Decifra-me ou te devoro: o enigma da grande mídia

Por Sergio Medeiros

Em um determinado momento, ainda incerto, mas que nada leva a crer que inesperado, passou a haver uma nova postura nas redações dos jornais que representam a opção politico econômica do país (editoriais do Globo (rede) e da Folha de São Paulo, acusando o PSDB de antidemocrático e de fator responsável pela instabilidade politico e  financeira do país).

Pois bem, tomando como certa a afirmação hegeliana de que os fatos enquanto fatos não tem autoridade, mas sim, somente perante a análise dos fatos que lhes deram origem, passamos a tecer alguns cenários que expliquem tal giro de cento e oitenta graus.

Primero quadro…

Ninguém ignora que, foram levadas às cordas empreiteiras e poder politico e financeiro equivalente a algumas centenas de bilhões do capital nacional e, pasmem, ninguém ainda perquiriu quem está bancando toda esta manobra politica.

Anoto, de pronto, que é inconcebível que toda esta efetiva guerra esteja sendo travada sem que haja expresso interesse – dos detentores do capital em si – em que tais fatos ocorram.

Resta saber quem está patrocinando tal disputa por espaço (um palpite, o capital rentista – grandes bancos -, e as petroleiras).

O motivo todos sabem, os trilhões de dólares da Petrobrás e das commodities brasileiras…(ver post https://jornalggn.com.br/noticia/o-obscuro-cartel-por-tras-da-midia-por-sergio-medeiros)

Nesta conjuntura, apesar de esperada, ainda resta (va??) ausente uma efetiva reação por parte do empresariado nacional. 

A prisão de Marcelo Odebrecht teria sido o último elo que faltava.

A partir deste momento e perante o caos que esta tomando de assalto a economia brasileira, aparentemente teria havido um momento de lucidez junto ao capital produtivo nacional, ou seja, passou a ficar evidente que a derrocada econômica não se restringiria as grandes empreiteiras, mas a toda economia nacional, ninguém seria poupado.

Tal constatação, que pode ter o agravante de ser tardia, de qualquer sorte, pode efetivamente ter novamente reunido num mesmo campo de interesses o governo e as empresas (capital produtivo nacional) que atuam no país.

Reitero, não existem acasos, e, de certo modo, poderíamos vislumbrar até mesmo com grande grau de certeza, a forma como este quadro pode ter se delineado.

Isso teria ocorrido aos poucos, pontualmente, primeiro, há pouco menos de duas semanas, com a mudança de entendimento do Juiz Sergio Moro em relação a possibilidade de acordos de leniência (isso após praticamente ter falido todas as empreiteiras, restando os despojos a serem disputados pelo capital internacional rentista (não o produtivo)), depois, mais recentemente, com a retirada do apoio ao impeachment pela maioria dos partidos políticos e organizações da sociedade civil e, a seguir, os últimos passos, as grandes federações nacionais que agrupam o empresariado nacional, FIESP e FIRJAM, respectivamente de São Paulo e Rio de Janeiro, vieram a  público se manifestarem pela volta a normalidade tanto politica quanto institucional, incontinenti, logo a seguir, chegamos ao fim do ciclo, chegamos aos editoriais do Globo (rede) e da Folha de São Paulo, acusando o PSDB de antidemocrático e de fator responsável pela instabilidade financeira do país.

Desta forma, estaríamos frente a um novo arranjo das forças politicas e capital nacional, frente a investida do capital rentista internacional e, portanto, devemos aguardar os próximos rounds, mas já antevendo a possibilidade de reação de um setor que já se acreditava nocauteado.

Entretanto, ainda que incipientes, pairam severas dúvidas, sobre se os acontecimentos deram-se efetivamente da forma acima narrada.

Segundo quadro.

Este é o que se faz mais aparente, mas nem por isso mais factível.

De outro lado, a  explicação pode ser singela, ou seja, no momento atual, há motivos para que estes grupos (golpistas midiáticos) acreditem que o Golpe pode ser efetivado institucionalmente, de modo a que possam emprestar a tal usurpação uma aparência de legalidade.

Nesta configuração, não existem fatos novos, mas apenas a readequação da forma como se dará o golpe.

Prosseguindo.

Tem, ainda, outro fator que não pode ser afastado, afinal não existem coincidências, num contexto tão interligado.

Terceiro quadro.

Falo da noticiada possibilidade de delação de Marcelo Odebrecht.

