A morte de Márcio Thomaz Bastos, um Ministro inesquecível

Conheci Márcio Thomaz Bastos no início de minha carreira de jornalista econômico. Louco para fugir da cobertura usual da editoria de Economia da Veja – muito empenhada em vender o “Brasil Grande” – passei a propor temas variados que quebrassem a aridez da cobertura.

Sugeri uma matéria sobre os agiotas. Toparam.

Fui até a Polícia Civil e me indicaram dois advogados promissores, que tinham agiotas como clientes. Um foi-me apresentado como o mais “sagaz”, por manter contatos com delegados, praticar espertezas. O outro, como mais culto, mas menos “malaco”.

O primeiro deve ter terminado em alguma porta de cadeia. O segundo era o Márcio. Nossa amizade começou ali.

A propósito, o “causo” do agiota era saborosíssimo. Um senhor que emprestava dinheiro e, quando o cliente não conseguia pagar, chamava-o no escritório, matava-o e enterrava-o na parede. O “Criminal Minds” era pinto perto do espanhol agiota.

Voltamos a nos encontrar em vários episódios jornalísticos relevantes.

Um deles, foi na morte do empresário Ney Bittencourt Araújo, no qual seu filho foi acusado. Havia dúvidas sobre se Ney havia se suicidado ou não. O delegado dava entrevistas sustentando que Ney estava de bem com a vida. Pouco antes, cruzei com Ney na saída do Maksoud e percebi-o visivelmente alterado. Cheguei a comentar com minha esposa que ele parecia à beira do suicídio.

Márcio era o advogado do filho. Me ligou, pedi que me enviasse o inquérito, passei o fim de semana inteiro lendo-o e lá se constatavam as fragilidades da acusação. Ney passava por problemas sérios com a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio); já tinha falado em suicídio.

Assumi a defesa enfática do rapaz.

Outro caso foi o de Wagner Ramos, o funcionário da prefeitura de São Paulo que era o intermediário do Paulo Maluf nas jogadas com precatórios. Márcio providenciou uma longa entrevista com ele, tentando defender a legalidade das operações. Não me convenceu.

Quando escrevi o livro “O jornalismo dos anos 90”, descrevendo vinte casos de linchamento da mídia, ele foi um dos prefaciadores.

Indicado Ministro da Justiça, mostrou-se inteiramente aberto a mudanças. Queria de todo modo aperfeiçoar o Judiciário, melhorar as formas de combate ao crime organizado, dar novo status à Polícia Federal.

Acionou-me duas vezes.

A primeira, para ajuda-lo a pensar na informatização do Judiciário. Na época, eu havia escrito uma série de colunas sobre modelos de gestão no Judiciário, me aproximado dos grupos de juízes que batalhavam pela modernização do setor.

Montamos um grupo de trabalho que sugeriu um modelo baseado no software livre. Seriam identificados os melhores sistemas eletrônicos (o de Santa Catarina era o melhor). Em geral, esses sistemas estavam em softwares proprietários, especialmente da Microsoft. Mas a parte chave eram os processos internos – que estavam na cabeça dos analistas de cada tribunal. Seria montado um grupo de trabalho com o pessoal de informática dos diversos estados, que desenvolveriam em softwares abertos. Depois, os sistemas seriam disponibilizados para baixar em todos os municípios.

Márcio encampou com entusiasmo a proposta. Pediu-me que a apresentasse em uma reunião com presidentes de outros tribunais. Mas a influência da Microsoft era massacrante. E nos tribunais superiores os responsáveis pela informática não quiseram largar o osso.

Outra contribuição foi em um momento memorável, da criação do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), juntando todas as entidades públicas que trabalhavam na repressão ao crime organizado – do Ministério Público e Polícia Federal à Receita, ao COAF (Conselho de Controle das Atividades Financeiras).

Parte central da atividade do crime organizado está no mercado financeiro. Nos anos 90, mais agudamente na CPI dos Precatórios, procurei entender os mecanismos que permitiam a lavagem de dinheiro – desde operações “esquenta-esfria” na Bolsa de Valores à compra fajuta de títulos públicos. Antes, já tinha ajudado Walter Maierovitch quando começou a estudar o assunto. E era muito crítico em relação à falta de conhecimento financeiro do MP e da PF.

