiginosamente nas pesquisas, e chegou a alimentar esperanças de que Fernando Haddad ultrapassasse Jair Bolsonaro nas pesquisas nesta última semana – o que seria uma espécie de passaporte para o Planalto, já que, até hoje, quem chegou ao segundo turno na frente sempre venceu. Ao que parece, não será bem assim, e a estratégia está sendo revista.

Nada de surpreendente, já que as pesquisas que mostravam o ex-presidente Lula na liderança da corrida presidencial sempre apontaram que ele teria capacidade de botar um poste no segundo turno, com cerca de 20% das preferências. Nenhuma delas jamais apontou que o candidato de Lula iria muito além disso no primeiro turno – e isso já seria suficiente para chegar ao segundo, que todo mundo sabe quené uma nova eleição.

Então, o que está acontecendo agora pode ser um balde de água fria nos sonhos dos petistas mais entusiasmados, mas está do script desde o início. E, de certa forma, antecipa a estratégia planejada para o segundo turno, que tira Haddad da posição de mero tributário dos votos do criador e o transforma em protagonista da cena.

Além de bater em Bolsonaro, o que não precisou fazer até agora, chegou a hora de Haddad ser um pouco menos Lula e mais Haddad. O que quer dizer isso? Combater a onda antipetista mostrando que ele não é nenhum bicho-papão, mostrando-se ao público como ele é.

Talvez seja a hora de Haddad começar a fazer aquela inflexão ao centro que até agora nao foi necessária. Não para conquistar o mercado, mas para mostrar a uma fatia decisiva do eleitorado que não vai botar fogo no circo da economia. E para mostrar sua biografia de gestor sério e honesto, que sempre esteve fora de maracutaias e malfeitos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Haddad vira o disco

    Haddad Lula é gênio mais ainda não faz milagres. Cuida da sua vida e deixa o homem em paz. Para de falar no Prouni a toda hora muda o disco, fala de assuntos como meio ambiente, politíca externa, segurança, habitação, o que afinal você vai fazer nessas áreas fala dos projetos que Temer destruiu e você vai reativar.

  2. Inflexão ao centro é pura asneira

    Fazer inflexão ao centro é pura asneira. A eleição está polarizada entre esquerda e direita e ao se juntar ao centro golpista daria corda a Bolsonaro para se colocar de outsider da política. Tem que radicalizar enfatizando as proposta anti trabalhador de Bolsonaro!

  3. Também tenho essa impressão.

    Também tenho essa impressão. Ontem num consultório médico, durante a propaganda eleitoral na TV, fiquei observando as pessoas na sala durante a parte do PT.

    Havia um tom de enfado, meu próprio, com o mote “Lula é Haddad, Haddad é Lula”. Todo mundo sabe que é Lula, que é PT.

    Mas quem é Haddad? Já está na hora de mostrar sua personalidade. Sem entrar no mérito, esse lance de Lula já cansou.

    #EleNunca

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