A operação de Bolsonaro e seu discurso na Assembleia da ONU, por Janio de Freitas

Além de poupar o Brasil de vexames, se cancelar a agenda na ONU por motivos de saúde, Bolsonaro terá uma agenda tão ou mais importante: as investigações que atingem Flávio

Jornal GGN – As movimentações recentes do presidente Jair Bolsonaro sugerem que seu estado de saúde não é grave. Mesmo assim o Planalto anunciou que sua agenda ficará trancada a partir deste domingo (08) e pelos próximos dias por conta da correção de uma hérnia que surgiu na região onde foram feitas três operações desde o atentado que sofreu um ano atrás.

Bolsonaro tem um discurso marcado para realizar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, em Nova York, declarando que, independente do seu estado de saúde, vai comparecer ao encontro, “nem que seja de cadeira de rodas, de maca”.

“Vou comparecer porque eu quero falar sobre a Amazônia, mostrar para o mundo com bastante conhecimento, com patriotismo, falar sobre essa área ignorada por tantos governos que me antecederam”.

Janio de Freitas observa nas falas do presidente argumentos de que ele não irá comparecer na Assembleia da ONU:

“Ao informar da hospitalização, Bolsonaro falou em ‘férias de dez dias, talvez doze’. Duração bem maior, e com fim mais próximo da viagem, do que a previsão médica de ‘uns sete dias’. Pouco depois, fez a menção dramática à possível ida ‘de cadeira de rodas’ e, logo, ‘até de maca’. Duas formulações não motivadas que contrapõem, no senso comum, a cirurgia e a viagem a Nova York”.

“O aparecimento repentino da hospitalização e sua data dão a Bolsonaro o recurso da eventual ‘recomendação médica’ de não viajar”, pontua. “Seria uma ‘ausência forçada’, caso venha a lhe parecer, se ainda não parece, que a ida à ONU é uma imprudência. Ou provocação”, completa.

Janio prossegue lembrando que o “ambiente da ONU só pode ser o mais impróprio para Bolsonaro”:

“É natural que por lá não tenham esquecido sua afirmação de que, eleito, retiraria o Brasil da entidade, tratando-a como um amontoado de comunistas. E, mais recentes, seus ataques ao secretário-geral António Guterres e à dirigente do Alto Comissariado de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de muito prestígio na diplomacia e entre políticos de nível internacional”.

“Amazônia condenada, indígenas perseguidos, liberação de armas, ataques a Noruega, Alemanha e França integram o cardápio da recepção a Bolsonaro. Sem surpresa, se ao som de vaias”, prossegue ainda o colunista.

Janio pontua também que, além de poupar o Brasil de passar vergonha, permanecendo aqui, Bolsonaro terá uma agenda tão ou mais importante do que a ONU: a volta da discussão em torno das investigações que atingem seu filho, Flávio Bolsonaro.

“Embora não se possa afirmar que haja polícia capaz de investigar, de verdade, os entornos políticos e outros das milícias, a desarticulação que Bolsonaro quer fazer na Polícia Federal, facilitada pelo exangue Sergio Moro, deve ter retorno. E o hoje senador Flávio Bolsonaro é muito vulnerável no tema milícias e milicianos, com os imagináveis desdobramentos. Aliás, não é o único na dinastia”, reflete.

“Em todos os sentidos, o melhor para o país é que Bolsonaro dispense mesmo a cadeira de rodas, a maca e o avião. Lá fora talvez até debitem a ausência à cirurgia”, conclui. Clique aqui para ler a coluna na íntegra.

Redação

5 Comentários

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  1. Nassif: essa tal cirurgia é continuação da farsa da “facada”, Um pouco de Kechup caseiro num rolo de gaze e o circo tá armada. Há quem diga que o Capital estaria “se cagando de medo”. Daí, mandar consertar os intestinos. A única certeza disso tudo é que ele nem aparecerá.

    Mas outra vertente da historia conta (não revelo a fonte) que isto não tem nada haver com os gringos. É coisa interna. Que foi pra ficar o Capitão mais próximo com seu LugarTenente, que também faz “tratamento” em SãoPaulo, para analisar, com calma, a situação das MilíciasBandeirantes. Parece que estão desarticuladas, batendo em gente de supermercado. Há listra triplice, com nomes avalizadas por FernandinhoBeiraMar e Marcola, que serão sopesadas na fase de “recuperação” hospitalar do Queiroz.

    Sabe comê. O povo aumenta. Mas não inventa…

    PS.: continuo não sendo robô!

  2. Volta PT.
    Sem conciliação, sem PMDB e centrão. e com muito mais distribuição de renda.

    A cada dia de governo e do liberalismo econômico, mais a palavra de ordem:
    Volta PT!!!
    Se torna urgente.

    Hoje o único caminho para o crescimento econômico, é o aumento da distribuição de renda, por meio dos programas sociais e do aumento do emprego com carteira assinada, já que não há o menor espaço para uma economia voltada a exportações, no atual ambiente econômico internacional

    Somos um país continental, com mais de 70 milhões de famílias, destas 40 milhões de famílias recebem até 3 salários mínimos por mês.

    Uma política econômica baseada na distribuição de renda. com o aumento do crédito, dos programas sociais e do aumento real do salário mínimo, fortaleceria o mercado interno gerando emprego e renda.

    Temos território e população para um mercado de mais de 16 milhões de vendas anuais de automóveis, basta aumentar gradualmente a renda das famílias mais pobres.

    Apenas um Governo do PT, pode proporcionar a volta do crescimento, já que as demais alternativas de poder, tem como âncora a concentração de renda e a preferência por uma economia voltada a exportações.

    Volta PT!!!
    Sem conciliação e com mais distribuição de renda.

  3. O mesmo papo furado, a mesma história de sempre: ” culpa de governos anteriores que, neste caso, foram acusados de esquecer a Amazonia..” (ainda bem, pois quem lembra taca fogo).
    Na realidade não passa de uma conversa fiada, um samba de uma nota só marcado pelo compasso do falso patriotismo.
    É bem provável mesmo que não vá na ONU, porém não por causas médicas mas por nao possuir envergadura moral ou inteligência capaz de mitigar as asneiras cometidas desde que se propôs a concorrer ao cargo presidencial até hoje.
    Que fique deitado por aqui, melhor para o Brasil.

  4. Quem sabe, Bolsonaro vá fazer críticas de longe, sem participar de nenhum enfrentamento de verdade, assim como fez nas eleições, quando se ausentou dos debates. Depois, seu exercito de robôs vai mandar mensagens para os apoiadores, que só se informam pelo whats app, dizendo que lá na ONU ele foi o maioral e que todos tremem diante de sua postura decidida frente à defesa da Amazônia e da soberania do Brasil.

  5. Não sei se esse DESgoverno é puramente dissimulado e cria polêmicas para disfarçar sua má intenção ou se é um caso simples de imbecilidade (coletiva), pois ao mesmo tempo que, ainda em início de administração, afirmam que o país é um dos que mais preserva o meio ambiente também dizem que o descaso ambiental é fruto de governos anteriores.
    Mesmo que o bozonismo tivesse formulado alguma política ambiental, coisa que não fizeram, a preservação de que ele falava é fruto de outras administrações.
    Então precisam parar de agir como crianças que, com medo de levar um bronca, culpam os coleguinhas.
    Chega! Já cansou esse papo furado!

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