Justiça

“Iremos insistir, procurar e checar”, diz advogado que acionará Justiça Militar no STF sobre gravação da ditadura

Em mais um esforço de buscar a verdade dos fatos e recuperar a memória de resistência daqueles que sofreram e lutaram contra o golpe de 1964, o advogado Fernando Fernandes apresentará denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Supremo Tribunal Militar (STM) preste contas de uma gravação do advogado e dramaturgo Idibal Matto Pivetta que, ao que tudo indica, está desaparecida. 

“Iremos insistir, procurar e checar. Importantes momentos de denúncia, de resistência, de sustentações e julgamentos secretos estão faltando. Pretendemos continuar a busca pela verdade. É um dever aos brasileiros que dedicaram a vida para que hoje possamos viver em democracia”, afirmou o advogado ao GGN.

Segundo informações de Mônica Bergamo, na Folha, o órgão militar será acionado por descumprir novamente a liberação, na íntegra, de áudios de sessões realizadas durante o período ditatorial. O advogado deu falta da gravação de uma sustentação realizada por Pivetta, junto à corte castrense. 

Defensor dos direitos humanos

Idibal Pivetta, advogado e defensor dos direitos humanos e fundador do Grupo Teatro Popular União e Olho Vivo, foi torturado e preso pelo governo por 67 dias. À época do regime de repressão, documentos foram plantados para incriminar Pivetta e associá-lo a uma organização clandestina. 

Apesar de absolvido em primeira instância pela falta de reconhecimento das provas, o regimento da época obrigava o Ministério Público Militar a apelar, levando o caso ao Superior Tribunal Militar (STM), onde Pivetta fez sua própria defesa em 16 de setembro de 1975.

Em nota enviada à colunista, o STM pontuou que todos os materiais estão preservados, mas que alguns trechos podem ter sido prejudicados devido à má qualidade da tecnologia da época.

O advogado explicou ao GGN que “há lacunas nas gravações apontadas nas pesquisas. O STM justifica que arquivos foram corrompidos. E, diante das pressões, afirma que irá possibilitar o acesso às fitas fisicamente”. 

A necessidade de se recuperar a memória de resistência e o trabalho permanente contra a falsificação da história, segundo Fernandes, “ é algo fundamental para a preservação da democracia’’. 

“Vivemos tempos recentes de saudosismo aos abusos e uma tentativa de golpe de Estado. Por isso, lembrar as torturas, desaparecimentos, os julgamentos, é a vacina do conhecimento”, reforçou o advogado.

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Carla Castanho

Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN

Carla Castanho

Carla Castanho é repórter no Jornal GGN e produtora no canal TVGGN

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  • "Você corta um verso
    Eu escrevo outro
    Você me prende vivo
    Eu escapo morto
    De repente, olha eu de novo"

    Eu penso que muitas figuras diabólicas e verdadeiras bestas humanas (os novos Ustras e Fleurys) continuam levando o perigo nas esquinas e rondando ao nosso redor, como alerta as canções de Elis e Gil. Porém, nossas heróicas referências como Vladimir, Zuzu, e demais heróis e heroínas que escaparam através da morte, sem morrerem, ressurgiram e novamente escaparam em feitos recentes, como aconteceu com Amarildo, Marielle, Cancellier e tantos novos heróis e heroínas do nosso Brasil. O desespero da corja medonha é que todos e todas que estão do lado da nossa verdadeira bandeira brasileira, sempre retornarão para atormentar, para perturbar a paz e para exigir o troco, como cantou e acertou, o MPB4.
    O contingente patriota que escapou pela morte, sem morrer, continua se multiplicando para atormentar, sem dó, as bestas humanas da ultra direita, do esgoto fétido e da submissão rastejante que prestam ao ultrajante poder podre, que se vendem a um poder estúpido, que está condenado a eterna infelicidade e ao eterno tormento.
    Um poder placebo que jamais terá o nosso respeito, que jamais terá existência tranquila e que jamais conseguirá viver em paz e sossego.

  • "Você corta um verso
    Eu escrevo outro
    Você me prende vivo
    Eu escapo morto
    De repente, olha eu de novo"

    Eu penso que muitas figuras diabólicas e verdadeiras bestas humanas (os novos Ustras e Fleurys) continuam levando o perigo nas esquinas e rondando ao nosso redor, como alerta as canções de Elis e Gil. Porém, nossas heróicas referências como Vladimir, Zuzu, e demais heróis e heroínas que escaparam através da morte, sem morrerem, ressurgiram e novamente escaparam em feitos recentes, como aconteceu com Amarildo, Marielle, Cancellier e tantos novos heróis e heroínas do nosso Brasil. O desespero da corja medonha é que todos e todas que estão do lado da nossa verdadeira bandeira brasileira, sempre retornarão para atormentar, para perturbar a paz e para exigir o troco, como cantou e acertou, o MPB4.
    O contingente patriota que escapou pela morte, sem morrer, continua se multiplicando para atormentar, sem dó, as bestas humanas da ultra direita, do esgoto fétido e da submissão rastejante que prestam ao ultrajante poder podre, que se vendem a um poder estúpido, que está condenado a eterna infelicidade e ao eterno tormento.
    Um poder placebo que jamais terá o nosso respeito, que jamais terá existência tranquila e que jamais conseguirá viver em paz e sossego.

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