Márcio montou um Seminário em uma cidade próxima a Brasília e convidou-me a proferir a palestra inaugural. Estavam presentes membros do MPF, Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Fazenda, Receita, Banco Central, visando encontrar um modo de operação conjunto.

Sua orientação foi objetiva:

–       Quero que você desça o pau na maneira como os inquéritos são conduzidos.

Durante uma hora, desci o pau. Critiquei a superficialidade das investigações, a falta de conhecimento sobre mercado financeiro, a falsa escandalização, o abuso na aproximação com os jornalistas. E me preparei para uma vaia que não veio.

Na mesa estava um MPF comandado por Cláudio Fontelles; uma PF por Paulo Lacerda. Tinha conhecido Paulo Lacerda em um seminário em Porto Alegre e ficara impressionada com seu conhecimento e seriedade.

Àqueles veteranos da maior envergadura – como ele e Fontelles – misturava-se uma rapaziada brilhante empenhada em mudar o país, que Márcio trouxera de São Paulo. Era uma síntese brilhante das figuras referenciais abrigando as novas gerações. E todos com um entusiasmo contagiante, passado por Márcio.

Quando a PF montou seu programa de qualidade, conversei com alguns dos delegados. A corporação havia fixado uma meta: ter o padrão FBI no país. O orgulho com a força estava estampada em todos os setores da PF.

Por onde passou, Márcio conseguia isso: estimular as pessoas a olharem o futuro e ir atrás. Pode ter errado no aconselhamento a Lula, na indicação de Ministros do STF. Mas seu trabalho no Ministério da Justiça foi grandioso.

No ano passado, combinamos um último almoço, que não deu certo por alguma razão. Nas últimas semanas estava pensando em convidá-lo para um novo almoço, para relembrar as grandes lutas.

Não sabia de sua doença.

***

“Marcio será sempre inspiração para a defesa do estado de direito, dos valores constitucionais e dos fundamentos de uma sociedade civilizada. Um brasileiro exemplar, um advogado correto, um jurista de escol,  um homem de família,  um amigo e conselheiro. O luto institucional se soma a tristeza pessoal pela irreparável perda deste inigualável presidente de sempre do conselho federal da OAB”.

Marcus Vinicius Furtado Coelho, presidente nacional da OAB.

Luis Nassif

38 Comentários

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  1. Discordo em parte. Márcio

    Discordo em parte. Márcio Thomas Bastos fez uma boa gestão no Ministério da Justiça, mas não conseguiu destucanizar a PF. Vem daí o que tem ocorrido nas últimas semanas. 

    1. Em um momento em que juizes

      Em um momento em que juizes como Barbosa e Moro cometem uma série de arbitrariedades com nítidos propósitos golpistas, a morte de Marcio Thomaz Bastos deixa um vácuo de insegurança em toda a nação brasileira.

  2. Ótima forma de conhecer um

    Ótima forma de conhecer um pouco mais desta personalidade pública. Obrigado Nassif.

    Mas o que me espanta mesmo é esta notícia sendo comentada em outros sites, em outros blogs. É de uma sordidez de dar náuseas. Nem repetir algumas frases aqui eu tenho coragem. Fico na dúvida se o brasileiro é tão cordial, tão amistoso quanto se propaga por aí!

    1. Sérgio Buarque no seu livro

      Sérgio Buarque no seu livro Raízes do Brasil descreve o brasileiro como um homem cordial e aí surgiu toda esse erro histórico.  Se olharmos a definição de cordial veremos que é relativo ao coração.  Sérgio Buarque quis dizer isso ao se referir ao brasileiro cordial….agimos  primeiramente  pelo coração, inclusive quando odiamos. Nosso ódio, assim como nossa caridade, nosso amor,  vem direto do coração e não da educação, não da polidez,  não do raciocínio lógico,  e esse  foi  um erro que surgiu logo após a publicação do livro. Houve uma confusão de semântica que gerou essa “cordialidade brasileira” .  Por isso que quando odiamos agimos passionalmente e não racionalmente.  Talvez isso explique atitudes que temos visto ultimamente……vemos sempre a violência no outro, nunca em nós mesmos.  Mas somos um povo capaz dos atos mais atrozes, basta olhar nossa história e a forma como matamos Tiradentes por exemplo….como foi a  Ditadura  e suas torturas …. muito longe da polidez e do amor.

