E se Gabeira estivesse na votação do impeachment? Por Carlos Souza

E se Gabeira estivesse na votação do impeachment?

Por Carlos Souza

Em 1979, eu engenheiro novinho, trabalhando em Aracaju, participei do Seminário de Arte e Cultura, considerado um dos primeiros eventos culturais no país, sem sensura, após a redemocratização.

Foi demais ver ao vivo e bem pertinho, o Ziraldo, o Henfil, o Doc Comparato, o Gilberto Gil, como palestrante não cantor, e a grande estrela do evento, Fernando Gabeira.

Gabeira tinha recém lançado “O que é isso companheiro?” que quase imediatamente tornou-se o livro mais vendido do Brasil. E em primeiro lugar esse livro ficaria por mais de um ano.

A comparação daquele Gabeira, com o Gabeira que escreve no Globo atualmente e chama a esquerda brasileira de “bolivariana”, é impossível. Quem é esse Gabeira? Como admitir que um torturado pela ditadura esteja hoje ao lado de Bolsonaro e Cunha? Eu poderia, para ficar nos torturados, falar um pouquinho da Miriam Leitão, mas ela não é de Juiz de Fora e dela, não por isso, eu tenho muita pena.

Prefiro fuçar a memória juizforana um pouco mais, e me ver conversando com Paulinho Delgado em 1977 na Rua Halfeld, pertinho do curso pré-vestibular onde ambos éramos professores. Ele, com sua inteligência e idéias progressistas, e de esquerda, ralou na política, se aproveitou da onda da juventude a favor do PT e da eterna injustiça contra os professores, para se eleger deputado federal e depois se reeleger várias vezes pelo PT. Hoje seria difícil encontrar em Juiz de Fora um único professor que tenha se sentido representado por Paulo Delgado. Esse mesmo Paulo Delgado que hoje se autodefine como “Crítico do PT e do jeito improvisado de atuar do ex-presidente Lula”.

O que será que acontece com essas pessoas inteligentes, bem intencionadas e honestas, quando entram na política? De repente nada que defenderam ou acreditaram na juventude sem mandato tem a menor importância. Fazem todos os acordos e agem de acordo. E se por acaso não conseguem se re-eleger, pois às vezes os eleitores enxergam a traição, tornam-se consultores, colunistas e defensores daqueles que os oprimiram, que os torturaram, Ficam ao lado dos que foram e continuam sendo opressores do povo que, originalmente, eles juraram defender.

Por isso congratulo a Paulinho e Gabeira. Que sorte vocês tiveram de não conseguirem mais se eleger para a câmara federal. Se lá estivessem teriam votado com Bolsonaro e Cunha. Como são sofisticados, provavelmente não dariam um voto vexatório em nome da família, esposa, ou netos. Com certeza tentariam falar algo que soasse pretensamente inteligente, como o fez o deputado Mario Heringer, outro culturalmente juizforano, médico pela UFJF, e também traidor de seus ideais. Mas o que falassem antes do voto pouca importância teria diante da certeza que a política os tornou gananciosos, traidores, covardes e defensores do golpe.

A mesma sorte não tem a Marta Suplicy. Está senadora, e quando chamada a votar, não decepcionará ao Cunha, ao Bolsonaro, ao Temer e aos golpistas em geral. Ela, que sempre posou de moderninha e a favor da emancipação feminina, vai votar a favor do golpe, para tirar o mandato da primeira mulher eleita presidente no Brasil. Pelo menos a senadora não tem nada a ver com Juiz de Fora. Com Paulinho, Gabeira e Heringer só tem em comum a tardia vocação da traição.

Redação

32 Comentários

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    1. Caráter

      Penso que é de caráter a diferença. O Barbosão também tem origem humilde, negro, alvo de todos os preconceitos. Agora curte numa boa a linda Miami e seu apto cujos impostos foram evadidos. Graças à baba que escorreu à larga no cromo alemão da casa grande, dos Marinho. Lula é que é um caso para estudo. Uau! Um poderoso que preferiu a pretaiada e a pobretada. Esse Lula deve ser um nóia doidaço né.

