COP29 é chance “única” para ação coletiva eficaz, diz ministro do Azerbaijão

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em artigo, presidente designado da conferência afirma que encontro é oportunidade para provar que multilateralismo pode funcionar

Foto: https://cop29.az/

Os efeitos do aquecimento global são cada vez mais evidentes, e a crise climática está se aprofundando – e é necessário reduzir “urgentemente” as emissões globais de gases de efeito estufa, e não agir vai aumentar o custo humano e econômico.

“A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) em Baku, Azerbaijão, apresenta uma oportunidade única para uma ação coletiva eficaz”, afirma Mukhtar Babayev, ministro da Ecologia e Recursos Naturais do Azerbaijão e Presidente Designado da COP29.

Em artigo publicado no site Project Syndicate, Babayev afirma que, em meio a um cenário de incerteza global e tensões geopolíticas, “a COP29 servirá como um teste do sistema multilateral do qual depende a capacidade da humanidade de responder a essa ameaça existencial”.

O político explica que a base para a ação coordenada foi lançada no Brasil em 1992, por meio da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que estabeleceu a Conferência das Partes (COP) anual para promover soluções baseadas em consenso.

“A UNFCCC promove a cooperação entre países menores e superpotências, permite que organizações da sociedade civil se envolvam diretamente com governos e facilita transferências de tecnologia transfronteiriças”, pontua Babayev.

Ponto de virada

Segundo o ministro do Azerbaijão, o acordo climático de Paris de 2015 marcou um ponto de virada ao definir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5° Celsius acima dos níveis pré-industriais e garantir que o aumento fique bem abaixo de 2°C.

“Infelizmente, a primeira auditoria global, divulgada antes da COP28 do ano passado em Dubai, mostrou que estamos longe de atingir essas metas climáticas”, pontua o político, ressaltando que a apuração estabeleceu também etapas e cronogramas claros — incluindo a transição para longe dos combustíveis fósseis — que poderiam colocar os objetivos do acordo de Paris ao alcance.

“A COP29 representa o próximo passo para a abordagem multilateral, com os líderes esperados para concordar com um aumento significativo para a meta de financiamento climático de US$ 100 bilhões — a chamada Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG)”, diz o político, ressaltando que cada país precisa enviar suas metas atualizadas até fevereiro de 2025.

“Ficar aquém nos forçaria a enfrentar perguntas difíceis: estamos dispostos a aceitar o fracasso do acordo de Paris? E quais são as alternativas? Uma coisa é clara: sem um plano de backup viável, devemos fazer tudo o que pudermos para atingir a meta de 1,5 °C”, afirma Mukhtar Babayev.

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