O cenário eleitoral 2016 e 2018

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – “A opinião pública não conhece as ideias dos candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo. Mas sabe que nas prévias houve uso da máquina do governo estadual, do poder econômico e que militantes foram pagos”, publicou Ilimar Franco, em sua coluna de hoje (01).
 
Para além do campo municipal, na disputa deste ano, o jornalista lembra que o cenário de pesquisas eleitorais para 2018 se, por um lado, preocupam os petistas com a alta rejeição ao nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também preocupam os tucanos que ainda não souberam aproveitam a brecha deixada pelo espaço do PT nas urnas. A conclusão é que, se o desempenho de Lula não garante a sua vitória, ainda pode salvar o partido de uma grande derrocada.
 
Sem chegar à disputa ao Planalto, na gestão atual, os aliados do Congresso também se dividem. O senador Lindbergh Farias criticou duramente a presidente Dilma Rousseff, em entrevista concedida neste domingo (28). Gleisi Hoffmann, ao contrário, convocou o partido a não dar “as costas” para a presidente. “Nós temos que ajudar. O PT não pode virar as costas. A presidente precisa de nós. Ela governa para todos, mas deve ser orientada pelo programa que lhe deu a vitória nas urnas”, disse a senadora.
 
Abaixo a política
 
Por Ilimar Franco
 
De O Globo
 

A opinião pública não conhece as ideias dos candidatos do PSDB à prefeitura de São Paulo. Mas sabe que nas prévias houve uso da máquina do governo estadual, do poder econômico e que militantes foram pagos. As acusações ocorrem entre companheiros. Em outubro, adversários vão disputar o pleito. O que esperar? Consultores avaliam que essa troca de farpas será generalizada e que isso fará a militância antipolítica se fortalecer. (O empresário João Doria ficou em primeiro lugar nas prévias, com 43,13% dos votos).

Ecos políticos da Lava-Jato

Analistas políticos estão debruçados na pesquisa Datafolha (24 e 25/2), pois revela que ninguém está ocupando o espaço aberto pela rejeição ao ex-presidente Lula (49%). É grande o impacto negativo decorrente da Operação Lava-Jato e seus desdobramentos. Ainda assim, nos diversos cenários, Lula oscila de 19% a 21%. Derrotado em 2014 pela presidente Dilma, o senador Aécio Neves (PSDB) oscila entre 20% a 24%. Marina Silva (Rede) está no mesmo nível, patamar, indo de 17% a 23%. Especialistas avaliam que falta quem aglutine as forças sociais. O desempenho de Lula não lhe permite vencer em 2018, mas pode salvar o PT da uma grande derrocada.

“Nós temos que ajudar. O PT não pode virar as costas. A presidente precisa de nós. Ela governa para todos, mas deve ser orientada pelo programa que lhe deu a vitória nas urnas”

Gleisi Hoffmann, senadora do PT e ex-chefe da Casa Civil da presidente Dilma

Tricotando

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o presidente do PSDB, Aécio Neves, tiveram uma conversa na semana passada. Na mesa, a candidatura de Carlos Osorio à prefeitura. Paes quer Osorio fora e teria acenado com aliança em futuros projetos.

Resgate

A defesa do governador Geraldo Alckmin (SP) por prévias para a escolha do candidato do PSDB à Presidência (2018) já foi defendida, no passado, pelo senador Aécio Neves (MG). Tucanos paulistas lembram que, em 2009, o mineiro foi um fervoroso defensor das prévias para as eleições de 2010, quando o PSDB optou por lançar José Serra.

Fora da lista

As associações de carreira da AGU foram surpreendidas com a nomeação do ex-ministro José Eduardo Cardozo. Elas preparavam uma votação nacional para eleger uma lista tríplice para submeter à presidente Dilma.

Estica, encolhe e puxa

Há um debate interno no PT sobre as eleições 2016. Uma ala do partido defende o lançamento do maior número possível de candidatos às prefeituras. Diz que, embora fragilizado, o PT tem que ir para o ringue. Outras lideranças da sigla dizem que é melhor se preservar e apoiar aliados.

