Bruno Lima Rocha
Bruno Lima Rocha Beaklini é jornalista formado pela UFRJ, doutor e mestre em ciência política pela UFRGS, professor de relações internacionais. Editor do portal Estratégia & Análise (no ar desde setembro 2005), comentarista de portais nacionais e internacionais, produtor de canal estrangeiro e editor do Radiojornal dos Trabalhadores.
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Os ataques sofridos em escala internacional pelas empresas líderes da engenharia brasileira, por Bruno Lima Rocha

Os ataques sofridos em escala internacional pelas empresas líderes da engenharia brasileira: uma análise por esquerda 

por Bruno Lima Rocha

Existe uma diferença gritante entre “teoria da conspiração” e prática conspiratória. Entendo que bastam algumas observações pontuais para fazer a lógica da obviedade. O texto que segue tem as devidas ponderações legais, por isso a cautela necessária. Vale observar que ao reconhecer que houve participação do Império no golpe no Brasil, não me alinho ao lulismo, tampouco a condenáveis práticas empresariais, menos ainda ao ‘batismo nos contratos’ como prática regular brasileira e nem nego a condição de que agentes nacionais (domésticos) possam aplicar golpes e também contra golpes. A conspiração que vem de cima encontra eco ou não, é bem sucedida ou não, de acordo com cada sociedade e seus agentes coletivos nacionais. Infelizmente, no Brasil, o golpe aplicado pelo BraZil deu certo (para eles). Vamos aos pontos.

1) Existem pessoas com certo prestígio cibernético alegando que há uma teoria da conspiração na internet brasileira em relação a participação dos EUA no golpe parlamentar que derrubou o governo reeleito de Dilma Rousseff. Os Estados Unidos, embora correspondam a 23% de nossa balança comercial – perdendo em quase o dobro para os 40% de volume de trocas com a China – tem plenas condições de exercer hegemonia e projeção de poder em termos ideológico-culturais, institucionais, militares e financeiros sobre toda a América Latina, o Brasil incluído.

2) A modalidade de participação dos EUA no golpe do Brasil – ou a suposta participação uma vez que os elementos cabais e probatórios estão em documentação sigilosa no Departamento de Estado do Império – seria a de LAWFARE. Esta é uma modalidade onde o emprego de acordos de cooperação e convênios entre órgãos jurídico-policiais-investigativos implicam em uma facilidade de investigação e punição para os alvos domésticos, mas cujas informações centrais são devidamente selecionadas através da vantagem estratégica que os EUA detêm através de sistemas de monitoramento e espionagem como o PRISM. Negar isso é praticamente negar a vigilância sobre a internet e o novo Complexo Industrial-Militar, balizado pelo Ato Patriótico assinado por Bush Jr e em nada modificado pelo governo Obama.

3) Tivemos – temos – evidências de efeitos dos acordos de cooperação tendo o conglomerado da Odebrecht como alvo de investigação e punição em escala mundo. Assim, perdem-se contratos e espaços no Sistema Internacional (SI), setores de difícil acesso e penetração, cuja entrada de capitais brasileiros só pode ser viabilizada através da aliança entre as campeãs nacionais (incluindo a super campeã Odebrecht),o banco de fomento (BNDES) e um governo de centro mas minimamente nacionalista (os do lulismo). Um país da semi-periferia como o Brasil não pode ser visto como candidato a potência média sem imediatamente gerar hostilidade aos EUA – por tabela, não importa o quão ‘bem comportado’ fora o período de Lula e também o de Dilma no Planalto, à exceção do acertado protesto após o escândalo das denúncias de Snowden.

4) A guarda baixa e a vigilância ausente – por parte das autoridades de Estado brasileiras – teve seu momento de porteira aberta quando do Projeto Pontes, em mega conferência realizada de 4 a 9 de outubro no Rio de Janeiro. Esta Conferência teve amplo alcance dentro do aparelho de Estado brasileiro, em especial na criação da Força Tarefa da Lava Jato aliás, conforme recomendado no próprio link difundido pela própria correspondência diplomática difundida pelo Wikileaks(ver http://encurtador.com.br/CNW59 ). Detalhe: o Projeto Pontes teve início em fevereiro de 2009 segundo o Departamento de Estado dos EUA.  Ou seja, seu desenvolvimento se deu quando o titular da pasta da Justiça era Tarso Genro; revelando que para além das abundantes críticas ao então ministro, a inteligência brasileira e a defesa do Estado eram incapazes para suas atividades-fim. 

 

Desmontando os conglomerados econômicos relevantes no Brasil e imediatamente diminuindo o poder do Brasil no Sistema Internacional (SI)

Vamos entender as obviedades. As maiores empresas de construção pesada, a indústria naval e os conglomerados econômicos complexos do Brasil estão parados. Poderíamos pensar que interromper as obras e suspender os contratos é um ato de Justiça, em função da corrupção endêmica nos contratos “batizados” através de diretores técnicos de carreira e suas indicações políticas. Mas a evidência é oposta. A União poderia decretar a intervenção nas empresas, poderíamos haver tentado aprovar leis que favorecessem o controle – ou maior controle – dos trabalhadores das grandes empresas em suas rotinas produtivas e assegurar a manutenção dos empregos através da sequência das obras e encomendas. Deu-se exatamente o oposto conforme explicado no bom texto de Emanuel Canella, enviado aos mais poderosos veículos de mídia brasileira e jamais publicado (ver http://encurtador.com.br/crJM6)

 

Acordos de delação de testemunhas-chave brasileiras nos EUA supostamente estariam acontecendo com intermediação informal da Lava Jato

