Questão nuclear: carta aberta ao ministro Joaquim Levy

Enviado por Almeida

da Fundação Heinrich Böll Stiftung

Questão nuclear: carta aberta ao ministro Joaquim Levy

 

Mais de 30 instituições, ONGs e cidadãos assinaram uma carta entregue ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pedindo a paralisação imediata das obras da usina nuclear de Angra III. A carta afirma que a população corre riscos de acidentes nucleares com a execução do projeto da obra, que está desatualizado. Além disso, o documento, lido pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também signatário, mostra que parar as obras seria uma grande economia para os cofres públicos. Leia a carta abaixo

Carta aberta ao Sr. Joaquim Levy

20/05/2015

Sr. Ministro, temos seguido pelos jornais seus esforços para diminuir os gastos do governo. Pois teríamos uma sugestão a lhe fazer, que se mede em termos de bilhões a serem economizados imediatamente: parar a construção da usina nuclear de Angra III.

Essa obra está cercada de possíveis surpresas desagradáveis: as que já estão sendo provocadas por revelações de grandes empresas que dela participam e têm seus nomes nas listas da Lava Jato; e as que podem ser determinadas pela Justiça, caso o Ministério Público leve adianteuma denúncia feita em 2010 pelo engenheiro de segurança Sidney Luiz Rabello da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Sua denúncia – que seus superiores tentaram desmentir sem o conseguir – foi a de que o projeto de Angra III é anterior aos grandes acidentes ocorridos a partir de 1979 e não foi atualizado para adequar-se às novas normas de segurança que a Agencia Internacional de Energia Atômica editou, em função desse acidente. O Procurador Federal então em exercício em Angra dos Reis transformou a denúncia em recomendação, bem fundamentada em processo de quatro volumes, a que infelizmente a Eletronuclear respondeu com a usual tecnicidade enganosa.

Sr. Ministro, parar esta obra, até que um dia o projeto seja revisto, lhe daria também a oportunidade de mostrar que, além de cuidar da economia, V.Exa. se interessa pela segurança e bem-estar da sociedade, preocupando-se, portanto, em evitar que venha a acontecer um acidente nuclear no Brasil, provocado por falhas de projeto, como os ocorridos em Chernobyl e Fukushima. Quem tem informações sobre os pormenores desses trágicos acidentes classifica-os como catástrofes, pelo sofrimento em curto e longo prazos dos trabalhadores das usinas e dos moradores das regiões circundantes, e pelos milhares de mortes que já causaram – continuando a ameaçar muitas gerações futuras, por força da contaminação radioativa de extensos territórios.

Mas referindo-nos apenas aos aspectos econômicos, V. Exa. certamente sabe que o sr. Pedro Malan, Ministro da Fazenda do sr. Fernando Henrique Cardoso, não tomou posição a favor ou contra o programa nuclear, mas não liberou verba para a construção de Angra III por causa do seu custo.

Sabe também, certamente, que um pedido de financiamento a bancos europeus para terminar a obra ficou muitos meses pendente, por falta de resposta brasileira a questões da companhia de seguros alemã Hermes, relativas à segurança da usina, e que esse pedido de financiamento foi então repassado à nossa Caixa Econômica Federal, que não pediu nenhuma informação desse tipo e o atendeu…

Parar esta obra também economizará muitos recursos futuros – sempre na ordem de bilhões – para o atual e para futuros governos, se a obra for realizada e tivermos que desativar o programa nuclear posteriormente, como está fazendo a Alemanha.O simples desmonte de uma usina e sua descontaminação (“descomissionamento”), pode durar de 20 a 60 anos, com custos em geral maiores do que o próprio custo de sua construção. Ao tomar a decisão de descontinuar seu programa nuclear a Alemanha passou a investir em fontes renováveis de energia, mais seguras e mais limpas – como a solar, por exemplo, que no Brasil temos de sobra para atender a boa parte de nossa demanda energética.

É bom lembrar que esses descomissionamentos nunca poderão ser deixados para depois, uma vez que centrais nucleares compõem-se de diversos edifícios, com equipamentos que não podem ser abandonados na natureza, com grandes quantidades de rejeitos radioativos(lembremo-nos de Goiânia, onde somente 19 gramas de cloreto de césio 137 deixadas num equipamento de radioterapia desativado causaram logo a morte de 11 pessoas e contaminaram 600 outras). Muitos desses rejeitos têm “meias-vidas” de milhares de anos e devem ser, por isso, “escondidos” em tuneis profundíssimos, isolados da biosfera, até que suas emissões radioativas caiam a níveis que não provoquem danos aos organismos vivos. 

Se pararmos Angra III antes dela começar a funcionar (e com isso passarimediatamente a ter como perspectiva transformar-se em “lixo atômico”), evitaremos essas preocupações. Só temos que desejar que não entremos numa onda mundial de abandono do nuclear por causa da ocorrência, em algum lugar do mundo, de um quarto acidente “severo”.

Mas falando de “lixo atômico”, chamaríamos sua atenção para o fato da Justiça Federal ter determinado que as usinas de Angra deverão parar se a Eletronuclear não resolver o problema do depósito definitivo, em local seguro, dos rejeitos nucleares que elas produzem ininterruptamente. Um de nossos deputados já lembrou que até agora nenhum país rico resolveu satisfatoriamente esse problema, apesar das enormes somas nisso despendidas (para muitos especialistas, o problema dos rejeitos é insolúvel…). O problema é que, dizendo“porque só nós, então?”,esse deputado conseguiu a proeza de arquivar, com seu relatório na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, um projeto que proibia novas usinas nucleares no Brasil enquanto o problema dos rejeitos não estivesse resolvido…

Pois é, Sr. Ministro, essa será outra enorme despesa se a Justiça Federal resolver que suas decisões devem ser cumpridas – e o prazo que ela deu para isso está dentro do atual mandato presidencial…

Nem falemos se – por infelicidade – o próximo acidente nuclear ocorrer em nosso país. As despesas do governo serão gigantescas, pois dezenas de milhares de pessoas terão que ser imediatamente evacuadas da região; milhares de alojamentos deverão ser construídos; ajudas e indenizações deverão ser pagas; e assistência médica e psicológica deverá ser oferecida… O valor é tão espantoso – a ser gasto por tanto tempo – que na Bielorrússia (por causa do acidente ocorrido em Chernobyl, na Ucrânia) e na França (onde uma das coisas que os franceses mais temem é um acidente em alguma de suas 58 usinas…) inventaram programas de reeducação pós acidente (“Ethos” e “SAGE”) em que, por não ser possível evacuar todos que deveriam ser evacuados, se ensina e se treina os que tem que ficar a “conviverem” com a radioatividade, até que ela tenha seus efeitos fatais…

Terminando, podemos lhe dizer que suas previsões de despesas poderão explodir com a elevação contínua de custos exigida pela segurança das usinas: o senhor Ministro deve estar informado de que a AREVA, empresa francesa detentora de um dos contratos para terminar Angra III, está entrando em falência por causa desses custos e não está conseguindo terminar, nem sua moderníssima usina de Flamanville na França, nem outra igual que vendeu para a Finlândia. 

É certo que vai ser difícil convencer a Presidenta Dilma de parar Angra III: ela era Ministra do Presidente Lula quando este decidiu retomar essas obras. Mas essa não é uma economia a desprezar, mesmo pagando alguma multa às empreiteiras. Talvez a gravidade da atual crise faça prevalecer o bom senso no Planalto.

