Irmãos Brazão e delegado mandaram matar Marielle, dizem ministro e chefe da PF

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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“Triunfo expressivo contra criminalidade”, afirma Lewandowski em entrevista coletiva ao lado do chefe da Polícia Federal sobre o caso

Foto: Jamile Ferraris/MJSP

A revelação dos nomes de Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa no envolvimento da morte da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes encerra uma fase na investigação do caso ocorrido em 2018.

Segundo o chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, “entendemos que esses são os mandantes – com a investigação apontando não só os mandantes como executores e intermediários que, de alguma forma, tem ligação com o crime. Isso não invalida que outras ações possam ser adotadas”.

De acordo com Rodrigues, a motivação da morte de Marielle precisa ser olhada em contexto. “O que há são várias situações que envolvem a vereadora e que levaram a esse grupo de oposição, que envolve também a questão de milícia, disputa de território, regularização de empreendimentos”.

“Esse trabalho, pelo que se encerra até que venham eventualmente novos elementos – mas neste momento nós temos bem claro os executores desse crime odioso, hediondo, por ser um crime de natureza claramente política”, afirma o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em entrevista coletiva realizada neste domingo (24/03).

Lewandowski anunciou neste domingo que, em suas investigações, a Polícia Federal identificou os mandantes do crime e os demais envolvidos nesta questão, listando as seguintes ações executadas pelos investigadores:

 – Prisões de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro; Chiquinho Brazão, deputado federal; e prisão de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Departamento de Homicídios;

 – Cumprimento de medidas cautelares contra os três presos e Erica Andrade, esposa de Rivaldo Barbosa; Giniton Lages, delegado da Polícia Civil e ex-chefe do departamento de Homicídios; Marco Antônio de Barros Pinto e Robson Calixto da Fonseca.

De acordo com Lewandowski, as medidas cautelares consistem em busca e apreensão nas casas, locais de trabalho, veículos – menos nas dependências do Congresso; arresto de bens e valores; congelamento de contas bancárias; acesso ao conteúdo de dados e dispositivos eletrônicos; apreensão de documentos encontrados e submetidos a busca e apreensão.

“Todos são obrigados a usar tornozeleira eletrônica, entregar passaporte, e estão proibidos de se comunicar com demais investigados”, afirma o ministro. “Os policiais suspeitos de envolvimento tiveram determinada a suspensão das respectivas funções públicas e suspensão da posse e do porte de arma”.

Os irmãos Brazão e Barbosa estão presos no Rio de Janeiro e foram submetidos a um exame no aeroporto do Galeão pela equipe do IML (Instituto Médico Legal) para verificação de suas condições de saúde física e mental.

Os três devem chegar a Brasília em avião da Polícia Federal por volta das 16h30, e serão encaminhados ao Presídio Federal de Brasília, onde estarão à disposição do Supremo Tribunal Federal (STF).

O julgamento do caso ficará a cargo da Primeira Turma do STF, composta pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes (que também é o atual presidente), além dos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Veja abaixo a íntegra da entrevista coletiva do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski

5 Comentários

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  1. Crime com motivação “complexa”, “difusa” e que tem que ter suas causas “contextualizadas”?

    Sem uma prova material, uma mensagem, um áudio ou transferência bancária qualquer?

    Olha, eu quero acreditar, mas não dá?

    Irmãos Brazão e um chefe de polícia planejando e mandando executar um delito dessa natureza por “questões políticas”, associadas as uma alegada questão fundiária, que nunca fez parte da agenda da vítima?

    Olha, vou repetir, isso é uma vergonha, uma ação bem parecida com os antigos PowerPoint recentes.

  2. Crime com motivação “complexa”, “difusa” e que tem que ter suas causas “contextualizadas”?

    Sem uma prova material, uma mensagem, um áudio ou transferência bancária qualquer?

    Olha, eu quero acreditar, mas não dá?

    Irmãos Brazão e um chefe de polícia planejando e mandando executar um delito dessa natureza por “questões políticas”, associadas a uma alegada questão fundiária, que nunca fez parte da agenda da vítima?

    Olha, vou repetir, isso é uma vergonha, uma ação bem parecida com os antigos PowerPoint recentes.

  3. E ainda não sabem o porque da queda do Lula nas pesquisas..
    O preço dos alimentos , os impostos altos, juros e o ” passapa-
    nismo instalado no Planalto , onde Ministros se preocupam em
    colocações para suas esposas.
    O Ministro Lewandowski está exposto , por uma equipe amadora
    que já o colocou em má situação em Mossoró , onde pautado
    pela Globo , se deslocou até o Presídio em busca de fugitivos .
    Ora , isso não é papel de um Ministro , que atraiu para si o fra-
    casso das buscas . Isso é papel da Policia !!!
    Agora se expõe novamente , dando por encerrado um Crime que
    não foi esclarecido , faltando o ” motivo” , pois o que disse o Mi-
    nistro ( Mariele era contra os negócios imobíliarios ), não convence
    pois o Projeto já havia sido APROVADO !!!

  4. Está genérica demais a suposta motivação dos acusados. Achei um vexame público do ministro da justiça e do DG da PF trazer a público conclusões tão capengas e, talvez, apressadas.

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