Sem fim da guerra, Israel agora será julgado por perseguição aos palestinos

Corte Internacional de Justiça agora julgará "décadas de apartheid" e pode questionar a Guerra dos Seis Dias

Soldados israelenses sitiados em Khan Yunis, sul de Gaza – Foto: Unidade do porta-voz da IDF, 23/01/24

Sem previsões de Israel findar a guerra em Gaza e fronteiras, a Autoridade Palestina decidiu entrar com esforços jurídicos para mostrar que os ataques do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não são contra o Hamas, mas de décadas de apartheid contra os palestinos.

É nesse sentido que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas iniciou, nesta segunda-feira (19) uma série de julgamentos sobre Israel. Mesmo após a continuidade das ofensivas do país contra os palestinos e a expansão a outros territórios, os ataques de Israel, em si, não entram nestas audiências, uma vez que o julgamento deste caso já foi concluído.

Desta vez, à diferença do julgamento anterior, que estabeleceu, de maneira geral, os limites que Israel deveria tomar nos confrontos, não só a Palestina, como outras 50 nações apresentaram argumentos no Tribunal superior da ONU para devolver a ocupação dos territórios palestinos que passaram a ser de Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias.

Naquele confronto, Israel conseguiu ocupar os territórios da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Colinas de Golã, na Síria, e Península do Sinai, no Egito.

Em 2005, Israel retirou as forças de Gaza, controlando apenas a fronteira com o Egito, além de Jerusalém Oriental e Colinas de Golã, que permaneceram sob o controle de Israel.

Assim, desde hoje até a próxima segunda-feira, dia 26 de fevereiro, o tribunal irá escutar os argumentos de mais de 50 países.

Abrindo os trabalhos, na manhã de hoje (19), o ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, argumentou que a guerra vista hoje é só uma ponta das “décadas de discriminação e apartheid contra palestinos”, promovendo deslocamentos forçados, que são os refugiados, a subjugação ou a morte.

“A única solução consistente com o direito internacional é que essa ocupação ilegal chegue ao fim imediato, incondicional e total”, alegou Riyad al-Maliki, no tribunal internacional.

O objetivo da Palestina neste julgamento é acrescentar elementos para as instituições jurídicas internacionais sobre os confrontos. Segundo o país, as ações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não se restringem à guerra contra o Hamas, mas contra o povo palestino.

Os dados do conflito mostram que nos ataques iniciados desde 7 de outubro, 29 mil palestinos morreram contra 1.200 israelenses.

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Redação

2 Comentários

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  1. Sartre foi um grande inimigo do fascismo, do racismo, da hierarquização rígida da sociedade capitalista e do antisemitismo. A rejeição do assassinato em massa por razões politicas influenciou muito a filosofia dele. O existencialismo é uma celebração da vida, da liberdade e da problematização dos consensos irrefletidos que invisibilizam e preservam injusticas, desde o nível político e social até pessoal e psicológico. Eu penso que ele não conseguiria aceitar com tranquilidade o genocídio de crianças palestinas em Gaza. Sob o governo bestial de Netanyahu, Israel uma representação violenta e sanguinária da mais profunda negação de tudo aquilo que Sartre considerou bom belo e justo. O existencialismo se colocaria agora ao lado dos rabinos judeus que são agredidos e até presos porque ousam levantar suas vozes contra o genocídio dos palestinos promovido pelo sionismo com o nauseante apoio das autoridades francesas, alemãs, americanas e inglesas. É isso que a Corte Internacional de Justiça deve fazer e certamente fará.

  2. A corte anglo-americana de Haia?
    É limpeza étnica “legal” de israel e pronto. Se os Estados Unidos quisessem, nem um tiro teria sido disparado contra a faixa de Gaza, Umzinho só. Faz parte da ‘altoridade’ americana.

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