Com nossos respeitos,

Chico Whitaker, Comissão Brasileira Justiça e Paz e Coalizão Por um Brasil Livre de Usinas Nucleares, São Paulo, a quem já se associaram, até o presente momento, 35 organizações e 193 cidadãos e cidadãs, indicados a seguir:

Organizações:

Alternativa Terrazul, Brasilia;

AMA – Associação Comunitária Amigos do Meio Ambiente para a Ecologia, o Desenvolvimento e o Turismo Sustentáveis, Garopaba, Santa Catarina

AMAR Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária, Paraná;

AMIGOS DO BRASIL, Schwäbisch Hall, Alemanha; 

APROMAC Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte, Paraná; 

Articulação Antinuclear Brasileira; 

Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta, Belo Horizonte. Minas Gerais

Casa da Cultura de Joanópolis –São Paulo.

Centro de Direitos Humanos de Cascavel, Paraná

Centro Jesuíta de Cidadania e Ação Social (CJCIAS), Curitiba, Paraná.

Comissão de Incidência Pública da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Paraná

Comissão Pastorais Sociais da CNBB – Centro Oeste

Comissão Pastoral da Terra – CPT, Nacional

Escola de Governo de São Paulo

FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional, Rio de Janeiro

FBOMS – Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, Brasília

Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Brasília

Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia

GERMEN-Grupo de Defesa e Promoção Socioambiental-Ano 34, Salvador. Bahia

Green Peace, Brasil

IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, Rio de Janeiro

IPDM – Igreja Povo de Deus em Movimento – São Paulo – Zona Leste.

KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço, ACT Aliança, Rio de Janeiro

Movimento Ecossocialista de Pernambuco (MESPE)

Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MOGDEMA, Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Movimento Iniciativa Popular Contra Usinas Nucleares (BR), Niterói. Rio de Janeiro

Movimento Por Mandatos Coletivos Comunitários – São Paulo

Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul, NEJ-RS. 

REC – Rede de Escolas de Cidadania de São Paulo.

SAPÊ – Sociedade Angrense de Proteção Ecológica, Angra dos Reis, Rio de Janeiro

Setorial Nacional Ecossocialista Paulo Piramba do PSOL.

SODEMAP – Sociedade para defesa do meio ambiente de Piracicaba, São Paulo

TardöLing – Centro de Desenvolvimento Humano Cultural e Filosófico, São Paulo

Cidadãos e cidadãs:

Adalcira Santos Bezerra, Bióloga/ Educadora Ambiental, Salvador, Bahia; Adelia Bezerra de Meneses,Professora – USP/ UNICAMP, São Paulo; Adriana Ancona de Faria, Professora Universitária, São Paulo;Adriel Barbosa – Teólogo, Jundiai, São Paulo; Alda Beatriz Fortes – Movimento Trabalhadores Cristãos – MTC – Regional Sul,Rio Grande do Sul;

Alessandra Cirino, Rio de Janeiro; Alessandra Jeszenski, São Paulo; Alessandra Schmitt. Antropóloga, Garopaba, Santa Catarina; Alessandra Silva – Estudante – Casa Branca – São Paulo; Allan da Silva Coelho, Professor Doutor, Curso de Filosofia doCentro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – Unifeg – Minas Gerais; Andrea Guaraciaba, Professora aposentada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro; Ângela Borges, Porto Alegre – Rio Grande do Sul;AngelicaBenatti Alvim, arquiteta e urbanista, São Paulo; Anna Maria de Moraes Rego Rocha, Santos, São Paulo; Arlete Moysés Rodrigues, Professora Livre Docente da UNICAMP, São Paulo;  Aurea Fuziwara, assistente social, militante e pesquisadora em direitos humanos, São Paulo; Beatriz de Aguiar Bergamin, artesã, São Paulo;

Carlos Alberto Monteiro – Diretor/Presidente da Fundação Vida e Meio Ambiente – Alto Jequitibá, Minas Gerais; Carlos Eduardo P. Sander, Passo Fundo, Rio Grande do Sul;Carlos Eduardo SanderSander, São Paulo;Carlos Henrique Knapp, escritor, São Paulo;Carlos JoelciBaumhardt Machado, Garopaba, Santa Catarina; Carlos Walter Porto-Gonçalves, Geógrafo, Professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense, UFF, Rio de Janeiro; Carolina Piccin, São Paulo;Cecilia Duprat, Psicóloga, São Paulo; Celia Juncioni – funcionária pública aposentada – Casa Branca – São Paulo; Célio Bermann – Professor do IEE/USP, São Paulo; Celso Jordão – Ribeirão Preto, São Paulo; Chico AlencarDeputado Federal, Rio de Janeiro;Claudineia Aparecida Fonseca – Empresária – Guaxupé – Minas Gerais;Clovis Bueno de Azevedo – Professor da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo;

Cristovam BuarqueSenador, Brasília; Daniel Monteiro Lima – Conselho Nacional do Laicato – SP2 – São Caetano do Sul, São Paulo; Daniele TubinoPante de Souza, Professora de Arq. e Urb. na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Porto Alegre, Rio Grande do Sul; Danielle Souza dos Santos – Professora – São Paulo; Débora Chvaicer,Rio de Janeiro; Dilma de Melo Silva, São Paulo; Diogo Baeder de Paula Pinto, São Paulo; Dionísio Sfredo, pedagogo aposentado, Goiânia, Goiás; Dom Aloisio Alberto Dilli, Bispo de Uruguaiana, Rio Grande do Sul; Dom ArmandiBucciol, Bispo de Livramento de Nossa Senhora, Bahia;Dom Erwin Kräutler, Bispo do Xingu, Presidente do Cimi, Altamira, Pará; Dom Francisco Biasin, Bispo de Barra do Pirai e Volta Redonda;Dom frei Francisco Clasen OFM, Bispo de Caçador, Santa Catarina; Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana, Minas Gerais;Dom Guilherme Antônio Werlang, Bispo de Itapemiri, Goiás; Dom João Justino de Medeiros Silva, Bispo auxiliar de Belo Horizonte,Minas Gerais;Dom José Chaves, bispo emérito de Uruaçu, em Goiás;Dom Leonardo Ulrich Stein, Bispo auxiliar de Brasília, Secretário Geral da CNBB;Dom Manuel João Francisco, Bispo de Cornélio Procópio, Paraná; Douglas Hartman – ex-funcionário do IPEN/Comissão Nacional de Energia Nuclear – São Paulo; Dulce Elisa Sartori – Professora aposentada da Rede Estadual de Ensino SP – Casa Branca – São Paulo; Eduardo Abramovay, produtor de cinema, São Paulo; Eduardo H. Bastos, São Paulo;Eduardo Meireles, Professor, São José do Rio Preto – São Paulo; Egberto Pereira dos Reis – doutor em Educação e coordenador do Curso de Filosofia do UNIFEG – Guaxupé- Minas Gerais;Elitânia de Morais, Agente das Pastorais Sociais, Dom Pedro, Maranhão; Elizabeth Bello, Socióloga, São Paulo;Elizete Galante Bissochi – Professora e diretora da APEOESP – Casa Branca – São Paulo; Emiko Okuno, Professora de Física das Radiações, USP, São Paulo; Enilde Borges Costa, São Paulo; Euler Sandeville Jr.,Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da USP, São Paulo;Eunice Wolff, São Paulo;