Esquentou a chapa

Bombeiros também entraram em campo. Procuram minimizar a divergência entre PT e governo na votação da Petrobras. Lembram que isso já ocorreu na votação das MPs do Ajuste Fsical, a 664 e a 665, e o mundo não acabou.

Teto de vidro

Deputados reclamam do lobby de representantes do Judiciário. Eles pressionam pela rejeição do texto que regula o teto do funcionalismo público. Pedem que diárias não sejam calculadas no teto

O senador Paulo Rocha deve ser anunciado, nesta semana, o novo líder do PT na Casa. O ex-líder Humberto Costa assumiu a liderança do governo.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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  1. Os tucanos amam tanto a

    Os tucanos amam tanto a cidade de SP que é apenas por este amor incondicional que estão se pegando a socos, tapas e cuecas sujas pelo direito de poder disputar a eleição a prefeito deste ano.

  2. Ainda acho o Lula o melhor

    Ainda acho o Lula o melhor candidato para 2018.

    Quando o eleitor tomar conhecimento que o Serra está vendendo o patrimônio dos seus dependentes, que o PSDB rouba a comida das criancinhas, que o Aécio está envolvidos em falcatruas, acredito que o PSDB não vá nem ao segundo turno.

    Apesar de tudo, sou mais o Lula para 2018, ainda mais se conseguir o atestado de bons antecedente  do Mouro.

      1. Os 30% coxinhas não estão nem

        Os 30% coxinhas não estão nem aí, tanto que o PSDB faz o que quer com eles.

        Mas, os 40% maria vai com as outras, é quem decidem as eleições.Essa parcela do eleitorado que vai de um lado para o outro de acordo com a maré.

  3. Se a eleição fosse hoje, tá tranquilo e favorável

    O cenário tá bom para Lula.

    Do outro lado: Serra, metido no rolo da privatização da Petrobras (pré-sal); Aécio, metido na Lava Jato e Furnas; Alckmin, que governa SP há 200 anos, quebrou o estado e ainda rouba merenda dos filhos dos trabalhadores; Marina, lunática e errática, está sempre fora do eixo. E tem o Bolsonaro. Pra oposição, pior que tá num fica.

     

  4. A eleição de 2018 passa por

    A eleição de 2018 passa por essa em 2016  e não se resume só para presidente. Hoje a principal dificuldade do governo esta no congresso, o PT e seus aliados elegeram menos de 100 deputados. Claro que a base tem maioria mas normalmente vota contra o governo porque muitos deputados do PMDB, PP, PR, PSD fizeram campanha contra a Dilma em 2014.

    Nesse cenário é importante o PT focar nas eleições municipais, lançando candidatos a prefeitos e vereadores. Porque mesmo que derrotados nas eleições esses candidatos serão a base para a eleição de 2018. Tudo se resolve nos municipios e aonde surgem as novas lideranças.

    O PT focou nas últimas 3 eleições em SP, ganhou uma e perdeu duas. Mas por focar em SP deixou de ganhar em outras cidades, dando corpo aos partidos como PMDB, PR, PP, PSC e o próprio PSDB. Ganhar as prefeituras ou mesmo elegendo vereadores aumenta a capilaridade do partido, é ver o poder do PMDB.

    Porque toda a evolução do PT se deu apartir das eleições municipais. E quando o PT chegou em Brasília já tinha bagagem de governar cidades importantes como Porto Alegre e São Paulo. Então o PT tem que dar atenção especial as eleições municipais. Ganhar ou perder é relativo, o importante é o partido colocar opções boas nas eleições, priorizar as coligações com partidos que realmente dão apoio ao governo, se for necessário romper com o PMDB que seja agora nas eleições e não em 2017 quando o PMDB tiver 3 ou 4 vezes mais prefeitos que o PT. Porque nas eleições todos saem de zero, ninguém tem certeza que vai ganhar, agora se o PT lançar menos de 1000 candidatos nunca será o partido com mais prefeitos. 

