Cronologia mostra o que fez Léo Pinheiro mudar delação

Recusa de acordo de delação premiada da OAS, novo pedido de prisão e aumento de pena estão por trás da mudança de ex-executivo
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Jornal GGN – Uma cronologia a respeito dos depoimentos do ex-diretor da OAS, Léu Pinheiro, levantada pelos advogados de defesa de Lula, e reproduzidas no site Tijolaço, aumenta os indícios de que o instrumento jurídico ‘delação premiada’ foi utilizado para pressionar ex-executivo. 
 
Em junho de 2016, por exemplo, Pinheiro não tocou no nome do ex-presidente para explicar os acordos ilícitos entre a construtora e políticos o que, segundo informações levantadas na época pela Folha de S.Paulo, levou seu acordo de delação a ser recusado pela justiça de Curitiba. Poucos meses depois, em agosto, a procuradoria pediu por nova prisão de Léo Pinheiro. Em outubro, um blog que atua como assessoria clandestina de promotores da Lava Jato publicou uma nota alertando que o objetivo da prisão do ex-dirigente da OAS era obter informações para corroborar a tese de que o Triplex do Guarujá pertencia a Lula. Em novembro, Pinheiro continuou não informando que o ex-presidente seria dono da apartamento, e sua pena foi aumentada em dez anos, até que, recentemente, em abril de 2017, o executivo finalmente incriminou Lula.
 
Tijolaço
 
A OAS “mudou delação”. E o que a fez mudar? 
 
Por Fernando Brito
 
A defesa de Lula publica hoje uma incrível cronologia da transição fabulosa de versões apresentadas por Léo Pinheiro.
 
Se você ainda tem dúvidas de que aquele senhor topa qualquer negócio para não findar sua existência em cana, leia:
 
Novembro de 2014 – prisão
A primeira prisão de Léo Pinheiro data de novembro de 2014. Cinco meses (!) depois, em abril de 2015, o STF decidiu que ele fosse colocado em prisão domiciliar. 
 
Junho de 2016 – delação recusada: faltou Lula
Condenado a 16 anos de prisão, o empresário aceitou fazer  delação premiada. A sua delação foi recusada em junho porque, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo, não incriminava Lula. 
 
Agosto de 2016 – procuradoria encerra negociações
No final de agosto, a Procuradoria-Geral suspendeu as negociações com Léo Pinheiro e a OAS. Os advogados de Lula pedem que sejam apuradas as informações de que a delação foi recusada por inocentar o ex-presidente.
 
Setembro de 2016 – segunda prisão e intensificação das pressões
Duas semanas depois de recusada a primeira delação de Léo Pinheiro, o empresário foi preso novamente. Segundo o despacho do juiz de primeira instância Sergio Moro, para “garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e segurança da aplicação da lei penal”.
 
Outubro de 2016, um blog que atua como assessoria de imprensa clandestina dos promotores da Lava Jato publica uma nota revelando qual era o verdadeiro objetivo da prisão de Léo Pinheiro: obter qualquer afirmação que corroborasse a insustentável tese de que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá.
 
Novembro de 2016 – sem Lula, pena é aumentada em 10 anos- A pressão se intensifica sobre o empresário em novembro, quando sua pena é aumentada em 10 anos. A matéria do Estadão que noticia o caso faz referência à dificuldade em se conseguir uma delação de Léo Pinheiro.
 
Abril de 2017 – o condenado Léo Pinheiro se dobra e mente
Finalmente, em abril de 2017, Léo Pinheiro se dobra, troca de advogados e faz o depoimento que os procuradores queriam incriminando Lula. O empresário diz ter sido o único responsável dentro da OAS pela questão do triplex e deixa claro que não tem provas do suposto acerto. 
 
Em qualquer país democrático, esta “conversão” de um acusado seria motivo de um inquérito e possivelmente, de anulação de sua nova versão.
 
Mas, no estranho país que se tornou o Brasil, isso é o “triunfo da verdade”.
 
Bem, reconheça-se que os algozes do regime militar eram mais simples e direto: “pendura este aí até ele falar”.
 
Os mais velhos, feito eu, certamente lembrarão do caso do ex-deputado Marco Antônio Tavares Coelho que passou  torturas terríveis e cruéis nos Doi-Codi do Rio de Janeiro e de São Paulo e cujo depoimento “incriminava” políticos por terem recebido apoio do PCB. E, claro, tendo de afirmar que isso era uma “confissão espontânea”.
 