        1. Pois é Braga…essa

          Pois é Braga…essa cordialidade brasileira foi  e é a mãe de vários debates….até hoje!!  Mas não é previlégio só nossa. Em todo mundo, esse ódio abunda.  Hannah Arendt  escreve muito bem em seu livro Eichmann em Jerusalém,  sobre esse ódio que nos assusta tanto.  Arendt relata a história de  um criminoso nazista, pego em Buenos Aires, e levado para julgar e ser executado em Jerusalem.   Ela traz a “banalidade do mal” ao constatar que o mal não é um monstro mas o mal é banal,  quando  ela se deparou com Eichmann e viu que ele não era um homem diferente, esquisito, mas era um homem normal, um bom pai, um homem comum com pai e mãe e formação rligiosa…tranquilo, que apenas cumpria ordens.  Inclusive ele  disse, até o final…que  apenas cumpria ordens.  E assim somos todos nós.  Não carregamos estrelas na testa, estamos todos sujeitos ao ódio.  Eu, por exemplo, que me acredito totalmente  tranquila, contra o ódio,  mas que ao entrar no carro e me ver envolta por um trânsito doido, xingo e ofendo pessoas que considero barbeiras.  O ódio nos assusta quando visto no outro….mas nós também conseguímos odiar, basta saber qual cachorro iremos alimentar dentro de nós…..como diz frase famosa por aí.   

          Sim, essa nossa língua não é fácil, eu que o diga!!  hehehe…..

          abç

  3. Mesmo antes de ler o seu

    Mesmo antes de ler o seu depoimento, sempre senti uma empatia muito grande por Márcio Thomas Bastos, algo mais baseado em impressões do que em conhecimento biográfico. Lembro dele nas entrevistas e o que me marcou foi seu comportamento sóbrio, ponderado, que tanto nos faz falta nesses dias conturbados justamente pela falta destes atributos em parte dos membros do judiciário.

    Sinto pena de nós que perdemos uma referência num momento como este, com tamanha escassez de homens de boa vontade, que inspiram e estimulam aos que estão ao redor a dar o melhor de si.

    O pesar é mais por nós do que por ele. Se o que penso dele for verdade, ele está bem melhor do que nós.

  4. Fico imaginando se Dilma

    Fico imaginando se Dilma convidasse MTB para ser Ministro da Justiça de novo, pra compensar o fiasco Cardozo. E ele aceitasse. E numa dessas reuniões, Dilma,com aquela delicadeza marcante dela, o xingasse. Provavelmente ele se levantaria, olharia bem pra ela e iria embora sem dizer nada. 

    Se Lula não teve o impeachment, foi graças a ele.Enquanto a cúpula do pt estava perdida, MTB defendeu o pt e o lula com a tese do caixa 2 = o partido assumiria que fez o que qualquer partido faz. Ideia de Colombo. Se Lula fosse escutar Mercadante, Dilma e afins, hoje ele estaria na papuda. 

    Minha namorada trabalhou, por questões profissionais, com um policial federal. Perguntou o que a corporação achava de MTB. E ele disse que todos o adoravam. 

     

  5. Fico imaginando

    sobre sábios profissionais que constróem carreiras prósperas e reconhecidas e, ao se entregarem a cargos públicos, perdem a sabedoria e recebem análises superficiais sobre algo que, na opinião de severos comentaristas, deixaram de realizar em suas tarefas. Não foram completos, totais, inexcedíveis.

    Como a internet tem-nos tornado uma rede de prepotência e arrogância digital. Márcio fez pouco? Também o conheci, pessoalmente, Nassif. Pena não ter tido tempo de dizer a ele o quanto foi indigente ao não livrar a PF do aparato tucano.

    Aproveitarei o feriado para pesquisar o quanto não foram onipotentes Sobral Pinto, Evandro Lins e Silva, Leitão de Abreu, Miguel Reali, entre outros.

    Se der tempo, poderei compará-los com o atual Cardozo, este sim, um exemplo com 100% de acertos.

  6. Achei estranha

    Apenas achei estranha a passagem do MTB na defesa do Carlinhos Cachoeira.

