Operação prende ex-presidente da Dersa nomeado por Alckmin

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Cai justificativa utilizada por Alckmin de ter contratado equipe para investigar Paulo Preto e ilícitos dentro da Dersa, com nomeação de então presidente Laurence Casagrande Lourenço
 

Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – A Operação Lava Jato de São Paulo deflagrada nesta quinta-feira (21) teve como alvos ex-diretores da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). Denominada Operação Pedra no Caminho, foram realizados um total de 15 mandados de prisão temporária, 50 de busca e apreensão no Espírito Santo e São Paulo. Entre eles, foi preso Laurence Casagrande Lourenço, homem de confiança do ex-governador e atual candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB).
 
Além dos executivos da Dersa, também são alvos da investigação as construtoras OAS e Mendes Junior, envolvidas nas obras e manutenções dos contratos apontados de desvios e irregularidades, para as obras do trecho Norte do Rodoanel Mário Covas. As determinações foram despachadas pela 5ª Vara Federal da Justiça de São Paulo, sendo cumpridos os mandados nas cidades de Ribeirão Preto, Bofete, Arujá, Carapicuíba (SP) e Marataízes (ES).
 
Mas a mira principal está em Laurence Lourenço, que atuou na Presidência da Dersa durante o governo tucano de Alckmin no estado e tambem já foi secretário de Logística e Transporte. Próximo de Alckmin, hoje ele preside a Companhia Energética de São Paulo (Cesp).
 
Lourenço assumiu o comando da Dersa em 2011, já no terceiro mandado do governador tucano e após as acusações que recaíam contra Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, então diretor de engenharia da estatal paulista. 
 
Junto com a sua entrada, Laurence Lourenço levou para dentro da Dersa um de seus antigos funcionáios, Jefferson Bassan, para atuar em um grupo de investigação interna contra as irregularidades então comandadas por Paulo Preto. O grupo teria chegado à conclusão de que o ex-diretor da estatal cometeu os ilícitos, dos quais hoje ele é também réu em ação por fraude que teria atingido os R$ 7 milhões.
 
Entre as informações coletadas pelos investigadores, Bassan seria uma das principais testemunhas que levaram à ação contra Paulo Preto. A determinação de realizar uma espécie de auditoria interna dentro da Dersa com a contratação de Laurence partiu de Alckmin, para se blindar de que os ilícitos recaissem contra ele.
 
Mas a conclusão do grupo contratado próximo do governador foi que os desvios e fraudes passaram por Paulo Preto, mas no período entre 2009 e 2011, quando Alckmin não atuava como governador.
 
A investigação que hoje é deflagradas pela Justiça de São Paulo busca desvendar o nível de atuação do ex-presidente da Dersa, próximo de Alckmin. São apurados os crimes de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e de desvio de verbas públicas para a construção do Rodoanel Mário Covas.
 
Outras informações já coletadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) dão conta de que diversas irregularidades e superfaturamentos foram identificados com centenas de milhões de reais por meio dos chamados “aditivos”, quando as licitações ou contratos são prorrogados, muitas vezes sem a necessidade, com o fim de apropriar dos recursos públicos.
 
“Para maquiar o sobrepreço adotou-se a prática de ‘jogo de planilhas’, expediente comum em fraudes a licitações com muitos itens contratados de forma global, em que o licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da referência para outros, de modo a colocar-se artificialmente como menor preço global. Esse expediente é comum em fraudes às licitações”, informou o MPF.
 
“No Lote 1, foram apurados aumentos de 16% a 430% em serviços de escavação e explosivos, estrutura de túneis, carga e desmonte de argamassa, acrescendo indevidamente à obra cerca de R$ 60 milhões. No Lote 2 apurou-se aumento de 987% (mais de R$ 21 milhões) nos serviços de escavação e explosivos e no Lote 3, aumentos de até 1.223%”, seguiu.
 
As obras à época foram fiscalizadas pela Dersa e realizadas pelo grupo de construtoras formado pela OAS e Mendes Júnior, com recursos da União, do Estado de São Paulo e do BID. O TCU constatou um superfaturamento de pelo menos R$ 33 milhões. Já a CGU identificou que os contratos burlaram o objeto inicial da licitação e alcançaram um acréscimo de R$ 143 milhões para os custos públicos.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. ex-presidente da dersa

    Não tem jeito não, está tudo dominado toda essa Corrupção só foi possível, porque a Receita Federal e Coaf foram omissos na fiscalização e ainda criaram a tal Lista Vip da Receita. Ninguém fala em confisco de Bens.

