Quando os americanos ocuparam a Cidade do México

Por André Araújo

Em março de 1847 o Exército dos EUA ocupou o porto de Vera Cruz e partiu em direção à Cidade do México visindo derrotar o General Antonio Lopez de Sant’ana, presidente e ditador do México. A situação poíitica do México naquele momento tinha enfraquecido a capacidade de resistência do País, esfacelado entre caudilhos e sujeito ao norte a invasão de índios navajos que roubavam o gado dos mexicanos.

Em 1846, o México teve quatro Presidentes, 6 Ministros da Guerra e 16 Ministros da Fazenda.

Lutas fraticidas, caos social e econômico, abandono do Norte pelo governo, facilitaram para os americanos a tomada do Texas, do Novo Mexico e da Alta Califórnia, mas era preciso consolidar por tratado aquelas conquistas territoriais e esse era o objetivo da incursão do Éxercito chefiado pelo General Winnfield Scott.

A batalha decivisa na Cidade do México ficou conhecida como Batalha de Chapultepec, nome do castelo que dominava a cidade.  Em 8 de setembro de 1847 o General Scott chega à capital e o enfrentamento durou até 15 de setembro.

A barragem de artilharia foi durante todo o dia 12 de setembro, enfraquecendo a primeira linha chefiada pelos Generais Terres e Rangel, quando se deu a batalha de Molino del Rey, em torno de uma fábrica de canhões.

As tropas mexicanas se retiraram da cidadela durante a noite, deixando livre o caminho para o Palácio Nacional, onde os americanos baixaram a bandeira mexicana e hastearam a americana.  O General Scott nomeou o General Quitman como governador militar da cidade. A ocupação durou até a assinatura do Tratado de Guadelupe Hidalgo, onde o México reconheceu a anexação do Texas, Novo México e Califórnia, após receber uma compensação financeira de 15 milhões de dólares. Na realidade o Texas já tinha se declarado uma República independente em 1836, sem fazer parte dos Estados Unidos, em uma série de batalhas contra os mexicanos comandadas pelo General Sam Houston. Uma das razões da União americana conseguir o Tratado de reconhecimento das anexações era forçar a República independente do Texas a se juntar à União, os texanos em princiíio tinham preferido ser um País fora dos EUA.

A invasão do México em 1847 foi um prelúdio da Guerra Civil que se travaria 13 anos depois. Na sucessão de enfrentamentos entre EUA e México, ocorreram já no Século XX outras incursões do Exército americano contra o México, a última das quais em 1917, quando foi novamente ocupado o porto de Vera Cruz, mas essa já é outra história.

Redação

14 Comentários

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  1. Agora os mexicanos estão retomando suas terras.

    O que se vê atualmente é que a parte que foi tomada pelos norte-americanos vem lentamente sendo retomada por mexicanos e outros latinos. Podem escrever, esta história ainda não acabou.

    1. Faz todo sentido.
      Mais que

      Faz todo sentido.

      Mais que forças militares, o que determina a posse territorial é a ocupação do mesmo.

      Basta vermos como exemplo a cisão da Ucrânia entre polacos à leste e descendente de russos à oeste, ou mesmo o impasse com os curdos que ocupam faixas da Turquia, Síria e Iraque.

      Aos poucos têm ocorrido sim o fluxo inverso, ou seja, mais e mais “hispânicos” fixando residência nos EUA.

  2. Gringo
    Foram nessas batalhas que a população pedia aos invasores que fossem embora dizendo “green go home”, green em referência à cor do uniforme dos americanos, mais tarde virou “green go” e depois o até hoje usado “gringo”. Isso me foi dito por uma amiga texana e me pareceu verossímil. Conto isso me lembrando da rádio relógio -você sabia?

  3. Uma história ainda mais

    Uma história ainda mais fascinante é a do Imperador Maximiliano I, do México.

    Durante a Guerra Civil Americana, as potências européias aproveitaram para dar um drible na doutrina Monroe, e conseguiram emplacar um Habsburgo como Imperador do México.

    Maximiliano era primo-irmão de nosso Pedro II (que era filho de Leopoldina de Áustria), e havia visitado o Brasil anos antes de aceitar ser imperador do México.