    Foi um episódio, em geral, mal explicado, inclusive com a mulher do Cachoeira ameaçando um Juiz.

    1. A repugnância ao Cachoeira é

      A repugnância ao Cachoeira é tamanha que acaba extravasando e contaminando a todos de quem ele se aproxima.

      Como criminalista, que por força do ofício raramente lida com anjos, ele pode não ter a postura de uma pessoa comum de pré julgar seus clientes. Eventualmente, no desenrolar do processo pode acontecer fatos que façam o defensor desistir do cliente. Acho que foi isso que ocorreu

  7. Realmente é necessária uma

    Realmente é necessária uma ampla análise sobre o desempenho dele como ministro.

    Na época em que ele ocupava o posto eu apreciava muito seu mandato – hoje já não vejo do mesmo modo.

    Quando ele era ministro o vi reclamando de coisas espantosas e dizendo que estava corrigindo-as.

    Por exemplo, não há um cadastro unificado de digitais das carteiras de identidade no Brasil, um escândalo de incompetência. Se a polícia encontra as digitais, ela não tem como recolher a prova e depois compará-la a uma base de dados que encontrará a pessoa no Brasil inteiro. Não, pasmem, a polícia encontra a digital e tem que compará-la manualmente a quem ela acha que é suspeita. Um escândalo.

    Pois bem, ele reclamou na época, disse que em tantos meses o governo corrigiria isso, mas o que foi que deu? Nada. Continua a mesma coisa.

     

    Houve vários pontos positivos (amplos concursos para a PF, investimento vultuoso na tropa, criação da força de segurança nacional, construção de presídios federais), etc.

    Houve erros básicos (manutenção de uma polícia partidarizada, indicação péssima de ministros para o STF – e, ademais, afiançando a política de se manter as indicações terríveis para procurador geral da república).

    Deste modo é um personagem significativo para o governo Lula e os anos 2000, mas como todo grande personagem, tem grandes acertos e erros graves em seu currículo. 

     

    P.S: É imprescindível que se cite: quando ele assumiu o ministério da justiça, largou um salário de 250 mil reais para ganhar 8 como ministro. Não são muitas as pessoas com tamanho espírito público.

  8. pau-mandado! seu nassif se autoincrimina na matéria…

    eis aqui o flagrante positivo operante em alto e bom som:

    “Sua orientação foi objetiva:

    – Quero que você desça o pau na maneira como os inquéritos são conduzidos.

    Durante uma hora, desci o pau.”

  9. Como ministro da justiça

    Como ministro da justiça mostrou-se um ótimo advogado de defesa de um governo.

    Não sei de nada que ele tenha feito que tenha a amplitude e nem que se compare ao Marco Civil da Internet, projeto do Ministro José Eduardo Cardozo, um exemplo de legislação para o mundo e que já está sendo copiado em diversos países.

    1. MTBastos e a insignificância

       

      Alex,

      É demais, pegar carona num post a respeito de MTBastos prá bater palmas para um anencéfalo que nada faz de verdadeiro, que não chega nem perto da competência e presença pública do colega que ocupou o mesmo trono, colega que não chegava às onze, saía às doze prá almoçar e voltava às quinze prá começar a ficar sem fazer nada. 

      Se não sabe o que MTBastos possa ter feito, Google nele.

       

      1. Fazer o que ?

        O Marco Civil da Internet está aí. Saudado por todos democratas do mundo como o grande avanço em termos de legislação sobre o assunto a nível mundial. 

        Se você quer fazer coro com Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo na perseguição ao Ministro José Eduardo, problema seu. Não esqueça o soco inglês.

        Parece que você preferiria um advogado de defesa, ocupado com chicanes para defender os meliantes do governo,  ocupando a vaga que deveria ser de um Ministro de Estado, que tem outra função totalmente diversa, que é de garantir que a justiça funcione mesmo que seja contra seu próprio governo. Nesse caso, o assessor de golpistas MTB era realmente uma boa opção.

         

        1. Marco Civil

          Alex,

          Apenas uma gentileza, traga para o blog qualquer documento que identifique JECardozo como o pai daquela criança.

          Quanto ao trololó que segue, MTBastos, como qualquer advogado, pode defender quem quiser e bem entender, até mesmo abandonar determinado caso por questões diversas ( inclusive as de ordem pessoal), o que ele fez em relação a CCachoeira. 