Fernanda Couzemenco Ferreira, Jornalista, Vitória, Espírito Santo; Fernanda Malafatti Silva Coelho – advogada, militante de DH – Casa Branca – São Paulo; Flavio Villaça, Professor aposentado da FAUUSP, São Paulo; Frei Betto, São Paulo; Gianni Avelino – Nucleo Frei Tito, Guarulhos, São Paulo; Gilberto Casadei – Professor de Filosofia da Rede Estadual de SP – São Paulo; Gilson Moura Henrique Junior, Historiador, PelotasRio Grande do Sul;Halina Sonia Radecki Verdade, Arquiteta e Urbanista, Jaguariúna, São Paulo; HebertLopreto, livreiro, São Paulo; Heitor Scalambrini Costa – professor da Universidade Federal de Pernambuco;Heloísa Fernandes, socióloga, São Paulo;Heloisa Szymanski, Psicóloga, São Paulo;Henrique Moraes Ziller, Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Brasília; Henrique Pereira Braga, Economista, Jaguariúna. São Paulo; Iara Machado, São Paulo; IildoLuisSauer, diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, São Paulo; Ivonio Barros Nunes, educador popular e ativista de direitos humanos, Brasília; Jerusa Vieira Gomes, Livre Docente pela USP, Professora-Associada da FEUSP; João Batista de Andrade, escritor e cineasta, São Paulo; João Carlos Correia, Professor Doutor, Arquiteto e Urbanista, São Paulo; João Carlos di Correia, Arquiteto, São Paulo; João Sette Whitaker Ferreira, arquiteto, Professor da FAUUSP, São Paulo; Joaquim Francisco de Carvalho, engenheiro nuclear, IEA USPRio de JaneiroJosé Lourenço Pechtoll, Jornalista, Santo André, São Paulo;José Pedro Hardman Vianna – Advogado – Rio de Janeiro;  Juliana Simionato Costa, Estudante de Arquitetura e Urbanismo FAUUSP, São Paulo; Katia Zilli, Curitiba, Paraná;Kleber William Alves da Silva – Professor da Rede Municipal de São Paulo – Guarulhos, São Paulo; Lauri Wirth – pastor luterano e professor doutor no PPG-Ciências da Religião – UMESP, São Paulo; Lenina PomeranzProf. Dra. Associada. Departamento de Economia da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo;LidiaMaass Reis, analista ambiental Rio de Janeiro; Lilian Kogan, Pedagoga, São Paulo;Lilian Pires Staningher, Campinas, São Paulo;Lisete Regina Gomes Arelaro, Professora do Departamento de Administração Escolare Economia da Educação da FEUSP, São Paulo; Livia Morena Brantes Bezerra – Analista em Reforma e Desenvolvimento

Lucas Henrique da Luz, São Leopoldo, Rio Grande do Sul;Luciana Nigoghossian dos Santos, São Paulo;Luciana Rodrigues Ferreira – Cidadã – Guaxupé – Minas Gerais;Luciana Szymanski Ribeiro Gomes, Psicóloga, Professora da PUC, São Paulo;Luciano Caparroz Pereira dos Santos, Advogado, Presidente do Centro Santo Dias de Direitos Humanos, Diretor do MCCE- Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral;Luciano Vasquez, Jundiaí, São Paulo; Luciene da Silva Coelho – Astrofísica, doutoranda na USP – São Paulo – São Paulo; Lúcio Gregori, engenheiro, aposentado, Jundiaí, São Paulo; Luís Augusto Castilho Barone, arquiteto, São Paulo;Luis Otávio Calagian, arquiteto, São Paulo; Luiz Alberto Gómez de Souza, sociólogo, Universidade Candido Mendes. Rio de Janeiro;  LuizAntonio d´Almeida Eça,blogueiro, São Paulo; Luiz Barone, Economista, São Paulo; Luiz Carlos Miyasawa, estudante, São Paulo;Luiz Enjolras Ventura, artista plástico, Rio de Janeiro, RJ; Luiz Gonzaga d Avila Filho – Consultor, São Paulo;

Luiz Patricio Basso Salgueiro, Porto Alegre-Rio Grande do Sul; Manoelino Carvalho Filho, Igarassu, Pernambuco; Marcelo José Botelho Viana, Casa Branca, São Paulo;Marcos A. CostaUNAVALE, Taubaté, São Paulo; Marcos Corrêa da Silva Loureiro – Professor Aposentado da UFG – Goiânia-Goiás; Margarida Genevois, Comissão Justiça e paz de São Paulo; Maria Alice de AraujoSette, Física, São Paulo; Maria Augusta Fernandes, Funcionária do Ibama, Coord. Amigos do ParqueEcológico Burle  Marx – Brasília; Maria do Carmo Sette de Azevedo Silva, socióloga, aposentada, São Paulo;Maria Helena Oliva Augusto, professora universitária – USP, São Paulo; Maria Olympia França, Psicanalista e docente da Sociedade Brasileira de Psicanalise de São Paulo;Maria Rosa Ravelli Abreu, Projeto. Cidade Verde, Universidade de Brasília; Maria Victoria de Mesquita Benevides Soares, Professora da USP, São Paulo; Marie Louise Genevois, São Paulo; Marijane Lisboa, Professora da PUC, São Paulo; Marilena d´Almeida Eça – paisagista, São Paulo; Marilia Balbi, jornalista, São Paulo; Marilia Ignez Moreira, paisagista, São Paulo; Marina Borri Martins – Professora – Casa Branca – São Paulo;

Mario Gabriel Guarino, astrólogo, Rio de Janeiro; Mário Sérgio Bortoto, Movimentos Sociais Perus, São Paulo; Maurício Jorge Piragino, diretor Escola de Governo, São Paulo; Michael Löwy – Sociólogo, Prof. Dr. Emérito do CNRS-França; Milton Granado,arquiteto, São Paulo;

Miriam F.A. Meyer, arquiteta, São Paulo; Mônica Audi, São Paulo; Murilo Marques de Carvalho Filho, Niterói, Rio de Janeiro; Nair Alves da Silva – Nucleo Frei Tito, Guarulhos, São Paulo; Orlando Fantazzini – advogado e ex-presidente da Comissão de DH da Câmara Federal, São Paulo; PadreAntonio José Maria de Abreu, jesuíta, economista. São Paulo; Padre Henrique de Moura Faria, Fórum Político Inter Religioso de Belo Horizonte e Instituto de Direitos Humanos de Belo Horizonte, Minas Gerais;Paulo Nührich, ecologista, Rio Grande do Sul; Paulo Roberto Demeter, Itabuna, Bahia;Pedro Chaltein Almeida Gontijo, Coordenador do SVI-Brasil – Serviço Voluntário Internacional do Brasil; Pedro E.Gontijo, Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília e Comissão Brasileira Justiça e Paz; Pedro Henrique Torres – Doutorando em Ciências Sociais – PUC-Rio de Janeiro; Pedro Renato Carlesso, Curitiba, Paraná; Prof. Dirceu Benincá, Erechim, Rio Grande do Sul;Prof. Gerson Wasen Fraga, Licenciatura em História, UFFS – Campus Erechim, Rio Grande do Sul;Profa. Dra. Elizabeth Larkin Nascimento, Diretora do IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, Rio de Janeiro; Rafael Soares de Oliveira, Diretor Executivo KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço. Rio de Janeiro; Raimunda Monteiro de Souza, Educadora Ambiental, São Paulo; Raphael Grazziano, Osasco, São Paulo; Raquel Galvão de Carvalho – estudante de biblioteconomia FESPSP, São Paulo; Raymundo Medeiros, Engenheiro Civil e Eletricista, Instituto de Engenharia, Sociedade Amigos do Boaçava,São Paulo; Regiane Baldo Batista – Professora – São Paulo; Regina Célia Soares Bortoto, Universidade Livre e Colaborativa, Movimento Educação Perus, São Paulo;Renato Botão, São Paulo; Renato Thiel, Representante da CNBB no Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social;Reverendo Luiz Carlos Gabas – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Paraná; Ricardo Ferreira Pinheiro, Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, Natal, Rio Grande do Norte; Roberto André Mendes Garcia, Fotógrafo, São Paulo;Roberto E. Zwetsch – Professor da Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, Rio Grande do Sul; Rose Marie Genevois, São Paulo; Rute Cardoso, terapeuta, São Paulo; Samanta AkemiOkuyama, Violonista e professora de Música, São Bernardo do Campo, São Paulo; Sebastião Fernandes Raulino, Professor das redes municipais de ensino e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias, Rio de Janeiro; Sheyla Cabral, artista plástica, Belo horizonte, Minas Gerais; Sidney Luiz Rabello, engenheiro de segurança, CNEN, Rio de Janeiro; Stella Sette, Psicóloga, São Paulo; Tania JamardoFaillace, jornalista e escritora, Porto Alegre, Rio Grande do Sul; Tânia Mara Franco – Professora –  Rio de Janeiro; 