E o que teria isso de novo?

Explico.

É que, pode ser que a ameaça de Marcelo Odebrecht, de aceitar a delação premiada, não seja visto como sendo “mais do mesmo”, mas sim que esta possa a ter o condão de transformar toda a trajetória da lava-jato em relação tanto aos motivos como aos envolvidos, ou seja, podendo, inclusive,  vir a envolver e incriminar setores até então aparentemente descolados.

Nesse caso, a questão pode simplesmente se restringir a alteração dos políticos e das agremiações políticas atingidas e com isso alterar todo o quadro nacional, o que explicaria a operação abafa da grande mídia,  mas, também pode, ainda, ter outras componentes.

Abro a caixa de pandora.

Claramente, alguém acredita que durante todo este tempo a mídia brasileira ignorava a existência desta imensa rede de corrupção.

Será que o proprietário da Odebrecht teria algo a dizer sobre os grupos de mídia.

Neste contexto, temos um novo fator que leva ao imponderável.

A prisão de Marcelo Odebrecht e do Almirante Othon, fez cair toda a ilusão sobre a impossibilidade de prisões de grandes figuras dirigentes de conglomerados empresariais.

Então, se houver delação e provas, porque não a prisão de algum ou de alguns donos da mídia.

Ainda, qual o conteúdo e grupo ou grupos políticos que podem ser atingidos por eventual delação do referido empresário, que, segundo a revista Época, das organizações Globo, poderia derrubar a República.

Fecho…

Pois bem, estas são algumas variáveis em curso, podendo todas estar numa mesma sintonia em relação ao objetivo acordado, ou, em pleno confronto pela obtenção do poder de determinar os rumos do país, aí  incluída a manutenção da democracia

Redação

27 Comentários

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  1. Ou então, já que fez grande

    Ou então, já que fez grande estrago na imagem do PT, deixar o barco correr até 2018, já que dá para aguentar até lá, e tentar a sorte nas eleições. Enquanto isso, continua tentando minar a imagem de Dilma, Lula e do PT.

  2. O que não fica claro…

    O que não fica claro é se Sérgio Moro é um pau mandado de um desses grupos do grande capital ou apenas um juiz que se arrogou o papel de justiceiro e praticou essa chantagem em massa com os empreiteiros presos deixando claro que a cadeia seria longa para os que não aderissem à delação premiada.  Porque, de fato, seria muito estranho que o pequeno grupo de bilionários do país permitisse ou autorizasse a prisão e humilhação pública de um dos membros do grupo. Esse fato destoa. É como se Sérgio Moro estivesse sendo “independente além do que deveria”, mas se fosse isso, a mídia o teria defendido e acusado Moro de estar passando dos limites e issonão vimos em momento algum.

    A impressão que passa a ação da mídia, Firjam, Fiesp, é de um susto com o desenrolar rápido e intenso dos fatos e a realidade se impondo, que uma eventual prisão de Lula, somada ao impeachment de Dilma, jogaria o país num caldeirão efervescente onde a reação da militância petista e dos milhões de simpatizantes não teria controle, e as manifestações de 2013 pareceriam brincadeira perto do que ocorreria, ainda mais se levarmos em conta que há algo de muito reprimido na parcelado povo que apoia o PT, e não esconde a frustração por ver o governo “apanhar calado”. Algo como os filhos que partem para uma reação violenta ao ver um dos pais agredidos por gente estranha.

    Sendo verdadeira a hipótese de que grande mídia e grande capital juntos, tenham cometido um brutal erro de cálculo ao permitir que a lava jato fpsse tão longe e a sanha dos golpistas tucanos idem – afinal, caminham juntos esses dois movimentos do jogo pelo poder – cabe a questão principal: há tempo e meios de se desarmar essa bomba social prestes a explodir? O que há na delação de marcelo Odebretch? Alguém pode controlar Sérgio Moro? Como esquecer todo o flagelo causado ao PT e ao governo pela mídia, nos próximos anos, como seria a convivência governo / mídia, numa trégua, se viesse?  Seria melhor para o país que o conflito eclodisse de vez e acabasse a farsa dessa democracia mambembe sustentada apenas pelo voto?

    E uma das perguntas que mais me incomoda: porque as altas autoridades do poder judiciário omitiram-se completamente, permitindo a Sérgio Moro instalar um clima de terror e desmonte da economia, cometendo vários atos de grande suspeição, beirando a ilegalidade ou ultrapassando essa fronteira?  Como confiar num poder que se revelou medíocre e omisso?

