Tarcísio coloca à venda escolas de São Paulo na bolsa de valores, nesta terça

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Depois da Sabesp, entrega de escolas a empresas é mais uma de repasse de políticas públicas de Tarcísio ao controle de entes privados

Estudantes e professores se manifestam contra a privatização das escolas estaduais em São Paulo – Foto: Redes Sociais

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), iniciou os leilões para a construção de 17 escolas estaduais que não serão públicas, mas privadas. Nesta terça (29), o governo de Tarcísio irá vender a duas empresas concessionárias o controle das instituições de ensino que serão responsáveis por cerca de 35 mil alunos, por 25 anos.

Trata-se de um projeto do governo estadual, que pagará as empresas mais de R$ 2 bilhões para construir e manter um total de 33 escolas. Destas, 17 serão leiloadas hoje.

Nesta terça (29), no que o governo denominou “primeiro lote” de venda das escolas estaduais de ensino fundamental e médio, uma empresa ganhará R$ 1 bilhão para construir 17 unidades de ensino. A venda ocorre na bolsa de valores.

Um segundo lote, previsto para ocorrer na próxima semana, venderá outras 16 escolas na bolsa de valores.

Denominado “Novas Escolas”, a iniciativa do governo Tarcísio é mais uma de repasse de políticas públicas ao controle de entes privados, a exemplo do que ocorreu com a privatização da Sabesp, de água e seneamento, também este ano.

Desta vez, o ensino ficará a cargo da empresa privada, por um período de 25 anos. No contrato, a empresa poderá, ainda, contratar empresas terceirizadas para realizar a manutenção, a vigilância e a alimentação das unidades escolares.

Protestos

Na manhã de hoje, estudantes e representantes de escolas de São Paulo e do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) tentaram protestar na frente da B3, a sede da Bolsa de Valores em São Paulo, contra a venda.

Mas a Polícia Militar e a Guarda Civil bloquearam as ruas de acesso à bolsa de valores, impedindo a entrada dos manifestantes nas proximidades do local.

14 Comentários

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  1. Para o ex-presidente Washington Luis, “governar é abrir estradas”.
    Para o atual governador paulista importado Tarcísio de Freitas, “governar é privatizar”.
    Afinal é muito fácil dispor de coisas que não são de quem as dispõe.
    O erro é o dono (o povo, “demo”) dar autoridade e poder para que isso possa acontecer.
    Difícil é governar de verdade, resolver os inúmeros e complexos problemas da sociedade governada.
    Se pelo menos isso desse (mais) dinheiro!…
    Né?

  2. “Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
    É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.” – Brecht

  3. Talvez seja bom. Quando tudo estiver privatizado não precisaremos mais de prefeitos, vereadores, aspones, puxa sacos, bajuladores, gastos de campanha, corrupção desenfreada no setor público, etc
    Quem sabe no final pode sair mais barato que sustentar ratos e chupins.
    Aproveito para sugerir que coloquem a inteligência artificial para julgar todos os processos no judiciário. Insiram-se nela todas as leis do país, todos os dados do processo e deixem que ela julgue de acordo com as leis vigentes. Não haverá mais venda de sentenças, salários estratosféricos, politicagem judicial, mordomias infindáveis, etc etc
    Além do mais, a IA poderá julgar centenas de processos por dia. O judiciário será muito mais rápido.Reduzirá em muito os custos do estado.

  4. Não precisa nem ler a notícia toda para saber que se trata de mais uma miséria excretada pelo desgoverno de tarcisio (em minúsculo mesmo, como merece). Essa podridão, exsudada do projeto temporariamente mal sucedido do novo nazismo sudamericano, continuará a nos feder com suas obras até que algum órgão judiciário competente nos livre de tal dissabor. Motivos não faltam, mormente após suas manifestações pré-eleitorais em SP/SP. Espero ver e ouvir o capa preta que vai foder com os planos desses cretinos. Se não tomarem uma paulada bem dada agora amanhã será tarde demais, até para os capas pretas. Leiam os livros de História e se horrorizem com resultados anteriores parecidos.

  5. O eleitorado de São Paulo (capital e interior) parece com aquele personagem que apanhou de alguém que não sabia bem por quê estava batendo,mas quem apanhou sabe por quê estava apanhando. Agora recebem os frutos das suas escolhas.