  5. lula ainda é a melhor opção

    lula ainda é a melhor opção justamente porque o grande debate

    será a entrega do pre-sal e da petrobtás proposta pela oposição…

    na eleição ontra o alquimisita, lula deu um banho, no debate sobre estatais, etc…

  6. Muito dificil prever as eleições de 2018 hj

    Para saber o futuro politico de Lula, é so esperarmos os desdobramentos de mais uma fase da Lava Jato e o que muda ou não como o novo Ministro da Justiça.

  7. 2018…

    A eleição de 2018 vai ser muito interessante.

    Pela direita, Bolsonaro, Marina e Alckmin, e mais a miríade de nanicos que nem fedem nem cheiram. Pela esquerda, um provável candidato do PSOL com mais juízo e viabilidade do que Luciana Genro, Lula e Ciro Gomes, e aquela trupe nanica de pcos e pstus. Notem que já dou como certo o descarte de Aécio. Para mim, seu nome só tem sido mantido para proteger o telhado do governador de São Paulo, que não é nem de vidro, é de papel higiênico molhado, de tão frágil.

    O discurso extremista do Bolsonaro lhe garante uma partida acima dos 20%, roubando muitos votos do PSDB, de início. Mas os paulistas não vão deixar seu conterrâneo na mão, e a própria exposição do extremismo do Bolsonaro vai corroer sua base inicial. Mas ele garante uns 15%, acredito. Marina também come na panela da direita, e pode ser uma surpresa para a esta, embora eu acredite que só de fachada, eles sabem que podem contar com ela. Deve começar lá pelos 20% e levar pelo menos 15%. Na corrida final, Geraldo Alckmin deve colher uns 10 a 15 porcento dentro da direita. Vai tirar de Bolsonaro e Marina, principalmente, mas também dos Eimaiel, Pastores não-sei-das-quantas e toda essa escumalha da direita. Acredito que vá fechar perto dos 30%.

    Na esquerda, inicialmente, os votos vão se repartir entre Lula (mais ou menos metade dos 40% que sobraram), o candidato do PSOL – se eles se preocuparem em tentar ganhar e não apenas marcar posição – e o Ciro Gomes. Os nanicos serão quase irrelevantes, como sempre. Na reta final, deve prevalecer o voto útil, com o eleitorado de esquerda migrando para o candidato mais viável no enfrentamento com a direita. E eu não acredito que seja Lula, porque falta muito ainda para a eleição e até lá ele vai levar muita bomba, sem contar que pode ser preso, o que seria pesadamente explorado num segundo turno.

    Como o PSOL tem uma fama de radical (ao menos entre os moderadamente direitistas) e Lula possivelmente não será viável em um segundo turno, acho que se Ciro Gomes encarnar o papel de “radical” de centro-esquerda, um candidato comprometido de fato com a melhoria dos mais pobres, com um discurso forte mais sem radicalizar à esquerda, algo como dizer com todas as letras que não vai ficar pagando juros exorbitantes, que vai investir no que gere empregos, que vai aumentar os impostos DOS RICOS e diminuir os da comida, dos remédios, do que interessa aos trabalhadores, que vai corrigir a tabela do IR na fonte de verdade, e criar novas alíquotas para os que ganham muito de verdade (o que atrairia a classe média média), e outras propostas que acendam o imaginário do povão novamente, como na primeira eleição de Lula acendeu-se o da classe média, talvez, e só talvez, a esquerda tenha um candidato viável em um segundo turno.

    Claro que Ciro Gomes é apenas um nome. No momento, no campo progressista, o que tem maior “recall” fora do PT. Mas não vejo outro que possa aparecer e crescer até 2018.

     

  8.  
    Eu também sinto que o Lula

     

    Eu também sinto que o Lula candidato, vai aproveitar a chance única de tempo em rádio e TV para se dirigir ao grande público. O horário público gratuito que lhe for franqueado, será mais que suficiente para desmontar toda alegoria por trás da qual esse bando de hipócritas se utilisa para construir suas aleivosias.

    Pois, eles são como obras construidas com estuque, material adequado, apenas pra revestimento e ornamentos (enfeites). O PSDB não passa de estuque, ótimo pra decoração ornamental. A argamassa  não é material estrutural, se usada na construção civil como quer a burrice tucana, o edifício não se manterá em pé. Vejam o que está ocorrendo com São Paulo.

    Orlando

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