O tema é recorrente, mas através das gravações das audiências presididas pelo juiz de 1ª instância federal Sérgio Moro, é possível se dar conta da profundidade do problema. Em bom artigo publicado em O Cafezinho (ver http://encurtador.com.br/iMTX8) a sequência de fatos inequívocos é recordada. Ao mesmo tempo, constata-se que o Estadão (O Estado de São Paulo) admite a possibilidade da existência de cooperação informal de membros da Força Tarefa, e em assim sendo, totalmente ilegal. Como já vimos tanto neste site como com este analista que escreve, os acordos de cooperação judicial com outros países precisam ser rigidamente coordenados por uma Autoridade Central. Esta, pela lei brasileira, seria o Ministério da Justiça (MJ) e não a Procuradoria Geral da República (PGR) através de sua Secretaria de Cooperação Internacional (SCI). Acontece uma situação ainda mais drástica, pois nem o decreto presidencial 3810/2001 foi formalmente alterado como tampouco procuradores, magistrados, delegados e auditores federais têm autorização formal para coordenar esforços com seus pares e colegas de outro país. Menos ainda se tais colegas pertencerem aos quadros da superpotência do planeta, com vantagem estratégica sobre todas as demais, e projeção de poder absoluta na América Latina, cujo pivô geopolítico é o Brasil. Tal cooperação informal seria a evidência de um Estado Paralelo no Brasil?

 

Estado Paralelo? Qual o tamanho da internalização de interesses?

A segurança nacional estaria sendo ameaçada pelo Estado Paralelo, algo evidenciado pela ida do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em fevereiro de 2015, aos EUA.  Na ocasião, Janot foi entregar pessoalmente documentação sigilosa e sensível para os interesses do Brasil. Segundo o portal da Exame (ver http://encurtador.com.br/BEMRZ) Janot visitara ainda sob o governo Dilma no segundo mandato, o Banco Mundial, a OEA e com Leslie Caldwell, o titular da Divisão Criminal do Departamento de Justiça (DoJ,  equivalente ao MJ dos EUA). Ainda segundo a publicação do Grupo Abril, o então titular da PGR viajou aos EUA acompanhado de procuradores e peritos que investigaram as possibilidades de propinas em contratos com a Petrobrás ou obras brasileiras financiadas por nosso banco de fomento por mais de uma década. 

Vale ir além da agenda de Janot e seus acompanhantes. Segundo texto de Fernando Rosa, sob o título de “Lava- Jato compromete a segurança nacional” (ver http://encurtador.com.br/buzLQ), as supostas consequências foram nefastas para o desenvolvimento do país.

“A agenda de colaboração do ‘Estado paralelo’ já estava a pleno vapor em 2015, quando o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, encontrou-se com Leslie Caldwell, procuradora-adjunta da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA. Até ser indicada ao cargo pelo presidente Obama, em 2014, Leslie Caldwell havia sido sócia do escritório Morgan Lewis de Nova York, especializado em contenciosos no setor de energia, especialmente nuclear.

Na sequência do encontro nos Estados Unidos, a Operação Lava Jato desviou do alvo central, a Petrobras, e apontou para a Eletronuclear, deflagrando a “Operação Radioatividade”, com objetivo de investigar suspeitas na área nuclear. Em 2 de abril de 2015, dois meses após a visita de Janot aos EUA, o almirante Othon Luiz Pereira da Silva foi denunciado, preso e condenado a 43 anos de prisão – na prática, prisão perpétua, considerando a idade avançada do militar.”

 

Os EUA contra a engenharia brasileira. A ação estratégica de minar internamente as capacidades instaladas e com possibilidades de avanço no rumo de um excedente de poder

Uma das tarefas permanentes de uma potência hegemônica é de preservar, assegurar e ampliar sua condição de exercício de hegemonia. Para tal, o hegemon, ou a Superpotência – já que a única realmente existente é os Estados Unidos – trabalha com uma lógica de antecipação, usando suas vantagens competitivas em relação a supostos rivais. Tal rivalidade não está diretamente relacionada a um discurso anti-imperialista no Brasil (sendo sincero, quem dera que este existisse) ou ao ‘bom comportamento’ do Estado brasileiro como operador diplomático de primeira grandeza e central na solução de controvérsias em organismos internacionais. O que entra no cálculo permanente são as capacidades exercidas e já instaladas, e as potencialidades que podem vir a existir. Como ativo na competição mundializada, está a complexa engenharia pesada brasileira, cujos conglomerados econômicos têm uma relação umbilical com o aparelho de Estado (como ocorre em escala mundo com todos os países poderosos) e podem avançar seus empreendimentos para cadeias de valor sensíveis, como o beneficiamento de urânio.

O rigor advindo das punições para a Odebrecht ocorridos nas Justiças de EUA e Suíça, não encontram eco nas penas executadas contra os maiores conglomerados de capital estadunidense em qualquer setor da economia. Como diz o ditado gringo: “too big to fail, too big to jail!”. Se algum leitor ou leitora considerar exagero sugiro uma breve leitura nestes dois portais – corporatewtach.org e corporatecrimereporter.com. Se me permitem o neologismo macabro, “compliance é lenga lenga para os mais fracos”. Para reforçar o argumento, trago este trecho do excelente texto de Mauro Santayana “Nota de falecimento: a engenharia brasileira está morta” (ver este link: http://encurtador.com.br/glmT3).

“Leniente com suas próprias companhias, que não pagam mais do que algumas dezenas de milhões de dólares em multa, os Estados Unidos costumam ser muito mais duros com as empresas estrangeiras.

