Ingresso de Marina compromete alianças fechadas por Campos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Marina perde metade dos apoios estaduais fechados por Campos

Da Folha de São Paulo

Daniela Lima, Diógenes Campanha, Patricia Brito, de São Paulo

Felipe Bäthtold, de Porto Alegre

 

 

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, deve perder ou abrir mão de cerca de metade dos palanques estaduais que tinham sido articulados por seu antecessor no posto, Eduardo Campos.

O ex-governador de Pernambuco, que morreu em um acidente aéreo, havia negociado apoios em todos os Estados. Dos 27 acordos fechados por ele, ao menos 14 devem naufragar com a substituição da candidatura.

Nesses locais, ou as alianças foram fechadas contra a vontade de Marina –que defendia candidatura própria–ou são protagonizadas por políticos que atuam em campo completamente diverso ao da ex-senadora.

Há ainda o risco de a campanha ficar esquálida em colégios eleitorais importantes, com a defecção de puxadores de votos que desistiram de disputar cargos após a morte de Campos.

Foi o que ocorreu em Minas Gerais, onde o candidato a governador do PSB, Tarcísio Delgado, não alcança dois dígitos. Os pessebistas, então, apostavam na candidatura de Alexandre Kalil, presidente do Atlético Mineiro, para assegurar uma boa bancada de deputados federais, e, por consequência, divulgar a candidatura presidencial. Mas ele desistiu de concorrer.

“Nada neste partido [PSB] me interessa. O que me interessava caiu de avião”, disse, ao explicar a decisão.

Herança

Adversários de Marina esperam herdar parte do capital político que está se afastando da ex-senadora.

O PSDB, por exemplo, acredita que “naturalmente” deve haver uma aproximação maior entre seu candidato, Aécio Neves (MG), e candidatos de Estados como Mato Grosso do Sul, Alagoas e Santa Catarina.

Neste último, Campos havia costurado um acordo para que Paulo Bauer (PSDB) mantivesse um palanque duplo, indicando o candidato a senador da coligação, Paulo Bornhausen (PSB).

O pessebista tem dito que a coligação continuará ajudando Marina. Ele foi a uma das reuniões que o partido fez em Brasília que decidiu o futuro da campanha presidencial –mas ficou do lado de fora da sala onde foram tomadas as resoluções.

Há ainda dificuldades ideológicas no alinhamento de Marina com candidatos defendidos por Campos no resto do país. No Mato Grosso do Sul, Nelson Trad Filho (PMDB) havia feito um acordo com Eduardo Campos, que indicou a candidata a vice na chapa do peemedebista.

Muito ligado ao agronegócio, Nelson Trad encontra resistência entre os marineiros, e, por sua vez, teme a resistência de seus aliados e financiadores a Marina.

A escolha do novo vice de Marina, Beto Albuquerque, deputado gaúcho com trânsito entre os ruralistas, foi vista como uma tentativa da ex-senadora de facilitar o contato com esse grupo ou ao menos reduzir a antipatia do setor à sua candidatura.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

25 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A tia Errondina ainda tá nesse barco?

    Se por uma mísera fotografia com Maluf a tia abdicou de ser vice prefeita de Sampa, agora  quer morrer abraçada a Dona Neca? Espero não ter que ficar tão velho e estúpido a ponto de destruir o pouco que pude construir de bom na vida…

     

    Como disse um ai, se for assim, então eu lanço a Neca prá presidente.. prá que intermediários?

    Pelo que tenho visto a Direita tinha razão… o PT era mesmo o pior antro.. Afinal gerou quase todos os candidatos que agora avacalham as eleições…..

     

    To num dilema?

    deixo ou não deixo minha carteira de investimentos no Itaú?

     

    Bom, com ou sem tutú pro Itaú, eu voto na DILMA.

     

  2. A tia Errondina ainda tá nesse barco?

    Se por uma mísera fotografia com Maluf a tia abdicou de ser vice prefeita de Sampa, agora  quer morrer abraçada a Dona Neca? Espero não ter que ficar tão velho e estúpido a ponto de destruir o pouco que pude construir de bom na vida…

     

    Como disse um ai, se for assim, então eu lanço a Neca prá presidente.. prá que intermediários?

    Pelo que tenho visto a Direita tinha razão… o PT era mesmo o pior antro.. Afinal gerou quase todos os candidatos que agora avacalham as eleições…..

     

    To num dilema?

    deixo ou não deixo minha carteira de investimentos no Itaú?

     

    Bom, com ou sem tutú pro Itaú, eu voto na DILMA.

     

    1. Erundina e a “História que se

      Erundina e a “História que se repete como farsa”:

      Não quis a companhia de Haddad pois ficou arrasada com uma foto de Lula junto a Maluf mas…

      vai aos poucos se acomodando e engolindo:

      – O Itaú

      – A Globo (que tanto fez uma boa divulgação de seu mandato como Prefeita de São Paulo, quando ela era filiada ao PT)

      – Giannetti

      – André Lara Resende

      – Bornhausen (new-socialista)… será que houve um acerto? Tipo, vamos exterminar a raça petista, mas a senhora fica de fora.

      – Heráclito Forte (new-socialista)

      – Os ruralistas (Caiado e cia…)

      das duas uma: ou foi abduzida ou drogada

      ou se “endireitou” de vez mesmo.

        1. Gente..

          Parabéns a todos que ainda conseguem ver as incoerências de posturas e dos discursos.. Vivemos uma luta não por apontar novidades estapafúrdias, mas uma luta titânica pela coerência do discurso.