     

     

    1. Sérgio Moro para mim é um
      Sérgio Moro para mim é um justiceiro, mas não é um sem-noção. Ele sabe com quem mexe, os limites que tem e quem realmente manda no país. Tanto é assim que jamais cutucou a grande midia, muito pelo contrário, armou com ela um esquema de simbiose, onde oferece as manchetes em troca de proteção. Vou te dizer que na primeira que ele errar a dose, o cara vai recuar para não se queimar. As altas instâncias do judiciário são todas formadas por covardes. É simples assim. Todos veem as ilegalidades correrem soltas mas ninguém tem coragem de enfrentar o tribunal da mídia. Por isso, fazem como se não fossem com eles. Não acredito nessa hipótese de grande capital e mídia juntos para salvar o governo Dilma. Algumas declarações recentes e um editorial de FSP e Globo não são suficientes para apagar tudo que foi feito nos últimos 9 meses pelo menos. É muito pouco para marcar uma virada em 180 graus como alguns querem fazer crer. E Marcelo Odebrecht será tudo menos este homem bomba que se pensa que ele será. Lembre-se que o esquema das “delações preimadas” seguem um roteiro pré-definido. Miram um alvo pré-definido pelos investigadores para aceitar. Se o cara não quiser fazer parte do esquema, não vão aceitar uma “delação premiada” que fuja aos esquema. E por fim, não há a mínima chance de a “malta” de revoltados on-line que apoiam a operação lava-jato vir a se revoltar e fugir ao controle de seus apoiadores na imprensa. Estes já se mostraram ser totalmente guiados pela imprensa e sem qualquer capacidade de pensamento crítico e autônomo. Todos bovinamente voltarão à sua irrelevância quando receberem o sinal para tal.

      1. mas continuam algumas questões….

        continua, por exemplo, a pergunta: porque a grande mídia não moveu um dedo para preservar o Marcelo Odebretch? Uma aposta que ele salve a própria pele entregando Lula? A Globo é poderosa, mas não age sozinha, a impressão que dá é que interesses muito superiores ao das empreiteiras está em jogo, talvez o petróleoo mesmo, as centenas de bilhões de dólares que envolvem o pré sal.  E no fundo, tudo é especulação, concordo que Sérgio Moro não é um sem noção no sentido de saber muito bem como articular seus passos, com grande perícia, diga-se, até por se tratar de terreno minado. O que é facilitado pelo apoio absoluto da mídia.

        Mas todo esse jogo brutal mesmo com o poder quase total do grande capital e mídia, continua sendo perigoso e com componentes explosivos, por causa da reação popular a um golpe, e o fato de Lula, preso e provavelmente solto meses depois, voltar como mártir nos braços do povo.  O jogo ainda está correndo, e tudo o que fazemos, no fundo, são tentativas quase que desesperadas, de tentar apreender os próximos lances e as causas dos lances já jogados.

  3. Bob Fernandes.

    O Jornalista Bob Fernandes , em Junho, fez uma Cronica no Jornal da Gazeta PEDINDO exatmente isso, que os Empreiteiros da Lava Jato DELATASSEM TUDO, União, Estados e Municípios, sem deixar pedra sobre pedra…ele viu a real possibilidade de estourar o DEM e o PSDB para sempre.

  4. Resta esperarmos os próximos

    Resta esperarmos os próximos acontecimentos para ver qual será a posição da própria Esfinge em relação à charada. Até lá, são conjecturas.

  5. Crítica dos seus três “quadros”

    Prezado Sr. Sérgio, parabéns por sua aguçada análise. Entenda por favor minha “crítica” no sentido acadêmico do termo, de aprofundamento deste debate que o Sr. com muita propriedade propôs.

    Primeiro quadro – no mundo contemporâneo já praticamente não existe mais isso de “capital nacional versus capital estrangeiro”. Capital não tem pátria, não tem nacionalidade, não tem cidadania. Dinheiro é dinheiro, ponto.  

    Outra coisa, capital rentista e capital produtivo estão imbricados. Bancos (e fundos, e etc.) são em larga medida proprietários das empresas produtivas. E bancos são proprietários de pedaços de outros bancos, numa rede infinita. Não existe mais separação distinguível entre “economia produtiva” e “economia financeira”.