Teresa Rodrigues, São Paulo; Thiago Corrêa Damato, poeta e membro da Ordem Franciscana Secular(OFS); Thiago Daniel de Castro – Professor da Rede Estadual de SP – Hortolândia, São Paulo; Thiago Luiz SantoroSão Paulo; Thiago Rodrigues Ribeiro – estudante de Filosofia – Muzambinho – Minas Gerais;Valdir Ferreira, Físico, São Paulo;Valter Dias Ribeiro, São Paulo;

Vanderson Batista dos Santos – Professor – São Paulo; Vera Lucia Martins Sette, Servidor Público, São Paulo; Virginia Maria Guimarães PinheiroSão Paulo; Vladimir Sacchetta, jornalista e pesquisador, São Paulo; Waldir Aparecido Augusti – Professor e Assessor de Movimentos Sociais – São Paulo; Walter Barelli, economista, São Paulo;Zelito Sampaio, professor de administração, São Paulo; Zoraide Villas Boas, Articulação Antinuclear Brasileira e Movimento Paulo Jackson Ética,  Justiça, Cidadania, Salvador, Bahia; Zuleica Nycz – representante da Sociedade Civil na Comissão Nacional de Segurança Química, Curitiba, Paraná.

(até o dia 20 de maio de 2015)

Fonte: http://br.boell.org/pt-br/2015/07/08/questao-nuclear-carta-aberta-ao-ministro-joaquim-levy

Foto: Usina nuclear de Angra dos Reis. Photo: Rodrigo SoldonEsta imagem está sobre licença deCreative Commons License.

Redação

28 Comentários

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  1. Brasil da Burrocracia militant Parar Obra é o esporte favorito.

    Servidores Públicos do Executivo e do Judiciários e Pessoal da academia tem tesão por querer parar Obra.

    primeira justificativa do artigo é que empresa está citada no Lava-jato(Engenheiro  Sidney Luiz Rabello).

    Um nnnnnnúmero mínimo de Usina favorece a manutençaõ das já existentes e é necessário para pesquisas e estudos da tecnologia nnuclear.

    Não ví entre as instituições que assinam nenhuma ligada a área tecnológica ; só as ligadas a movimentos sociais  meio ambiente.

    O cara quer ficar no ar cndicionado e      ´ser contra Belo Monte.

    O car só aceita usinas a fio ‘agua) em reervattttttório) e reclama que Belo mmmmmmonte gerará pouca energia pela grandesa do empreendimento……

    O cara não qer hidrelétrica e critica termeletrica.

    A grande maioria dessas pessoa em seussáláios cuteados pelos contribuintes, smnnão sofrem a pressao do desemprego , e não tem tanta veemência para ajudar o processo de instalação das obra querem simplesmenteque elas não aconteçam,.

    ão narcisista , tem vida confortável e nem sabe das agruras do cidadão comum.

    Ta faltando um forte movimento pela univeralização de rede de esgoto, da energia elétrica e do acesso as telecomunicaões na periferias e zona rural.

    í im , vamos discutir como fazer , quando fazer , definir metas de curto médio e ongo praso, definir custos num plano plurianual e fiscaliza sua execuçao;

     

     

    1. Obra por fazer obra? Para quê?

      Então você apoiaria uma licitação de obra pública para abrir milhares de grandes valas e buracos, depois uma segunda licitação para fechar as valas e buracos abertos; tudo geraria milhares de empregos, mas nada de útil para um projeto de país. Trata-se de saber da conveniência, prioridade, utilidade e do propósito de cada obra, se os recursos empregados não seriam mais adequados em outros objetivos.

      Angra III é um projeto da megalomania da ditadura militar, totalmente equivocado e já cumpriu os propósitos velados que os milicos tinham na empreitada; o país já enriquece urânio como eles queriam, mas nenhuma indústria nuclear significativa surgiu aqui, temos de importar quase tudo do essencial. O mundo mudou bastante nesses últimos quarenta anos, o uso da energia nuclear está em franca decadência no mundo, desde 2006 sua produção vem caindo. O Japão zerou sua produção nuclear, a Alemanha, com quem fizemos o acordo nuclear, tem projeto em andamento de desativar todas suas usinas nucleares. Espanha e Alemanha geram com as novas fontes renováveis, eólica e solar, mais energia do que retiram de suas nucleares. Nosso potencial eólico e solar é trocentas vezes maior do que os desses dois países juntos.

      A aposta do século XXI é em energias renováveis e em economia de energia; nuclear não é renovável, as não-renováveis, conforme o nome indica, não têm futuro, pois se esgotarão de modo e prazos previsíveis. Como é que ainda existe gente estúpida para não enxergar tamanha obviedade? 

      Temos muito o que fazer em economia de energia. Se a grana destinada para Angra fosse aplicada, por exemplo, para modernizar a rede de iluminação pública de nossas cidades, a energia economizada seria tão grande quanto a produzida pela nuclear, sobraria recursos para as prefeituras aplicarem em gastos sociais, melhoramentos de serviços e infraestrturas. Querem fomentar o conhecimento científico e tecnológico na área nuclear? Enfiem a grana da obra em centros de pesquisas e universidades.

      Não faz nenhum sentido dar prosseguimento a um projeto velho, ditatorial e ultrapassado, quando se abre para o país uma avenida escancarada para uso de energias renováveis, com um potencial que nenhum outro país têm. Só idiotas, os lobistas nucleares venais e os serviçais de empreiteiras muito espertos não conseguem se atentar, para uma realidade tão óbvia; são piores que os cegos que não querem enxergar, são os que querem nos fazer de cegos.

      1. Ótimo, vamos fazer economia de energia!

        Temos uma superfície maior do que a Europa, temos uma população que em menos de 20 anos vai se estabilizar, temos como gerar energia sem queimar combustíveis fóssis, é melhor pedir que os europeu façam uma política de filho único (todos os principais países europeus estão com crescimento positivo de população devido ao surto de filhotes que está surgindo por lá) para diminuir a pressão sobre o mundo , manda uma sugestão como esta para a matriz, a Heinrich Böll Stiftung – Die grüne politische Stiftung.

        1. Vamos desperdiçar!

          É o que você prega? As universidades e centros de pesquisas estão com pires na mão, e você acha que podemos nos dar ao luxo de enfiar dinheiro num projeto sem sentido e inútil. A Heinrich Böll apenas divulga o manifesto não é autora do mesmo. Ali se vê assinaturas, por exemplo, da Comissão Pastoral da Terra, de vários bispos e professores universitários, na sua estúpida visão eles seriam serviçais da Heinrich Böll, não são pessoas dotadas de independência intelectual. Você defendendo o lobby nuclear é independente… sei. 

    1. O que tem o PROSUB a ver com as calças?

      Precisa construir uma usina INÚTIL, para fazer um submarino? O acordo nuclear que a ditadura fez com a Alemanha era uma forma velada, um subterfúgio, para desenvolver tecnologia bélica nuclear. Os milicos já alcançaram seus objetivos, o programa de usinas nucleares caducou, eles  já enriquecem urânio e levam o programa do submarino nuclear abertamente, sem subterfúgios, não é mais preciso uma cortina de usinas nucleares INÚTEIS. Aliás, a grana de Angra pode fazer falta no próprio PROSUB; o Levy anda relutante com a compra caças suecos, taí mais um lugar onde a grana da sucata nuclear pode ser aplicada.

