Fernando Bittar ofereceu vender sítio a Lula após mandato, narra Gilberto Carvalho

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-ministro Gilberto Carvalho desmentiu a tese da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o sítio de Atibaia, em São Paulo, confirmando a propriedade de Fernando Bittar, em episódio que ocorreu, ainda, somente depois do fim do mandato presidencial de Lula.
 
Ele foi chamado pela defesa de Marcelo Odebrecht, e não de Lula, e afirmou que a propriedade não era de Lula, mas do empresário Fernando Bittar, próximo do ex-presidente. A Lava Jato considera que o ex-presidente seria o verdadeiro dono do sítio e, ainda, que teria se beneficiado de mais de R$ 1 milhão com obras na propriedade, pagas pela Odebrecht e pela OAS, frequentada por Lula e por seus familiares. 
 
Ao contrário do que diversos jornais divulgaram nesta quarta-feira (09), o ex-ministro não arrolou Lula, ao contrário, confirmou que a propriedade era da família Bittar. “Para mim, a chácara era do Fernando [Bittar], que ofereceu [vender] para eles [Lula e sua esposa, dona Marisa]”, disse à Moro e à equipe de procuradores.
 
A acusação do Ministério Público Federal (MPF) é sustentada na teoria de que o ex-presidente seria dono da propriedade e que teria se beneficiado, como forma de propina, de reformas feitas no valor contado pelos procuradores em R$ 1,05 milhão, por meio das empreiteiras Odebrecht, OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai.
 
Chamado por Marcelo, ex-presidente da Odebrecht, Gilberto Carvalho, que foi chefe do gabinete pessoal de Lula nos oito anos de mandato presidencial, contou que só soube da existência do tal sítio no dia 15 de janeiro de 2011.
 
Na data, Lula já tinha encerrado o mandato presidencial. No local, aonde estava ocorrendo uma festa com a presença da família Bittar e de Lula e dona Marisa, contou Gilberto, foi o ex-presidente que se aproximou do ex-ministro e disse que Fernando estava “oferecendo” a propriedade para venda. Mas que provavelmente não aceitaria, porque achava que Atibaia ficava “muito longe” e que “preferia uma coisa mais perto”.
 
Na ocasião que disse ter sido a única a ir ao local, o ex-ministro foi convidado pelo dono do sítio, Fernando Bittar, para uma festa junina e lá teria o papel de rezar o terço. Esclareceu que Jacó Bittar e Lula eram muito próximos. “Não havia visita que a família fizesse [à Brasília] que não fosse junto alguém da família Bittar, ou o Calil ou o Fernando”, narrou.
 
“Durante os oito anos [de governo Lula], não tive nenhuma referência, nenhuma informação”. Questionado novamente sobre as reformas, disse: “nunca foi comentado comigo essa história de chácara, vim a saber depois”.
 
Daquilo que eu sei, daquilo que me foi relatado pelo próprio presidente Lula na manhã seguinte, porque depois da festa, fomos dormir, e de manhã o presidente Lula me fez circular com ele para mostrar para mim como era aquela chácara. E ele me relatou, naquele momento, que no dia 15 de janeiro ele estava no Guarujá, de férias, a Marisa chamou a ele dizendo que havia uma supresa para ele, que era o Fernando oferecendo [a venda] de uma chácara para eles usarem”, contou.
 
“Depois de mostrar, ele [Lula disse: ‘eu to com uma dúvida, porque a Marisa gosta muito daqui, e o Fernando está disposto a vender para a gente, mas eu não sei se eu gasto, essa chácara é muito longe, eu preferia alguma coisa mais perto lá da Billings, onde eles têm uma pequena chácara, que a gente foi muito lá, eu fui muitas vezes’. Ele falou ‘não sei se vai dar muito certo'”, continuou.
 
Acompanhe o trecho do depoimento, divulgado pelo Uol:
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

15 Comentários

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  1. estado de sítio

    Em andamento mais uma farsa, já sabemos do enredo. Prólogo e epílogo já foram escrito. A peça condenatória já esta pronta. Só falta colocar a data da promulgação. 

    ” Não haverá juízo ou  tribunal de exceção” Art. 3, XXXVII, Cf 88

     

    Não haverá? Onze pavões omitem-no diariamente.  Estamos nele, desde 17 de abril de 2016

  2. Tudo é irrelevante

    Como todos sabemos, tal qual na farsa do “triplex”, também nessa Lula já estava condenado mesmo antes do processo fictício começar. É bem provável, inclusive, que a sentença condenatória já esteja regidida em algum lugar! Nada do que Gilberto Carvalho – ou quaquer outra pessoa – disser vai mudar isso, até porque o “juiz” não vai nem ouvir, muito menos ler e levar em conta.

  3. Num processo viciado

    Esse roteiro ja conhecemos. Estimam um numero como 1 milhão em reformas, tal qual o valor superestimado do apartamento do Guaruja, e pouco importa se todos os indicios são contra a acusação do MPF, Sergio Moro estara la para condenar mais uma vez Lula.

    1. Não importam os vícios do processo

      No clima de ódio, numa sociedade doente,  cheia de psicopatas, nada disso importa. Importa tão somente manter o Lula preso até o fim dos tempos.

