A falta de entendimento que permeia críticas aos petistas apenados

Pergunte a um “coxinha” o que é o mensalão

Este texto esclarece um fato que eu já havia percebido. Na verdade todos estes raivosos críticos e influenciados pela mídia nem sabem direito o que julgado na AP 470.

A alguns meses uma conhecida veio dizendo que achava fantástico um amigo que defendia a tese de que o “mensalão” não existiu. Aí eu perguntei a ela o que ela achava que era o “mensalão” e o que havia sido julgado de fato no supremo. Após uma grande enrolação e confusão pude perceber que tudo que ela argumentou nunca existiu, e nem mesmo foi julgado durante a AP470. Ela, e penso que a maioria das pessoas, nem sabe direito o que foi julgado. E no fim eu só pude dizer a ela que o que realmente foi a julgamento não tinha nada a ver com descrição que ela fez e portanto uma das maiores provas de que o “mensalão” tal como é divulgado na mídia nunca aconteceu,e ela acabou  reforçando com seu discurso de defesa da condenação do PT o argumento que ela repudia de seu colega de o “mensalão’ nunca existiu, especialmente da forma como é divulgado na mídia e como a maioria dos tolos que assistem os Jabores e Mainardis da vida acreditam, sem é claro terem refletido sobre o que dizem. Continuo dizendo que o hábito da simples reflexão faria um enorme bem aos brasileiros.

Sem exageros.

Sabemos que não houve “Mensalão”, que a condenação dos petistas nos moldes em que se deu foi uma ação Política, como forma de tentar incriminar o PT e seu Governo + LULA, queimando a imagem do trio perante a opinião pública e assim, facilitar a vida dos que não tem votos suficientes para vencer uma eleição da maneira correta: administrando bem os governos estaduais e municipais que foram a eles outorgados pelo voto da população e tendo vereadores,  deputados e senadores comprometidos com a população brasileira, ou seja, fazendo política concreta. 

Agora, não se pode dizer que tudo é apenas uma questão de luta de classes: elites X PT.

Temos que admitir que houve um processo irregular de compra de apoio político eleitoral, não de votações no Congresso, via caixa dois eleitoral. 

Cabia ao STF destrinchar esse processo todo desde os empréstimos via Marcos Valério e os bancos Rural e BMG obtidos pelo PT e que foram pagos – fique claro, rastrear o caminho desse dinheiro: quem combinou os empréstimos, quem recebeu (pessoas e partidos), quanto e quais os atos praticados com esse dinheiro. Alguém recebeu a sua parte e utilizou fora da eleição (embolsou a grana para si)?  E, assim, demonstrar para a população o que é esta prática condenável de caixa dois, criando uma Jurisprudência capaz de punir exemplarmente quem dela faz uso. Seria a didática de “Professores máximos do Direito” para os brasileiros leigos do Direito, certo? 

E, poderia ter sido ainda mais significativo e o correto, se desde o seu nascedouro, o valerioduto tivesse sido investigado, conjuntamente, para se chegar a um veredito preciso. Desde o seu início na campanha eleitoral de Eduardo Azeredo ao Governo de Minas Gerais em 1998. 

Assim feito, a punição pelas irregularidades (as que houveram), sem esse exagero todo, a quem participou do caixa dois seria dada, dentro da Lei e sendo uma inibidora de novas ações de caixa dois.

Claro que as punições considerando/pesando a importância dos apoios políticos numa eleição, a necessidade de dinheiro em campanha eleitoral para se vencer, essas coisas. Afinal, não temos uma legislação que abrace as campanhas eleitorais pagas por um fundo próprio – financiamento público. Até a discussão de uma necessária Reforma Política poderia nascer dos debates acerca do caixa dois eleitoral, não é verdade? 

A questão de tudo se tornar uma Peça Jurídica sem consistência e com esse desfecho, sim! É por interesse político-eleitoral-elitista. 

Destrinchar esse novelo que envolve o valerioduto não é fácil socialmente falando: passaria por pesos pesados da Política ligados à elite, também. 

Não é interesse das elites o término do caixa dois, que favorece muitas das vezes as candidaturas apoiadas pelas elites. Nem tornar a Justiça brasileira uma Justiça justa para todos, independente de classe social, de quem o Político apoia. 

Na hora do Julgamento, sabedora de que houve caixa dois – o próprio Delúbio Soares admitiu – e não mais que isto, a Justiça via PGR e STF resolveu que seria feito um “Carnaval” Jurídico e que o enredo seria: vamos incriminar o PT.

E nesse Processo que por anos a velha mídia chamou de “Mensalão”, deu medo de colocar o LULA, na passarela, afinal, ele tem uma força política capaz de detonar em três tempos essa gente toda que quer ferrá-lo, então, chegaram só até o Dirceu.

E nasceu a única quadrilha em que o “chefe” naõ faz parte, o único domínio de fato em que o “chefe” não sabia de nada, não dava as ordens e não era o nº 1 na hierarquia dos “ladrões”. Acredite se quiser! 

Hoje, estamos assim, a direita política, que sonhou ser o “Mensalão” o golpe midiático e judiciário para derrubar o PT, está enfraquecida, quase em frangalhos, e o PT mantendo a liderança na simpatia do eleitor.

Isso é que dá querer trocar a Política pelo espetáculo. Trocar a Política pela encenação, pelas palavras contundentes mas ocas de conteúdo, sem arregaçar as mangas e trabalhar. 

Agora, vivemos esta nova realidade pós-“Mensalão”: a oposição política sem forças para ganhar politicamente uma eleição torce pelo caos, ajuda a implementar o caos, diz que tudo está um caos – ciceroneada pela mídia amiga e hegemônica – única forma de ter alguma chance no pleito de 2014.

O povo não é bobo! Ele sabe quem faz as coisas e quem só vive de “ronco”, como bem dizia meu pai.