    Isto dito, o seu palpite quanto ao “pai da criança” não é “palpite”, o Sr. foi na mosca, eu só inverteria a ordem: petroleiras (leia-se Chevron e Exxon) em primeiríssimo lugar, consorciados com os grandes tubarões do capital apátrida. 

    Logo que o pré-sal foi descoberto (teríamos “uma Arábia Saudita debaixo do oceano”, anunciou o diretor da Petrobras a Lula e Dilma), o Brasil passou a (enfim) custear (de fato) iniciativas como o programa do submarino nuclear. Imaginava-se um inimigo explícito, de fora – não essa covardia que vendilhões travestidos de Senadores da República estão fazendo nesse exato momento.

    Segundo quadro – Não vejo “consistência” institucional suficiente para passar segurança aos defensores do impeachment de que o desfecho já possa ser dado por favas contadas.

    Terceiro quadro – BINGO! (é o meu palpite). Marcelo Odebrecht está preso, mas o patriarca Emílio não. E ele pode ter deixado claro, em alto e bom som, que todo mundo vai rodar, tucanada inclusive. Aí bate nos limites dos Marinhos, dos Frias etc., que sinalizam para a “República de Curitiba” que já chega.

    Se for isso (tomara que seja), aí é que nós vamos ver se essa conversa de “Operação Mãos Limpas” à brasileira é a sério ou é só conversa para boi dormir, é só pra inglês ver.

    Os jovens procuradores idealistas vão enfim ter a chance REAL de “refundar a República” (nas palavras deles). Iremos todos descobrir se eles terão mesmo colhões para isso ou se vão se mijar nas calças – peço aos leitores que me perdoem as expressões chulas, mas, no meu modesto entender, quem já fez o estrago que fez na “velha” República (a meu ver, merecido), quem já veio até aqui, ultrapassando Rubicão atrás de Rubicão, não teria o direito de acomodar e conciliar na hora da verdadeira chance de algo que eles possam de fato chamar “refundação”. 

    Abraços

    1. Capital produtivo x rentismo

      Sr. Ruben Naveira,

      Também com todo respeito ao seu argumento, penso que não lhe assiste razão de todo em sua visão a respeito do capital. Existe, sim, a tendência econômica e histórica de convergência do capital produtivo e rentista, mas isso é uma tendência. O que tem acontecido no mundo, entretanto, demonstra cabalmente que tal tendência ainda não se consolidou nem há garantias de que se consolidará. O capital financeiro é, sem dúvida, dominante mundialmente, mas isso não significa que ele domine diretamente o capital produtivo – há mediações várias entre um e outro. Portanto, uma empresa de tradição familiar porém multinacional como a Odebrecht, espalhada em vários setores produtivos e em vários países, claro que possui relações fortes com o setor financeiro, mas seus principais ganhos não derivam dessa esfera. Por essa razão, um grupo desse tamanho não iria aceitar morrer asfixiado simplesmente por um juizinho de primeira instância, nem sofrer uma debaclé para a invasão e domínio do seu território pelas construtoras internacionais. Do mesmo modo, os Bancos ainda nacionais, como o Bradesco e o Itaú, ainda não estão diluídos no sistema financeiro anônimo internacional. Portanto, é razoável entender a reação do sr. Trabuco, pois o Bradesco não almeja ser simplesmente engolido pelos outros bancos internacionais em sua própria casa.

      É sempre bom lembrar que a classe dominante não se relaciona entre si apenas na base do cavalheirismo; também há guerra entre eles, e ninguém vai ceder de graça, sem luta, sua posição ou fatia econômica. Possivelmente parte considerável dos industriais e de alguns banqueiros nacionais visualizaram simplesmente a terra arrazada que está(ria) vindo ao seu encontro e estão atuando para neutralizá-la.

      É importante refletir que uma empresa do porte da Odebrecht até aceita ser parceira de capitais maiores, mas não aceitará sem luta ser eliminada do mapa sem uma enorme compensação financeira – e nada indica que a Odebrecht estaria querendo se retirar do campo econômico em que atua; possivelmente estaria aberta a parcerias, mas não a sua pura e simples eliminação para as construtoras estadunidenses.

      Isso posto, com todo o respeito, acho a reflexão do autor do post mais complexa e sofisticada do que a simples fusão de todos os capitais, como se fossem uma coisa só. Tais capitais só se unem inexoravelmente se houver uma revolução socialista contra eles, mas não é isso que está ocorrendo no momento, pelo contrário. E eles tem perfeita noção desse quadro.