          Agora estava defendendo grandes empreiteiras, era realmente um criminoso, né ? Você ainda não deve ter reparado, em qualquer causa criminal existem dois advogados, um do anjo e outro do outro, ou seja… Se você conhece algum advogado que só tenha defendido anjo, parabéns pro milagreiro.

          E quanto ao ministro que adora carnaval, ninguém precisa persegui-lo, ele se basta.

          1. Elelê

            Discutir com despreparados é um saco. 

            Por mim ele pode defender até o capeta, pois o ilustre também tem o sagrado direito a  um advogado. Não fiz sequer uma critica a isso.

            O problema é ele ocupar o cargo de Ministro de Estado e agir como advogado de defesa do governate, que não é a função deste Ministério.

            Quanto a autoria do PL que virou o Marco Civil da Internet, me poupe. Largue mão de ser vagabundo e vá na página do Congresso e leia quem foi o autor e quem lutou pela aprovação do projeto.

             

          2. Jenial

            Elelê,

            No caso, vagabundo é você, que tocou no assunto, vá na página e coloque aqui com a indicação da autoria do PL.

            Quanto ao status de um Ministro de Estado, você tem razão, a função dele deve ser a de emparedar quem o indicou, perfeitíssimo, jenial. 

  10. Que o destino nos livre de

    Que o destino nos livre de algumas correntes petistas, eh soh observar o teor de algun comentarios. Nao basta para estes recalcados revoltados que a cupula inteira do partido elogie e preste homenagens ao Marcio. Francamente, melhor estariam em um partido de orientacao  norte coreana. Eh lah que encontrariam algo para a insignificancia de suas vidas. Acredito mesmoo, que  a rejeicao ao partido derive destes mediocres.

    1. Nao fala M. Ninguem pode

      Nao fala M. Ninguem pode agradar todo mundo. Eh obvio que o PT eh rejeitado, assim como PSDB, assim como Cristo, o Diabo e o Sol. Nao vem com essa, pois podemos listar uma serie de atitudes de meia duzia para generalizar sobre as suas ou a preferencia de qualquer um um. E outra..ninguem vira santo depois que morre, muito menos o Thomaz Bastos. A hipocrisia impera nesse pais. Pobre das paisagens brasileiras tao pobres de gente autenctica.

      1. Agradar a todos daqui

        Francy,

        Ninguém pode agradar a todos, um fato, e MIBastos nunca foi uma unanimidade, sobre isto não existe questão.

        No buraco aqui é ainda pior, já que João Paulo II, o jogador Pelé, Senna, Kuerten e nem mesmo Macre Teresa escaparam das críticas, muitas delas contundentes. Nestes muitos anos de blog só vi uma pessoa passar ilesa, o grande brasileiro João Augusto Amaral Gurgel.  

         

         

  11. E quanto ao que fez em vida?

    Bem, já foi extensamente comentado o fato de que MTB intentou defender Carlos Cachoeira SABENDO que ele é criminoso; isso é IMPERDOÁVEL, ainda mais para um ex-Ministro da Justiça; 15 MILHÕES de reais…

    Advogados irão dizer que há que separar o cliente do “patrono”; não concordo!!

    Se o advogado SABE que o sujeito é criminoso e, portanto SABE que seus honorários virão do produto do crime, aceitá-lo como cliente e dizer que são “ossos do ofício” pode enganar iletrados mas não a pessoas despertas…

    Ora, que defensores públicos (pagos exatamente para isso!!) o defendam!!!

    Ter a ESCOLHA entre defender ou não um bandido, e OPTAR por fazê-lo, nada tem de “ossos do ofício”; tem a ver com IMORALIDADE e FALTA DE ÉTICA, isso sim!!!

    Já foi tarde; um pilantra a menos no mundo…

    1. Faz parte do sistema jurídico

      Faz parte do sistema jurídico ocidental, dito civilizado, que em todo o julgamento o´réu tem o direito a defesa. O valor a ser cobrado é legalmente livre e a ser acertado entre as partes. Se o dinheiro a ser utilizado vier de atividades ilícitas cabe a polícia confisca-lo e que o réu arranje um advogado de acordo com suas posses, se não consseguir é obrigação constitucional do estado, fornecer um às suas expensas..

