Colagem realizada com obra de Almada Negreiros
Sugestão de Gilberto Cruvinel
Sonetilho do falso Fernando Pessoa
Carlos Drummond de Andrade
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Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
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Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti. .
Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo,
.
eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
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Carlos Drummond de Andrade
In Claro Enigma
José Olympio, 1951
© Graña Drummond
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Foto: Fernando Pessoa por Almada Negreiros
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Esse Drummond 🙂
Parecendo-se com o Manuel Bandeira: fazendo graça com pirraça.