    Ainda na Europa, apaixonou-se por Maria Amelia de Bragança, meia-irmã de Pedro II  (filha de Pedro I com a segunda Imperatriz, Amélia de Leuchtemberg). Pretendiam se casar, e provavelmente ela seria imperatriz do México, além de Princesa do Brasil.

    O casal teve final trágico, porém. Maria Amélia adoeceu e morreu em 1853 aos 21 anos, provavelmente de tuberculose.

    Maximiliano ficou abaladíssimo com a perda, e manteve contato com sua quase-sogra, viúva de Pedro I, até sua morte.

    Foi executado por republicanos do México em 1867, aos 34 anos. Conta-se que estes deram a chance de ele fugir, mas preferiu ficar e morrer em seu lar adotivo. Suas últimas palavras diante do pelotão de fuzilamento teriam sido “Viva o México!”.

    1. O prego no caixão de

      O prego no caixão de Maximiliano I foi a retirada das tropas francesas, napoleônicas, do México, as quais garantiam sua segurança e seu conturbado governo.

      Esse princípe era um não primogênito que não tinha qualquer perspectiva de trono na Europa, então “arrumaram” esse trono no Reino do México.

  4. Não entendi porque o texto

    Não entendi porque o texto não aborda alguns detalhes que precipitaram esta guerra e a consequente perda monumental de território por parte do México:

    – A conquista do oeste, na qual resultou em cada vez mais anglo-saxões ocupando território mexicano.

    – O “destino manifesto”, que foi o ponto inicial da política expansionista estadunidense (a França ao menos decidiu vender territórios como a Louisiana).

    Seria interessante também abordar como as tais “compras de Gadsden” em 1853, as quais definiram o território atual dos EUA e significaram o fim político de Sant’Anna, bem como o fato de os irlandeses católicos terem se voltado contra os estadunidenses protestantes e lutado à favor dos mexicanos.

     

    E uma frase do republicano Ullysses Grant:

    (a guerra)”… uma das mais injustas movidas em qualquer tempo por uma nação mais forte contra uma nação mais fraca.”

  5. Foi desse fato, de que o

    Foi desse fato, de que o Texas um dia foi um Estado independente ( já que ele era do México e os texanos resolveram “declarar sua independência” ) que veio depois o desejo de se declarar independente novamente, só que dessa vez dos USA. Até hoje os texanos tem aquela postura separatista, inclusive usando a bandeira dos confederados, que é diferente da dos USA. Já aqui no Brasil temos algo semelhante, que é São Paulo que tem muito a ver com o Texas. A mesma sanha separatista, o mesmo preconceito, só que contra os nordestinos e a mesma empáfia de se achar “diferente” dos resto do país. Aliás, no interior o sertanejo já deu lugar ao texano. Você vai em uma festa tipo a de Barretos e acha que está no Texas, pois todo mundo se veste de Cawboy… 

  6. Quando os americanos ocuparam a Cidade do México

    Então os EUA desde março de 1847 já era um ESTADO BANDIDO, como é importante a história, eu achava que este PAÍS tinha se TORNADO FORA da LEI na GUERRA na COREIA. 

  7. OS EUA SÃO UNS ZOIÃO

    OS EUA SÃO UNS ZOIÃO MESMO(DESCULPEM O LINGUAJAR)

    ESTAVAM DE OLHO TB NA AMAZÔNIA,AO QUAL O DIPLOMATA

    AMERICANO WISE QUERIA SE LIVRAR DOS ESCRAVOS  DE SEU PAÍS

    E MANDAR P O BRASIL E Q NÃO FOI ACEITO PELO NOSSO MINISTRO DE RELAÇÕES

    EXTERIOR E AÍ VÍ,PELA HISTÓRIA. O QUÃO É IMPORTANTE UM PAÍS SOBERANO E

    NÃO SUBMISSO A INTERESSES DE OUTROS PAÍSES!!! VAAALEU!!!!!

  8. Espera ai, não dá para

    Espera ai, não dá para comparar a atuação do Brasil em relação aos seus vizinhos com o que os EUA fizeram, mais da metade do território dos Estados Unidos foi arrancado na mão grande de outros países, principalmente do México, o Brasil não anexou qualquer território do Paraguai, apesar da “Maldita Guerra” como bem definiu o historiador Francisco Doratioto no seu grande livro sobre esta guerra.