Tanto é que da lista de maiores punições de empresas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por corrupção em terceiros países – incluídos alguns como Rússia, que os Estados Unidos não querem que avancem com apoio de grupos europeus como a Siemens – não consta nenhuma grande empresa norte-americana de caráter estratégico.

A Lockheed Martin e a Halliburton, por exemplo, pagaram apenas uma fração do que está sendo imposto como punição, agora, à Odebrecht brasileira, responsável pela construção do nosso submarino atômico e do míssil ar-ar da Aeronáutica, entre outros projetos, que deverá desembolsar, junto com a sua subsidiária Braskem, uma multa de mais de R$ 7 bilhões, a mais alta já estabelecida pelo órgão regulador norte-americano contra uma empresa norte-americana ou estrangeira.”

 

Síntese conclusiva teórico-analítica

Entendo que a exposição de argumentos e motivos já está mais que suficiente, demonstrando mesmo a uma hipotética audiência leitora não treinada, as possibilidades concretas do acionar dos EUA tendo como alvo os conglomerados econômicos cuja cadeia de valor central foca na engenharia pesada. Não por acaso, este oligopólio nacional – controlado por famílias e acionistas majoritários, além de financiados pelos megacontratos com a Petrobrás ou através do BNDES – é  um ativo central na criação e projeção de excedentes de poder do Brasil para o Sistema Internacional. Tal posição estratégica no ambiente externo e interno, não modifica a natureza destes conglomerados e tampouco dos intermediários políticos profissionais. Assim, simplesmente não estamos negando a existência de corrupção, ou mesmo de corrupção estrutural. Afirmamos sim que para a Superpotência, as acusações de práticas empresariais criminosas são um recurso de guerra, uma arma com emprego tático, assim como o uso da força ou da espionagem. Logo, o alvo estratégico da relação EUA com os frutos das delações da Lava Jato, é o desmonte da Petrobrás e das empresas de engenharia complexa operando a partir do Brasil.

Assim, são duas rodadas simultâneas no meu ponto de vista. Uma, é em escala mundo, onde os Estados capitalistas apostam em suas TNCs e suas áreas de expertise. Nisso os EUA atacam. Outra rodada, interna, pode ocorrer quando o oligopólio local se reposiciona (caso isso ocorra em definitivo), e, em última instância, aceita a quebra da reserva de mercado, os acionistas majoritários vendem seus ativos e financeirizam seus lucros. Entendo que estamos vendo isso ocorrer hoje com as maiores das empreiteiras. Não se trata de uma defesa de classe, e sim de um ataque capitalista contra outra estrutura capitalista de menor envergadura. Por ser de menor envergadura, o oligopólio da engenharia pesada e complexa brasileira se enfraquece e perdemos tanto posições no SI como empregos diretos no país.

 

Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais

(www.estrategiaeanalise.com.br /[email protected] para E-mail e Facebook)

 

Bruno Lima Rocha

Bruno Lima Rocha Beaklini é jornalista formado pela UFRJ, doutor e mestre em ciência política pela UFRGS, professor de relações internacionais. Editor do portal Estratégia & Análise (no ar desde setembro 2005), comentarista de portais nacionais e internacionais, produtor de canal estrangeiro e editor do Radiojornal dos Trabalhadores.

40 Comentários

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  1. A questão talvez seja mais

    A questão talvez seja mais simples.

    O FBI quer monitorar empresas brasileiras no Brasil como se a Lei norte-americana pudesse ser imposta por norte-americanos dentro do nosso território.

    Pode a Polícia Federal brasileira monitorar empresas dos EUA impondo a elas a Lei brasileira no território norte-americano? A resposta é NÃO.

    O imperialismo não é uma teoria da conspiração.

    É uma constatação que advém dos fatos. 

    1. 1-Os lilnks estao, de fato,

      1-Os lilnks estao, de fato, errados, e enviam a um servico de internet e nao ao alvo.

      2-BLR eh um dos melhores pensadores de direita que eu ja vi no Brasil -no se se existem outros, alias.  Eh um prazer o ler por aqui.

          1. KKKKKKKKKKK…

            5 ou 6 anos atraz eu falei aqui no blog a mesma coisa:  que BLR estava entre os melhores pensadores da direita brasileira.  Filo nao porque quilo mas porque ele tem experiencia ate mesmo com espionagem barra pesada, cuja exposicao eh totalmente incomum em “pensadores” (coff coff) de esquerda.  Exceto por uns pouquissimos pensadores de esquerda, todo mundo dela tambem recorre aa teoria de conspiracao e nao aos fatos.  (relembrando:  o item que explicava a diferenca entre teoria de conspiracao e anallise de fatos conspiratorios de ontem -talvez do Maestri, nao lembro mais) tambem era incomum e massivamente bom.

            Eh isso que eu digo daqui pra frente:  o Maestri eh o melhor pensador de direita do blog.  E digo mais:  …

            Nao lembro o que ia falar, a frigideira que o Maestri arremessou acertou a minha cabeca!

            Me lembrou do que eu nao lembro a respeito do dia que eu delicadamente disse pra minha esposa que nao ia comer o frango com quiabo dela.  A mesma coisa aconteceu.

    2. Marcelo, mil desculpas, o

      Marcelo, mil desculpas, o migre estava fora do ar e busquei este programa encurtador. Deu tudo errado, e agora fica o retrabalho. Desculpe, e grato pela leitura. 

  2. Texto brilhante, como sói ser

    Texto brilhante, como sói ser os escritos pelo Bruno Lima Rocha. Precisa ser divulgado, discutido e assimilado.