  6. Outra opinião

    Na minha opinião o que contou mesmo foi a reunião de Dilma em busca de apoio político dos governadores. Como sabemos estados totalmente falidos, endividados que não conseguem sequer pagar salários, vão querer, digamos, um alívio nas contas. Aí mora o perigo, não há tempo para uma negociação razoável de dívidas, gregas, reajustadas a 15% ao ano. O setor bancário nacional e internacional anteviram o perigo.

  7. O golpe principal é no povo, e pode ser dado com ou sem ‘golpe’

    O golpe principal é no povo, e pode ser dado com ou sem ‘golpe’

    O argumento do primeiro quadro é enfraquecido pela última posição de ‘afrouxamento’ assumida pelo Financial Times, uma das bíblias do capital financeiro internacional, que certamente não ocorreu por ter passado a mãos japonesas.

    Sobre o terceiro quadro, não há necessidade de delação por Marcelo Odebrecht para ‘entrega’ de barões midiáticos, pois certamente as grandes empreiteiras convivem nos ninhos de ratos dos marinhos et caterva, e já teriam ameaçado e paralisado os ladrões da imprensa, na sua orgia golpista.

    Quanto ao segundo quadro, parece ser o mais próximo da realidade. O que parece já ter sido fechado é um grande acordão, ao tradicional estilo das elites com sede no Brasil, em que o golpe principal, aquele que é dado no povo, foi dado. Como comentei em outro post: “Quem acredita que golpistas deixaram de ser golpistas acredita em tudo. O golpe principal não é na Dilma nem no Lula, é no povo. Pelo menos três coisas à vista: a terceirização irrestrita, a entrega do pré-sal e o deixar os corruptos em paz e liberdade. Coisas práticas assim são o quê realmente interessa aos bandidos.”

  8. A prisão do almirante movimentou a caserna?
    Será que foi a gota d’água que faltava para tirar a caserna da imobilidade e que fez avisar que do jeito que tava indo não dava?

  9. Vou pelo mais simples, alguém bateu o pé e aí sebo nas canelas!

       Muito repentina essa conversão coletiva, receberam algum recado curto e grosso. De todos os cenários que pintaram do dia seguite ao golpe estavam esquecendo de um:  PIG fechado, congresso fechado e quem sabe até um tal de p.a.r.e.d.o.n. Ciro tava certo.

    1. Também acho

      Acho que faz sentido esta hipótese do recado curto e grosso, pois foi tudo muito súbito. PHA já tinha insinuado isso quando disse que “a Casa Grande mandou botar ordem no furdunço”. Vieram manifestações seguidas das lideranças comerciais e industriais, dos bancos (que continuam faturando horrores) e agora do PiG. Talvez uma das fontes do recado tenha sido as forças armadas que estão sendo reequipadas com a nova indústria de defesa que é um pleito secular delas e uma mudança golpista poderia interromper esta política de investimentos em pesquisa tecnológica militar que já tem até países interessados em sua importação.

  10. Neste momento Dilma Rousseff
    Neste momento Dilma Rousseff deve aprender a lição de Ziegfrid: é preciso audácia para matar Fafnir e ser desleal com os fantasmas dos nibelungos.

  11. A REDE GOEBELLS DE TELEVISÃO

    A REDE GOEBELLS DE TELEVISÃO ESTÁ BLEFANDO,

      SE EU FOSSE A PRESIDENTA,PASSARIA O PAÍS A LIMPO

        JÁ QUE TÁ “LASCADA” “LASCADA E MEIA ENTÃO”

         QUEM DIZ QUE É “HONESTA” NÃO DEVE TER MEDO

           VAI PRA CIMA DILMAAAAAA!!!!!

  12. tragicômicas

    Aí, Luiz Inácio, incapaz de decifrar o enigma –“Que p… é essa: Anda de quatro, depois anda de duas e, depois, de três?!!!…“ – , malandramente jogou a letra pra Esfinge: “Tem jogo?”

    Esfinge, que não é boba, respondeu: “Sempre tem…”

    (Aqui nesse ponto, a filmadora do João Moreira “Entreatos” Salles, barrada por Dirceu, não pôde entrar na sala…)

    Resultado: o PeTolulismo, mesmo andando de quatro , achou que era já era bípede e acabou tomando-lhe uma rasteira.

