Em encontro, institutos de pesquisa buscam fórmula perfeita para derrotar Dilma

O World Trade Center, prédio empresarial de luxo às margens da Marginal Pinheiros, em São Paulo, sedia até o fim da tarde de hoje (25) o 6º Congresso Brasileiro de Pesquisa, que reúne especialistas em dados e estatísticas de todas as áreas – e, como não poderia deixar de ser em ano de disputa pela Presidência da República, também os profissionais das pesquisas de opinião e eleitorais. Representantes de Ibope, Vox Populi, Datafolha e Sensus foram convidados para uma mesa de debate sobre as tendências do eleitorado em um ano que acumula, além do pleito, a realização da Copa do Mundo da Fifa e a perspectiva de manifestações de rua inspiradas pela mobilização de junho de 2013.

A mesa, porém, embora batizada de “Debate sobre o cenário da eleição presidencial 2014″, poderia ter outro nome: “Como derrotar Dilma Rousseff?”. Mediado por Emy Shayo, analista do banco norte-americano J.P. Morgan, que também redigiu a maior parte das perguntas feitas aos convidados, o debate explorou monotematicamente as fragilidades da candidatura petista à reeleição e ditou fórmulas, com base nos resultados das últimas pesquisas de opinião, sobre como enfraquecer a campanha governista. O público, composto principalmente por empresários, profissionais da área e jornalistas, embarcaram nos “testes de hipótese” propostos pela organização e seguiram a mesma linha em seus questionamentos.

Regidos pela assessora do banco, os debatedores apresentaram conclusões importantes para a plateia. Petrobras e rating do Brasil, por exemplo, são temas “para o Valor Econômico, para os participantes deste fórum, mas muito complicados para o povão”, de acordo com Márcia Cavallari, do Ibope. Já as manifestações contra a Copa do Mundo, segundo os debatedores, podem desestabilizar o governo desde que alcancem o público “desejado”.

“É garantida a confusão durante a Copa. Estou na bolsa de apostas com 150 mil pessoas na rua durante a Copa”, torce Ricardo Guedes, do Sensus. O resultado em campo não importa: Mauro Paulino, do Datafolha, ressaltou que não houve mudança no comportamento dos eleitores após a vitória na Copa das Confederações, por exemplo, mas destacou que “a chance de atingir o governo é havendo problemas na execução”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também foi descartado como elemento-surpresa para favorecer a oposição porque sua suposta imagem de impoluto não encaixa no figurino nem de Aécio Neves (PSDB), nem de Eduardo Campos (PSB), mas há “esperança” em relação à possibilidade de crise energética e de abastecimento de água.

Para Antonio Lavareda, da consultoria política MCI, “esse tipo de crise atinge o cerne da imagem de Dilma, que é a da gestora, da mulher-eficiência”. As consequências da má gestão das águas sobre a imagem de Geraldo Alckmin (PSDB), que também concorre à reeleição neste ano e cujo governo gere o abastecimento de água e o tratamento de esgoto em São Paulo, não foram abordadas durante o debate.

Lavareda foi um dos palestrantes mais requisitados pela mediação, embora não pertença a nenhum instituto de pesquisa. Ele foi o único a defender abertamente que a presidenta entra na disputa em desvantagem: de acordo com ele, 60% dos brasileiros querem a mudança e esse capital político irá se acumular em torno do candidato da oposição capaz de chegar ao segundo turno. “É quase certo que haverá segundo turno”, afirmou.

Ele protagonizou ainda o momento de maior sinceridade do encontro: diretamente questionado pela mediadora sobre o que é necessário fazer para que o PSDB consiga usar a “paternidade” do Plano Real de forma eficiente contra o PT nas eleições, disse apenas: “Esse tipo de assessoria é o que fazemos em minha empresa, e não somos uma entidade filantrópica”. Embora não confirme a informação, a empresa de Lavareda está acertada com o PSB de Eduardo Campos para a campanha eleitoral deste ano, após muitos anos se dedicando a serviços ao PSDB.

40 Comentários

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    1. Ué…

      Se podem conspirar na cara-dura dentro do STF, na mídia, no Congresso Nacional, nas hordas ruralistas, no Pentágono… por que não poderiam às margens de um rio-esgoto?

  1. Fascistas, golpistas, não

    Fascistas, golpistas, não passarão.

    Todos os eleitores brasileiros democratas deveriam ler este post.

