Referência indígena, Tuíre Kayapó morre aos 54 anos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Ela lutava contra um câncer de colo do útero; liderança foi uma das principais vozes contrárias à construção da usina de Belo Monte

Foto: Benjamin Mast – via Facebook Funai

A liderança indígena da Terra Las Casas, Tuíre Kayapó, morreu neste sábado aos 54 anos, após lutar contra um câncer de colo de útero. A notícia foi confirmada foi confirmada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó do Pará.

“Conhecida por sua defesa incansável pelos direitos dos povos indígenas e pela proteção das florestas, Tuíre se tornou um símbolo de resistência e luta por justiça, sendo precursora no protagonismo da luta das mulheres indígenas por direitos”, disse a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em nota oficial.

Apontada pela Funai como uma mulher “cuja força e coragem marcaram a história do Brasil”, Tuíre Kayapó foi uma das principais vozes contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em 1989, Tuíre Kayapó pressionou um facão contra o rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, em um ato de resistência contra Belo Monte. Ela tinha 19 anos à época.

“O gesto de Tuíre, colocando-se diretamente diante de decisões que afetavam sua terra e seu povo, representou um ato de resistência que permanecerá para sempre na memória daqueles que lutam por justiça”, ressalta a Funai.

Segundo a fundação, Tuíre Kayapó dedicou sua vida à proteção de seu povo e de seu território, sempre guiada pela busca por direitos e respeito aos povos indígenas. “Seu legado de resistência continuará a inspirar aqueles que lutam por um Brasil mais justo para os povos indígenas”.

(com Agência Brasil)

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