      Ontem, por acaso, me deparei com um vídeo no youtube que me pareceu de adeptos dos militares. O título: “Lula só sai da prisão para o cemitério”.  Uma frase atribuída a um militar de alta patente. Percebi a extensão da patologia, do efeito devastador do vírus que vitimou muitas, muitas mentes, minuciosamente inoculado por hábeis agentes do mal que se alastra neste planeta.

      Ninguém, ficará imune às tribulações. Nem mesmo os supostos beneficiários desse processo destrutivo.

  4. Lula, enganado pelo traidor

    Lula, enganado pelo traidor josé eduardo cardoso, se entregou a pf pouco antes de o stf julgar no dia 11/04 recursos que poderiam colocá-lo em liberdade.

    Este sujeito enganou durante cinco anos a ex-presidenta dilma até o momento em que o golpe estava consumado. É um traidor que não consigo entender como os petistas ainda mantém por perto. A hipótese é traição conjunta.

    Lula não deveria ter se entregado antes do dia 11/04, obrigando o stfede a se manifestar a favor ou contra os recursos. Se entregou e o stfede imediatamente tirou os recursos da pauta para sempre.

    Milhares de pessoas estão sendo prejudicadas indiretamente pela safadeza daquelas velhos decrépitos na insana perseguição ao Lula.

    LUla não sairá vivo da prisão. Estes bandidos togados, não eleitos, estão colocando o maior líder popular do mundo na prisão sem NENHUMA reação dos brasileiros.

    Somos um bando de safados e merecemos a ditadura que vamos viver.

    Mantive somente o nome próprio do Lula maiúsculo porque é o único que merece e reverência.

     

    1. É a triste verdade: somos um

      É a triste verdade: somos um povo, em sua grande maioria, covarde e ingrato. A nação brasileira terá que ser recriada pela dor. A fome e a miséria que virão serão grandes professores.

  5. Nesse processo nós já sabemos

    Nesse processo nós já sabemos o que vai dar. O MP, o juiz, a globo e demais não fariam tantas armações para manter o caso lá em Curitiba para depois inocentar o ex-presidente. Parece que Isso está evidente.
    Tenho pra mim que o ex-presidente orienta seus advogados a irem até o fim, em todas as instâncias e usando até o último dos recursos disponíveis para provar que esse jogo está viciado e com cartas marcadas.
    E por onde os processos passam deixam um rastro de ilegalidades cometidas com este cidadão.
    Se existe hoje, no Brasil, uma pessoa que ganhou, por tudo o que já se viu até aqui, todo o direito de chutar o pau da barraca, essa pessoa chama-se Luis Inácio Lula da Silva.
    E ninguém neste planeta poderia recriminá-lo.

  6. Tudo depende da leitura que

    Tudo depende da leitura que cada um faça. A que fazem os procuradores nós conhecemos de trás pra frente. Pouco importa a verdade, se, como diz Jessé: ‘A Lava Jato não passa de um engodo”.

  7. O dia
    O dia em que as esquerdas realmente assumirem o Poder, serão necessárias medidas certeiras para enquadrar o judiciário.

    Por exemplo, gostei da sugestão de um comentarista de que o início desse enquadramento seria o impeachment de uns dois ou três ministros do STF.

    1. Barroso: advogado da Globo

      Perfeito, Rodrigo.

      O meu “preferido” é o advogado da Globo, Luiz Roberto Barroso.

      Seria o primeiro a ser defenestrado e contra ele existem fudamentos jurídicos. Divulga-se, inclusive, que ele tem investimentos ilícitos em paraísos fiscais. Da mesma forma que seus patrões (os Marinho).

    2. No dia que tivermos uma

      No dia que tivermos uma esquerda DE VERDADE no poder, o método de enquadrar o judiciário será a guilhotina.

  8. tatica da defesa

    “Lula só sai da prisão para o cemitério”

    Resolveram adotar a inocencia desde o inicio.

    Enquanto existia a possibilidade de recorrer as instancias no judiciario, até que existia alguma possibilidade baseado na jurisprudencia e na estória da justiça brasileira, ta ai o MALUF como exemplo.

    Acontece que o mundo mundou…

    Sempre imaginei se desde o inicio la no mensalão se adotasse a estratégia da admissão de culpa. Aquela coisa de jogar no ventilador.

    Sintetizaria da seguinte forma: – Sou… Mas quem não é?

    Uma especie de acordo de leniencia adotado pelas empresas sem necessariamente la no inicio ser algo semelhante a delação premiada. Estavam todos no mesmo saco.

    1. fortalecer na retaguarda

      Qual foi a tatica escolhida?

      Enfrentar o Leviatã com estilingue.

      Ou insistiram na fabula de David contra Golias.

      Na época do mensalão o Pt tinha uma larga popularidade que foi se esvaindo gradativa e inexoravelmente.

       

  9. Este depoimento não

    Este depoimento não influencia em nada um veredicto que já está pronto. Se ele confirmasse a tese, entraria no veredicto. Como não, ninguém ouviu, ninguém sabe. Não vem ao caso.

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