    PS:  não foi Lula que surfou no controle da inflação supostamente conquistado por FHC, mas foi FHC que surfou no controle da inflação ( e só no primeiro mandato ) conquistado de fato por ITAMAR FRANCO.

    Chega de palhaçada.

  2. Esquisito, isso, não?

    Esquisito, isso, não? Elaborar estratégias para derrotar uma adversária sem nada propor de construtivo, de positivo no intuito de melhorar o país, mas, ao contrário, torcer para que dê tudo errado olvidando de forma cínica que em última escala quem será o prejudicado será o mesmo eleitorado que eles querem conquistar. 

    Isso se chama de “paradoxo dos incompetentes”. Não será fácil, reconheço, mas com “planejadores” desse nível a presidenta já pode ir se aprontando para um novo mandato.

    A perplexidade final é: que diabos interessa aos institutos de pesquisa ficarem cotejando estratégias para derrotar um dos concorrentes a um pleito cuja aferição de tendências será da responsabilidade deles mesmos? 

    Ora, pesquisem, tabulem os resultados e os divulguem. Ao passar disso perdem credibilidade.

    1. Ninguem perde o que não tem.

      Esqueça a confiabilidade, isto já não vale nada para a oposição. Jogam mesmo no crime da desinformação e maracutaia. Só faltou no “seminário” alguem sugerir maneiras modernas de burlar resultados. Bandido não se preocupa com confiabilidade.

    2. “Elaborar estratégias para

      “Elaborar estratégias para derrotar uma adversária sem nada propor de construtivo, de positivo no intuito de melhorar o país”

      A proposta para melhorar o país é tirar o PT do poder é esta a proposta, qualquer coisa é melhor que Dilma.

      Não era essa a mesma proposta do PT em 2002?

      Vai e pesquisa qual eram os  planos de governo do PT de 1989 a 2002.

       

  3. ““É quase certo que haverá segundo turno”, afirmou.

    um tal de Lavareda. Conheço o camarada de outras apresentações para clientes afortunados de bancos, alias parece que ele sempre presente nos canais do grobo.

    Tenho boa memória, vou usar esta afirmação peremptória no futuro.

    1. … e o quê o comandante do IBOPE

      andou falando mesmo, acho que na eleição presidencial de 2010? 

      Era algo como “Dilma não ganha”, se não me engano. 

      Se a bola de cristal dele continua na ativa, a Dilma pode dormir sossegada. 

      Ô bola de cristal ruim! 

       

  4. O PT não é cliente desses

    O PT não é cliente desses institutos de pesquisa? E vai continuar sendo? Não vai cancelar todos os contratos que tem com eles? Se fosse comigo eu mandava todos pra pqp.

  5. Depois desta

    Dá para levar a sério as análises dos institutos de pesquisa? Quando um mesmo instituto manipula discaradamente uma análise eleitoral, prejudicando a Presidente Dilma e manipulando a bolsa de valores ao apresentar panoramas extremos em uma mesma semana? Não está na hora daqueles bundões do PT que eu e muito elegemos irem a TJE e pedir o impedimento de qualquer outra pesquisa por este instituto, IBOPE, conhecido dese longa data por manipular pesquisas em favor da direita e mídia brasileira? Afinal para que votei nestes deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores? Para velos borrar de medo da GLOBO? 

  6. E a justiça, se cala?

    Existe algo mais anti democrático do que empresas de pesquisas eleitorais discutirem estratégias sobre a tentativa de derrota de um ou outro candidato. Não vou dizer que perdem a credibilidade porque já a perderam há muito tempo. Agora o ataque é a ceu aberto.

    É um acinte a qualquer consciencia democrática mas vai em frente de todo jeito. Parece que ontem mesmo o mp de sp informaou ao prefeito Haddad que não devia “por” dinheiro no estádio do corintians. Atitude duvidosa e preventiva que nunca existe sobre estes bandidos antidemocráticos das pesquisadoras eleitorais. Já existe liberalidade total dos crimes da imprensa desinformante, agora temos as empresas compradas de pesquisas. Se expõe, como se aquei fosse o far oeste e onde as causas são decididas na bala e na lei do mais forte.

    E o TSE, existe? Porque se contem tanto com um ataque tão explicito à validade da disputa eleitoral. Porque? Para que existe o TSE se não age em um ambiente tão grotesco.