          Comecei o comentário e acho que devo dizer que apontar incoerências é perigoso… Sempre, quando aponto incoerências, alguém vem aqui dizer que estou “patrulhando”… Tem muito articulista que quer nos entupir com “ideias novas” mas que não quer ter o compromisso da coerência…

          O prestígio de alguns articulistas é inversamente proporcional à coerência. Dos políticos então nem se fala…

          Gosto da tia Erundina, é pessoa simpática.. não misturo as coisas.. Mas não suporto que as idiossincrasias e manias possam ser guias em escolhas políticas.

          Ideologia seletiva… O Feliciano era usado como martelo contra a coalizão liderada pelo PT… Agora abraçado (não na foto fake, mas em discurso) por outra cidadã não suscita nenhuma reação indignada… Ideologia seletiva não rola comigo.. defendi a legitimidade de Feliciano defender suas tolices… Mas parece que muita gente tem apenas ódio ao pt e a grande Dilma e mais nada.. o resto arrumam e rearrumam quando for oportuno.. Pois terão de combater comigo.. Não sou uma pessoa com o dom da escrita.. Mas sempre fui aluno brilhante e um crítico que não embroma. Ficarão dizendo que sou patrulhador…. Não cola. sou um critico que procura honestidade e coerência..

          Erudina é uma figura política, usou de um rigor moral extremo ao abandonar o gentil convite de compôr uma chapa pra mudar a pobre Sampa… Agora ou rasga sua biografia ou denuncia esse embuste.

      1. Verdade JM. É a velha estória

        Verdade JM. É a velha estória de se apropriar de falsos (e convincentes até para si próprio) argumentos para esconder preconceitos, posição política, inveja, desconforto etc., muito comum na raça humana…

    1. Pois é, Nilva, depois de

      Pois é, Nilva, depois de todos os partidos já terem acertado as alianças, começa essa zona… Viram que não ia dar para bagunçar as eleições no grito e na pancadaria como quiseram fazer com a Copa e aí encontraram outra via.

      Engraçado é que o pessoal grita tanto por fidelidade partidária; diz que o madato é do partido e não do parlamentar, etc… para afinal, estarmos vivenciando uma coisa dessas. Uma candidata que declara ter se filiado a um partido, apenas para concorrer às eleições e que assim que puder, se desvinculará dele para migrar para um outro já que se sente incapaz de honrar com os compromissos ou projetos do partido ao qual está filiada e pelo qual concorre.  Caso não consiga fundar a Rede, como fará? Honrará o estatuto do PSB? Caso, seja eleita, estará vinculada ao estatuto da Rede que estabelece, o quê? Não tô entendendo isso, não…  Mas mesmo que apareça um Estatuto; vai basear sua campanha no estabelecido no estatuto de um partido que, sequer, foi criado? Eu hein, o nome disso é fraude.

      Eu tenho certeza que esse negócio aí tá errado. Se militantes de um partido não podem usar os símbolos de outro em suas campanhas, o que dirá a própria legenda! A Rede está usando a legenda do PSB para fazer campanha e, nem existe essa conversa de anuência do PSB pq o partido não pode autorizar um ato ilegal. Já pensou que beleza, todos os militantes, simpatizantes e eleitores do PT, por exemplo, irem aos comícios e Atos carregando bandeiras do PSTU, PSOL, PCO… para ludibriar o eleitor?

  3. Quem é o vice de Marina? Você conhece o Beto Albuquerque?

    Trecho da Coluna de Waldemar Menezes, publicada hoje, domingo, no jornal o POVO, de Fortaleza:

    SAIA JUSTA

    A escolha de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, para encabeçar a chapa presidencial do PSB, substituindo Eduardo Campos, criou uma saia justa, no PSB, como era esperado. A dificuldade está, sobretudo, na resistência de uma parte do PSB e aliados às propostas da Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, e a alguns de seus critérios políticos. O vice escolhido, Beto Albuquerque (PSB), por exemplo, teve uma atuação decisiva para a liberação da soja transgênica, condenada por Marina, e é apontado por suas ligações com o agronegócio, com empresas de armas, cerveja e defensivos agrícolas. Uma pedra no sapato de Marina. Talvez, nem tanto, pois ela tem no staff de sua campanha a herdeira do banco Itaú e economistas neoliberais. Mas, que a briga intestina se alastra, não há como negar, pois várias baixas já foram registradas.

     

    UNIFICAÇÃO

    É fato que a nata do poder econômico (banqueiros, rentistas, grandes grupos econômicos nacionais e internacionais e a grande mídia) mobilizou-se para viabilizar a candidatura Marina, por ver nela uma chance de levar a disputa para o segundo turno. É certo que o “sistema” preferiria Aécio Neves por ser mais experiente. Mas, se o tucano patinar, tem Marina como alternativa à mão, pois, suas propostas econômicas pouco se diferenciariam das de Aécio – segundo especialistas -, sobretudo, a autonomia do Banco Central e o “ajuste econômico” que trariam, inevitavelmente, retração econômica e desemprego (“por breve período”, prometem), tal como na Europa, até que, pressupostamente, a economia reaja (os europeus ainda não o conseguiram).

     

    MESMA VIA

    Outro ponto que vai se aclarando é o reconhecimento de que Marina não representaria uma terceira via, mas a mesma opção neoliberal de Aécio (http://goo.gl/CiQWr6). Seus apoiadores não ignoram que um governo Marina poderia igualmente ser tumultuado pela falta de uma base partidária consistente no Congresso, tal como aconteceu com Jânio Quadros e Fernando Collor (o “Caçador de Marajás” criado, aliás, por esses mesmos setores). Mas, entendem que o principal é pôr um fim ao ciclo do PT, já que o partido continua contrário a essas propostas (que incluiriam a entrega do pré-sal aos interesses privados e alinhamento com os EUA).