  2. Não vou nem ler isso.
    E
    Não vou nem ler isso.

    E ainda mandam carta pro Levy, como se ele decidisse alguma coisa.

    E tem mais:
    O problema dos dejetos não será resolvido Porque VCS não deixam.
    O Brasil já tentou em mais de uma ocasião fazer o depósito.
    Mas como vcs não param de ser contra, para depois usar isso como argumento. …
    Então, o Brasil não construiu seu depósito porque vcs são contra a construção.
    E não pode construir Usinas porque não tem depósito.
    Kkkkk

    São patéticos!

    1. Patético…

      … é quem ainda defende projeto da ditadura militar. Quanto ao depósito, que tal levar para sua casa? Você que é do ramo, tente convencer seus clientes que é seguro empreendimento imobiliário, ao lado de instalações nucleares.

      1. Em resumo.

        Hidrelétricas não podem ser construídas porque impedem a piracema dos peixes (gerar CO2 não é mais usado porque se provou que não é verdade).

        Termoelétricas a combustível fóssil tambem geram CO2 e são extremamente caras (e são mesmo).

        Geração eólica tem um limite de no máximo 30% na matriz energética pois acima disto não há como garantir energia constante.

        Geração a energia solar com a atual tecnologia custa no mínimo 4 a 5 vezes as outras formas de geração.

        Logo a solução é adotar o que Nicholas Georgescu-Roegen sugere no seu livro La décroissance. Entropie – Écologie – Économie (1979), (http://classiques.uqac.ca/contemporains/georgescu_roegen_nicolas/decroissance/decroissance.html)  ou em português O Decrescimento: Entropia, Ecologia, Economia – Nicholas Georgescu-Roegen (http://www.editorasenacsp.com.br/portal/produto.do?appAction=vwProdutoDetalhe&idProduto=21474), ou seja, para que o mundo não se esgote, o Brasil que tem uma pegada ecológica totalmente sustentável tem que abrir mão do crescimento para que os Alemães, Belgas, Holandeses, ….. mantenham o seu miserável nível de vida.

        1. Quanta ignorância misturada com estupidez.

          O cara ainda tenta disfarçar com “erudição”, cita um autor de forma inadequada e sem mencionar contexto. Pra começo de conversa, o título “La décroissance …” não pertence originalmente a Georgescu-Roegen, mas aos tradutores, Jacques Grinevald e Ivo Rens, trata-se de uma coletânea das obras de Georgescu traduzidas para o francês. 

          O Brasil não “tem uma pegada ecológica totalmente sustentável”, como afirma. Somos campeões mundiais imbatíveis em desmatamento e depredação de solos agricultáveis, por todo lado vemos queimadas e vossorocas. Nosso consumo de energia primária em 2014 foi aproximado de 296 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtoe), dos quais 197 Mtoe, dois terços, vieram de fontes não-renováveis, portanto insustentáveis, do petróleo (142,5 Mtoe), gás( 35,7 Mtoe), (carvão 15,3 Mtoe) e nuclear (3,5 Mtoe).  Somos exportadores de bens primários, assim como éramos no passado colonial; as multinacionais aqui instaladas deitam e rolam no descaso com o meio ambiente, temos a agricultura mais envenenada do mundo, tratamos mal e porcamente esgotos e efluentes industriais, que são lançados aos montes no ambiente e em nossos rios. Os países centrais nos enviam indústrais sujas, poluentes, intensivas no uso de energia, nós entregamos matérias primas e produtos semi-elaborados, para comprarmos deles coisas mais elaboradas, sofisticadas, com intensa incorporação de tecnologiae qualidade; na troca eles levam a vantagem. Grande parte do “nosso” consumo de energia não é nosso, é deles. Exportamos soja, cacau, café, para eles engordarem vacas selecionadas, fazerem queijos , manteiga, chocolates e depois importarmos todas essas coisas.  

          1. Realmente Almeida, tu conheces mais o livro do que os tradutores

            Tem cada figura povoando este Blog, há inclusive um que teima em dizer que Georgescu-Roegen não propunha o decrescimento, que ele na sua imensa sabedoria sabe mais que os tradutores do livro, que pelo menos ficaram lendo linha por linha, palavra por palavra e depois colocaram o nome da mesma forma que se coloca nome em filmes no Brasil.

            Tá bom Almeida, depois de toda esta sapiência nem tenho como descutir com tamanho sábio, rendo-me a tua imensa sabedoria.

          2. Mas que idiota, eu disse que não é ideia original de Georgescu

            São conclusões tiradas de sua obra por outros autores, não está explícito no texto original. Herman Daly, por exemplo, que trabalhou próximo de Geogescu, apresentou a hipótese de economia de estado estacionário, que nada tem a ver com decrescimento, portanto, a mesma obra se presta a diferentes conclusões, os tradutores franceses tiraram a deles.

            A obra original de Georgescu traz constatações, sem nenhuma “proposta”, sobre a realidade material da atividade produtiva dos homens. Ele entendeu corretamente que a atividade produtiva se realiza na natureza, no meio físico, tem uma realidade material, é um processo que envolve massas e energia e se regula, portanto, pelas leis da física para os processos materiais. Ele viu os limites que têm as atividades produtivas humanas, não foi o primeiro nem o único. Antes dele, por exemplo, Kenneth Boulding tirou conclusões semelhantes, no trabalho “A economia da espaçonave Terra que vem chegando”.  É atribuída a Boulding a pilhéria de que qualquer um que acredite, que é possível num mundo finito, crescer de modo perpétuo, ou é um maluco, ou é um economista. Os idiotas também acreditam.

            Como é que se pode crescer indefinidamente com fontes de energia que, sabidamente, vão se esgotar? Quando elas se esgotarem, vai haver decrescimento, isto não é uma “proposta”, não é uma escolha, é um fenômeno que vai previsivelmente se verificar. Nós temos de se prevenir para isto, não ficar preso a um mito criado no século XIX na sociedade industrial, de crescimento eterno, permanente, de expansão perpétua das “forças produtivas”.

            Antes da sociedade industrial, a economia crescia com o crescimento populacional. As nações mais ricas do começo do século XIX eram as mais populosas, China e Índia, mas as rendas per capita não divergiam muito entre as nações, apenas entre as classes sociais. A era dos combustíveis fósseis mudou o panorama, quando eles esgotarem, volta tudo ao mesmo ponto, serão mais ricas quem detiver melhor aproveitamento de recursos renováveis. A energia do futuro é a que tem futuro, é a renovável por definição.

          3. Almeidinha, olha os dados da pegada ecológica a seguir.

            Nos primeiros cálculos divulgados pelo WWF da pegada ecológica em alguns países 2008 eram os seguintes:

            A ecológica da europa oscidental tinha do teu Heinrich Böll Stiftung – Die grüne politische Stiftung era de um déficit de -111% enquanto o superavit do Brasil era de 229%, como o resultado não agradou muito os verdes europeus recalcularam em 2003 resultando na seguinte tabela:

            Neste caso o déficit fica em 3,80 ha para a Alemanha e o superavit de 7,8 ha para o Brasil (neste caso está em outra unidade). Salvo que nos últimos 12 anos tenha a área de Alemanha aumentado em muito e o Brasil encolhido ainda estamos no lucro e (e bem mais alto do que o resto do mundo).

            Agora o mais importante de tudo QUEM DEFINE OS PARÂMETROS DE CÁLCULO DA PEGADA ECOLÓGICA?

          4. Haja coerência!

            “Quando ouço falar em “Indicador de Pegada Ecológica” fico com urticária ou erisipela”.