    O banditismo do pig, seus crimes, passaram a fazer parte da paisagem antidemocrática deste país e o judiciário não vê nada.

    Incrível. Bandido . Criminoso. Assim é a ação destes orgãos dominados pelo pig.

  7. Camelódromo perfumado

    Congresso dos golpistas engravatados. Saem as fardas verde olivas e entram as gravatas Hermés e os ternos Armani.

    Quem apresentará e venderá a melhor e mais eficiente mentira? O mais espetacular golpe baixo? O mais arrasador factoide? A mais espetacular e demolidora calúnia?  A mais letal bolinha de papel?

    Quem entre esses camelôs engravatados & perfumados convencerá o cliente, o banco norte americano J.P. Morgan, qual o boneco de ventríloquo é o ideal para governar o Brasil? Apostas vão até outubro de 2014.

     

  8. Não incomodemos nossos inimigos enquanto eles se atrapalham.

    Os idiotas dos institutos de wishfull thinking eleitoral são como os analistas das agências de wishfull thinking econômico.

    Não é(foi) à toa a fusão neste evento.

    Eu não condeno que pesquisadores e analistas usem suas “previsões e estudos” para fazer política e que forcem uma realidade que favoreça seus interesses.

    Claro que não!

    Eu só dou risada quando eles querem dar um verniz científico a este troço. E o pior que tem gente que debate neste patamar, como se houvesse alguma coisa relevante ou mais além do que o óbvio. Pior ainda, tem gente que paga fortunas para ouvir e ler o que estes idiotas produzem.

    Pensando bem, eu que não ganho nada para escrever que devo ser o verdadeiro idiota.

    Vejam a imagem de Dilma super-gerente.

    Desde o começo, para tentar limitar a capacidade da presidenta de impor sua forma de fazer política, tomando como premissa, seja por machismo, seja por mero desconhecimento, que ela seria incapaz de avançar ao legado que recebera, e melhor, que aprofundaria as mudanças tímidas começadas, criou-se uma forma de isolar a presidenta: A gerentona, a inacessível, etc.

    Como uma mulher que saiu da tortura, passou pelo PDT e administração gaúcha na década de 80, foi parar nas Minas e Energia e depois, Casa Civil, no olho do furacão, e enfim, na cadeira mais cobiçada do Brasil, pode ser chamada apenas de “gerente”. Bem, só se for para avaliar a sua capacidade de gerenciar a carreira.

    Claro que boa parte desta imagem contou com a anuência da base aliada, e porque não dizer, da própria Dilma, que provavelmente se divertindo com ela, ganhava tempo para impor seu estilo.

    Estava claro (ou ficou claro), porém, que a imagem descrita deveria se limitar só a uma imagem. Nada de baixar juros, aumentar a participação do Estado na economia, falar duro nas concessões, marco civil ou pecado dos pecados: manter a Petrobras no rumo para se tornar, de fato, uma multinacional ESTATAL de peso, coisa que nem a PDVSA, como reservas gigantes e um governo bolivariano, conseguiu.

    Em termos “gerenciais” (que termo estúpido), as escolhas políticas de Dilma foram fantásticas: em meio ao maior repique da crise mundial (segunda perna do “W”), manteve certa atividade econômica, mas o principal: indicadores sociais em melhora, emprego intacto, algum ganho de renda, consumo e total capacidade de investimento do Estado.

    O que está em jogo, senhores, não é Dilma ou sua reeleição apenas. É a derrota de um modelo de gestão que ameaça a hegemonia dos donos do capital, ainda que mantenha intacto o sistema capitalista. E tudo isto em um sistema democrático, imprensa livre (até demais), políticas sociais em andamento, expansão da oferta de ensino, etc.

    Alguém disse em outro post, acho que foi AVATAR, não me recordo:

    Lucro médio anual da Petrobras em FHC, U$ 4 bi e pouco, período Lula Dilma mais de U$ 25 bi por ano.

    E com Petrobras comprando refinaria nos EEUU, reativando a indústria naval, investindo bilhões e bilhões em pesquisa e tecnologia que deram-nos os pré-sal.

    Mas os idiotas, que perderam a modéstia, seguem.

    O povão nunca vai enxergar Dilma diferente do que ela é: a continuação e melhora do que Lula começou, uma mullher que impôs o seu estilo, sem abandonar a liderança que a criou e a inspira.