    Agora, tá procurando quem lhe dê uma bengala.

    (Essa Esfinge é mesmo uma filha do Capeta…)

    Édipo até que tava inocente na parada – qualquer Kakay quebrava fácil: ”Meu cliente foi abandonado ao nascer. Dizei-me, Meritíssimo, como ele iria saber que contraíra matrimônio com a própria e insuspeitada genitora?- Quantas mulheres existem na Península Helênica?- Qual a probabilidade dele se encantar exatamente por Jocasta?”.

    Já Lula quis dar uma de malandro e passou recibo de otário.

    Sobrou pra Dilma, com sua tragicômica incapacidade de resolver qualquer coisa e só fazer jogo até a metade.

    E que se virem os candidatos a oráculo pra dizer onde isso vai dar.

    (Diz que Dilma, desesperada, já botou cera nos ouvidos. Agora só falta furar os olhos e sumir no oco do mundo.)

    Pobre de Pindorama.

  13. A minha esperança…

    A minha esperança é que a Dilma, sabiamente, pagou para ver e no final vai sair ganhando e fortalecida para poder enfrentar as forças, tão poderosas, por detrás da crise.

    1. Chego a pensar que Dilma

      Chego a pensar que Dilma murmurou duas palavras legais e presentes na Constituição unidas por uma preposição: estado de sítio…

      Instrumento absolutamente legal, no caso de perturbação severa da ordem interna, culmina com o fechamento do Congresso Nacional e o Judiciário, militares que estão calados e se lembram de quanto foram sacaneados por FHC, tornam-se interventores na mídia e etc. Milhões e milhões de pessoas, que não aparecem na pesquisa fajuta da datafalha, e estão caladas, apoiariam. O grande capital, que está perdendo rios de dinheiro e não confia na pseudo competência desses oportunistas de plantão, confia bem mais na fórmula que deu certo ultimamente. Obama fica de mãos atadas para intervir, visto que não teria havido golpe de estado de esquerda, formação de governo no exílio, etc. Também não poderia usar a fórmula de desabastecimento usada na Venezuela, porque o Brasil é muito mais diverso economicamente que aquela. Também não acredito que um eventual rebaixamento da nota do país teria consequências mortais, pois poder-se-ia controlar o câmbio com mão de ferro e redirecionar o comércio exterior e assim por diante…

      Não seria um mar de rosas, porém creio administrável. A boa notícia seria o expurgo de todos os canalhas que asolam este país, a começar pela mídia bandida.

  14. Sergio Medeiros R,
     
    Fico com

    Sergio Medeiros R,

     

    Fico com a primeira… Mas a terceira faz muito sentido, e, nesse caso, a pajelança atual assemelha-se à de 2003, quando Lula teve a oportunidade de passar os 500 anos de Brasil a limpo… e deixou passar, para a desgraça atual!!!



    Aí, eu pergunto: não seria melhor deixar o MOB colocar a boca no trombone e, até mesmo amplificar o som?
     


    Tumor, só à base de bisturi… esse é o meu pensamento a respeito desse câncer chamado PiG!!!

  15. Manifestações de rua, a maior das variáveis.

    Brasil, país onde a ficção por mais absurdo que seja pode tornar-se crível, ainda mais nas mãos de políticos loucos e amadores, idiotas mesmo, na acepção grega do termo, sem noção nenhuma, esses podem fazer absurdos justamente por não perceberem assim.

    E se a manifestação do dia 16 for retumbante tal qual a primeira?

    Eu mesmo não acredito.

    A segunda já mostrou fracasso, e essa já entra nessa semana sob esse balde de água fria em notas oficiais e editais jornalísticos, enfim.

    Se for uma manifestação grande, inexoravelmente virá outra, e pode vir outra, e irá até onde?

    Nesse caso, a segunda variável apresentada no texto serveria como o pano de fundo para um golpe-midiático-fascista, observando-se com cautela todos os interesses econômicos envolvidos, e as novas costuras, claro, que seriam até mesmo fundamentos para o próprio golpe.

    A moeda política existe, é essa: a classe média fascista fomentada pela velha mídia. Terreno político apoderado pelo grupo Globo.

    De qualquer maneira, é um ótimo texto. Longe da teoria da conspiração, o que eu levanto aqui é que está mais próximo disso, assumo.

    Mas, fazemos nossas conjecturas, todos nós.

    Enfim, até o dia 16!