            Fonte: http://www.engenheiromaestri.com/2010/07/no-seculo-xx-eugenia-no-seculo-xxi.html

            No google: “Pegada Ecológica” + maestri 

            Aproximadamente 796 resultados (0,41 segundos) 

            Fonte: https://www.google.com.br/search?q=%22Pegada+Ecol%C3%B3gica%22+%2B+maestri&oq=%22Pegada+Ecol%C3%B3gica%22+%2B+maestri&aqs=chrome..69i57.3096j0j8&sourceid=chrome&es_sm=93&ie=UTF-8

            É um conceito com o qual você tem muita familiaridade e… identificação.

            Em tempo: Heinrich Böll não está entre as organizações que assinam o manifesto acima, apenas o divulga em sua página. Quem se beneficia com a energia nuclear “do Brasil” é a indústria da… Alemanha. Quem mesmo está na defesa acirrada do interesse da indústria nuclear alemã? Eu, a Heinrich Böll… ou é você próprio?

             

          5. Responda a minha última pergunta que saberás porque…

            Responda a minha última pergunta que saberás porque realmente Pegada Ecológica me dá urticária.

            QUEM DEFINE OS PARÂMETROS DE CÁLCULO DA PEGADA ECOLÓGICA?

            (  ) ONU

            (  ) Banco Mundial

            (  ) FMI

            (  ) Um grupo seleto de Universidades

            (  ) Uma ONG dedicada a isto que ninguém sabe quem a financia nem quem deu autorização para estabelecer parâmetros de cálculo da Pegada Ecológica.

          6. Sobre a corência você não explica nada, né?

            Você discorda do indicador, mas o aplica…

            O indicador é definido por uma metodologia, assim como qualquer indicador, como renda per capita, IDH, índice de inflação, etc. A partir da definição da metodologia, pode-se concordar ou não com ela; se você discorda, apresente outra metodologia alternativa para apurar o indicador, este seria seu papel como acadêmico e pesquisador.

            Seu caso é meio patético, percebe-se isso na sua reação somática confessa. Você parece discordar do conceito, deve achar que as sociedades humanas, e a economia do modo capitalista em particular, não causam impacto na natureza, seríamos uma espécie de sociedade ou agrupamento de ectoplasmas, que vagueiam pela Terra sem interagir materialmente com ela, portanto não haveria presença material para causar interação, impacto, ou “pegada”.

            Há quem possa concordar com o conceito e a metodologia, mas discordar de um ou outro dos parâmetros escolhidos; nesse caso deveria se explicitar os parâmetros da nova escolha, os adicionados e/ou excluídos. Mas uma vez definida a metodologia e explicitado os parâmetros utilizados, que são tomados de bases públicas de dados, o algoritmo de cálculo pode ser executado por qualquer um, não importa quem, pois se são os mesmos, eles convergirão para o mesmo resultado.

            Você também pode discordar da base de dados, mas nesse caso tem de apresentar alguma outra com credibilidade.

            Minha sugestão: na qualidade de pesquisador de uma universidade brasileira, você deveria escrever para a entidade que apura os dados, solicitar a publicação e verificar a metodologia, os parâmetros e a base de dados; com tudo isso em mãos você pode verificar os cálculos e propor novo método; vai que eles acatem?

            Acho que eles não vão esconder nada de você, até porque eles já publicam a metodologia no material que divulgam (“The ecological footprint accounting method at the national level is described in the l Footprint Atlas 2010”), com os parâmetros que utilizam (“or in greater detail in the Calculation Methodology for the National Footprint Accounts”), vão aceitar suas observações numa boa (“The National Accounts Review Committee has also published a research agenda on how the method will be improved”), a não ser que você apareça com a “tese” de atividades produtivas imateriais, de uma sociedade de ectoplasmas…

            Em resumo, para uma discussão salutar, importa indagar:

            1) O conceito tem validade científica? Ele é fruto de trabalhos apresentados na academia, desenvolvido em teses examinadas pelos pares. Se você discorda do conceito, apresente a tese de sua invalidade, também para os pares.

            2) A metodologia atual é adequada? Idem, apresente novos métodos para o exame dos pares.

            3) Os parâmetros atualmente empregados são apropriados, faltam outros ou alguns são inadequados? Demonstre quais são os adequados.

            4) As bases de dados para os cálculo não são confiáveis? Apresente base de dados com mais credibilidade.

            Feito tudo isto, se você não conseguiu eliminar a validade científica do conceito, não importa quem está apurando o cálculo, com o algoritmo definido pela nova metodologia, a definição dos novos parâmetros e a base de dados mais confiável aprovada. Sua pergunta é adequada para quem se agarra em “teses” e “teorias” da conspiração.

            Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Ecological_footprint

                      http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/ecological_footprint_atlas_2010

            Em tempo: Fundamentalistas, fanáticos religiosos também são acometidos de “urticária ou erisipela”, quando ouvem falar da Teoria da Evolução. Se cuida, procure ajuda, essas reações diante de teses e teorias da ciência denotam algum transtorno emocional.

             

        2. Cansei!

          Li seu comentário anterior. Coincide com minha avaliação do assunto.

           

          Sobre o seu item 1, o CO2 das hídricas… deixe-me explicar o que aconteceu.

          Eles, essa galera, dizia que não se pode mais fazer hídricas PORQUE emitiam metano e CO2 dos reservatórios agredindo assim a camada de OZÔNIO E causando aquecimento global.

          E é verdade. O problema existiu!!!

          Bom, aí os engenheiros disseram, os reservatórios emitem estes gases PORQUE vcs não deixam REMOVER a cobertura vegetal ANTES de encher o reservatório. Ou seja, a causa do problema são…os ambientalistas!

          Resultado, hoje se remove a cobertura vegetal.  Por isso HOJE, não é mais problema! Porque eles removem e vendem aquela merda que iria apodrecer no fundo do reservartório gerando estes gases.

          E eles arranjaram outro argumento para continuar contra.

          Repare, seu argumento VENCIDO e mudam para continuar contra.

           

          Como os depósitos de rejeitos nucleares. Eles são contra a construção E usam isso como argumento. Não pode construir PORQUE não tem depósito(que eles também são contra).

           

          É cara de pau  pura! Por isso não leio mais! Eles não tem argumentos e cansei!

           

          Mesmo que vc PROVE e contrargumente, eles não mudam de posição!!! Porque são pessoas de FÈ! E com fé, vc não discute!

    2. Athos, vale a pena ler com cuidado.

      Primeiro fato está na correlação que fazem entre os acidentes de Chernobyl e Fukushima que demonstra a falta de honestidade científica do grupo que envia esta carta – Heinrich Böll Stiftung – Die grüne politische Stiftung. 

      Chernobyl possuía um reator do tipo Reaktor Bolshoy Moshchnosty Kanalnyy – RBMK – um projeto inusual de reator feito na década de 70 (a patir de 1973 foram colocados em operação 17 reatores, sendo que até os dias atuais ainda operam 11 destes reatores). A diferença deste reator para a totalidade dos outros reatores do mundo é enorme, e se trata de um projeto gestado há mais de 45 anos, por outro lado o projeto da AREVA, contrato assinado em 2013 leva em conta todas as recomendações de segurança surgida após os acidentes de Chernobyl e Fukushima. 

      Também esquecem de dizer que a principal falha do projeto de Fukushima não foi do reator mas sim de obras hidráulicas de proteção ao forte terremoto (9,0 escala Richter) com um consequente Tsunami, ou seja, a usina não apresentou falha nenhuma, simplesmente de acordo com investigação independente levada pela Universidade de Stanford, o reator assim como os outros reatores japoneses não estavam dimensionados para Terremotos e Tsunamis que são constantes no Japão. Pelo que se sabe no Brasil só há um relato de 1541 de uma grande onda que arrasou a vila de São Vicente, a origem desta onda inédita em nossas costas ainda é um grande enigma, pois se tratava de uma onda solitária que pode ter origem de atividade sísmica de movimento de placas tectônicas, ou pelo deslizamento de parte da plataforma ou ainda de uma mega-onda gerada por uma ressaca.