      O seu comentário faz parte de um comportamento que se alastra pelo país, principalmente depois da AP 470, ” A farsa do Mensalão”, que é a do ‘JUSTIÇAMENTO”, muito utilizada no velho oeste americano e em ditaduras sanguinárias.

      O justiçamento, ou seja a justiça pelas próprias mãos, ou ao arrepio das leis, é a falêcia da civilização. Se o sistema judiciário brasileiro é podre, e ó é, não é com a própria justiça praticando crimes que vamos melhora-la.

      Procure lutar para melhorar o sistema judiciário, e aplaudir os que conseguem  ter sucesso ou melhorar o nosso mais podre dos poderes.

      Márcio Thomas Bastos foi um desses e não merece o seu comentário torpe!

       

    2. Faz parte do sistema jurídico

      Faz parte do sistema jurídico ocidental, dito civilizado, que em todo o julgamento o´réu tem o direito a defesa. O valor a ser cobrado é legalmente livre e a ser acertado entre as partes. Se o dinheiro a ser utilizado vier de atividades ilícitas cabe a polícia confisca-lo e que o réu arranje um advogado de acordo com suas posses, se não consseguir é obrigação constitucional do estado, fornecer um às suas expensas..

      O seu comentário faz parte de um comportamento que se alastra pelo país, principalmente depois da AP 470, ” A farsa do Mensalão”, que é a do ‘JUSTIÇAMENTO”, muito utilizada no velho oeste americano e em ditaduras sanguinárias.

      O justiçamento, ou seja a justiça pelas próprias mãos, ou ao arrepio das leis, é a falêcia da civilização. Se o sistema judiciário brasileiro é podre, e ó é, não é com a própria justiça praticando crimes que vamos melhora-la.

      Procure lutar para melhorar o sistema judiciário, e aplaudir os que conseguem  ter sucesso ou melhorar o nosso mais podre dos poderes.

      Márcio Thomas Bastos foi um desses e não merece o seu comentário torpe!

       

  12. MTB não foi apenas um

    MTB não foi apenas um advogado criminalista de conhecidos bandidos. Também foi quem ajudou a condenar os matadores de Chico Mendes. MTB, ao menos na época em que o conheci, mantinha uma equipe que agia tal qual Defensoria Pública auxiliando aos que não podiam pagar advogados e muitas vezes, inocentes, ficariam presos eternamente. 

    Do mesmo modo que trabalhava para clientes ricos, auxiliava a fazer Justiça aos menos favorecidos.

    Era um humanista exemplar e marchou sempre a favor da liberdade e da democracia.

    Vai fazer muita falta ao país e aos amigos, principalmente neste momento em que tentam golpear a democracia.

    Muito triste com seu falecimento.

    Descanse em paz!

     

  13. Há dez anos morria Celso

    Há dez anos morria Celso Furtado

       

     
    Foto: Eduardo Simões

     

    Rosa Freire d’Aguiar

     

    20 de novembro de 2004: era um sábado, final da manhã. Celso queria ver o documentário “Sob a névoa da guerra”, em que Robert McNamara relembra seus tempos de ex-presidente do Banco Mundial e ex-secretário de Defesa americano. Tínhamos perdido o filme em Paris, desde então premiado com o Oscar de melhor documentário. Eu ia à locadora pegar o dvd e, na volta, passaria pela feirinha da Arcoverde para comprar salmão e quem sabe uma pamonha. Antes, resolvi fazer um café. Quando entrava na cozinha percebi que Celso, em pé e levemente debruçado sobre a mesa de jantar, lendo as manchetes do jornal do dia, fez um movimento para trás. Recuei, o segurei pelo braço: “Cuidado, você vai cair.” Caiu. Parada cardíaca. Nada a fazer.

     

    20 de novembro de 2014: publico, para quem não leu na época, o último artigo que ele escreveu, no início daquele mês. “Para onde caminhamos?” saiu no Jornal do Brasil de 14 de novembro de 2004. Entre outros temas, a urgência de uma reforma fiscal e as altas taxas de juros, “entre as mais altas do mundo”, que sufocam a economia do país. Outro texto que vale a pena reler, escrito seis meses antes, é “Os desafios da nova geração”, enviado à III conferência internacional da RedCelsoFurtado, no Rio. Nele, a advertência de que a metamorfose do crescimento em desenvolvimento “não se dá espontaneamente. Ela é fruto da realização de um projeto, expressão de uma vontade política.”

