Percival Maricato
Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais
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Os mais mais no Brasil segundo a Folha, por Percival Maricato

Vender e comprar times virou um bom negócio. Bom para os clubes endividados, que podem passar o futebol, que vira SAF e ficar com as dívidas.

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Esporte Bretão

Percival Maricato

OS MAIS MAIS  NO BRASIL SEGUNDO A FOLHA

A Folha de São Paulo classifica os melhores dos últimos anos segundo os campeonatos que ganharam.  Um  campeonato regional dá poucos pontos e os mundiais dão nada menos que 40 pontos. E então o campeão de todos é o Flamengo  com  1.125 pontos, vindo a seguir os grandes paulistas: Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Santos. Em  6ª temos o Cruzeiro,  vindo em seguida o Grêmio,  Internacional , Vasco e o 10ª é o Fluminense.  O Botafogo pulou para o 12ª lugar, logo após o Atlético-MG. Seguem-se quatro times do Nordeste: Bahia, Sport, Fortaleza e Ceará, demais até o 39º

E no ranking internacional

A Folha também mantém um ranking dos times de futebol que mais conquistam torneios internacionais. À frente, longe do segundo colocado, o Inter de Milão, está o Real Madrid. Em 3º vem um argentino, o Boca Juniors, seguindo pelo Bayern, depois Barcelona e em 6º o Liverpool. Seguem-se Penarol, Independiente, Juventus e finalmente o primeiro brasileiro, o São Paulo.  O Brasil ainda tem o Santos, em 15º, Palmeiras e Flamengo empatados em 19º lugar , Grêmio, Cruzeiro, Internacional e em 31ª lugar o Corinthians.

Torcedores do Atlético têm razão para reclamar com Ronaldo?

Ronaldo foi a BH e comprou na feira, digo num escritório da cidade o time de futebol do Cruzeiro.  Os jogadores se esforçaram, o time voltou à primeira divisão e o ex craque vendeu a mercadoria, digo o time a um comerciante de supermercado, ganhando algumas centenas de milhões de reais. Os torcedores  manifestaram-se com muito ódio contra o gajo, mas nenhuma razão lhes assiste ou a qualquer torcedor que permite e até festeja quando seu time se torna mercadoria.

Comprar times é como comprar um negócio qualquer

Não tem romantismo. Os  capitalistas não  compram times de futebol por amor à camisa mas para ganhar dinheiro, como investimento. Têm pois o direito de vende-los por preço melhor ou até a abandoná-los se o investimento não der certo e o time decair demais. Como aconteceu com o Vasco. E têm também o direito de vender os craques que são descobertos, a hora que bem entenderem, e por a grana no bolso.

A mágica

Vender e comprar times virou um bom negócio. Bom para os clubes endividados, que podem passar o que têm de bom, o futebol, que vira SAF e ficar com as dívidas. E aí os clubes podem entrar com um tipo de ação equivalente a recuperação judicial de empresas, pagar a dívida em prazos intermináveis. Basta o juiz deferir a recuperação (concentração de execuções) e os créditos dos infelizes credores ficam podres, passam a valer menos da metade do valor real, pois, repita-se, só começarão a receber após mais de um ano. Por isso os incompetentes dirigentes do Fogão podem comemorar o fato de ter reduzido uma dívida de R$ 1 bilhão para uns R$ 300 milhões. De um lado receberam pelo time de futebol R$ 400 milhões de John Textor, investidor e por enquanto torcedor e dono do time, outro tanto ficou podre e pode ser pago com metade do preço.

As Bets e a compra de craques pelos times brasileiros

Para ajudar no caixa dos times brasileiros temos há muitos anos o mercado externo, que compra nossos craques. Agora com o patrocínio das Bets, que estão ganhando rios de dinheiro e passando muitos trocados aos times brasileiros, eles se permitem comprar craques até no exterior e não mais os velhinhos, que vinham se aposentar em clubes brasileiros. O balanço entre o que entra no país e o que sai, na venda e compra de jogadores, ainda é favorável ao Brasil, mas se as Bets continuarem engordando e investindo pode haver inversão no fluxo de dólares.

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