     

     

  4. Acorda, França!
    Márcio França diz que Marina precisa apoiar Alckmin se quiser o apoio do PSDB no segundo turno!

    Será que ele não lê os jornais e ainda não sabe que ela já incluiu Serra no ministério dela?

    Pra que vai precisar de um Chuchu que pode secar até a sustentabilidade da sua rede?

    Quem apostou suas fichas no Chuchu foi Dudu. Marina apostou as suas no serrista Walter Feldman.

    Alea jacta est!

    http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/150940/M%C3%A1rcio-Fran%C3%A7a-cob

    http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/

     

  5. Tomara…

    Continuando assim, Marina Silva, que já detonou o PSB, vai implodir até o que vem sobrando do PSDB.

    Luciano Huck, por exemplo, deve estar vivendo um dilema terrível (uma vez que é garoto propaganda predileto do Itaú):

    – Continuo com Ah É Sim nessa névoa moderninha e azul ou embarco de vez na nave “sonhática” da Marina Fada Encantada?

    Como disse um comentarista:

    Marina Silva?

    É o Novo! É o Novo! É o Novo! É o Novo! É o Novo!

  6. Aécio x Marina; Aecioporto x Avião que matou campos

    Avião e aeroporto geram “caos aéreo” a Marina e Aécio

           

     

    Não deixa de ser irônico que se possa usar uma metáfora “aérea” para descrever o enrosco em que os dois principais candidatos de oposição a presidente da República se meteram. Um enrosco que pode lhes custar a derrota para Dilma Rousseff.

    A ironia, por óbvio, reside em que o setor aeroportuário foi, durante anos, um dos principais cavalos-de-batalha da oposição a Lula e a Dilma. Devido à forte inclusão social nos governos petistas, a “nova classe média” chegou a aeroportos pensados exclusivamente para a elite e causou superlotação que a mídia apelidou de “caos aéreo”.

    A Copa do Mundo de 2014 resolveu o problema. Hoje, o país tem aeroportos capazes de atender a uma demanda vitaminada pela distribuição de renda da era petista, ainda que a elite e a mídia se recusem a reconhecer os méritos da nova malha aeroportuária.

    Ironicamente, porém, Aécio Neves e Marina Silva podem ser derrotados, respectivamente, por um aeroporto e um avião. Está ficando claro ao país que o moralismo com que esses dois atacam os governos petistas dos últimos 12 anos não passa da mais deslavada hipocrisia.

    A candidatura de Aécio Neves foi praticamente inviabilizada por um fato que ele achou que passaria batido: ter usado dinheiro público para construir um aeroporto dentro de fazenda de sua família que ele frequenta o tempo todo.

    Aécio tentou fazer o país de trouxa ao negar o que só cego não enxerga: o seu escandalosamente evidente interesse pessoal na execução da obra milionária.

    Mídia e aliados de Aécio disseram que as pesquisas não registraram prejuízo eleitoral para ele por conta desse episódio, mas a rápida desintegração de sua candidatura que pesquisas internas dos partidos (inclusive do PSDB) vêm revelando, comprova esse prejuízo.

    Aécio pode até não ter perdido votos – a crer nas pesquisas e, sobretudo, em suas “margens de erro” –, mas parou de ganhar. Estancou. Por conta disso, foi o principal prejudicado pela morte de Eduardo Campos.

    O fato é que, à exceção da direita mais radical, todos estão vendo o pretenso novo “príncipe da República” se esboroar contra o solo.

    Eis que surge Marina, herdeira política da “santificação” instantânea que a morte concede no Brasil. Contudo, passados alguns dias a justificada gritaria dos que perderam seus imóveis com a queda do avião de Campos começa a fazer as pessoas acordarem.

    Chega a ser estupefaciente que, passados mais de dez dias, não se tenha chegado ao dono de um avião que o político morto usava de modo tão intenso. O jogo de empurra vai deixando claros os interesses obscuros que financiavam Campos e que continuarão financiando Marina.

    As suspeitas de ilegalidade no uso da aeronave ainda não chegaram ao eleitorado, mas já estão sob escrutínio da Polícia Federal e da Justiça Eleitoral. A cada dia se entende cada vez menos a origem daquele avião e que tipo de acordos o colocaram à disposição de Campos.

    Mesmo que os adversários de Marina não tenham coragem de explorar o escândalo que vai nascendo – e, no que diz respeito ao PSDB, seus blogueiros e colunistas amestrados já exploram o caso –, a Justiça Eleitoral dificilmente vai se contentar com explicações vagas.

    De quem é o avião que Campos usava como seu? Quem pagou? Quanto foi pago? Foi declarado à Justiça Eleitoral?

    Marina, segundo já admite a mídia, pode ter a candidatura impugnada por esse caso.

    Mesmo que a Justiça Eleitoral não tenha coragem de chegar a tanto, as obscuras contas de campanha do PSB já revelam que Marina não tem as diferenças que apregoa em relação a outros políticos.

    Tanto Marina quanto Aécio são daqueles políticos que quanto mais forem conhecidos, pior para eles.

    No caso de Marina, até mesmo o tal “mercado” já começa a perceber que um seu governo seria fraco por falta de base política sólida. Ela teria que bater às portas do PSDB e do PMDB ou deste e do PT.