    São valores importantes para as pessoas de caráter: lealdade, solidariedade, companheirismo, mas tudo com independência.

    Ah, claro, não estamos falando de donos de institutos de pesquisa e executivos de bancos.

  9. Institutos instituindo a deformação da opinião pública

    “Lêem a história” mas não se reportam a ela. Parecem falsificadores. Péssimos atores na história do país. Por isto que quando lemos a história real, o que mais há são maus personagens em um roteiro de quinta categoria. Bom, pelo menos podem consumir seus vinhos e caviares com um dinheiro ganho em trabalhos nada nobres.

    Sinais da miséria humana…

  10. Aberto o Primeiro Congresso Brasileiro de Urubologia Estatística

    Um pouco mais técnica, usando uma metodologia ciêntifica, a Urubologia vai aos poucos se tornando um rama da ciência política

    1. Pra quem não sabia,

      a Urubologia estatística é um ramo da Urubologia que evita fazer previsões catastróficas, não apela pra mãe Diná, não cita as configurações astrológicas, não brinca com os búzios nem usa cartas de tarô. Tampouco apela pra mediunidade, radiestesia e outros fenômenos ainda não compreendidos pelas ciências convencionais. Não! A Urubologia Estatística é mais ativa. sempre que possível, trata de espalhar o boato de que as catástrofes vão acontecer.. E, por pura sorte, e nas poucas vezes em que  os boatos encontram beatos que acreditam, sai por ai afora espalhando aos quatro ventos que tem credibilidade.

      Essa “nova ciência” não é tão nova assim. Já existe desde tempos d`antanho. Estranhamente, só agora realizam seu primeiro congresso. Acredito que por ter tradição hermética (provavelmente herdada de sua vertente principal ocultista) a Urubologia Estatística demorou todo esse tempo para congregar seus principais expoentes nesse encontro de “sábios”.

  11. De novo o clima pré-64, não faltou nem os EUA na jogada

    Nesta semana o JN fez recorte da parte que lhe interessava num apesquisa para fazer propaganda eleitoral antecipada e mostrar “queda na simpatia” de Dilma como se fosse queda nas opinião de voto. Querem destruir novamente este pais promissor que caminha para ser uma nação rica e com justiça social, naquele momento qualquer avanço era tido como coisa de comunista, as reformas de base não foram aceitas pela UDN e cia, assita ao documentário 1 dia que durou 21 anos

    De novo

  12. E as tais 2 pesquisas

    E as tais 2 pesquisas simultâneas e divergentes do Ibope entraram no limbo do esquecimento. ninguém cobra, ningém se posiciona. Só serviu para atacar a Dilma, mesmo ela estando muito à frente dos outros.

    1. Essa estória foi engano do blog Tijolaço

      O autor do post se referiu a uma pesquisa de novembro como se fosse de março.

      A queda de aprovação de 43% para 36% se deu em 4 meses, não em uma semana.

    2. Meias palavras e nenhuma verdade.

      Faltou ao coxinha aí de baixo dizer que seu comentário foi também desmascarado pelo Bispo da Dama, neste mesmo post.

       

    1. Inimigo íntimo.

      Seu espaço de intervenção aqui está a cada dia mais restrito, e só você não enxerga. Agora a tentativa é se tornar relevante a um lado ou outro, ou seja: Eu importo para quem se importa com o debate!

      Putz…Cuidado para teu ego não te engolir enquanto você dorme…

  13. Conspiração vergonhosa e escancarada!

    SOCORRO!!!!  Nossa presidenta corre perigo! Essas conspirações vão se exacerbando, vão se tornando exquisofrênicas e tudo pode acontecer! Quem duvida que Jango e Juscelino não foram mortos? Cuz credo!  Como tenho comentado há meses, são os profissionais trabalhando. Só que é um trabalho sórdido de criaturas mais sórdidas ainda! Bando de hipócritas! Que o inferno lhes reserve um bom lugar!

  14. Realmente estão todos  juntos

    Realmente estão todos  juntos e firmes, Globo,Abril,algumas ongs,blogueiros,

    alguns isntitutos,Millenium etc..este ano tem que dar certo!O povo é apenas um

    detalhe..

  15. presidenta Lula

    Enrolada, confusa , sem  projeto, politicamente frágil e ainda costela do Cara; Dilma já está derrotada…

    …O problema é que ainda não se vislumbra o vencedor.