  16. Golpe c/aparência de legalidade

    O golpe com aparência de legalidade, com a mídia se preservando antecipadamente, é o quadro mais provável que tentem aplicar. Mas depende da reação dos governadores e da força dos afetados pelos prejuízos, e da reação geral. O que preocupa é que os comandantes da operação, de fora do país, não se importa se o país quebrar ou virar uma nova Síria, os comandos e os subsídios continuarão vindo.

    Também não acredito que o Marcelo Odebrecht possa fazer delação premiada que não seja de interesse do Moro, da oposição e seu principal aliado, a mídia.

  17. Estava com as mesmas dúvidas

    Sérgio Medeiros,

    Se fizermos uma comparação com as situações de crise política no Brasil ao longo da História, verificaremos que os setores dominantes da sociedade sempre conduziram o desfecho das mesmas. Um exemplo para reflexão: Por que fomos o último país do Ocidente a eliminar a escravidão, que maculava tristemente a nossa sociedade?  Os setores dominantes da época simplesmente não queriam a libertação dos escravos e a instituição da mão de obra assalariada. Os fazendeiros latifundiários do café e o grupamento econômico em torno destes bloqueavam qualquer tentativa de mudança. Quando ocorreu o fim da escravidão e algumas outras rupturas com a ordem estabelecida, o império foi rapidamente derrubado no golpe republicano, orquestrado em conjunto com setores militares e urbanos, mas rapidamente o poder no país ficou claramente com a elite agrária detentora das terras e do principal produto de exportação do país. O golpe só ocorreu porque houve um alinhamento das elites e um consenso entre os diversos atores de que era hora de mudar na aparência para manter o domínio da sociedade, desta vez com outro formato.

    Agora em 2015 assistimos a alguns fatos inéditos. O herdeiro da maior empreiteira do país foi preso. Um vice-almirante prestigiado na Marinha foi também preso. Diversos outros empresários do setor de construção foram presos e alguns tiveram que fazer acordos de delação premiada e andar com tornozeleiras adornando suas pernas. Fica então a pergunta: Quem manda nesse país? No momento em que um membro de uma família da elite detentora do capital há 3 gerações pelo menos, que deve ter financiado políticos de todos os partidos e que possui enorme influência política e social está há algumas semanas em Curitiba atrás das grades, realmente vivemos um enigma. Como esses fatos aconteceram?  Os setores dominantes no Brasil nunca perderam qualquer refrega. Historicamente já vimos brigas pelo poder e alijamento de algum grupo da elite, mas nunca houve a prisão e humilhação pública de algum integrante de alto quilate. Aí chegamos nas suas hipóteses: 1) Um ataque externo e a reação do capital nacional 2) Dissimulação para perpretar o golpe mais a frente 3) O abraço do afogado, isto é, se eu morrer morre muita gente junto. As análises são coerentes, porém persiste a questão, como alguns setores acostumados a mandar no país estão nas cordas?  Seguem algumas contribuições:

    Será que os procuradores e juiz, representando as instituições (Poder Judiciário) conseguiram uma independência tal, que  golpearam de morte a corrupção e toda a estrutura de poder da Casa Grande alicerçada na História do Brasil? Parece pouco crível.

    Será que há uma briga intestina na elite econômica do país, opondo grupos com projetos diferentes de país e de como amealhar mais poder e recursos para sua esfera de dominação? Pode ser, mas não vemos tantas evidências.

    Será que estamos diante de uma ameaça externa em função do Pré-sal e de outras riquezas do país, bem como da manutenção de um alinhamento na ordem mundial?

    Esses aspectos são os que estão mais na essência da questão, pois na superfície sabemos que há o interesse em detonar a experiência do governo de esquerda, com resgate da dívida social e inserção mais independente do Brasil na ordem mundial. Os erros na condução dessa experiência estão patentes, mas muitos provavelmente seriam cometidos por falta de opções e visão mais clara na época. è a velha história de colocar o guizo no gato…

    Existem outras alternativas para explicar esses tempos estranhos?

     

  18. Faltaram alguns pontos nessa análise

    1. A substituição do juiz da Zelotes;

    2. A CPI do Suiçalão;

    3. O encontro de Dilma com os governadores.

  19. O bom mesmo seria o Marcelo

    O bom mesmo seria o Marcelo “chutar o pau da barraca” e derrubar a republica. Instrumentos constitucionais existem para controlar a situação: estado de sitio.

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