    Estadão, Época e Reinaldo Azevedo saíram na frente na pancadaria contra Marina. Ou seja, o PSDB saiu na frente contra Marina – até por ela prejudicar mais os tucanos, ao menos no momento.

    O PT parece menos preocupado com Marina do que com o bombardeio da mídia.

    No terceiro programa de Dilma no horário eleitoral, o PT alternou a estratégia de acusar a mídia com a estratégia que esta chama de “nós contra eles”, ou seja, mostrar como o povão passou a desfrutar do que antes era exclusividade da elite, como acesso a universidades, a casa própria, a aeroportos.

    Lula, no horário eleitoral, é uma bomba atômica. Deve ser um dos políticos que menos perdeu com as manifestações de junho do ano passado, apesar de Dilma ter sido quem mais perdeu. O chamamento à reflexão que o ex-presidente tem feito dificilmente deixará de produzir efeitos eleitorais.

    A vantagem de Dilma é a de que ela não precisa melhorar muito as suas intenções de voto. Se ganhar meia dúzia de pontos nas pesquisas pode até liquidar a fatura no primeiro turno. Já Marina e Aécio precisam de muito mais.

    Ameaçados por um avião e um aeroporto, Mariana e Aécio podem ter perdido o voo que conduziria um deles à Presidência da República. Mais ironia do que isso, impossível.

     

  7. Onde fica a credibilidade?

    Partido Socialista Brasileiro—–Manifesto——-Os atuais membros do Partido Socialista Brasileiro, reunidos em Convenção Nacional,
    – Considerando que a Sociedade atual assenta em uma ordem econômica de que decorrem, necessariamente, desigualdades sociais profundas e o predomínio de umas nações sobre outras, o que entrava o desenvolvimento da civilização;
    – Considerando que a transformação econômica e social que conduzirá à supressão de tais desigualdades e predomínio pode ser obtida por processos democráticos;
    – Considerando, ainda, que as condições históricas, econômicas e sociais peculiares ao Brasil não o situarão fora do mundo contemporâneo, quanto aos problemas sociais e políticos em geral e as soluções socialistas que se impuseram.

    Resolvem constituir-se em Partido, sob o lema de Socialismo e Liberdade, e orientado pelos seguintes princípios:

    I – O Partido considera-se ao mesmo tempo resultado da experiência política e social dos últimos cem anos em todo o mundo e expressão particular das aspirações socialistas do povo brasileiro.

    II – As peculiaridades nacionais serão pelo partido consideradas, de modo que a aplicação de seus princípios não constituía solução de continuidade na história política do País, nem violência aos caracteres culturais do povo brasileiro.

    III – Sem desconhecer a influência exercida sobre o movimento socialista pelos grandes teóricos e doutrinadores que contribuíram, eficazmente, para despertar mo operariado uma consciência política necessária ao progresso social, entende que as cisões provocadas por essa influência nos vários grupamentos partidários estão em grande parte superadas.

    Por ocasião da II Convenção Nacional da Esquerda Democrática, realizada no Rio de Janeiro em abril de 1947, constituiu-se o Partido Socialista Brasileiro.
    IV – O Partido tem como patrimônio inalienável da humanidade as conquistas democrático-liberais, mas as considera insuficientes como forma política, para se chegar à eliminação de um regime econômico de exploração do homem pelo homem.

    V – O Partido não tem uma concepção filosófica da vida, nem credo religioso; reconhece a seus membros o direito de seguirem, nessa matéria, sua própria consciência.

    VI – Com base em seu programa, o Partido desenvolverá sua ação no sentido de fazer proselitismo, sem prejuízo da liberdade de organização partidária, princípio que respeitará, uma vez alcançado o poder.

    VII – O objetivo do Partido, no terreno econômico e a transformação da estrutura da sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que procurará realizar na medida em que as condições do País a exigirem.

    VIII – No terreno cultural, o objetivo do Partido é a educação do povo em bases democráticas, visando a fraternidade humana e a abolição de todos os privilégios de classe e preconceitos de raça.

    IX – O Partido dispõe-se a realizar suas reivindicações por processos democráticos de luta política.

    X – O Partido admite a possibilidade de realizar algumas de suas reivindicações em regime capitalista, mas afirma sua convicção de que a solução definitiva dos problemas sociais e econômicos, mormente os de suma importância, como a democratização da cultura e a saúde pública, só será possível mediante a execução integral do seu programa.

    XI – O Partido não se destina a lutar pelos interesses exclusivos de uma classe, mas pelos de todos os que vivem do próprio trabalho, operários do campo e das cidades, empregados em geral, funcionários públicos ou de organizações paraestatais, servidores das profissões liberais – pois os considera, todos, identificados por interesses comuns. Não lhe é, por isto, indiferente a defesa dos interesses dos pequenos produtores e dos pequenos comerciantes.

    Com base nos princípios acima expostos, o Partido adota o seguinte:

    PROGRAMA

    Classes Sociais – O estabelecimento de um regime socialista acarretará a abolição do antagonismo de classe.
    Socialização – O Partido não considera socialização dos meio de produção e distribuição a simples intervenção de Estado na economia e entende que aquela só deverá ser decretada pelo voto do parlamento democraticamente constituído e executada pelos órgãos administrativos eleitos em cada empresa.
    Da Propriedade em Geral – A socialização realizar-se-á gradativamente, até a transferência, ao domínio social, de todos os bens passíveis de criar riquezas, mantida a propriedade privada nos limites da possibilidade de sua utilização pessoal, sem prejuízo do interesse coletivo.
    Da Terra- A socialização progressiva será realizada segundo a importância demográfica e econômica das regiões e a natureza de exploração rural, organizando-se fazendas nacionais e fazendas cooperativas, assistidas estas, material e tecnicamente, pelo Estado. O problema do latifúndio será resolvido por este sistema de grandes explorações, pois assim sua fragmentação trará obstáculos ao progresso social. Entretanto, dada a diversidade do desenvolvimento econômico das diferentes regiões, será facultado o parcelamento das terras da Nação em pequenas porções de usufruto individual o­nde não for viável a exploração coletiva.
    Na Indústria – Na socialização progressiva dos meios de produção industrial partir-se-á dos ramos básicos da economia.
    Do Comércio -A socialização da riqueza compreenderá a nacionalização do crédito, que ficará, assim, a serviço da produção.