  6. Oxi, xovê se tendi:
    2 bi, 33 escolas (agora 17), 35000 alunos
    Pesquisando custos R$ na rede:
    6 salas = 1.1 mi, 1 sala = 185 mil.
    35 mil alunos / 33 escolas = 1060 alunos / escola.
    1060 em 2 turnos = 530 alunos/turno.
    530 alunos / 30 por sala = 18 salas / escola.
    18 salas x 185 mil = 3,34 milhões por escola.
    3,34 milhões x 33 escolas = 110 milhões.
    O governo paulista* PAGARÁ 2 BILHÕES por um custo de 110 milhões ou seja 18 VEZES MAIS do que gastaria para construí-las. Ou ainda uma SOBRA de 1,89 BILHÕES!
    Ah, mas tem a manutenção?… tão tá:
    18,9 Bilhões/25 anos/12 meses = 63 milhões / mês =
    63 milhões / 33 escolas = 1,91 milhões por MÊS por escola.
    Se cada escola tiver 36 (!) professores (o maior custo, 1 por sala/turno) a 4 mil cada (!) com encargos, temos 144 mil/mês. Triplicando (!) esse valor para estimar o custo mensal médio da escola (limpeza, materiais, manutenção, segurança, monitores, diretoria, etc.), chegamos a 432 mil/mês.
    Algum (com)parça receberá > 4 VEZES MAIS do que isso, pondo no bolso quase 1,5 milhões POR MES, sem NENHUM risco de mercado, por 25 anos. Bão né?
    Mais um escândalo tarcínico…
    COM O SEU DINHEIRO, ELEITOR OTÁRIO!

    1. Você não sabe fazer contas, ED, além disso é inimigo da democracia e do liberalismo. Tem que deixar a administração para os “gestores”, que realmente sabem como administrar um patrimônio. (modo irônico no talo)
      Seu pensamento é mesquinho e socialista, quem sabe até comunista. (?)
      Mas, continuando, o Nassif esqueceu-se de dizer que os interessados nessa arrematação também arremataram o serviço funerário da capital. Não é maravilhoso? Agora o ensino poderá contar com um enterro digno.
      Quando a privatização dos serviços públicos chegar na segurança, você só poderá entrar na sua própria casa se for cidadão branco, tiver renda comprovada e religião aprovada pelo Estado. Isso é democracia, meu caro, e não esses países comunistas de gente de olho puxado que fica esperando providências de estado intervencionista para o país funcionar.

  7. Aliás, o perigosíssimo Tarcísio está chegando no “state of art” ao privatizar PAGANDO aos privatas (com dinheiro público, nosso).
    Antes os privatas pagavam com dinheiro deles (uma mixaria qualquer).
    Depois eles pagavam, mas financiado com dinheiro público (ex. BNDES), dando calote depois (ex. Embratel).
    Agora NÓS PAGAMOS o negócio pra eles…
    Isso é que é evolução!

  8. Parabens governador. O modelo atual já provou que e deficitario e so prejudica o ensino. Vamos torcer para esse novo modelo. Interessante se divulgasse quanto custaria para fazer e manter caso fosse efetuado pelo estado para que a populacao possa ver o quanto de dinheiro será economizado e calar os mimizentos da esquerda.

    1. Ei, Luiz, olha as contas do ED ai encima. O estado vai pagar apenas 4 vezes mais para empresas particulares ensinarem o que quiserem e se quiserem ao povo, com dinheiro do próprio povo. Se liga, irmão! Ou você é dono de redes particulares de ensino?

  9. E o Tarcísio segue tranquilamente com a sua política de privatização sem que ninguém faça nada!! Aonde está a APEOESP tão combativa até na ditadura militar? Onde estão a UNE, UEE E UBES? Pagaremos muito cara essa inércia!!!

    1. Oi, Martha? Você leu a notícia toda?
      Olha só: “Na manhã de hoje, estudantes e representantes de escolas de São Paulo e do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) tentaram protestar na frente da B3, a sede da Bolsa de Valores em São Paulo, contra a venda.

      Mas a Polícia Militar e a Guarda Civil bloquearam as ruas de acesso à bolsa de valores, impedindo a entrada dos manifestantes nas proximidades do local.

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