    1. Denis, grato por teu comentário

      Denis, grato por teu comentário bondoso e generoso. Queria ser tão bom na vida profissional como me treinaram nas palavras. Forte abraço.

  3. PAREM DE SER OTÁRIOS ÚTEIS

    A POLÍTICA É UMA SEQUÊNCIA DE CONSPIRAÇÕES  –  VOCÊS ACABARAM DE ASSISTIR ISTO ACONTECENDO COM A PRESIDENTE DA REPÚBLICA E AINDA ASSIM FICAM RETICENTES EM FALAR SOBRE CONSPIRAÇÕES!

     

    O QUE MAIS PRECISA ACONTECER PRA VOCÊS ENTENDEREM ISTO!?  

     

    A POLÍTICA É UMA CONSPIRAÇÃO ATRÁS DA OUTRA, UMA DENTRO DA OUTRA, INCESSANTEMENTE.

     

    SÓ OTÁRIOS NÃO PERCEBEM ISTO 

  4. Para saber quando e como isso

    Para saber quando e como isso começou, devemos conhecer a história do Birô Interamericano no Brasil, comandado por Nelson Rockfeller, e que se instalou no país entre 1940 e 1946, o que foi uma invasão cultural e psicológica sobre nossa gente, via Disney e Zé Carioca e onde começamos a receber notícias do mundo via AP e outras agências

    1. para….

      Caro Bruno, o sr. quis dizer “o ataque nacional sofrido por empresas brasileiras”? Parece que somos loucos. Parece conversa de surdos. Nós criamos nestes últimos 30 anos uma pseudo-politica anticapitalista, onde empresários são vendidos como criminosos a explorar a nação, e agora nos indignamos de empresas e governos estrangeiros usarem deste mesmo artificio, que nós mesmos inventamos e insuflamos contra nossa propria soberania? É surreal. O ovo da serpente é nosso. Somos atacados pelo monstro que criamos. O Brasil é inacreditável.   

  5. Em um país onde vc contrata

    Em um país onde vc contrata ESPIÕES POR CONCURSO PÚBLICO, vc tem de de tudo menos um serviço de inteligência. E o resultado taí.

  6. Wallerstein, Giovanni Arrighi e Fiori facilitam o entendimento

    Por que ficamos tão apequenados e constrangidos ao analisar como algumas empreiteiras brasileiras e outras franjas da burguesia brasileira se beneficiaram tanto de sua relação com o Estado? Talvez por nosso eterno complexo de inferioridade, agora tão em voga, ou, por total desconhecimento de uma linha de análise que nos mostra como desde o século XVI alguns setores da burguesia em determinados países foram particularmente privilegiados pelos Estado locais. Ao longo destes séculos, Espanha, Holanda, Inglaterra e EUA se sucedem no controle da economia mundial. Este imbricamento do interesse estatal com setores proprietários se constitui em aspecto fundamental para a formação de potências na geopolítica internacional. Nada de novo acontecia no Brasil atual, apenas nos consolidávamos como potência capitalista e vivemos agora o malogro deste processo.

    1. Na mesma linha

      Acabo de escrever um cometário exatamente nessa linha, Sérgio.

      Engana-se quem acha que se constroi um pais potência e soberano se paramentando como os “mocinhos” dos filmes de Hollywood.

      Sejamos prático e paremos de vez com essa hipocrisia.

      É como se diz no popular: tem que ser puta véia nesse ramo.

  7. Como pode ser teoria da

    Como pode ser teoria da conspiração se tem fatos confirmando tudo? Nunca se viu uma teoria da conspiração mais embasada que essa. Está aí para quem quiser ver numa sequência lógica de causa-efeito e objetivo-resultado alçançado.

     

  8. Brasil casa da mãe Joana.

    Quando a Dilma foi grampeada e teve o áudio divulgado era para declarar guerra a este povo. Não o fez, então agora a Síria está aqui. Vai todo mundo perder.

    Se tivesse colocado os tanques na rua e mandado o Moro para o alasca a situação poderia ser a mesma. Mas pelo menos tinha alguém mandando no país.

  9. Moro é criminoso. Traidor,

    Moro é criminoso. Traidor, lesa-patria, entreguista e colaboracionista (com interesses internacionais), viola à saciedade – diuturnamente e já às escâncaras – dispositivos da Lei 7.170 de 14 de dezembro de 1983.

    Não tardará a enfrentar uma representação criminal, uma deníncia criminal, uma reação policial, uma reação institucional.

  10. Caros Bruno e

    Caros Bruno e Nassif,

     

    Recomendo vivamente o artigo “Au nom de la loi… américaine”, publicado no Le Monde Diplomatique de janeiro 2017. Trata da utilização do direito para a absorção ou eliminação de concorrentes comerciais.

    Os acordos negociados pela Petrobras e construtoras brasileiras com a justiça americana devem ser analisados à luz dessa tendência de internacionalização do diretiro norte-americano como instrumento de dominação econômica e comercial das grandes empresas e interesses norte-amercianos.

  11. Não me comprometa

    Um artigo que começa com “não em alinho ao lulismo”, “tampouco a práticas condenáveis empresariais”, menos ainda ao “batismo dos contratos”, o autor ou qualquer outro sujeito que pense assim vive fora do deste mundo, ou no mínimo em alguma caverna de Vila Velha.

    Será que autor acha que nos EUA as práticas condenáveis que, suponho que ele acredita, não ocorre por lá? Foi o que ele deixou nas entrelinhas.

    Ele acha que um país soberano se constroi como os “mocinhos” dos filmes de Hollywood?

    Eu, por exemplo, não fico em cima do muro, e digo com todas letras que sou adepto do lulismo, apesar das suas contradições, principalmente do espírito conciliador do Lula e da inapetência política de Dilma.

