Cardozo recomenda 10 livros para se fazer política com Direito

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Brasília - O ex-ministro da Justiça do governo Dilma e atual ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, é o entrevistado do programa Espaço Público, da TV Brasil (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
 
Jornal GGN – A historiadora e duas vezes Prêmio Pulitzer, Barbara W. Tuchman mostra as consequências graves de governos tomarem decisões em interesses individuais e apelos da cobiça, no livro “A Marcha da Insensatez”. Já o jurista Fábio Konder Comparato mostra como a progressão do Direito é compatível com a defesa da dignidade humana em “A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos”. E Ferdinand Lassalle aponta que os problemas constitucionais não são erros do direito, mas do poder, na obra “O que é uma Constituição?”. Essas são as sugestões de leitura do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.
 
A junção desses três livros e mais outros sete é uma introdução aos interessados em Direito para ingressar no mundo político, ou aos interessados no mundo político para entender de Direito. 
 
Por José Eduardo Cardozo
 
Procurador do Município de São Paulo. Ex-ministro da Justiça. Ex-advogado-geral da União. Deputado federal por dois mandatos pelo PT
 
 

Um jovem estudante de Direito que deseja atuar no mundo da política, exercendo mandatos, ou mesmo ocupando cargos públicos que lhe atribuam a condição de agente político, precisa estar capacitado para enfrentar os desafios que a vida pública lhe propiciará.

Acredito que essa capacitação deverá se dar em três perspectivas distintas. A primeira diz respeito a uma compreensão histórica, jurídica, política e humanista do modelo de Estado sob o qual exercerá a sua vida pública.

Para tanto, sugiro a leitura de obras  como as de Ferdinand Lassalle, Dalmo de Abreu Dallari, Fábio Konder Comparato, Michael Tigar e Madeleine Levy, bem como a “Era dos Direitos” de Norberto Bobbio.

Na sua somatória, a leitura destas obras permitirá a formação de uma visão global do que seja um verdadeiro Estado Democrático de Direito.

A segunda corresponde à indispensável necessidade de capacitação dogmática do estudante em áreas centrais do Direito Público, como a do Direito Constitucional, do Direito Administrativo, do  Direito Parlamentar e do Direito Eleitoral.

Daí a indicação das obras básicas de José Afonso da Silva, Celso Antônio Bandeira de Mello e Monica Hermann Salem Caggiano.

E, finalmente, a terceira, na perspectiva da compreensão do fenômeno político e das suas características peculiares e históricas. Para tanto, indiquei a leitura de “Teoria Geral da Política: Filosofia Política e as Lições dos Clássicos”, de Norberto Bobbio, e a impactante e mais do que nunca atual obra da historiadora Barbara Tuchman, “A marcha da Insensatez”.

1) A Marcha da Insensatez: De Tróia ao Vietnã, de Barbara W. Tuchman

2) O que é uma Constituição?, de Ferdinand Lassalle

3) O Direito e a Ascensão do Capitalismo, de Michael E. Tigar e Madeleine Levy

4) Elementos de Teoria Geral do Estado, de Dalmo de Abreu Dallari

5) A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, de Fábio Konder Comparato

6) Curso de Direito Constitucional Positivo, de José Afonso da Silva

7) Curso de Direito Administrativo, de Celso Antônio Bandeira de Mello

8) Direito Parlamentar e Direito Eleitoral, de Monica Herman Salem Caggiano

9) A Era dos Direitos, de Norberto Bobbio

10) Teoria Geral da Politica: A Filosofia Política e as Lições dos Clássicos, de Norberto Bobbio

 

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Duvido que ele leu todos e

    Duvido que ele leu todos e continua tão nescio.

    Uma coisa é saber quão bons são cada livro, outra coisa bem diferente é ler, compreender e apreender seu conteúdo.

    Não fosse pelos autores que são bons, como Bobbio, Bnadeira de Melo e Dallari eu recomendaria que se anotasse mesmo seus nomes para não adquirí-los.

  2. Curso à distância

    O engenheiro civil assina a ART de um majestoso edifício de 30 andares. Apenas 5 anos e alguns meses após a inauguração, o prédio vem abaixo. A perícia aponta clamorosa falha estrutural, erro crasso de projeto e de cálculo. Em seguida, o engenheiro responsável pela obra recomenda aos seus jovens alunos de engenharia 10 obras fundamentais para se obter sucesso na profissão. 

     

  3. no mundo da lua

    A pessoa parece que está no mundo da lua. Diria até que esse post é uma fina ironia.

    Ainda bem que temos o Aragão toda semana descendo o sarrafo nos golpistas.

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