MP pede suspensão de nomeação de filha do presidente da Assembleia Legislativa ao TCE-PB

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Alanna Galdino, filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), foi nomeada conselheira do TCE

Governador João Azevêdo (PSB) nomeia filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos) para o TCE-PB. | Foto: Divulgação

O Ministério Público de Contas (MPC) protocolou, nesta quinta-feira (20), uma representação com o objetivo de suspender a posse de Alanna Galdino no cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), sob a alegação de nepotismo indireto e afronta aos princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade.

Alanna é filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos). Ela foi nomeada para assumir a vaga do conselheiro aposentado Arthur Cunha Lima – cadeira que está entre aquelas que são indicadas pela ALPB.

A Assembleia Legislativa abriu as inscrições para o cargo entre os dias 10 e 14 de março. Alanna foi a única candidata inscrita. Já no dia 17, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou a indicação. No dia seguinte, o plenário da ALPB dispensou a sabatina e ratificou o nome – com apenas um voto contrário. Horas depois, a nomeação foi oficializada pelo governador João Azevêdo (PSB).

O MPC aponta que o processo de Alanna foi conduzido com grande celeridade, sem concorrência, e com dispensa de sabatina, o que é “no mínimo, questionável”. Diante das alegações, as procuradoras Isabella Barbosa Marinho Falcão e Sheyla Barreto Braga de Queiroz pedem a concessão de medida cautelar contra o deputado Galdino e o próprio governador João Azevêdo.

Os argumentos do MPC

Na representação, as procuradoras alegam que a nomeação configura nepotismo indireto, uma vez que Alanna é filha do presidente da Assembleia Legislativa, que prestou apoio à candidatura. Para elas, o caso também viola os princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade, já que houve falta de isonomia e um claro conflito de interesses, com o deputado Galdino coletando assinaturas de apoio para a filha entre seus colegas.

O MPC também chama atenção para falta de qualificação técnica de Alanna para o cargo. A moça tem formação em Direito, mas não atua como advogada e não possui experiência ou produção nas áreas exigidas pela própria Constituição para ocupar o cargo de conselheira. 

Além disso, o MPC destaca o risco de influência política no TCE-PB, já que a Corte tem o dever de fiscalizar as contas do governo e Alanna precisaria julgar os processos que envolvem seu próprio pai e aliados políticos.

Sendo assim, o MPC solicitou ao TCE-PB a concessão de medida cautelar para suspender a posse de Alanna, a convocação do governador e do presidente da ALPB para esclarecimentos, investigação pelo Ministério Público Estadual sobre possível improbidade administrativa e, caso confirmadas as irregularidades, a anulação da nomeação.

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