    DAS FINANÇAS PÚBLICAS

    – Serão suprimidos os impostos indiretos e aumentados, progressivamente, os que recaiam sobre a propriedade territorial, a terra, o capital, a renda em sentido estrito e a herança, até que a satisfação das necessidades coletivas possa estar assegurada sem recurso ao imposto.
    – Os gastos públicos serão orçados se autorizados pelo Parlamento, de modo que assegurem o máximo de bem-estar coletivo.

    DA CIRCULAÇÃO

    -O comércio exterior ficará sob controle do Estado até se tornar função privativa deste. A circulação das riquezas será defendida dos obstáculos que a entravam, promovendo-se formas diretas de distribuição, sobretudo através de cooperativas.

    ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

    – O trabalho será considerado direito e obrigação social de todo cidadão válido, promovendo-se a progressiva eliminação das diferenças que atualmente separam o trabalho manual do intelectual. O Estado assegurará o exercício desse direito. O cidadão prestará à sociedade o máximo de serviços dentro de suas possibilidades e das necessidades sociais, sem prejuízo de sua liberdade, quanto à escolha da empresa e da natureza da ocupação.
    – A liberdade individual de contrato de trabalho sofrerá as limitações decorrentes das convenções coletivas e da legislação de amparo aos trabalhadores.
    – Os sindicatos serão órgãos de defesa das forças produtoras. Deverão, por isto, gozar de liberdade e autonomia.
    – Será assegurado o direito de greve.

    ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

    – O Estado será organizado democraticamente, mantendo sua tradicional forma federativa e respeitando a autonomia dos municípios, observados os seguintes princípios:
    • constituição dos órgãos do Estado por sufrágio universal, direto e secreto, com exceção do judiciário;
    • Parlamento permanente;
    • autonomia funcional do poder judiciário;
    • vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de seus vencimentos;
    • justiça gratuita;
    • neutralidade do Estado em face dos credos filosóficos e religiosos;
    • liberdade de organização partidária dentro dos princípios democráticos;
    • a política externa será orientada pelo princípio de igualdade de direitos e deveres entre as nações, e visará o desenvolvimento pacífico das relações entre elas. Só o parlamento será competente para decidir da paz e da guerra.

    DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO

    – Todos os cidadãos serão iguais perante a lei, sendo-lhes asseguradas as liberdades de locomoção, de reunião, de associação, de manifestação do pensamento, pela palavra escrita, falada ou irradiada; a liberdade de crença e de cultos, de modo que nenhum deles tenha com o governo da União ou dos Estados relações de dependência ou aliança.
    – Será assegurada a igualdade jurídica do homem e da mulher.

    EDUCAÇÃO E SAÚDE

    – A educação é direito de todo cidadão, que a poderá exigir do Estado, dentro dos limites de sua vocação e capacidade, sem qualquer retribuição. A educação visará dar ao homem capacidade de adaptação à sociedade em que vive e não a um grupo ou classe. O ensino oficial será leigo e organizado de modo que vise o interesse público e não fins comerciais. O professor terá liberdade didática em sua cadeira. O educador, no exercício de sua profissão, nenhuma restrição sofrerá de caráter filosófico, religioso ou político.
    – A manutenção da saúde pública é dever do Estado, que não só estabelecerá condições gerais capazes de assegurar existência e trabalho sadios em todo o território nacional, como ainda proporcionará a todos assistência médico-higiênica e hospitalar.

    REIVINDICAÇÕES IMEDIATAS

    Enquanto não lhe for possível, como governo, realizar esta programação, o Partido propugnará as seguintes, que serão ampliadas e desdobradas na medida em que a consecução de umas permita a apresentação das subseqüentes, bem como de outras que, dentro dos princípios gerais do Partido, devam ser levantadas em virtude do aparecimento de novas situações:
    1º – Subordinação da nacionalização de bens pela União, Estados e Municípios, em cada caso particular, ao voto das respectivas câmaras legislativas.
    2º – Administração das empresas nacionalizadas por órgãos constituídos de representantes dos respectivos governos, indicados pelo Executivo e aprovados pelo Legislativo, e de representantes eleitos pelos empregados das empresas.
    3º – Nacionalização das fontes e empresas de energia, transportes e indústrias extrativistas consideradas fundamentais. Elaboração e execução de um plano destinado a colocar o potencial de energia hidráulica e de combustíveis a serviço do desenvolvimento industrial. Exclusividade da navegação de cabotagem, inclusive fluvial, para os navios brasileiros.
    4º – Nacionalização das terras não exploradas, ou de terras cuja exploração atual não atende ao interesse público, a partir das situadas nas regiões populosas, de modo adequado, inclusive pela instalação de cooperativas de trabalhadores. Assistência financeira, material e técnica às cooperativas nos latifúndios e às organizadas pelos pequenos agricultores. Abolição imediata do aforamento de terras particulares. Proibição de alienação das terras públicas, sendo a renda do domínio direto partilhada pelos governos federal, estaduais e municipais.
    Parcelamento das terras da Nação o­nde não for viável a instalação de cooperativas, em pequenas porções de usufruto individual.

