Snowden não vê chance de ter julgamento justo nos EUA

O ex-consultor contratado para prestar serviço à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden disse hoje (24) não acreditar que possa retornar ao território norte-americano e ter um julgamento justo. A afirmação foi divulgada na página de apoio ao ex-consultor na internet, Free Snowden. Edward Snowden, 30 anos, vive atualmente na Rússia, país que lhe concedeu asilo temporário.

“Retornar aos Estados Unidos, acredito, é a melhor solução para o governo, o público e para mim; mas, infelizmente, não é possível em face as atuais normas de proteção que, devido a uma falha na legislação, não sobrem contratados pela Segurança Nacional, como eu”, disse, em referência ao  Whistleblower Protection Act (Ato de Proteção do Denunciante, em tradução livre), uma lei da década de 1980 que protege pessoas que denunciem má conduta no governo de sofrer retaliações.

Segundo ele, a sua situação é frustrante, pois não há chance de voltar ao país, levar seu caso a um juri e ter um julgamento justo. Hoje foi a segunda vez que Snowden faz uma declaração pública depois de ter concedido uma entrevista ao jornal britânico The Guardian em junho do ano passado, logo depois de ter revelado as atividades de monitoramento da NSA.

Nesta sexta-feira, Eric Holder, o equivalente ao advogado-geral da União norte-americano, disse que a concessão de clemência a Snowden seria “ir longe demais”. Para ele, seria necessário elaborar uma resolução com o ex-consultor para que ele aceitasse, de alguma forma, se responsabilizar pelo vazamento das informações sobre as atividades da NSA.

Ontem (23), uma comissão independente nomeada pelo Congresso norte-americano considerou que o programa de interceptação de dados da agência é ilegal, viola o direito à privacidade e tem pouco ou nenhum valor para a luta contra o terrorismo. A conclusão do grupo de trabalho se seguiu aos recentes anúncios do presidente Barack Obama de mudanças nos serviços de inteligência do País.

* Com informações da agência de notícias da China, Xinhua

Redação

5 Comentários

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  1. A justiça dos EUA está cada

    A justiça dos EUA está cada vez mais parecida com a justiça brasileira ou a justiça brasileira está cada vez mais parecida com a justiça dos EUA? Porque aqui, ele também não teria um julgamento justo.

    1. Opa!  Pera la, Malu!  Justica

      Opa!  Pera la, Malu!  Justica aqui funciona, eh por isso que essa putada precisava de leis de estatizacao de cidadaos -qualquer cidadao que seja declarado como “inimigo”eh automaticamente estatizado.

      Eu sou o exemplo disso.  Virei pro pri e da de estatal.

  2. Que o diga o soldado Manning

    Soldado Bradley Manning diz que cela parecia “jaula”

    por Lusa, texto publicado por Isaltina Padrão12 dezembro 20127 comentários

    O advogado de defesa de Bradley Manning, soldado suspeito de entregar ao portal WikiLeaks documentos secretos sobre as guerras do Iraque e Afeganistão, declarou que as condições do militar na prisão pareciam uma jaula, informa a AFP.

    Durante a audiência preliminar do soldado Bradley Manning, que decorre no tribunal militar da base de Fort-Meade no Estado de Maryland (EUA), o advogado de defesa do soldado, David Coombs, concentrou-se nas condições duras a que o detido foi sujeito na prisão.

    A defesa reclama o arquivamento das acusações, alegando que o regime de prisão durante nove meses na base de Quântico, no Estado da Virgínia, constitui uma “punição preventiva ilegal” banida pelo código militar.

    Durante cerca de cinco horas de depoimento, Manning relatou as severas restrições e a monotonia que enfrentou durante a prisão no Kuwait e em Quântico, na Virginia (EUA).

    O soldado, de 24 anos e idade, contou, por exemplo, como foi obrigado a ficar nu na sua cela. Bradley Manning era analista do serviço de informações no Iraque quando foi detido, em maio de 2010.

    No final de novembro, durante as suas primeiras declarações feitas desde a sua detenção no Iraque, em 2010, Manning já tinha declarado que as Forças Armadas americanas o tinham mantido numa “jaula” de 2,43 metros quadrados no Kuwait e, depois, numa solitária na Virgínia, lê-se na agência O Globo.

     

  3. CARA DE PAU

    A Declaração de James Robert Clapper ao Senado Americano

    Washington Post

    Audiência do Comitê de Inteligência do Senado no dia 12 de Março de 2013

    O Senador Ron Wyden (Partido Democrta, Oregon), um dos principais críticos dos  programas de vigilância do governo Obama, disse que o Diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, não deu uma ‘resposta direta’ sobre a vigilância da NSA, em uma audiência em março de 2013.

    Durante a audiência do Comitê de Inteligência do Senado, Wyden perguntou a Clapper se a Agência de Segurança Nacional recolhe dados e Clapper respondeu: ‘Não senhor (a NSA) não recolhe qualquer tipo de dados (…)’, uma resposta contrária às revelações posteriores a respeito do gigantesco aparato de coleta de dados da NSA.

    Wyden disse, em um comunicado, que, por cortesia, os oficiais de Inteligência precisavam dar uma ‘resposta direta’, mas se recusaram.

    ‘Para ele se preparar para responder, enviei as perguntas para o escritório do Diretor Clapper, com um dia de antecedência. Após o término da audiência, a minha equipe ofereceu, à sua assessoria, a oportunidade de alterar as respostas’, disse Wyden.

    ‘Agora novas audiências públicas são necessárias, para lidar com as divulgações recentes, por que o povo americano tem o direito de esperar respostas diretas da liderança da Inteligência às perguntas feitas pelos seus representantes’, observou Wyden.

    A declaração de Wyden representa o aumento do cerco à controvérsia sobre os programas de vigilância. O testemunho de Clapper, e se ele mentiu ou não, tem sido alvo de exame, especialmente pelas agências noticiosas, mas a pressão de Wyden inova e é, particularmente, significativa por ser de autoria de um integrante do Partido Democrata.

    Wyden não acusa, diretamente, Clapper de mentir ou enganar os Senadores, mas sugere que ele deveria ter sido capaz de ser mais preciso.

    Clapper procurou esclarecer o teor do seu testemunho durante uma entrevista concedida, posteriormente, à Andrea Mitchell, da NBC, dizendo que imaginou que a pergunta se referia aos ‘esforços mais invasivos’.

    ‘Eu respondi da forma que eu pensei que era a mais verdadeira, ou menos mentirosa, ao dizer não’, disse Clapper.

    Clapper recebeu um voto de confiança do Presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein (Democrata-Califórnia). 

    Questionado sobre a discrepância entre as divulgações recentes e o testemunho de Clapper, Feinstein disse que Clapper é uma das pessoas mais honestas que ele conhece e sugeriu que ele entendeu mal a pergunta.

    Wyden contra-argumentou, dizendo que Clapper sabia que a pergunta seria feita e, então, devia ter oferecido uma resposta mais precisa.

    No vídeo, o Senador Ron Wyden interroga o Diretor James Clapper, na Comissão de Inteligência do Senado sobre a vigilância sem mandado da Agência de Segurança Nacional.

    [video:http://youtu.be/QwiUVUJmGjs%5D

    As Informações foram postadas, na íntegra, nos blogs de Glenn Kessler, em 6/12/2013, e Aaron Blake, em 11/06/2013.

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