  9. Como o Brasil no Paraguai, os

    Como o Brasil no Paraguai, os EUA têm muito para se envergonharem de si mesmos. Mas o Brasil, por exemplo, já vem respeitando outros países há muito tempo, enquanto os EUA continuam tocando fogo por aí. E depois ainda acusam outros países de terem armas de destruição em massa, é mole? Os EUA não têm sido um bom país pro mundo…

     

    P.S.: Caro André, esse seu post não devia vir com o aviso “informe publicitário”, não?

  10. A 1a externa * alem continente

      A Tese politica, da “América para americanos”, não tem sua genese em J. Monroe, nem mesmo no panfletário religioso  do “destino manifesto”, mas sim em 1776 com os “Pais Fundadores” , tanto em Franklin, como posteriormente, em explicita declaração do 3o Presidente ( 1801 – 1809 ) Thomas Jefferson, referindo-se a ” proteção do hemisfério americano, contra o colonialismo, ou recolonialismo europeu ” ( basicamente uma confrontação ao Acordo da Santa Aliança, e aos britanicos, e habsburgos ).

       Portanto, o protagonismo externo norte-americano, pode ser entendido, a posteriori do “Tratado de Paris” e do subsequente Tratado da Aliança, como uma das primeiras incursões da “jovem” republica americana, em garantir seus interesses externos, inclusive pela força das armas se necessário. O “big stick” de Ted Roosevelt, não foi o inicio deste protagonismo, foi o final.

        A 1a intervenção militar norte-americana, foi externa a este continente, efetivada no Norte da Africa, contra os “Beys Otomanos”, a “Guerra de Tripoli ” ou a “Confrontação da Barbária”, 1801 , operações ordenadas por Jefferson, que marca, antes de 1812, a 1a aprovação congressual para uma ação militar externa, visando garantir interesses americanos, como a livre navegação, por seus navios ( e dos franceses tambem ), pelo Mediterraneo. O que na época, foi um choque para os europeus ( britanicos em particular ), que um Estado recem – formado, tenha tido a coragem de enviar uma frota bem alem de suas fronteiras, tanto chocou, que na Guerra de 1812, a maior marinha do mundo, a britanica, refugou combates com a recem nascida US Navy. ( nem comentarei sobre as peripécias, tanto táticas como estratégicas, de JJ Paul Jones, Bainbridge ou Decatur, e sobre as fragatas, futuros “liners comerciais”, que quando em vapor, liberaram o Pacifico ao comércio, pela esquadra ( pequena ) do Comodoro Perry ).

         P.S.: Meu caro AA, em anteriores, antigas mesmo, conversas com americanos ( DofS, “navais” e alguns academicos – USNNC ), eles afirmaram, sempre relevando aquele insuportavel, mas compreensivel, “talking of south of board “, que a estratégia, elaborada no século XVIIi/XIX, referente a “projeção de poder” ( não apenas politico, mas economico e cultural  ), historicamente e em exercicio prático, possui  vertentes macro : 1. relativa ao chamado, por eles, hemisfério ocidental projetado – Mercator centralizado nos Estados Unidos ( englobava apenas as américas, depois da I Guerra Mundial, incorporou o médio Pacifico a oeste, e a Europa, até o “limite eslavo” ). 2.  ” O quintal ” : As américas, de Bhering a Horn, 3. ” Projetar segurança “: Não apenas a segurança pela segurança em si, mas principalmente exercer influência alem fronteiras projetadas, tornar estados “amigaveis” aos interesses ocidentais, não apenas no quesito politico – manutençao da ordem interna favoravel a estes interesses – mas nos aspectos economicos e de projeção estratégica.

           Saí completamente do assunto original em tela, mas este post, sobre o México, me conduziu a estes assuntos.

          AA, já leu o livro ” The War is a Racket ” do Major General Smedley Butler ?

         E, meu caro, fronteiras geograficas, em mapas, pouco importam, relevantes são as projetadas, a influência politico/economica, suplanta a qualquer linha de mapa. 

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