Outros barulhos, por Maíra Vasconcelos
Não aprendi a ser miserável
fui enfermeira dedicada
voluntária a limpar crianças cascudas
vivi mais de uma cidade, gordos países
passei a noite em tantas e tantos outros
gastei-me em vossas existências amores absurdos
e incontáveis, como barriga de grávida na trincheiradespejei litros de sorriso,
me esqueci sem cores
apalpei a vida e seu retorno a cada segundo
deixei a rua do bairro pela América Latina
quis o frio Sul a minha casa
o Rio da Prata as minhas lágrimas
todos os cafés portenhos em meus olhos
cada política latina uruguaia venezuelana
cada instrumento de tango e bossa
tudo em minhas veias alimento
a olhar nenhuma prece inundada
reflexiva em todas as nuances
entre céu e inferno
mudei de gostos e a direção das pernas
escolhi outro país às sete horas da manhã
à tarde desci todas as escadas de uma só vez.
Agora liberta de todo excesso
o que sobra da vivência
além desse silêncio
quando o corpo
ainda não começou a ranger.
*escrito em julho, 2017.
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