Haiti registra 600 assassinatos em abril e ONU pede ajuda internacional 

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Segundo a ONU, “a situação de emergência em termos de direitos humanos exige uma resposta firme e urgente”

Um homem nu caminha pelas ruas devastadas de Porto Príncipe, em 12 de janeiro de 2010. Foto Cristóbal Manuel.

Assolado pela crise humanitária, o Haiti registrou ao menos 600 assassinatos no mês de abril, em meio a luta de gangues pelo poder e o fluxo desenfreado de armas. Frente ao número alarmante, a Organização das Nações Unidas (ONU) chamou atenção da comunidade internacional – mais uma vez – para o caso e pediu, nesta terça-feira (9), o envio urgente de uma força de apoio.

“Somente no mês de abril, mais de 600 pessoas morreram em uma nova onda de violência extrema que atingiu vários bairros da capital [Porto Príncipe]”, alertou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, em um comunicado.

Segundo o informe, os números de abril foram registrados “após o assassinato de pelo menos 846 pessoas nos primeiros três meses de 2023, além de 393 feridos e 395 sequestrados no período”. 

Em um relatório trimestral, que contabilizou os índices de janeiro a março, a ONU já havia destacado que a violência no país “propaga-se de modo inexorável à medida que as gangues tentam expandir seu controle”, em meio à luta pelo poder. 

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Neste limbo, o documento ainda aponta os efeitos do surgimento de grupos de “autodefesa”, conhecidos popularmente como “brigadas de vigilância”, criados após apelos de políticos para cidadãos combater a violência das gangues.

Estes grupos, no entanto, desencadearam linchamentos em massa e foram responsáveis por ao menos 75 mortes, sendo 66 de membros de gangues, no primeiro trimestre. 

O Estado tem a obrigação de proteger seus cidadãos. A população deve contar com a polícia e as autoridades judiciais para combater a violência das gangues. Mas a realidade é que o Estado não tem capacidade de agir. A população faz a sua própria justiça, mas isso só alimenta a espiral da violência“, alertou o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk. 

Segundo o oficial há “um ciclo interminável de violência no Haiti” e, por isso, a “situação de emergência em termos de direitos humanos exige uma resposta firme e urgente”. 

Reitero meu apelo à comunidade internacional para que envie uma força de apoio especializada, que respeite os direitos humanos e limitada no tempo, com um plano de ação completo para ajudar as instituições haitianas“, pontuou.

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