    Libertação de uma área em torno das cidades, vilas e povoados, destinada à produção de gêneros de imediato consumo alimentar local. Concessão de crédito fácil e barato (penhor agrícola) aos pequenos agricultores.
    5º – Nacionalização do crédito e das operações de seguro. Abolição dos impostos sobre o comércio interestadual, sobre os gêneros de primeira necessidade, vestuário indispensável às classes pobres e médias, livros, medicamentos e demais utilidades destinadas à educação e saúde públicas, instrumentos manuais do trabalho do operário urbano ou o trabalhador rural, e dos pequenos agricultores e, ainda, sobre a renda mínima necessária a uma subsistência digna e eficiente e sobre as pequenas propriedades agrícolas. Abolição gradativa dos impostos indiretos e taxação fortemente progressiva sobre a terra, a renda, o capital e a herança;
    6º – Incentivo à organização de cooperativas de consumo, em municípios, bairros e empresas pela facilitação de crédito e isenção de impostos;
    7º – Liberdade e autonomia dos sindicatos, considerada a unidade sindical dos trabalhadores, aspiração a ser realizada por eles próprios; direito irrestrito de greve em todos os ramos da atividade profissional; organização do trabalho de modo que os direitos individuais e sociais dos trabalhadores sejam assegurados e ampliados, que na indústria quer no campo; salário mínimo que possa garantir o necessário à subsistência do trabalhador e de sua família e à educação de seus filhos; seguro social universal; instituto único de previdência e assistência, dirigido por órgão misto de representantes das partes contribuintes e descentralizado administrativamente no que diz respeito à concessão de benefícios; participação dos trabalhadores na direção e nos lucros das empresas, independentemente dos salários; fixação das aposentadorias e pensões em quantia nunca inferior ao salário mínimo; impenhorabilidade da casa de pequena valia o­nde residir o devedor; reconhecimento do direito de sindicalização a todas as categorias profissionais, inclusive aos funcionários públicos, federais, municipais e paraestatais; elaboração e execução de um plano do sistema de transporte, marítimo, fluvial, terrestre e aéreo, de modo a permitir a articulação das comunicações entre as nossas diversas regiões; estímulo à imigração para desenvolvimento industrial e agrário do país e povoamento do seu solo, respeitada a segurança nacional; livre entrada para as máquinas operatrizes e aparelhamentos industriais não fabricados no Brasil; tarifa de renda de 15% para os demais produtos e matérias-primas que não tenham similar nacional segundo um plano a ser executado em cinco anos.
    8º – Defesa e desenvolvimento da forma democrática de governo e garantias às liberdades e direitos fundamentais do homem; regime representativo de origem popular, através do sufrágio universal, direto e secreto, com representação proporcional, garantida a possibilidade do exercício do direito do voto a bordo, a tripulantese passageiros e a empregados em ferrovia ou rodovia, durante a viagem; direito de voto a todos os militares e aos analfabetos; liberdade e manifestação do pensamento pela palavra escrita, falada e irradiada; liberdade de organização partidária, de associação, de reunião; igualdade jurídica do homem e da mulher; liberdade e crença e de cultos, de modo que nenhum deles tenha com o governo da União ou dos Estados relações de dependência ou aliança; proibição de qualquer espécie de subvenção, auxílio ou doação oficial a igrejas, congregações ou organizações religiosas ou filosóficas; organização racional das repartições públicas.