  16. O otimismo urubólico de

    O otimismo urubólico de Antônio Lavareda é bem típico da empolgação sem chão, sem pé e sem cabeça da militância de Dudu Campriles, é bom mesmo, pra eles saberem o que é bom pra tosse, a campanha vem aí.

  17. Semelhanças com a eleição de
    Semelhanças com a eleição de 2010.  Mauro Carrara, a mídia e a “Tempestade no Deserto”

    publicada domingo, 14/03/2010 às 01:04 e atualizado domingo, 14/03/2010 às 01:22 |

    http://www.rodrigovianna.com.br/files/Image/SERRA-MIDIA.pngMauro Carrara escreve sobre uma operação que, claramente, já está em curso.

    Passado o Carnaval, os setores ligados aos tucanos – na grande mídia – se desesperaram. A sequência de notícias ruins para eles, desde o fim do ano passado, é impressionante: enchentes em São Paulo, Arruda preso, o DEM desmoralizado, o PSDB sem discurso diante da recuperação da economia. Para completar: Serra caiu e Dilma subiu nas pesquisas.

    A oposição ao governo Lula bateu os tambores no convescote organizado pelo Instituto Millenium. Ao perceber que os partidos de oposição caminhavam para a anomia, os donos da mídia assumiram o controle da oposição. E as manchetes, capas e títulos distorcidos se avolumam. É guerra. É a tempestade no deserto – como explica Mauro no texto abaixo..

    Pesquisa IBOPE saiu a campo na última semana, em meio à tempestade de manchetes anti-governistas. Resultado deve ser divulgado nos próximos dias, pela CNI.

    Toda a esperança dos tucanos da mídia é que Serra tenha conseguido estancar a sangria dos votos. Aparentemente, não conseguiu. Há informações de que Dilma já aparece (numericamente) à frente de Serra, apesar de a situação (ainda) caracterizar empate técnico: leia sobre isso no Vermelho – http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=125750&id_secao=1.

    Nos próximos meses, entraremos num ritmo frenético, parecido com o de 2005 – quando setores da mídia tentaram derrubar Lula. Agora, sabem que não podem derrubá-lo. Mas bastaria a eles arranhar a imagem do PT, e vender a idéia de de que “Lula a gente tolerou, mas Dilma – a terrorista – não vai chegar lá”.

    Ninguém pode ser ingênuo. Essa campanha está articulada a interesses internacionais. Não do núcleo do governo de Obama, mas de setores da extrema-direita dos EUA que seguem alojados na máquina de governo em Washington, e que assumiram a tarefa de barrar a “subversão” na América Latina. Essa gente da mídia no Brasil é articulada com o que há de mais reacionário nos EUA.

    A guerra será violenta – como diz o Mauro Carrara, abaixo. Fiquem com o texto dele…

    Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer? – por Mauro Carrara

    (O PT é um partido sem mídia… O PSDB é uma mídia com partido).

    “Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.

    A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo. Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.

    A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.

    A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.

    As conversas tensas nos “aquários” do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.

    1)     Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.

    2)     Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.

    3)     Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.

    4)     Elevar o tom de voz nos editoriais.

    5)     Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.

    6)     Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.

    7)     Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.

    8)     Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.
     
    Quem está por trás 
    Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral. É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.

    A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.

    Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.
     
    O conteúdo

    As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.

    Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.

    Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.

    Criam deturpações numéricas.

    A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.

    Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.

    O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.

    Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.

    A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.

    A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.

    Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.

    É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.

    Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material  é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.

    É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.
     
    Crimes anônimos na Internet
    Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.

    Três deles merecem destaque…

    1)     O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.

    2)     Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.

    3)   O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.

    O que fazer

    Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.

    Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.

    Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.

    São cinco as tarefas imediatas…

    1)     Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.

    2)     Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.

    3)     Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.

    4)     Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.

    5)     Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.

     

    A guerra começou. Não seja um desertor.

  18. A única forma para se
    A única forma para se derrotar a Dilma é não se votar em urna eletrônica, se eles tivessem realmente querendo derrotar o PT, eles estariam voltados para a substituição das urnas…aff.

  19. Houve pesquisas sérias com dados a favor de Dilma.

    O cientista politico Adriano Oliveira colaborador de um instituto sério, apontou pesquisa em que há o favoritismo de Dilma. Mesmo sendo ele da terra de Eduardo Campos. Destoou das outras pesquisas!!

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