Zelensky liberta estupradores e torturadores para lutarem na frente de combate, por Ruben Rosenthal

Presidente ucraniano autorizou liberação de líderes do batalhão Tornado para que participassem dos combates contra a Rússia

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Por Ruben Rosenthal*

Embora atuassem no batalhão Tornado algumas das bestas mais selvagens que cometeram crimes hediondos, 58 outros batalhões do mesmo tipo permanecem operacionais em toda a Ucrânia.

Líderes do notório batalhão Tornado que haviam sido condenados por estupro de menores e tortura sádica foram libertados por ordens de Zelensky para participarem dos combates contra a Rússia, conforme é relatado no artigo de Esha Krishnaswamy, no The Grayzone.

Segundo publicado em 11 de julho na mídia ucraniana, Ruslan Onishenko, comandante do agora disperso batalhão Tornado, foi libertado como parte do esquema do presidente Zelensky para aproveitar prisioneiros com experiência em combate. Onishenko é um psicopata sádico que foi condenado por estar envolvido em assassinatos, abusar sexualmente de crianças e torturar brutalmente prisioneiros.

Outros ex-membros condenados do Tornado também foram libertados. De acordo com o decreto de Zelensky de 27 de fevereiro, os prisioneiros com experiência em combate poderiam “compensar sua culpa” lutando nos “pontos mais quentes” do conflito. Desta forma, brutais criminosos neonazistas receberam imunidade oficial.

Além de tortura, assassinato, estupro – inclusive de crianças – os crimes de Onishenko incluíram sequestro, amputação e muito mais. Mesmo assim, ele foi condenado a apenas 11 anos de prisão em abril de 2017. Agora, após cumprir apenas cinco anos de sua sentença, ele foi libertado por um presidente que é elogiado como estadista e democrata pela mídia do Ocidente.

O surgimento do batalhão Tornado

Após o golpe de fevereiro de 2014, que ficou conhecido como a Revolução Euromaidan, o Batalhão Shakhtyorsk, onde Onishenko estava lotado, participou em agosto de uma operação fracassada para retomar uma área controlada pelos rebeldes do Donetsk, na cidade oriental de Ilovaisk. A derrota foi um fator importante para forçar o governo central da Ucrânia a negociar com as repúblicas separatistas do Donbass, sob as diretrizes dos Acordos de Minsk.

Esha relata que um mês depois, em setembro, o então presidente Poroshenko e outros membros do gabinete decidiram dissolver o batalhão Shakhtyorsk, acusando seus membros de terem cometido saques.  O batalhão foi dividido em dois grupos: um que se autodenominava “Santa Maria, e um segundo, liderado por Onishenko, chamado “Tornado”. Este era composto, em grande parte, de residentes de Lugansk e Donetsk simpatizantes do golpe de Maidan, bem como por alguns estrangeiros.

O Grupo de Direitos Humanos de Kharkiv escreveu um relatório em nome do Departamento de Estado dos EUA, detalhando o terror imposto aos moradores de Lugansk pelas “patrulhas diárias” do Tornado:

“Pessoas usando camuflagem e carregando metralhadoras arrombavam portas em casas privadas, realizavam buscas sem autorização judicial, humilhavam e espancavam proprietários, ameaçando-os de morte, e “expropriaram” seus bens. Nas ruas e postos de controle, membros do batalhão detinham pessoas, cobrindo suas cabeças com sacos….Muitos homens foram tirados à força de suas casas e levados sob escolta para o prédio do hospital ferroviário em Novaya Kondrashovka. A maioria dos detidos foi libertada, mas houve vários casos de pessoas desaparecendo depois de serem ilegalmente detidas por combatentes do batalhão”.

Além desses atos de crueldade, membros do batalhão Tornado se vangloriavam da extrema violência sexual, incluindo o estupro de crianças pequenas. Foi a propensão da unidade para a perversão que provavelmente levou a uma ordem do Ministério do Interior para desmantelá-la, em junho de 2015.

Ainda no mês de junho, o procurador militar-chefe Anatoliy Matios relatou que os combatentes do Tornado se recusavam a desarmar, e fizeram barricadas em uma escola de Severodonetsk.

As autoridades ucranianas finalmente conseguiram prender Onishenko no aeroporto de Donetsk. Em resposta, seus companheiros do batalhão tomaram posições defensivas, em preparação para a batalha com as forças de Kiev. Com o envio pelo governo de mais unidades militares, o batalhão foi finalmente subjugado e seus membros presos.

O julgamento do batalhão revelou um circo de horrores

Após as prisões, os celulares dos comandantes do Tornado foram apreendidos. O procurador-chefe ucraniano encontrou neles evidências de crimes hediondos cometidos por vários membros do batalhão. O vídeo a seguir (com legendas em inglês) é extremamente perturbador, contendo relatos chocantes das vítimas das torturas e estupros a que elas foram submetidas por seus algozes.

Embora atuassem no batalhão Tornado algumas das bestas mais selvagens que cometeram crimes hediondos, 58 outros batalhões do mesmo tipo permanecem operacionais em toda a Ucrânia.

Ao mesmo tempo em que liberta as bestas, Zelensky bane praticamente toda a oposição política, publica uma lista negra de jornalistas e acadêmicos estrangeiros acusados de promover “propaganda russa”, e remove a proteção das leis trabalhistas para 70% dos ucranianos, relata Esha Krishnaswamy em seu artigo.

* Ruben Rosenthal é professor aposentado da UENF e responsável pelo blogue Chacoalhando

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2 Comentários

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  1. Do Batalhão Dirlewanger na Alemanha nazista, aos ‘morons’ de MacNamara, da América fascista, na Guerra do Vietnam, é prática antiga da humanidade (de seu núcleo dirignete, melhor dizendo) enviar para a guerra todo tipo de desajustado, delinquente, em resumo, todo tipo de indesejável da sociedade, para matar, se for possível, e para morrer, aliviando os custos, para o Estado, de prover algum tipo de assistência a esses infelizes.
    MacNamara chegou ao requinte de justificar seus batalhões de retardados (o eufemismo do americano para isso é mentally handicapped, literalmente, deficiente mental) como uma forma de dar a estes uma oportunidade de especializar-se em alguma coisa, melhorar seu padrão mental, e ascender no quadro social.
    Ou seja, jogue-se essa gente no meio de uma guerra, onde, além de polir as botas dos oficiais e suboficiais, ele poderá fazer o que quiser com o inimigo (tudo aquilo, por exemplo, que satisfizer as taras de seus pares não retardados, pelo menos oficialmente), incluindo matar, estuprar, torturar, etc., e ele voltará ao seu país um cidadão evoluído e produtivo. A Ucrânia é apenas mais uma da lista. Aliás, já havia lutado, em grande parte, ao lado da Alemanha nazista na II Guerra Mundial. Tem know-how desse tipo de recurso “militar”. Para aqueles que vêem, de acordo com a grande Mídia ocidental, os ucranianos como bravos mocinhos lutando com bandidões, que isso sirva como um balde de água fria, e um retorno à razão, à análise racional dos fatos: a Ucrânia é só um peão nesse jogo geopolítico, e joga, hoje, a favor de um dos vilões da história, os EUA e a OTAN.
    Para a sordidez do ser humano, não há poço sem fundo. Há somente o poço, e é onde nós estamos. Todos juntos: americanos, russos, ucranianos. Seres humanos que trucidam seres humanos. Pelas armas, pela fome, pela indiferença.

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