    Como uma empresa do porte da Odebrecht, estratégica para o desenvolvimento do país se descuidou, ou mesmo, sei lá, se existe ou existiu um departamento de contra espionagens comercial e os governos do PT também não trabalharam esse aspecto, sabendo que o mundo hoje vive numa guerra cibernética?

    Quanto ao conteúdo do autor, o texto parece mais aquele trabalho de revisão bibliográfica de início de curso de qualquer aluno de mestrado.

  12. Caros,

    a maior prova que a intervenção e o controle é politico é o caso referente a intervenção de bancos. Já viram intervenção mais branda? Tão branda que muitos até recebem dinheiro de impostos para serem “saneados” !

  13. LINKS CORRIGIDOS – POSTO NOVAMENTE O TEXTO ABAIXO COM OS LINKS

    Os ataques sofridos em escala internacional pelas empresas líderes da engenharia brasileira: uma análise por esquerda 

     

    Existe uma diferença gritante entre “teoria da conspiração” e prática conspiratória. Entendo que bastam algumas observações pontuais para fazer a lógica da obviedade. O texto que segue tem as devidas ponderações legais, por isso a cautela necessária. Vale observar que ao reconhecer que houve participação do Império no golpe no Brasil, não me alinho ao lulismo, tampouco a condenáveis práticas empresariais, menos ainda ao ‘batismo nos contratos’ como prática regular brasileira e nem nego a condição de que agentes nacionais (domésticos) possam aplicar golpes e também contra golpes. A conspiração que vem de cima encontra eco ou não, é bem sucedida ou não, de acordo com cada sociedade e seus agentes coletivos nacionais. Infelizmente, no Brasil, o golpe aplicado pelo BraZil deu certo (para eles). Vamos aos pontos.

    1) Existem pessoas com certo prestígio cibernético alegando que há uma teoria da conspiração na internet brasileira em relação a participação dos EUA no golpe parlamentar que derrubou o governo reeleito de Dilma Rousseff. Os Estados Unidos, embora correspondam a 23% de nossa balança comercial – perdendo em quase o dobro para os 40% de volume de trocas com a China – tem plenas condições de exercer hegemonia e projeção de poder em termos ideológico-culturais, institucionais, militares e financeiros sobre toda a América Latina, o Brasil incluído.

    2) A modalidade de participação dos EUA no golpe do Brasil – ou a suposta participação uma vez que os elementos cabais e probatórios estão em documentação sigilosa no Departamento de Estado do Império – seria a de LAWFARE. Esta é uma modalidade onde o emprego de acordos de cooperação e convênios entre órgãos jurídico-policiais-investigativos implicam em uma facilidade de investigação e punição para os alvos domésticos, mas cujas informações centrais são devidamente selecionadas através da vantagem estratégica que os EUA detêm através de sistemas de monitoramento e espionagem como o PRISM. Negar isso é praticamente negar a vigilância sobre a internet e o novo Complexo Industrial-Militar, balizado pelo Ato Patriótico assinado por Bush Jr e em nada modificado pelo governo Obama.

    3) Tivemos – temos – evidências de efeitos dos acordos de cooperação tendo o conglomerado da Odebrecht como alvo de investigação e punição em escala mundo. Assim, perdem-se contratos e espaços no Sistema Internacional (SI), setores de difícil acesso e penetração, cuja entrada de capitais brasileiros só pode ser viabilizada através da aliança entre as campeãs nacionais (incluindo a super campeã Odebrecht),o banco de fomento (BNDES) e um governo de centro mas minimamente nacionalista (os do lulismo). Um país da semi-periferia como o Brasil não pode ser visto como candidato a potência média sem imediatamente gerar hostilidade aos EUA – por tabela, não importa o quão ‘bem comportado’ fora o período de Lula e também o de Dilma no Planalto, à exceção do acertado protesto após o escândalo das denúncias de Snowden.

    4) A guarda baixa e a vigilância ausente – por parte das autoridades de Estado brasileiras – teve seu momento de porteira aberta quando do Projeto Pontes, em mega conferência realizada de 4 a 9 de outubro no Rio de Janeiro. Esta Conferência teve amplo alcance dentro do aparelho de Estado brasileiro, em especial na criação da Força Tarefa da Lava Jato aliás, conforme recomendado no próprio link difundido pela própria correspondência diplomática difundida pelo Wikileaks(ver http://migre.me/vOaKG ). Detalhe: o Projeto Pontes teve início em fevereiro de 2009 segundo o Departamento de Estado dos EUA.  Ou seja, seu desenvolvimento se deu quando o titular da pasta da Justiça era Tarso Genro; revelando que para além das abundantes críticas ao então ministro, a inteligência brasileira e a defesa do Estado eram incapazes para suas atividades-fim. 

