A Seleção perdeu, os passageiros de aviões ganharam

Com a reforma do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) finalmente colocou em prática uma regra de concorrência há muito cobrada aqui: uma redistribuição dos slots em entre as companhias aéreas, privilegiando aquelas que ostentem melhores índices de pontualidade e qualidade.

Com essa medida, rompe-se um dos principais obstáculos à competição e à melhoria dos serviços no setor. Até agora, os vôos das empresas menores eram jogados em áreas sem slots na parte de baixo do aeroporto, tornando-os incômodos justamente pela parte de terra, não de ar..

Com a ampliação dos demais aeroportos, completa-se o ciclo e começará a haver uma competição maior, impedindo o acomodamento do duopólio TAM-Gol.

A propósito, hoje de manhã estreei o novo aeroporto de Congonhas. Cheguei em cima da hora, fui atendido rapidamente no guichê, liberado em menos de cinco minutos. O vôo era na parte de baixo do aeroporto. O embarque foi rapidíssimo, com a nova entrada descongestionando as filas de embarque ao aeroporto e o aumento do número de slots acabando com a bagunça anterior.

Certamente como reflexo da nova competição, pela primeira vez em anos o avião da Gol manteve um espaço decente entre as poltronas.

Desembarco em Brasilia e encontro um aeroporto de primeiro mundo. Pequenos cafés, distribuídos ao longo do trajeto para a saída, permitem tomar café sem enfrentar longas filas.

Voar no Brasil deixou de ser o suplício que era.

O grande salto na demanda finalmente encontrou uma oferta do mesmo nível.

Viva a Copa!

Redação

12 Comentários

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  1. Mais ficarem pronto os

    Mais ficarem pronto os aeroportos ? Acho que só o de Natal/RN né ?

    Bom, mais vão ficar.

    É uma pena que  a decisão de reconhecer a incompetência do Estado, e conceder a exploração dos aeroportos, à perder de vista, para empresas privasdas tenha demorado tanto.

    1. Engraçado o seu comentário, o

      Engraçado o seu comentário, o aeroporto de Congonhas é administrato pelo Estado, através da INFRAERO, e não pela iniciativa privada.

  2. Quantas vezes

    queixei-me aqui e no meu blog do duopólio. Também, sobre a surpresa positiva de uma conexão em Brasília um mês atrás. O mesmo de Congonhas. Que bom ouvir essa sua notícia, Nassif. Espero começar a sofrer menos para perseguir com anda por aí a agropecuária.

  3. O Rodrigo Negrao, Congonhas é

    O Rodrigo Negrao, Congonhas é administrado pela INFRAERO, aliás ela administra uns 70 aeroportos Brasil afora, há mais de 40 anos!!!!!

  4. Bom, acho que o que realmente

    Bom, acho que o que realmente importa desta copa foi sintetizado por uma amiga, via watsapp… Diz a mensagem dela:

    “Valeu seleção!

  5. Brasilia

    Tambem estive em Brasilia, embora um pouco antes da Copa, e o aeroporto melhorou muito. Ainda havia lojas fechadas, na epoca, mas só o fato de nao pegar onibus para embarcar ja foi um upgrade e tanto.

  6. Que pena!

    Tivessem as privatizações de aeroportos saído há alguns anos, e não de afogadilho, aguardando a conversão ideológica da governanta, e estaríamos muito melhores!

  7. Privatizar é solução ?

     Depende do controle e da forma, afinal aeroportos que recebem ou receberam fundos e investimentos federais, não podem dar lucro, pois sua operação deve ser competitiva, visando complementar e apoiar o desenvolvimento regional, trata-se de um insumo e não de uma finalidade.

      Portanto quanto a privatização de aeroportos federais, as regras devem ser claras, e os sistemas de “compliance” e auditorias constantes, levadas a cabo pela autoridade federal aeroportuaria, bem definidas e rigidas, visando sobretudo a sustentabilidade, não apenas dos aeroportos, mas de todo o sistema de transporte aereo, do qual o aerorpoto é apenas uma parte da rede.

      O arcabouço burocrático, aprovado pelo congresso nacional, é bastante detalhado, e reune varios entes responsaveis:  todos os entes de governo ( federal, estaduais, municipais, agencias federais, receita federal etc..), empresas aereas, financiadores privados.  Uma lei minuciosa – chata – mas é a lei.

       Não é Brasil, Italia, Espanha, Portugal, ou algum pais “latinamente cartorial”, amarrado ao século XX.

       Esta lei é de 2009, que altera a lei de 1970 e complementa algumas da desregulamentação de 1998, nos Estados Unidos da América do Norte, para maiores informações sobre a privatização “a lá Tio Sam”:

        http://www.faa.gov/resouces/publications/orders/compliance_5190_6/media/5190_6b_appE.pdf

  8. O de Natal não está pronto…

    O aeroporto de Natal não foi finalizado ainda e faltam MUITOS detalhes para considerá-lo totalmente operacional e em condições adequadas. Parece que a “competência presumida” da iniciativa privada falhou um pouco por aqui…

    Ademais, PEDAGIARAM a entrada do aeroporto. Nunca vi isso na minha vida. Colocaram uma cabine com cobrança de tarifa para adentrar a zona do aeroporto, com um detalhe: relativamente distante da zona onde se deixam os passageiros para entrar no aeroporto. Ou seja, ainda que se conceda uma tolerância – que até agora não foi esclarecido se haverá -, é muito provavél que não dê tempo ao motorista de deixar o passageiro e sair antes de transcorrido o tempo de “tolerância”. 

    Mas o povo potiguar está acostumado: na rodoviária (também concedida) cobra-se para usar o banheiro (não sei se paga mais para defecar – e isso não é piada) e o estacionamento não tem tolerância. Detalhe: a zona de desembarque é praticamente uma fila indiana, em virtude da via ser extremamente estreita, então se for deixar alguém na rodoviária, você irá travar todos que vieram atrás e o seu carona terá que sair com toda a pressa para evitar buzinaços e reclamações.

    Esse é o modelo de privatizações que esperamos? Não sei. Há muito o que corrigir, ao meu ver e passa muito mais por regras claras quanto à remuneração da iniciativa privada e dentro de uma lógica razoável, não com atitudes surreais como tarifar até o uso do banheiro e a entrada de um aeroporto.

  9. passagens aéreas muito caras

    Os aeroportos podem ter se modernizado, mas as empresas aéreas agem como nos primórdios da aviação, quando viajar de avião era um luxo para poucos. A sazonalização das passagens impede muitos de viajarem pelo pais, pois nas épocas propícias para o turismo interno, as empresas quase triplicam (ou até mais que isso) as passagens.
    E a oposição ainda insiste que o quesito mobilidade deve ser jogado no colo da iniciativa privada, sem regulação ou fiscalização do estado. 
    Ah, tá.
    Na Europa os trens não são caros e permitem que a população se locomova. Aqui no Brasil, somos reféns da empresas aéreas.
    Trens já! (pode ser até uma maria fumaça, mas que tenha vagão restaurante e cabinas, como era o saudoso vera cruz) 

     

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