    Unidade do direito substantivo, do processual e da magistratura; justiça gratuita; restauração da instituição do júri sobre suas bases populares; adoção, na justiça do trabalho, do critério de escolha, nomeação e carreira vigente na justiça comum; extensão aos juízes do trabalho das garantias vigentes para a justiça comum: gratuidade do registro civil das pessoas naturais, compreendendo nascimentos, casamentos e óbitos; transformação, para isto, dos respectivos cartórios em departamentos do Estado, mediante o enquadramento de seus serventuários no funcionalismo, para todos os efeitos, ainda que subordinado o respectivo serviço ao Judiciário.
    Fortalecimento do Poder Legislativo pela adoção do sistema unicameral com uma assembléia permanente, cujas sessões só se poderão suspender a seu próprio critério.
    Responsabilidade efetiva dos governantes em todos os seus graus, criando-se para isto órgãos de fiscalização, ligados diretamente ao Poder Legislativo e exclusivamente dele dependente.
    Competência ao Supremo Tribunal Federal para declarar a inconstitucionalidade do estado de sítio, quando decretado com inobservância das condições e limites fixados na Constituição.
    Autonomia do Distrito Federal, quanto aos seus interesses puramente locais, e eleição do seu prefeito e da Câmara local pelo voto popular.
    Instituições, nos Estados, de órgãos deliberativos para decisões em matéria fiscal, à maneira do que já ocorre em relação à União.
    9º – Plano nacional de educação que atenda à conveniência de transferir-se gradativamente o exercício desta ao Estado e de suprimir-se, progressivamente, o ensino particular de fins lucrativos; subordinação do ensino particular ao interesse público. Autonomia administrativa e didática das universidades; liberdade de programas no ensino superior e no secundário, sem prejuízo do currículo geral. Liberdade de cátedra. Criação e incentivo de órgãos culturais complementares do organismo educacional. Subordinação obrigatória de funcionamento de fábricas ou quaisquer empresas agrícolas e industriais de relativa importância ao funcionamento de creches, ambulatórios, escolas, restaurantes e cozinhas centrais junto a elas. Gratuidade e obrigatoriedade imediatas do ensino primário; gratuidade do ensino técnico profissional; gratuidade do ensino secundário e superior, na medida do possível. Amparo material ao estudante pobre, quanto ao ensino secundário e ao superior, na medida de suas necessidades e de seu merecimento. Correspondência do ensino técnico-profisional do primeiro e do segundo grau com os caracteres e as necessidades da economia regional, criação de institutos agronômicos e de pesquisas nas diversas regiões do país, conforme suas condições geoeconômicas.
    Destinação de um mínimo de 15% da receita pública ao ensino, com sua aplicação no mesmo orçamentário. Remuneração do professor na base da manutenção de uma existência digna, incluída uma quota destinada ao desenvolvimento do seu preparo; adoção de uma escala de salários estabelecida com um critério capaz de atrair o professor para as zonas menos povoadas e de menores recursos; afastamento do simples arbítrio do Executivo no recrutamento dos quadros docentes.
    Organização adequada dos serviços de saúde pública; assistência médica para os trabalhadores, mediante planos de remuneração mínima, ou até de gratuidade, conforme o caso, sem prejuízos das aspirações de sobrevivência e progresso técnico da profissão.
    Combate às endemias e eficazes medidas contra a desnutrição do povo, especialmente das crianças, dos trabalhadores e das gestantes; adoção de um plano geral do amparo à maternidade e à infância, envolvendo a organização do trabalho, a educação e a assistência médico-higiênica propriamente dita; desenvolvimento da assistência hospitalar, mediante subordinação dos estabelecimentos de caridade já existentes a um plano geral de assistência que os coloque a serviço efetivo do povo; saneamento das regiões insalubres, a começar pelas mais povoadas; assistência à invalidez, desenvolvimento de um plano destinado a atrair e fixar nos municípios do interior, privados de assistência médico-profissional, os que ali possam viver de sua profissão, com benefício para a coletividade; disseminação adequada de centos de Puericultura e Centros de Saúde e fomento à organização de Escolas de Enfermagem e Obstetrícia prática, estas principalmente nas cidades do interior; saneamento permanente de rios, portos e canais.

    url:

    http://www.psb40.org.br/fixa.asp?det=1

    1. Num avião, esse verdadeiro

      Num avião, esse verdadeiro vilão diabólico da poluição (Segundo Giannetii, um dos mais destacados gurus da “nova política”)?

      Ou será que o combustível é ecologicamente correto?

      Ou serão borboletas que, num esforço hercúleo pela candidata “verde”, está movendo a aeronave?

  8. Traíras, ratos eleitorais!

    São uns traíras, ratos eleitorais! Bastou Campos falecer em trágico acidente que eles abandonaram as ideias que ele defendia e que agora são defendidas pela candidatura Marina Silva!

    Falta de compromisso político! São uns desonrados!

    Em Westeros, teriam as cabeças cravadas em lanças!

     

     

  9. Este tipo de notícia só

    Este tipo de notícia só favorece a candidata do PSB e desfavorece a política.Quanto mais noticiarem que a candidata está longe de acordos políticos e,principalmente,dos políticos,mais ela representará o novo.

    Se alguma coisa de lógica funcionasse esta senhora sequer seria candidata.

     

    1. Tão “novo” quanto o era “novo” o Collor

      Com Necas, Laras e Rezende e Giannettis a tiracolo a Marina é o novo, parem o mundo que quero descer

      Saiba que Marina não é nada de “novo”, desde quando esses abutres que estão por trás de Marina, com muita sede no pote, são novos, chamar Marina de representante do “novo” é de morrer de rir não fosse trágico

      http://www.josecarloslima85.blogspot.com

  10. Marina e voto anti-PT e os

    Marina e voto anti-PT e os acenos para José Serra

    Em 2010 Marina Silva teve 20% dos votos, muitos deles saíram de certa desilusão com o encaminhamento daquela Eleição, onde os candidatos Dilma e Serra foram colocados num embate fratricida, impulsionado pela velha imprensa. 

    Lembram-se das constantes denúncias da mídia à Dilma, quase todas infundadas e pós-Eleição esquecidas. Dilma foi acuada no pleito e Serra, na sua campanha se mostrava um tanto transtornado, batendo em quem via pela frente e pautando o debate com a temática do Aborto, da quebra do sigilo fiscal da filha, etc. 

    Tornou-se cansativa a contenda, mas favorável à sucessora de Lula, até que descobriram uma forma nova, a velha mídia descobriu, para levar a disputa para o segundo turno: criar uma terceira via, onde as sujeiras da Política e a agressividade das campanhas maiores seriam abandonadas por uma candidata outra, que foi Marina, assumindo insatisfações crescentes da sociedade, sobretudo da juventude, que desembocou, sabemos, em 2013 nas históricas Jornadas de junho e um de seus motes: o desencanto com a Política tradicional via partidos, jovens criminalizando políticos, partidos políticos e a Politica. Grupos de jovens apolíticos, horizontais ou anárquicos se fazendo notar.

    Marina retirou votos de Serra, no primeiro turno, em 2010?

    Pergunto eu?

    Acredito que sim! Já existia uma vontade de parcela da sociedade anti-PT, mas não pró-PSDB de se fazer notar na Eleição: Marina apareceu.

    Hoje, Marina acena para Serra em sua campanha. Um tiro no pé, penso eu. 

