Palestinos descrevem abusos sofridos em detenções israelenses

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Relatos reafirmam relatório de grupo de direitos humanos, que rotula prisões mantidas pelo governo de Israel como “campos de tortura”

Foto de Mohammed Abubakr via pexels.com

Os relatos de prisioneiros palestinos destacam uma política de “abuso institucionalizado” pelo governo de Israel em meio a registros sistêmicos de maus tratos, segundo relatório do grupo de direitos humanos B’Tselem.

A instituição entrevistou 55 ex-prisioneiros palestinos que ficaram alojados em 16 prisões e centros de detenção administrados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), mapeando assim a escala e a natureza dos abusos cometidos.

Como destaca reportagem do jornal The Guardian, o grupo com sede em Jerusalém afirma que as prisões de Israel deveriam ser rotuladas como “campos de tortura”.

“Ficamos chocados com a escala do que ouvimos. É desconfortável, como uma organização israelense-palestina, dizer que Israel está administrando campos de tortura. Mas percebemos que é isso que estamos vendo”, destacou Yuli Novak, diretora executiva da organização.

Os ex-detentos entrevistados listaram abusos que vão de espancamentos severos e violência sexual até rações de fome, recusa de cuidados médicos e privação de necessidades básicas, como água, luz natural, eletricidade e saneamento, sabão e absorventes higiênicos para mulheres.

Embora o Serviço Prisional de Israel (IPS) e o IDF neguem as denúncias, existem indícios de que os maus tratos se tornaram parte integrante do sistema de detenção israelense a partir do momento em que o ministro da Segurança Nacional de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, foi encarregado pela gestão do sistema prisional, no início de 2023.

Desde então, Ben-Gvir começou a se livrar do que chamou de “regalias” para os presos palestinos, como pão fresco, e limitou o tempo de banho a quatro minutos.

Também foram feitos relatos de tratamento arbitrário e degradante desde o ataque realizado pelo Hamas em 07 de outubro – o que foi apontado como o único vislumbre do mundo exterior das condições dentro das prisões, já que Israel negou acesso a advogados, familiares e inspetores da Cruz Vermelha.

Pelo menos 60 pessoas morreram sob custódia israelense desde que a guerra em Gaza começou, em comparação com uma ou duas mortes no ano anterior.

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