Perseguição ao delegado Fanton continua, diz Marcelo Auler

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Cerco da Polícia Federal chega à igreja e a familiares de delegado que denunciou irregularidades cometidas na Lava-Jato

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

A operação Lava-Jato chegou ao fim, mas o seu modus operandi continua ativo e afetando quem, de alguma forma, denunciou algum tipo de irregularidade – como o delegado da Polícia Federal Mário Renato Fanton.

“O Fanton foi aquele que descobriu as ilegalidades da Lava-Jato lá no início, aquele que confirmou que houve um grampo ilegal na cela, que colocaram grampo no fumódromo do prédio da Superintendência para ouvir o que os delegados comentavam sobre a Lava-Jato”, lembra o jornalista Marcelo Auler na TV GGN 20 horas desta segunda-feira (18/04).

Por ter feito seu trabalho, Fanton sofreu perseguições da cúpula da Polícia Federal tanto no Paraná como em Brasília, e foi alvo de 12 procedimentos judiciais – sendo inocentado em todos.

No momento, a Polícia Federal move um processo administrativo disciplinar contra Fanton, com a alegação de ter revelado segredos na Comissão Parlamentar de Inquérito onde, como aponta Auler, “ele foi convidado e pediu para que fizessem uma sessão secreta”.

“A sessão foi secreta. Depois foi que os parlamentares vazaram. Ele (Fanton) está sendo perseguido (…) Ele sofreu com a covid, ele foi entubado, esteve na UTI, ele no hospital os policiais andaram perseguindo ele para intimá-lo para depor. E ele internado em uma UTI”.

PF nega licença emitida por médicos

Uma junta médica colocou Fanton em licença para tratamento até o mês de julho mas, como afirma Auler, a Polícia Federal não aceita essa licença e quer que ele assine um documento autorizando a fazer uma nova junta médica.

“Agora, por quê motivos ele vai autorizar uma nova junta médica, se já houve uma dizendo que ele tem que se tratar até julho?”, diz Marcelo Auler, afirmando que o cerco da PF para obter essa assinatura levou policiais à residência do delegado e até mesmo à igreja que a família de Fanton frequenta.

O cunhado do Fanton é um pastor. Foram atrás da casa do pastor para tentar pressionar o Fanton. Isso é bullying, isso é crime cometido pela Polícia Federal”, diz Marcelo Auler.

Não param de persegui-lo. A advogada dele vai representar no Conselho Nacional do Ministério Público pedindo que façam a fiscalização da polícia, porque é o Ministério Público que tem o controle externo da Polícia Federal. Estão abusando disso, e é lamentável que isso aconteça”, ressalta Auler.

“O mais interessante é que o Fanton está processando a União, pedindo uma indenização por tudo que ele já sofreu”, afirma Auler. “E o caso dele é muito grave, ele tem detalhes disso tudo. E agora estão perseguindo ele”.

O caso Fanton foi tema de uma edição especial do TV GGN Jurídico, onde Elioena Fanton, advogada do delegado Mario Renato Fanton, fala sobre a perseguição que ele sofre há sete anos por ter denunciado as irregularidades da Lava Jato. Veja detalhes do caso na íntegra do programa, disponível abaixo.

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