      Agora um fato que não é divulgado por organizações estrangeiras interessadas em paralisar a geração elétrica no Brasil é que o Terremoto e o Tsunami no Japão gerou aproximadamente 17.500 óbitos diretos e os causados por habitações deficientes, sendo que destes óbitos NÃO HÁ NENHUM ÓBITO POR RADIAÇÃO OU POR DOENÇAS VINCULADAS A ESTA!

      É importante destacar que o programa de descomissionamento de usinas nucleares na Alemanha está gerando um caos em termos de estabilidade de fornecimento de energia elétrica naquele país, primeiro que a geração nuclear está sendo substituída por geração COM VELHAS E POLUENTES USINAS A CARVÃO ou mesmo pro geração eólica que varia conforme as condições climáticas. Por outro lado, para manter o fornecimento da energia os alemães estão usando intensivamente a energia gerada na França por usinas nucleares.

      Também é interessante destacar, que atualmente a Alemanha tem diminuído ou zerado (conforme o ano) o seu crescimento industrial por absoluta falta de energia, transferindo para outros países (como o Brasil) parte do seu parque industrial.

      Por isto e por outras, sugiro a leitura cuidadosa de ataques ao programa nuclear brasileiro, principalmente quando o mesmo vem de “Deutsch Stiftungen”.

      1. Three Miles Island, Tchernobyl e Fukushima…

        … aconteceram em países de avançadas tecnologias, não foram acidentes nas mãos de amadores. Engraçado é enxergarem lobby numa instituição e isentarem a indústria nuclear e as empreiteiras brasileiras, de também exercerem lobbies. Mais engraçado ainda é ver um “professor de engenharia”, vir a público querer demonstrar que existe projetos de riscos zero, querer convencer que os engenheiros japoneses não sabiam, que o país deles tinha terremotos, tufões e tsunamis, que tais riscos não constavam do projeto. Para o “professor”, bastante “atualizado” tecnologicamente, os engenheiros da atrasada Alemanha estão fazendo no século XXI “VELHAS E POLUENTES USINAS A CARVÃO”; esses alemães não são nada modernos, estão iludidos com a geração eólica e solar, com as quais retiram mais energia do que suas centrais nucleares. É preciso mandar o “engenheiro” de Bagé urgente para orientar os engenheiros do Japão e da Allemanha, lá com certeza eles mandam o cara para um lugar mais adequado.

        1. Melhor seria

          Essa instituição germanica se preocupar com o vizinho deles, a França onde 65% da geração é termonuclear.

          E deixar os tupiniquins em paz, sem fomentar cizania.

          E noto que o insuspeito GreenPeace assina o manifesto, ou seja voltaremos sem dúvida ao estado dos nosso antepassados neandertais, ou na melhor das hipóteses viveremos como uma moderna comunidade amish!

          Quanto a viagem educativa proposta, sem Japão ou Alemanha, manda para a China pois esses “comunas atrasados” estão desenvolvendo não um, mas dois programas nucleares, um tradicional com urânio como combustível, outro baseado em tório., afinal a primeira economia do mundo vai necessitar de energia, e muita.

          o/ mente dominada é uma desgraça!

           

          1. Ok, Paulo.

            Você leu a relação de assinaturas para notar a presença do Green Peace, Brasil, mas você por acaso viu a assinatura da “instituição germanica” (a Heinrich Böll)? As asinaturas são de organizações e cidadãos brasileiros, com a energia nuclear na França que se ocupem os cidadãos e organizações daquele país, que já se preocupam bastante, acho que nem os alemães devam se envolver, os alemães estão dando prosseguimento à erradicação de usinas nucleares em seu país; por aqui ainda há gente querendo comprar sucata velha e indesejável dos alemães.

            Cada país tem uma realidade de matriz energética intransferível, não adianta copiar a realidade alheia, ela não se aplica aqui. O caso brasileiro é único e de uma felicidade extraordinária para as energias renováveis.

            Veja o caso da energia solar, os países que têm as maiores instalações solares não são tropicais… nós somos. Então, um grupo dfe babacas não conseguem ver coisa tão óbvia, que um painel solar instalado no Ceará rende mais que o dobro de painel igual em qualquer ponto da Alemanha. Os idiotas insistem para perdermos tempo e recursos suados e escassos com energia nuclear, com tecnologia e equipamentos comprados… da Alemanha. CARALHO!! PUTA QUE OS PARIU!! Vão ser idiotas nos raios que os partam! Os caras ainda estão com a cabeça dos milicos de 1970.

            A China é sedenta por energia, atira com desespero para todos os lados, mas veja as informações seguintes, são baseadas em estatísticas da BP para a China (energia em Milhões de toneladas de óleo equivalaente – Mtoe):

            Ano (energia em Mtoe)    2009     2010    2011    2012    2013    2014

            Energia Solar                   6,2      10,1    15,9     21,7    32,0     35,8    

            Energia Eólica                  0,1        0,2     0,6       1,5     3,5       6,6                                            

            Energia Nuclear              15,9      16,7     19,5    22,0     25,3     28,6            

            Em 2009 as duas renováveis não representavam metade da energia nuclear na China, em três anos elas superavam esta última, apesar desta crescer, hoje a batem com folga. Imagina se o o território chinês fosse como o nosso, quase todo dentro dos trópicos e varrido pela constância dos ventos alísios em vasta porção de seu território? Entendeu onde mora a imbecilidade da insistência com o projeto nuclear herdado da ditadura?        

                                                                                                                     

          2. Larga a mão de ser inocente!

            A Areva é FRANCESA.

            Os alemães só abraçaram o fim das nucleares em solo alemão pois qualquer que seja o governo necessita que os Verdes não encham o saco e fiquem usando expedientes para procastinar as descisões de governo ( seja CDU seja SPD). Foi A demagogia de Frau Merkel esta jogada. Alemanha não se mete com a França, pois importa energia do vizinho (produzida em sua maioria em nucleoelétricas).

            Eólicas e solares não servem como energia de fundo.

            O que foi feito com essas hidroelétricas a fio d’agua é vergonhoso. Quando faltar energia no Sul maravilha vão colocar a culpa em São Pedro de novo! Sem lago regulador fica difícil….

            China é o futuro.

            O que gostaria é possuir 33% do pragmatismo chines!

            Fazer alegações que sobre a segurança das nucleoelétricas assacando como argumento as tecnologias vetustas de Three Mile Island e Fukushima é desonestidade intelectual. É comparar o 14 bis com um 737! Fora Chernobil (que foi vítima de um erro de operação) e foi devidamente contida pelo governo da URSS (e haja propaganda negativa da Guerra Fria sobre o evento), a maioria das usinas com tecnologia identica continua em operação. Fukushima é um pesadelo de má gestão combinado com tecnologia ultrapassada e muita corrupção ( o famoso molha mão para maximizar os lucros). É pior que Chernobil dadas as devidas poporções (qual a área contamina e isolada dos dois eventos comparativamente com as áreas de Japão e da antiga URSS?), mas esta no Japão e a tecnologia é estadunidense (e velha!).

            Energia nuclear é estigmatizada pois é tecnologia sensível dual.

            E eu não me vejo na melhor das hipóteses vivendo em uma utopia hamish!