  2. DERSA – apenas corrupção e obras superfaturadas

     

    DERSA, UM HISTÓRICO TUCANO DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM DE DINHEIRO E CONIVÊNCIA DO MP PAULISTA.

    PORQUE MORREU “MANFRED ALBERT VON RICHTHOFEN”, O BARÃO VERMELHO DA DERSA DO PSDB?

    A INVESTIGAÇÃO FOI ARQUIVADA PELO MP DE SÃO PAULO POR FALTA DE PROVAS, COMO SEMPRE ACONTECE EM TODAS INVESTIGAÇÕES ONDE O OS LADRÕES SÃO PESSOAS QUE LAVAM DINHEIRO SUJO ROUBADO DO ERÁRIO E QUE ENVOLVEM POLÍTICOS TUCANOS. https://pt.wikipedia.org/wiki/Manfred_Albert_von_Richthofen

    Ele trabalhava na Dersa desde novembro de 1998 e era diretor de Engenharia da empresa desde junho de 2002. Como funcionário dessa empresa, participou do projeto de construção do Rodoanel Mário Covas de São Paulo, via expressa que contorna a cidade, ligando várias rodovias.

    Manfred recebia na estatal onze mil reais mensais, mas conta tinha avaliada em cerca de 11 milhões de reais, em valores atualizados. (…)  Manfred morreu no dia 31 de outubro de 2002, aos 49 anos de idade, ao ser golpeado com uma barra de ferro pelo namorado de sua filha, Suzane, enquanto dormia. A esposa também foi morta na mesma ocasião. (…)

    Ministério Público Estadual reabriu as investigações sobre o espólio e um possível enriquecimento ilícito de Manfred com as obras do Rodoanel. A investigação havia sido arquivada e foi reaberta no final de julho de 2006. Isso porque, o Ministério Público recebeu anonimamente documentos sobre a movimentação de uma empresa de engenharia em São Paulo, de nome M.A.V.R. Engenharia, registrada em nome de Manfred Albert von Richthofen. A sede da M.A.V.R. fica próxima à casa da família von Richthofen. A mesma documentação trouxe dois números de contas com depósitos em dinheiro na Europa. Manfred também foi diretor do Dersa, empresa do governo do estado de São Paulo responsável pelo Rodoanel, uma das maiores obras viárias dos últimos anos, naquele estado. A promotora Ana Maria Aiello, responsável pelas investigações, não quis revelar mais detalhes. O inquérito correu sob segredo de Justiça, mas foi arquivado por falta de provas. As contas em um banco suíço, com cerca de 30 milhões de euros pertencem a sua filha, Suzane.[2][3]

     

    22 fev 2018 – LIGADO AO PSDB, EX-DERSA TEM R$ 113 MILHÕES NA SUÍÇA

    Paulo Preto tenta levar seu caso ao Supremo, para ser investigado junto com o governador paulista que o nomeou, José Serra (PSDB). Autoridades suíças encontraram 113 milhões de reais em quatro contas no país europeu em nome de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da estatal Desenvolvimento Rodoviário (Dersa). Ele foi diretor da companhia entre 2007 e 2010, durante o governo de José Serra (PSDB)

    21/06/2018 – PF FAZ OPERAÇÃO CONTRA DESVIOS NO RODOANEL E PRENDE 14 PESSOAS

    Ex-diretor presidente da DERSA e atual presidente da CESP foi preso. MPF estima que houve superfaturamento de R$ 600 milhões. DERSA diz que é ‘maior interessado no andamento do processo’.

    https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/pf-faz-operacao-para-prender-15-pessoas-suspeitas-de-desvio-de-dinheiro-em-obras-do-rodoanel.ghtml

  3. Então é assim, Lula tinha que
    Então é assim, Lula tinha que saber o que o assistente do aspone fazia no meio da floresta amazônica, já um tucano não precisa saber o que faziam.na sala ao lado……

  4. Pra mim, esse cerco ao

    Pra mim, esse cerco ao Tucanistão – até então com salvo conduto da Lava Jato e do seu MPF, mais preocupado com Lula e em confundir Hegel com Engels – é uma espécie de proposta irrecusável a la Dom Corleonne a Alkimin vinda dos que mandam no pais = “General Dureza, também conhecido como Alkimin, saia do caminho e deixe Dória disputar a presidência!”

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