    Movida pelo propósito de levar aos mais (e menos) jovens sua herança intelectual, cuidei diretamente, nesses dez anos, da publicação de treze livros de/sobre Celso. Aqui vai a lista. Também sua biblioteca está organizada e com acesso público, abrigada desde 2009 no Centro Internacional Celso Furtado. Clique para entrar no site da Biblioteca Celso Furtado, onde além do acervo de onze mil títulos, com catálogo on line, há um Banco de Teses sobre ele, com cerca de cinquenta títulos, e um Banco de 180 artigos acadêmicos a seu respeito. Sua bibliografia completa está disponível e a bibliografia sobre Celso Furtado também. E aqui encontra-se, atendendo a sugestão de professores de economia e especialistas na obra de Celso, a listagem dos sumários de todos os seus livros. Boa leitura.

     

    http://www.centrocelsofurtado.org.br/interna.php?ID_M=1228

     

  14. Thomaz Bastos e o Estado Policial

    Márcio Thomaz Bastos, ocupou o Ministério da Justiça, na função de criminalista-chefe do Regime Lula. Sua passagem pelo Ministério produziu episódios vergonhosos como a violação do sigilo bancário do caseiro Francelino Costa, que acabou por derrubar o ministro Palocci. Thomaz Bastos fiel ao projeto petista de ocupar todos os espaços públicos, levou para o ministério militantes petistas como Pedro Abramovay, que cria um grupo destinado a fazer o “controle social da mídia”, a chamada Lei de Meios. Como um dos preceptores do estado policial, idealizado por Lula, o ex-ministro fez o que pode para tornar a Polícia Federal uma polícia política do PT, chegando autorizar a escuta telefônica sem autorização judicial. Era o embrião da fábrica de dossiês. Ajudou a aparelhar o Cade, também usado com frequencia para detratar adversários do Regime Lula.Seu último trabalho como advogado foi a defesa de Carlos Cachoeira, pelo qual recebeu do PT, R$ 15 milhões. Foram cinco pedidos de habeas corpus para o bicheiro e todos negados. A idéia era calar a boca de Cachoeira que ameaçava revelar o esquema de propina da Delta e seu consultor José Dirceu.

  15. esse aperfeiçoamento da

    esse aperfeiçoamento da atuiação da pf, apesar dos pesares

    de alguma interferncia tucana de vez em quando,

    foi um processo histórico iniciado por ele.

    e a dialética mostra que a tendencia é aperfeiçoar cada vez

    mais, queiram ou não os tucanos e a direita.

  16. MTB – Linux, não sabia…

    Só sei que não estão fazendo assim no governo federal!

    Nassif, divido hoje:

     

    Editorial da REFAZENDA2010-blog: LEDO ENGANO

     

    LEDO ENGANO

     Ouvindo rádio em trânsito infernal e sem prestar muita atenção, vem uma jornalista qualquer a entrevistar um dos filhos do humorista Chico Anysio. O mais brilhante, e mais elétrico também! Ouvi falarem que o País vive uma onda de Macartismo.  Pensei, tomaram jeito? E fui ouvindo o rumo da conversa. Falavam sim, de patrulhamento nas redes sociais… Mas o tom da rádio é de oposição ferrenha, o tempo todo; e não é a cbn, mas sim, a band-news!

  17. PEN SEI!
    “…eu havia escrito uma série de colunas sobre modelos de gestão no Judiciário…montamos um grupo..que sugeriu um modelo baseado no software livre.  Seriam identificados os melhores sistemas eletrônicos…Márcio encampou com entusiasmo a proposta. Mas a influência da Microsoft [fez]… com que responsáveis não quisessem largar o osso” Nassif, isso está andando! É o PEN SEI: PEN (Processo Eletrônico Nacional) utilizando o sistema aberto SEI (Serviço Eletrônico de Informações) desenvolvido pelo TRF4. https://www.anati.org.br/index.php/noticias/orgaos-federais-processo-eletronico-nacional

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