    Afinal, desses 20% do eleitorado tínhamos parte dele como contrários às atitudes de Serra, que se confirma, porque em 2012 sua rejeição na Eleição municipal era maior do que 50%. Retira-se o eleitorado petista e, ainda assim, tem eleitor não petista rejeitando o Serra, que deve continuar agora. 

    Marina está perdendo alianças porque vai além das propostas de Eduardo, vai para um caminho, que creio eu, não agrada o Agronegócio, a Indústria e o Comércio, via seu ambientalismo radical e a diminuição do consumo. 

    O que acontece de novo e pode modificar em breve o número de eleitores da candidata é que conforme Marina se manifesta no programa eleitoral, conforme se encontrem notícias na mídia e na internet de sua adesão ao modelo da velha política, seus votos voláteis, dos desencantados com a Política, que ela pensa possuir voltam a ser votos brancos ou nulos.  

    Marina tirou + ou – 10% dos votos indecisos, brancos e nulos desta Eleição, e que devem ser associados a uma terceira via de 2010. Se ela deixar de ser a terceira via e se parecer com Aécio e Dilma, na lógica deste eleitor, estes votos se evaporam. 

    Marina, também, recebeu, uma parcela de votos de Aécio, que era do anti-petismo, mas o anti-petismo possui, uma subdivisão interessante, um grupo de eleitores, que podemos chamar de hierárquico, ou seja, gradua com notas os candidatos. Vou explicar:

    Hierárquico = dá nota ao candidato ou os coloca numa ordem de preferência. Então, Marina tem nota 8 – Aécio tem nota 2 e Dilma nota 0. 

    Sobram-se dois candidatos para votar, a hierarquia decide o voto. Sobrou Aécio e Dilma – Aécio com 2 ganha o voto porque Dilma tem nota 0; sobrou Marina e Dilma para votar dá Marina, que tem nota 8; já, entre Marina e Aécio dá Marina, porque ela tem nota 8 e Aécio nota 2. 

    Este eleitor não é o pequeno grupo de eleitores que poderiam migrar de Marina para Dilma num segundo turno. Pode ser visto como o grupo que diz que o PSDB e o PT são corruptos, mas este eleitor é, acima de tudo anti-PT. Em não tendo PT, mas sim, Marina, o PSDB perde o voto para Marina. 

    PSDB é voto conservador em todos os aspectos, numa analogia, é, hoje, quase todo, filho da Revista Veja. Em Marina, ainda temos, um tipo de eleitor que enxerga na candidata uma mudança real e até atitudes progressistas, como é o caso da defesa do meio-ambiente, mesmo que seja uma defesa questionável; porém, este eleitor, não tem esta dimensão para criticar o meio-ambiente defendido pela candidata, de compreender seu modelo de sustentabilidade. Mais os desencantados com a Política tradicional.

    Marina ao ser necessária sua inclusão no mundo real da Política, para vencer e ter governabilidade, antes do término do segundo turno, pode retroceder em votos; só o simples aceno para uma das figuras menos queridas, atualmente, do eleitorado: José Serra, pode ser fatal.

    Não seria um erro dar guarida ao Serra em sua campanha? Para ele, candidato a Senador, pode ser útil. 

    É uma estratégia que Serra se vale, na esperteza dele: fica em cima do muro e entre duas candidaturas, a de Marina e a de Aécio e sonha ganhar os votos dos dois para se eleger Senador por São Paulo. 

    Para Aécio pode ser bom, se desvencilhar da rejeição de Serra, afinal Marina apoia o Serra e sua rejeição vem junta, o que pode repor para Aécio os votos necessários para ultrapassar Marina, até o final do primeiro turno e chegar ao segundo turno contra Dilma.

    Serra manteria os votos anti-petistas, porque na hierarquia desse voto, ele está com nota melhor, claro, que Suplicy é capaz de penetrar até em pequena parcela desse voto, por ser um candidato carismático e que sua imagem está, além, dos partidos e sem receber pancadaria da velha mídia.

    Seria uma estratégia pensada por Serra e Aécio, Serra associado à Marina? Ou Serra quer dar um tombo no Aécio, por não ser o Serra o candidato do PSDB? São as perguntas que ficam. 

  11. Comportamento PSB

    Não sou filiado ao PSB mas ficaria envergonhado deste partido se o fosse. Simplesmente abriram mão de sua ideologia para entregar o partido para a direita que certamente os jogará no lixo assim que não precisarem mais.

    Este tipo de comportamento deixa sequelas. O PSB será sempre lembrado como um partido de aluguel e não mais como uma legenda séria que estava, creio eu, preocupada com os destinos do Brasil. O EC deve estar se revirando no caixão agora.

  12. Embuste

    Entro no blog de Nassif e tenho o desprazer de dar de cara com um post do Gunter Z. tentando justificar o injustificável: seu voto em Marina Silva. Ele que passou meses alegando que não ia votar em Dilma por causa de Feliciano e dos evangélicos em geral, de quem Dilma recebia um apoio fraco e circunstancial, agora vota numa pessoa que se pronunciou em defesa de Feliciano e que comunga com várias de suas convicções, a própria evangélica fundamentalista. Eu é que não vou abrir e ler a íntegra desse nhenhenhém e muito menos me dar ao trabalho de comentar essa baboseira, essa peça de desonestidade intelectual que, como sempre ocorre aqui no blog, ganha indevido destaque. Pergunto aos muitos que como eu vêem o óbvio, ou seja, que a posição do cara é insustentável: por que vcs prestigiam esse lixo entrando e comentando?   

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador