Dor que encontra “momento de esperançar”, dizem viúvas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Mônica Benício e Agatha Arnaus divulgam nota após prisão de envolvidos com morte de Marielle e Anderson; leia texto na íntegra

Foto: Twitter/X @monicabenicio

A vereadora Mônica Benício e Agatha Arnaus, respectivamente viúvas da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, divulgaram nota oficial a respeito da operação da Polícia Federal realizada neste domingo.

As autoridades prenderam o conselheiro do TCE Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, acusados de serem os mandantes da morte da vereadora em 2018.

“Foram 2.202 dias de espera. 6 anos e 10 dias dessa dor que hoje não acaba, mas que encontra, finalmente, um momento de esperançar justiça e paz. E isso é apenas uma parte do que Marielle e Anderson merecem”, diz o texto assinado por Agatha e Mônica.

Leia abaixo a nota na íntegra, divulgada nas redes sociais de Mônica Benício.

Foram 2.202 dias de espera. 6 anos e 10 dias dessa dor que hoje não acaba, mas que encontra, finalmente, um momento de esperançar justiça e paz. E isso é apenas uma parte do que Marielle e Anderson merecem.

Nesse domingo chuvoso de março, a verdade começou a ser desvelada. O que, diante da nossa dor, é o tempo de uma vida inteira depois daquele 14 que marcou mais do que nossas vidas – marcou a nossa carne e o próprio Estado Democrático de Direito.

A Polícia Federal realizou hoje uma operação para prender não um, mas três mandantes do assassinato brutal de Marielle e Anderson. Se os nomes de integrantes da família Brazão não causam surpresa ao serem revelados, a investigação da PF traz ainda mais um integrante desta odiosa trama: Rivaldo Barbosa, o então chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

O anúncio do seu nome mostra que a Polícia Civil não foi apenas falha, mas cúmplice deste crime. Rivaldo, que recebeu as nossas famílias logo após Marielle e Anderson serem assassinados, com o sorriso cínico que só as mais corruptas das burocracias podem produzir, nos dizendo que o caso seria uma prioridade máxima para ser solucionado o mais rápido possível. Seu nome envolto nessa execução brutal só demonstra o tamanho do abismo que vivemos no Estado do Rio de Janeiro, com instituições amplamente comprometidas nas teias mais podres do crime, da corrupção e do mercado de mortes.

Um passo decisivo foi dado, mas a luta por justiça que nossas famílias travam nesses longos seis anos não termina na manhã de hoje. Não descansaremos até que haja, enfim, uma sentença. E iremos além. Não descansaremos até que todos os sórdidos poderes que dominam este Estado sejam, enfim, derrotados.

À Polícia Federal, ao Ministério da Justiça, e ao Governo Federal, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e ao Ministério Público Federal, expressamos o nosso mais profundo reconhecimento pelo compromisso de fazer valer este sopro de esperança.

Há luta pela frente, e estaremos cada vez mais fortes para enfrentá-la. Hoje vence a democracia. Hoje Marielle e Anderson começam a ter justiça por suas vidas ceifadas.

Não descansaremos até que a Justiça seja feita de forma plena. Por Marielle e Anderson, por nossas famílias, pela democracia no Brasil.

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Monica Benicio, viúva de Marielle Franco.

Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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