             

          3. Sobre a inocência.

            Inocente posso até ser em determinadas ocasiões e questões, mas não sou um ignorante e desinformado sobre os problemas da energia em nosso tempo. Costumo apresentar dados reais ao argumentar, com os quais posso contestar, por exemplo, que a Alemanha optou por abandonar a energia nuuclear, a partir do aumento de importação de  energia nuclear da França.  Não lanço informação sem fundamento, não tenho a inocência da crença da sociedade industrial eterna, ela estará esgotada neste século; devemos aproveitar os recursos e conhecimentos técnicos que essa sociedade gerou, para nos prevenir e organizar uma nova etapa da humanidade, que supere a era industrial.

            Entre 2006 e 2014, os alemães diminuiram sua energia nuclear anual em cerca de 70 Terawatt.hora, mas no mesmo período, a França não aumentou sua geração nuclear, pelo contrário, diminuiu em cerca de 15 Terawatt.hora anual. Se não veio da França, como os alemães compensaram a saída das nucleares? Aumentando a oferta das novas renováveis em quase 90 Terawatt.hora anual. Todas essas informações estão no último boletim estatístico da BP, que deixo o link abaixo.

            O pragmatismo não é monopólio chinês, a Alemanha sabe cuidar dos seus interesses, não é por demagogia ou alianças com os verdes a opção antinuclear de Merkel. A Alemanha não tem reservas de urânio, mas tem a sexta maior reserva de carvão comprovada no mundo, sabem que terão de contar com essas reservas no futuro, assim como contaram nos anos da guerra. Eles desenvolveram modernas caldeiras, de significativo ganho de rendimento em relação às caldeiras de décadas anteriores, usam até 20 % menos combustível, tanto para carvão, quanto para biomassa, que já exploram; fazem apostas nas áreas tecnológicas que desenvolvem e dominam, seja nas tecnologias antigas, de caldeiras, ou nas novas renováveis, solar e eólica. Eles têm produtos novos de nosso interesse e há lobistas aqui insistindo, na aquisição da sucata nuclear que abandonaram.

            “Eólicas e solares não servem como energia de fundo”.

            Não, não servem como energia de base, é preciso uma certa racionalidade no seu uso, para superar suas limitações. Ventos são mais comuns do que chuvas, mas conseguimos superar a sazonalidade e intermitência das chuvas com técnica. O Brasil leva uma enorme vantagem sobre alemães e espanhóis, que usam bastante energia eólica; nosso país tem uma grande quantidade de reservatórios, interligados eletricamente, que podem acumular energia intermitente dos ventos como potencial hidráulico, como já faz com o regime intermitente e sazonal das chuvas; o mesmo pode ser feito com a energia solar, que pode poupar vazão de dia, para ser usado o potencial acumulado à noite.

            A intermitência da energia solar é ultraprevisível, o sol aparece todos os dias em horários manjados, com maior ou menor intensidade. Pode acontecer de uma região ficar temporariamente encoberta de nuvens, mas veja que nosso sistema interligado tem uma abrangência continental, permite transferências de regiões mais ensolaradas, para as regiões de menor incidência solar. Deve ser lembrado também, que o sol bomba no horário em que concentramos as atividades produtivas, é possível estabelecer estatisticamente um valor de energia para uso durante o dia, com a garantia do backup do potencial hidráulico. Lembrando que a garantia do abastecimento energético por hidroelétricas, também é determinada por avaliação estatística.

            As hidroelétricas a fio d’agua na Amazônia já eram antevistas nos anos 1970. É impossível armazenar o torrencial de chuvas amazônicas, os técnicos de planejamento daquela época sabiam disso; algo parecido acontece com o degelo do verão escandinavo, os noruegueses aproveitam o potencial em indústrias eletrointensivas, o memo era sugerido para o caso amazônico, supermotorização e atividades industriais sazonais.

            Do 14 bis ao airbus, aviões caem, não há tecnologia infalível, o homem é assim mesmo, ele falha. Você conhece aparato tecnológico que não seja operado por homens? Dia desses um foguetão da Nasa explodiu no ar, será que a Nasa projeta, nos dias atuais, “tecnologias vetustas”? Nem deus é infalível, ele criou essa merda de criatura imperfeita e cheia de defeitos que somos nós, e dizem que fez a imagem e semelhança dele, então, o “Cara” é imperfeito; sabe-se que falhou vergonhosamente na operação do homem no paraíso e teve de despejar o sujeito de lá. Brincadeiras de lado, não argumento apenas com as falhas tecnológicas da energia nuclear, mas principalmente, no caso brasileiro, com a enorme potencialidade das novas renováveis para o nosso país; elas já são competivas, coisa que não eram quando comecei a se dedicar ao estudo dos problemas energéticos, muitas décadas atrás.

            Nenhum país tem oportunidades tão favoráveis para as novas renováveis, como tem o Brasil, botar dinheiro em nuclear numa situação dessas é jogar dinheiro fora, o mesmo que rasgar dinheiro, coisa de maluco.

            Um abraço e deixo o link para obter o boletim estatístico da BP:

            http://www.bp.com/en/global/corporate/about-bp/energy-economics/statistical-review-of-world-energy/statistical-review-downloads.html

             

               

      2. Nenhum óbito

        “O acidente de Fukushima não gerou nenhum óbito por radiação”

        E precisa? O dano economico em compensação foi gigantesco. Numa área gigantesca em volta. vai ficar desabitada por décadas ou séculos. E o material radioativo que escoa para o mar dia e noite em quantidades tão grandes, que a radiação pode ser vista do espaço, pelo satélite?

        Pelo menos metade do Pacifico sai com mediações radioativas captadas do espaço, imaginem a pesca na região, e quantos países foram envolvidos por este acidente.

        Se algum acidente acontecesse aqui, o litoral Sul e sudeste inteiros seriam devastados, por décadas, isto na região onde concentra mais de 50% do PIB do país.

  3. da tempo de aprender ainda com a desgraça alheia!

    sem precisar aprender com a própria.

    e de quebra economizar uns tostões, evitando o acúmulo de lixo!

    1. Sim é sempre bom aprender com
      Sim é sempre bom aprender com os países que tem carvão como base de geração.
      Por isso costumam ter altas taxas de canceres.

      Estamos construindo nossas primeiras MEGA térmicas a carvão. Não existiam por aqui antes do movimento ambiental surgir.

      Essa consequencia, foi prevista. Foi dito aos ambientalistas que o movimento deles levaria ao aumento da geração fóssil no Brasil.
      Está acontecendo!

      E os idiotas ainda não se deram conta que a culpa é deles por SUJAR nossa matriz.

  4. Os  signatários  não  tem

    Os  signatários  não  tem senso prático. 

    Precisamos de recursos para continuar a abduzir os brasileiros. 

  5. Se cada projeto de energia

    Se cada projeto de energia virar um processo  do judiciário, com todos os seus recursos e toda sua ineficácia, vamos ficar fadados a correr atrás do próprio rabo com crescimento zero e pib per capita decrescente. Vamos argentinizar o Brasil (a Argentina para quem não sabe  seria  no início do século passado a promessa de   primeiro país desenvolvido do hemisfério sul, e hoje é o que é). Sobre os argumentos do texto são ridículos, o projeto já foi revisado uma dezena de vezes, a maioria por mera protelação entreguista ou orçamentária. A energia nuclear é seguríssima, conheço o suficiente, e moraria de bom grado na vila de trabalhadores da praia de Itaorna, ao lado das usinas, manteria um veleiro para ir e vir ao Rio de vez em quando, se não fosse exclusivo aos funcionários da mesma. 

    O custo de Angra Três já está realizado, agora tem uma usina prestes a ser concluida e gerar energia NO ESTADO DA ARTE. 80 % dos custos são de segurança. Oitenta por cento!!!! A obra mais cara do mundo é a obra parada. Espero sinceramente que não haja essa lamentável paralisação, o que é absurdo até de ser considerado à essa altura.  Aos signatários só peço uma coisa: se fizerem greve de fome por favor façam direito, até o fim.

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