     

    Desmontando os conglomerados econômicos relevantes no Brasil e imediatamente diminuindo o poder do Brasil no Sistema Internacional (SI)

    Vamos entender as obviedades. As maiores empresas de construção pesada, a indústria naval e os conglomerados econômicos complexos do Brasil estão parados. Poderíamos pensar que interromper as obras e suspender os contratos é um ato de Justiça, em função da corrupção endêmica nos contratos “batizados” através de diretores técnicos de carreira e suas indicações políticas. Mas a evidência é oposta. A União poderia decretar a intervenção nas empresas, poderíamos haver tentado aprovar leis que favorecessem o controle – ou maior controle – dos trabalhadores das grandes empresas em suas rotinas produtivas e assegurar a manutenção dos empregos através da sequência das obras e encomendas. Deu-se exatamente o oposto conforme explicado no bom texto de Emanuel Cancella, enviado aos mais poderosos veículos de mídia brasileira e jamais publicado (ver http://migre.me/vOaLZ )

     

    Acordos de delação de testemunhas-chave brasileiras nos EUA supostamente estariam acontecendo com intermediação informal da Lava Jato

    O tema é recorrente, mas através das gravações das audiências presididas pelo juiz de 1ª instância federal Sérgio Moro, é possível se dar conta da profundidade do problema. Em bom artigo publicado em O Cafezinho (ver http://migre.me/vOb0e) a sequência de fatos inequívocos é recordada. Ao mesmo tempo, constata-se que o Estadão (O Estado de São Paulo) admite a possibilidade da existência de cooperação informal de membros da Força Tarefa, e em assim sendo, totalmente ilegal. Como já vimos tanto neste site como com este analista que escreve, os acordos de cooperação judicial com outros países precisam ser rigidamente coordenados por uma Autoridade Central. Esta, pela lei brasileira, seria o Ministério da Justiça (MJ) e não a Procuradoria Geral da República (PGR) através de sua Secretaria de Cooperação Internacional (SCI). Acontece uma situação ainda mais drástica, pois nem o decreto presidencial 3810/2001 foi formalmente alterado como tampouco procuradores, magistrados, delegados e auditores federais têm autorização formal para coordenar esforços com seus pares e colegas de outro país. Menos ainda se tais colegas pertencerem aos quadros da superpotência do planeta, com vantagem estratégica sobre todas as demais, e projeção de poder absoluta na América Latina, cujo pivô geopolítico é o Brasil. Tal cooperação informal seria a evidência de um Estado Paralelo no Brasil?

     

    Estado Paralelo? Qual o tamanho da internalização de interesses?

    A segurança nacional estaria sendo ameaçada pelo Estado Paralelo, algo evidenciado pela ida do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em fevereiro de 2015, aos EUA.  Na ocasião, Janot foi entregar pessoalmente documentação sigilosa e sensível para os interesses do Brasil. Segundo o portal da Exame (ver http://migre.me/vOb1n ) Janot visitara ainda sob o governo Dilma no segundo mandato, o Banco Mundial, a OEA e com Leslie Caldwell, o titular da Divisão Criminal do Departamento de Justiça (DoJ,  equivalente ao MJ dos EUA). Ainda segundo a publicação do Grupo Abril, o então titular da PGR viajou aos EUA acompanhado de procuradores e peritos que investigaram as possibilidades de propinas em contratos com a Petrobrás ou obras brasileiras financiadas por nosso banco de fomento por mais de uma década. 

    Vale ir além da agenda de Janot e seus acompanhantes. Segundo texto de Fernando Rosa, sob o título de “Lava- Jato compromete a segurança nacional” (ver http://migre.me/vOb29 ), as supostas consequências foram nefastas para o desenvolvimento do país.

    “A agenda de colaboração do ‘Estado paralelo’ já estava a pleno vapor em 2015, quando o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, encontrou-se com Leslie Caldwell, procuradora-adjunta da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA. Até ser indicada ao cargo pelo presidente Obama, em 2014, Leslie Caldwell havia sido sócia do escritório Morgan Lewis de Nova York, especializado em contenciosos no setor de energia, especialmente nuclear.

    Na sequência do encontro nos Estados Unidos, a Operação Lava Jato desviou do alvo central, a Petrobras, e apontou para a Eletronuclear, deflagrando a “Operação Radioatividade”, com objetivo de investigar suspeitas na área nuclear. Em 2 de abril de 2015, dois meses após a visita de Janot aos EUA, o almirante Othon Luiz Pereira da Silva foi denunciado, preso e condenado a 43 anos de prisão – na prática, prisão perpétua, considerando a idade avançada do militar.”

     

    Os EUA contra a engenharia brasileira. A ação estratégica de minar internamente as capacidades instaladas e com possibilidades de avanço no rumo de um excedente de poder

    Uma das tarefas permanentes de uma potência hegemônica é de preservar, assegurar e ampliar sua condição de exercício de hegemonia. Para tal, o hegemon, ou a Superpotência – já que a única realmente existente é os Estados Unidos – trabalha com uma lógica de antecipação, usando suas vantagens competitivas em relação a supostos rivais. Tal rivalidade não está diretamente relacionada a um discurso anti-imperialista no Brasil (sendo sincero, quem dera que este existisse) ou ao ‘bom comportamento’ do Estado brasileiro como operador diplomático de primeira grandeza e central na solução de controvérsias em organismos internacionais. O que entra no cálculo permanente são as capacidades exercidas e já instaladas, e as potencialidades que podem vir a existir. Como ativo na competição mundializada, está a complexa engenharia pesada brasileira, cujos conglomerados econômicos têm uma relação umbilical com o aparelho de Estado (como ocorre em escala mundo com todos os países poderosos) e podem avançar seus empreendimentos para cadeias de valor sensíveis, como o beneficiamento de urânio.

    O rigor advindo das punições para a Odebrecht ocorridos nas Justiças de EUA e Suíça, não encontram eco nas penas executadas contra os maiores conglomerados de capital estadunidense em qualquer setor da economia. Como diz o ditado gringo: “too big to fail, too big to jail!”. Se algum leitor ou leitora considerar exagero sugiro uma breve leitura nestes dois portais – corporatewtach.org e corporatecrimereporter.com. Se me permitem o neologismo macabro, “compliance é lenga lenga para os mais fracos”. Para reforçar o argumento, trago este trecho do excelente texto de Mauro Santayana “Nota de falecimento: a engenharia brasileira está morta” (ver http://migre.me/vOb3c ).

