Relembre 2016: PF vasculha 10 anos das finanças de Lulinha e conclui que não há corrupção

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"O relatório da PF aponta que a evolução patrimonial de Lulinha, entre 2004 e 2014, é compatível com suas finanças" diz matéria de outubro de 2016.

Jornal GGN – A pedido da Lava Jato, a Polícia Federal analisou a evolução patrimonial de Fábio Luis Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula, e concluiu que não há indícios de corrupção.

O conteúdo do relatório foi publicado pelo Estadão nesta terça (25), em matéria sob o título “Lulinha teve rendimento de R$ 5,2 milhões em dez anos”. Só no último parágrafo é que o jornal informa: “O relatório da PF aponta que a evolução patrimonial de Lulinha, entre 2004 e 2014, é compatível com suas finanças.”

O relatório foi encomendado pelo delegado Márcio Anselmo, que investiga a família de Lula por causa do Sítio de Atibaia e do triplex no Guarujá. Na visão da força-tarefa da Lava Jato, Lula é dono oculto da propriedade localizada no interior paulista, que está em nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho de Lula.

O laudo apontou apenas uma “suspeita” em relação às finanças de Lulinha: “(…) não obstante possuísse 50% das quotas da G4, no ano de 2012, senhor Fábio recebeu 100% da distribuição de lucros, no valor de R$ 750 mil.”

“Dos valores recebidos por Lulinha [total], aproximadamente R$ 3,8 milhões (73%) foram oriundos da distribuição de lucros da empresa G4 Entretenimento Tecnologia Ltda. A empresa pertence a ele (50%) e aos irmãos Fernando Bittar e Kalil Bittar (25% cada), filhos do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar – amigo de Lula desde a fundação da PT. ”

Além disso, a PF acha atípico que a empresa de palestras de Lula, a LILS, tenha repassado dividendos para a empresas dos filhos do ex-presidente.

Essa semana, o GGN também mostrou que a PF também vasculhou a vida financeira de outro filho de Lula, Luis Cláudio e, na comparação entre a movimentação financeira e as fontes de recursos declaradas à Receita Federal, entre 2011 e 2014, não houve identificação de traços de corrupção como os alarmados pelo Ministério Público Federal, que creditam à família de Lula, ainda, a posse do apartamento no Guarujá.

Ao responder sobre a compatibilidade entre a movimentação financeira no período analisado e as fontes de recursos, o perito escreveu ao delegado Anselmo: “Observando-se esses valores, é possível constatar que movimentação financeira efetiva a crédito das contas bancárias de titularidade de Luis Cláudio Lula da Silva, apresenta maior divergência nos anos de 2013 e 2014. Nos demais anos, e no acumulado do período, a movimentação financeira exibe montantes próximos ao da fonte de recursos.”

O perito explica a “divergência” detectada em 2013: “decorre em grande parte da diferença entre os valores transferidos pela empresa LFT Marketing (R$ 318.939.20), aqueles declarados como rendimentos (R$ 66.000,00), conforme comentado na subseção anterior.”

No caso de 2014, “um dos motivos da divergência é a inclusão como fonte de recursos do valor de R$ 111.808.38 (informações do cônjuge), partir de dados constantes do Dossiê Integrado da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Contudo, não foi identificada movimentação bancária que pudesse justificar tal entrada de recursos. Tendo em vista que não foram localizadas as DIRPFs da Sra Fátima Rega Cassaro (cônjuge do investigado), não foi possível efetuar cruzamento de dados.”

Outro motivo para a divergência em relação a 2014 é que Luis Cláudio não informou o valor da venda do veículo Hyundai I30, no valor original de R$ 58.000.00, “cuja quantia foi considerada como fonte de recursos, mas não consta a movimentação bancária correspondente.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. Não era esse filho do Lula que era dono do Estado do Pará e de uma Ferrari de ouro?
    Vai se passar mais 10 ou 20 anos e enquanto o ex-presidente estiver vivo, essa “palhaçada oficial” não vai terminar.
    Há uns 2 ou 3 anos a polícia civil de SP invadiu a casa do filho do Lula por causa de uma denuncia ANÔNIMA de tráfico de drogas e armas. Apreenderam computadores, celulares etc. Era tudo mentira. O governador Geraldo afastou o delegado e o caso foi encerrado sem sequer um pedido de desculpas.
    Quando invadiram a casa, o Datena noticiou ao vivo na TV. Quando o caso se transformou num “trote na polícia”, nada foi dito.
    Vergonha de um Judiciário que permite isso.

  2. Isso é o mais infame caso de Lawfare dirigido a uma pessoa.
    Eventualmente se vê a prática de Lawfare contra grupos econômicos, corporações e/ou países. Mas contra uma só pessoa, eu desconheço precedentes.
    Jabuticaba nossa. Vergonha nossa.

  3. E a perseguição não para! Que vergonha! Enquanto isso Lulinha trabalha! Os cães ladram e a caravana passa! O que irrita o gado é o comportamento discreto e racional dos filhos de Lula, que foram criados como gente normal e se tornaram gente normal!

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