Ex-Ministro de FHC, Eliseu Padilha volta a ser réu no escândalo dos precatórios

Com decisão, ex-ministro do governo FHC Eliseu Padilha volta a ser réu de caso do Escândalo dos Precatórios

Jornal GGN – Enquanto julgava um caso que remete a 1997, quando corria o Escândalo dos Precatórios, sendo o nome em julgamento o então ministro dos Transportes Eliseu Padilha (1997-2001), durante o governo FHC, o Supremo Tribunal Federal voltou a discutir se casos de improbidade devem entrar para a Justiça comum ou se devem ser reconhecidos como foro privilegiado, julgados diretamente pelo STF. A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, manifestou-se contra o foro privilegiado.
“Se essa decisão for confirmada, poderá trazer consequências extremamente nefastas, atolando Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal com milhares de ações de improbidade em trâmite na primeira instância”, questionou a vice-PGR, alertando para as consequências.
Na última terça-feira (18), o STF julgou o agravo regimental contra a decisão do ministro aposentado Ayres Brito, que obrigava o retorno da ação contra Eliseu Padilha para o órgão de origem. Relator do processo, o ministro Teori Zavascki defendeu que o caso deve ser julgado pelo STF. O julgamento foi paralisado, com pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso.
Entretanto, em manifestação nesta quarta-feira (26), Ela Wiecko lembrou que abriria jurisprudência para que todas as ações de improbidade administrativa seriam levadas pra altas Cortes.
Nessa mesma linha defendeu o coordenador da Câmara de Combate à Corrupção do MPF, Nicolao Dino. “Essa tese inviabiliza totalmente os tribunais e as condições logísticas de investigar as ações de improbidade em face de agentes políticos, uma vez que os tribunais são vocacionados ao julgamento de recurso e já estão abarrotados de processos”, disse.
A vice-PGR lembrou, ainda, que Eliseu Padilha não exerce mais o mandato ou cargo político, deixando de ter o foro por prerrogativa de função.
Após o STF decidir essa questão, o ex-ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso voltará a ser réu da acusação de prejuízo aos cofres públicos, por acordo celebrado entre o extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e a empresa 3 Irmãos. O caso culminou no Escândalo dos Precatórios, em que um grupo de lobistas e funcionários públicos recebiam propina para favorecer pagamento de indenizações milionárias pelo DNER, sem qualquer base jurídica, furando a longa fila dos precatórios.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Padilha? ...

    ... mas que barbaridade tchê!... o homen está cotadíssimo para ser ministro Dilma2.

    Quer dizer que o "cara" tá processado desde os anos 90 e nada andou nesse processo no stf?... que falta nos faz o joaquizinho/maimis.

  • Ha, ha, ha... todo mundo quer

    Ha, ha, ha... todo mundo quer ter foro privilegiado, mas nem todos tem competência para conseguir. E quando conseguem, Juizes incompetentes complicam as coisas ao decidir sobre quais deveriam ser suas competências. 

  • Como eh facil ligar meu

    Como eh facil ligar meu tucanometro!

    Eh so me mostrar o caso que eu te digo se tem um sendo acusado ou se nao tem instantaneamente.

  • O GilMau MenTes vai votar com

    O GilMau MenTes vai votar com o Min. Teori, pois ele ( GilMau) mandou arquivar um processo em que Zé Serra foi condenado por improbidade administrativa por um juiz federal de Brasília

  • Me recordo do caso de um

    Me recordo do caso de um Prefeito muito bom que conseguiu reduzir em 70% o custo da merenda escolar e com melhor qualidade.

    Com o dinheiro que sobrou ele comprou veículos para transporte de estudantes. A educação no município nunca foi tão boa.

     

    O prefeito foi condenado por improbidade administrativa, por desvio de recursos da merenda escolar para comprar onibus escolares,  e está inelegivel para o resto da vida.

    O prefeito seguinte já aumentou o custo da merenda escolar pois, afinal de contas, não é ele quem paga mesmo.

     

    Pense sobre isso!

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