    “Leniente com suas próprias companhias, que não pagam mais do que algumas dezenas de milhões de dólares em multa, os Estados Unidos costumam ser muito mais duros com as empresas estrangeiras.

    Tanto é que da lista de maiores punições de empresas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por corrupção em terceiros países – incluídos alguns como Rússia, que os Estados Unidos não querem que avancem com apoio de grupos europeus como a Siemens – não consta nenhuma grande empresa norte-americana de caráter estratégico.

    A Lockheed Martin e a Halliburton, por exemplo, pagaram apenas uma fração do que está sendo imposto como punição, agora, à Odebrecht brasileira, responsável pela construção do nosso submarino atômico e do míssil ar-ar da Aeronáutica, entre outros projetos, que deverá desembolsar, junto com a sua subsidiária Braskem, uma multa de mais de R$ 7 bilhões, a mais alta já estabelecida pelo órgão regulador norte-americano contra uma empresa norte-americana ou estrangeira.”

     

    Síntese conclusiva teórico-analítica

    Entendo que a exposição de argumentos e motivos já está mais que suficiente, demonstrando mesmo a uma hipotética audiência leitora não treinada, as possibilidades concretas do acionar dos EUA tendo como alvo os conglomerados econômicos cuja cadeia de valor central foca na engenharia pesada. Não por acaso, este oligopólio nacional – controlado por famílias e acionistas majoritários, além de financiados pelos megacontratos com a Petrobrás ou através do BNDES – é um ativo central na criação e projeção de excedentes de poder do Brasil para o Sistema Internacional. Tal posição estratégica no ambiente externo e interno, não modifica a natureza destes conglomerados e tampouco dos intermediários políticos profissionais. Assim, simplesmente não estamos negando a existência de corrupção, ou mesmo de corrupção estrutural. Afirmamos sim que para a Superpotência, as acusações de práticas empresariais criminosas são um recurso de guerra, uma arma com emprego tático, assim como o uso da força ou da espionagem. Logo, o alvo estratégico da relação EUA com os frutos das delações da Lava Jato, é o desmonte da Petrobrás e das empresas de engenharia complexa operando a partir do Brasil.

    Assim, são duas rodadas simultâneas no meu ponto de vista. Uma, é em escala mundo, onde os Estados capitalistas apostam em suas TNCs e suas áreas de expertise. Nisso os EUA atacam. Outra rodada, interna, pode ocorrer quando o oligopólio local se reposiciona (caso isso ocorra em definitivo), e, em última instância, aceita a quebra da reserva de mercado, os acionistas majoritários vendem seus ativos e financeirizam seus lucros. Entendo que estamos vendo isso ocorrer hoje com as maiores das empreiteiras. Não se trata de uma defesa de classe, e sim de um ataque capitalista contra outra estrutura capitalista de menor envergadura. Por ser de menor envergadura, o oligopólio da engenharia pesada e complexa brasileira se enfraquece e perdemos tanto posições no SI como empregos diretos no país.

     

    Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais

    (http://www.estrategiaeanalise.com.br /[email protected] para E-mail e Facebook)

     

  14. O artigo é diplomático, mas demonstra a ação do ACI

    Prezados,

    Como alertou já no início do texto, o professor Bruno Lima Rocha foi comedido, eu diria diplomático, ao descrever a conspiração liderada pelos EUA, para desmontar a Petrobrás, a indústria da construção pesada brasileira, o Estado Brasileiro e qualquer possibilidade de desenvolvimento soberano do Brasil. O professor foi didático e mostrou que os EUA comandaram o golpe de Estado que derrubou o governo legítimo da Presidenta Dilma Rousseff, de olho no setor de petróleo, nuclear e de construção pesada, exatamente aqueles em que o Brasil se mostrava competitivo internacionalmente e nos quais tentava trilhar o caminho do desenvolvimento soberano.

    O professor mostra também que o ‘sistema e justiça’ brasileiro (PF, MP e PJ) foi cooptado, colaborou e colabora com o golpe de Estado, com a privataria e entreguismo dos setores e empresas estratégicas. Notem os leitores que a política partidária não foi citada no artigo de Bruno Lima Rocha; isso mostra que, apesar da participação das quadrilhas políticas (sobretudo do PSDB e do PMDB) na trama golpista, o papel delas foi e continua sendo secundário, embora alguns ingênuos da Esquerda Brasileira neguem esse fato ou finjam desconhecê-lo 

    Não é preciso que documentos oficiais dos EUA sejam divulgados, para que possamos afirmar, em a menor sombra de dúvida: o golpe de Estado foi arquitetado e liderado pelos EUA. 

    Embora o golpe de 2016 seja mais nefasto e perverso que o de 1964 e projete funestas conseqüências para um número maior de décadas, na era da internet ele foi desmascarado antes mesmo de se consumar. Essa é a esperança de que ele possa ser desfeito.

  15. É como costumo dizer há

    É como costumo dizer há décadas: Poder é escamoteamento de informações. Ou seja, quanto mais escondo informações dos demais, mais tenho poder. O mito implantado nos círculos intelectuais sobre a tolice das conspirações tem o exato propósito de evitar análises mais consistentes da verdadeira política. Sempre se tentou rotular hipóteses conspiratórias de nazistas para servir de vacina a quem tentasse pensar fora da caixa. Na verdade, nunca existiu transparência no poder. As revoluções que deram certo partiram de uma semente de cima. A revolta popular de Paris deu errado porque foi um movimento organizado de baixo para cima. É mentira pura que do caos emerge a ordem! Vide o ditado nordestino: desse mato não sai coelho, só surú do cú vermelho…

  16. Mas o que seria intervenção

    Mas o que seria intervenção nas empresas por parte do governo?