Formou-se, em Curitiba, uma “máquina de produzir verdades infalíveis
Redação

5 Comentários

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  1. O maior crime do Leo está

    O maior crime do Leo está sendo incriminar o Lula para diminuir ou eliminar sua pena. A tática de tortura desumana de moro e sua gangue criminosa mór  baseia-se no dito popular: “errar é humano e empurrar erro para os outros é mais humano ainda!…  mais ainda sob tortura!

  2. O maior crime do Leo está

    O maior crime do Leo está sendo incriminar o Lula para diminuir ou eliminar sua pena. A tática de tortura desumana de moro e sua gangue criminosa mór  baseia-se no dito popular: “errar é humano e empurrar erro para os outros é mais humano ainda!…  mais ainda sob tortura!

    Podem perguntar prá escorte girl rosangela moro que ela confirma.

    (Felizes daqueles que tem ao seu lado mulheres que jamais os apoiarão em crimes, principalmente de torturas).

    Resultado de imagem para rosangela moro

  3. Dois carros e um destino

    Quem será que levantou e a pedido de quem que dois veículos do Instituto Lula passaram no pedágio de Imigrantes há 4 e 6 anos respectivamente? Por que cargas d’água alguém iria guardar esses dados durante tanto tempo? E por qual motivo? Estranho, muito estranho.

  4. Ferreira Goular escreveu um

    Ferreira Goular escreveu um livro detalhando o que foram seus dias ao tempo da ditadura, como e porque ele teve que se exilar indo pra Argentina, até que é convencido por outros a voltar, contando com aquela gama de intelectuais, seus mais próximos amigos para o recberem no aeroporto, e lhe darem o que ele mais precisava: amizade e cumplicidade. Estava o poeta quase morto pelos dias que vivera fora do Brasil, precoupado com os dois filhos viciados em droga, e a danada da saudade do mar de Ipanema e do Brasil batia forte demais no seu peito, daí que ele pensava até em encarar tudo e todos se preciso fosse, desde que estivesse aqui, na sua Pátria. 

    Mal chegou em casa e já marcou pra ficar na praia, cheio de prazeres e felicidades. Segundo o relato, Geisel foi bonzinho, mas Figueiredo disse que ele não passava de um comunista nojento. Enfim, na mesma praia de Ipanema, vieram seguranças para levarem-no pro interrogatório, onde ele sofreu tortura, por não responder a pergunta que lhe fieram tantas vezes. Ele teria que dizer que esteve na Rússia, e mais algumas participações no Partidão. Foram 72 horas de muito sofrimento. Mas, ao final, ele foi solto porque estava sendo confundido com outro homem, que tinha o mesmo nome dele, porém menos o sobrenome Goular, que é do pai. 

    Quantos enganos foram feitos por esses agentes da ditadura para forçar um presioneiro, sob torturas, a dizerem mentiras, se quisessem sobreviver. E quantos, mesmo atendendo os pedidos dos monstros, morreriam mesmo assim, porque quem faz parte de esquemas desse tipo tem no DNA, e precisam mesmo ter, traços de psicopatia, de ausência de sentimento huanitário, senão perdem o emprego, pelo qual eles se locupletam.

    Damous também fez referências ao depoimento mentiroso, claramente falso, do delator da OAS. E num dado momento ele diz que senti pena de ver a imagem de Leo Pinheiro, humilhado perante Moro e as câmeras. É que o homem, já se sentindo em prsião pepétua, a considerar sua idade e a dosemetria da pena, tal como Dirceu, Othon, e outros, não tem porque manterem esperanças de terminarem suas penas com vida. É mais fácil morrer antes, como aconteceu a Dona Mariza, que nem chegou a ser presa, como se queria.

    Nem mesmo os que mais desejam a prisão de Lula pode, em sã consciência, crerem na veracidade dessas delações, que seguem o mesmo esquema de outros. Que adianta Leo dizer que esteve no pedaço do Guarujá com Lula, ou que o ex-Presidente o mandou sumir com as provas. Somente um imbecil pode admitir uma sandice dessa, partindo de um empreiteiro dado a negócios sujos, que, por seu turno, poderia até ter tocado fogo em tudo na frente de Lula, mas com cópias sufcientes para se resguardar num futuro qualquer.

    Tortura psicológica é também crime. Faz uso dela a polícia dos estados brasileiros quando o investigado é pobre, preto, prostituta, gay. todos sem eira nem beira. 

    Esse homens, que tinham tantos poderes, se alinham agora a esses tantos, se estão nas mãos de um juiz que age sem amor à profissão, sem a devida ética, ou respeito à toga. 

    E o STF? Cadê? O que está esperando para dar um basta nesses justiceiros?

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