A pedido da Braskem, Justiça vai intermediar acordos em Maceió

Indenizações serão determinadas por um perito independente indicado pela Justiça; propostas da Braskem são irrisórias, dizem moradores

Imagem: Divulgação

A petroquímica Braskem, responsável e condenada pelo desabamento de minas devido à extração de sal-gema em Maceió, Alagoas, adotou o processo de liquidação de sentença como forma de impor acordos aos moradores das regiões atingidas. 

Para tanto, a empresa pede que a Justiça alagoana indique um perito independente para definir o valor da indenização. Esta foi uma estratégia para tentar resolver parte dos 18.670 pedidos registrados na Justiça pedindo compensação, uma vez que os moradores de cinco bairros foram obrigados a deixar suas casas. 

Depredação

Mais que o prejuízo de serem obrigados a abandonar os imóveis com uso de força policial em casos de resistência, as vítimas acumulam diversos prejuízos, como a deterioração, depredação e furto das residências. 

A casa de Cássio de Araújo Silva, de 60 anos, coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), foi incendiada na última terça-feira (6). 

Silva foi obrigado a deixar o imóvel no bairro Pinheirinho em novembro, quando outra mina da Braskem corria o risco de colapsar (e efetivamente desabou em dezembro). 

Desde então, ele recusou três propostas apresentadas pela petroquímica, tendo em vista que os valores foram considerados irrisórios para a compra de um imóvel semelhante. 

Diante das negativas e da esperança de que a intermediação da Justiça faça com que a indenização chegue a um valor razoável, Silva acredita que o incêndio foi criminoso. Ele estima que o prejuízo com o afundamento do solo esteja na ordem de R$ 6 milhões, pois na residência havia mais de 20 mil livros.  

Entenda o caso

Os desabamentos de minas de sal-gema exploradas pela Braskem atingiu mais de 60 mil pessoas de cinco bairros em Maceió. A área representa 20% da capital alagoana.

Ainda segundo as informações divulgadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), paralelamente, mais de 18 mil acordos entre pessoas atingidas e a empresa foram homologados pela 3ª Vara Federal de Maceió, uma das responsáveis pelo caso.

*Com informações da Folha.

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