    Quem interveria? O Estado?

    Seria uma desapropriação, ou seja, a Odebrechet passaria a ser uma estatal?

    1. Intervenção Estatal nas empresas

      Julio Capote Valente: A intevenção estatal nas empresas está prevista no arcabouço jurídico pátrio. Para quem milita no campo jurídico-empresárial, ou acompanha seus acontecimentos, isto é bem conhecido. O juiz pode valer-se da intervenção judicial nas empresas para estancar a “sangria da corrupção” e fazer com que elas paguem os prejuízos causados. Isto nada tem a ver com estatização. As empresas continuariam a ser de “direito privado”, continuariam a pertencer a seus sócios, acionistas e controladores, porém a direção e o conselho de administração teriam a intervenção de profissionais capacitados e nomeados pela justiça. Sobre o assunto já escrevi em minha página no Facebook: ( alf.ayres@hotmail e [email protected]). Lá também trago o suporte legal e jurídico para o que digo. Se o Moro não o fez foi por ignorância, incompetência, ou má fé.

  17. Ivan e Francisco, estou

    Ivan e Francisco, estou levando na esportiva. Eu acho que existe uma enorme confusão entre teoria e ideologia, e também entre análise preditiva e teoria normativa.  Juro que me dedico a estes temas na sequência. Mas só  para dar um exemplo:entendo que não tenho concordância ideológica com as posições políticas de vários  apoiadores do governo deposto – pela posição social-democrata e pouco conflitiva – mas tenho concordância com várias categorias de análise. E, se vale o consolo pela ótica da direita (e não de direita), talvez um dos poucos autores que eu saiba de cabeça seja Golbery do Couto e Silva. Estudei o bruxo da ditadura até cair a pestana.

    Um abraço, sem sectarismos, seguimos no debate.

    1. MEU ponto eh que voce eh um

      MEU ponto eh que voce eh um barato:  seu lado ideologico nao me interessaria deidiki voce continue a ser o expositor que eh.  Conversamos rapidamente uns 8 anos atraz na internet, alias (voce nao teria razao pra se lembrar, troca de gentilezas, nada importante.  So que eu tambem nao me lembro exceto que o item em questao veio do blog do Noblat).

    2. Experiência

      Bruno, sabe de uma coisa?

      Seria muito mais prático e proveitoso, você demonstar a sua experiência na relação com seus alunos, coisas que só você pode descrever.

      Como seus alunos se comportam quando você trata de temas como a da atual crise. 

      Há contestações? Ou são todos cordeirinhos que acreditam que nunca serão sacrificados?

      Também não sei em qual escola você ministra as suas aulas. O perfil dos seus alunos, classe social, nível de conhecimentos e coisas do gênero, porque pelo que tenho visto,  a coisa tá feio para a moçada. O conhecimento e o interesse pelos temas é sofrível.

      Acho que você perdeu tempo – deixou a pestana cair ao estudar Gobery . Era só consultar o Élio Gaspari. Ele é o maior expert ( para mim foi o maior puxa-saco) do Golbery, um macaco de auditório, um verdadeiro paquito.

      Seria interessante você postar uma matéria aqui sobre seu novo trabalho.

      Vou estar atento.

      Só como aperetivo eu digo que na ditadura que todos os generais do golpe foram adotados pelas multinacionais  dos EUA.

      O Golbery por exemplo, como se diz hoje, foi CEO da Dow Quimical, responsável pela tragédia de Bhopal, na India.

  18. é como vejo…

    quando o legislativo não se empenha para determinar ou enxergar a diferença que deve existir entre uma corte constitucional e uma suprema, tendência é as encrencas e as disputas internas serem direcionadas e aproveitadas por qualquer outra internacional

    1. mas como tudo que é fácil dificulta…

      ninguém se toca que bastaria apontar um novo lugar para o último recurso e assim desafocar a mais importante como outra

  19. Antonio Hamilton Martins Mourão

    A única instituição no Brasil ,hoje, capaz de prover inteligencia e defesa para o estado brasileiro é o exército. Nossa democracia é uma quimera e a soberania destroçada. Não desejo intervenção militar e também não nego fatos.

  20. penso da mesma forma, Marcelo Castro…

    e também sem intervenção direta…………………….

    apenas por considerar que todos seguem reféns de uma receita de bolo, digamos assim, cegos para quaisquer outras medidas e ingredientes

    pior é que, por muitas vezes já, ou assim como também no golpe, são trazidas à luz algumas soluções muito simples e sem ter ou apresentarem nada capaz de gerar mais disputas de poder e e por egos feridos…………………….

    esses lances do golpe, os lances da lava jato e do Moro, cá pra nós, terem aceitação superior só porque estão nos conformes e/ou nos não vem ao caso segundo as receitas de bolo, estão impedindo, freando ou dificultando o país muito mais do que as ações dos que estão tirando proveito

    caso Lula, por exemplo, até segunda instância, poderia correr livremente, mesmo com erros de quem investiga, julga e manda prender, mas, veja bem, se já soubessem que numa terceira exclusiva e mista em sua composição seriam interpretados diretamente pela Constituição, duvido muito que teriam a coragem de se guiarem pela receita de bolo política e até mesmo estrangeira

    quanto a isto, a meu ver, nossas forças armadas estão jogando feio pra caramba, contra uma normalidade que, pasme, também escrita com todas as letras na Constituição

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