  1. Quem é quem

    É nessa hora que a gente vê quem é quem. Após todo esse temporal muita coisa não será como antes, principalmente no que tange às relações interpessoais. É bom que seja assim, mais honestidade em meio a hipocrisia que nunca terá fim.

  2. Quem é quem

    É nessa hora que a gente vê quem é quem. Após todo esse temporal muita coisa não será como antes, principalmente no que tange às relações interpessoais. É bom que seja assim, mais honestidade em meio a hipocrisia que nunca terá fim.

  3. Fernando Gabeira e a maldição de mito morto

    Publicado originalmente em 26 de abril de 2014

    Fernando Gabeira foi um ícone da minha adolescência e juventude. Ele, e não José Dirceu, era o candidato a Che Guevara verde e amarelo.

    Hoje, José Dirceu ainda é o símbolo da resistência dos valores e lutas da sua geração, ainda pode erguer com legitimidade o braço esquerdo com o punho cerrado à frente de uma prisão e despertar na militância o sentimento de que há um líder a ser defendido. Gabeira, por seu lado, parece que, como outros da sua geração, tornou-se apenas mais alguém que chega à velhice com a alma curtida em ressentimentos.

    Não é o único, há quase uma doença ou maldição atacando expoentes da rebeldia e da contestação das duas últimas gerações, algo como uma “síndrome de reacionarismo” da madureza e senescência.

    É isso que deixa transparecer em seu artigo de 25/04/2014, no Estadão, “Bom dia, Cinderela“.

    Essa Cinderela é a Presidente Dilma Rousseff e, se Gabeira pretendia ser irônico ou mordaz com o tal título, acabou sendo apenas deselegante, senão grosseiro. Até onde eu saiba, este ainda é um caso de um homem se dirigindo a uma senhora.

    O artigo em si é um longo texto repetitivo, um “samba de uma nota só”, carregado de preconceitos e ilações sobre Petrobrás e Copa no Brasil. Temas que, para quem tem informação, já encheram o saco.

    “São cada vez mais claras as evidências de que se perdeu muito dinheiro em Pasadena.”

    Verdade? Quais são essas evidências? O jornalista Gabeira não diz.

    “Desde o ano passado ficou claro que muitas pessoas não compartilham o otimismo do governo nem consideram acertada a decisão de hospedar a Copa”.

    Não, Gabeira. Não desde o ano passado. Desde a década de setenta há os que sonham que se o Brasil perder a Copa do Mundo o povo derrubaria o governo. Só foi invertido o sinal, na época, era a esquerda que sonhava com a derrubada da ditadura e hoje é a direita que sonha com um atalho para voltar ao poder. Paradoxalmente, Gabeira, você conseguiu estar nos dois grupos.

    A Copa das Confederações demonstrou que foi um acerto. O povo, mesmo durante os maiores protestos desde os anos 80, lotou os estádios, cantou o Hino Nacional à capela, vibrou com a conquista e a Copa deu lucro. Isso na Copa das Confederações, imagina na Copa do Mundo, então.

    “Bom dia, Cinderela. O mundo mudou. Dilma e o PT não perceberam, no seu sono, que as condições são outras”.

    Mudou mesmo, Gabeira? Vejamos.

    No plano internacional os EEUU [Gabeira irá, no final do artigo, se referir a eles como “grandes centros tecnológicos”], pois bem, os EEUU estão em pé de guerra com a Rússia, disputando poder de influência na Europa. Invadiram e destroçaram dois países, um no oriente médio e outro na Ásia. Guantánamo está repleta de prisioneiros de guerra. Da África partem ainda barcos de refugiados em direção à Europa. São os que ainda fogem da fome e da guerra. A Europa reage com um recrudescimento do nacionalismo e da intolerância com os imigrantes.

    No plano nacional, José Dirceu e José Genoino estão presos. Acusaram-nos de “domínio do fato”. Nos jornais, a grande imprensa denuncia um “mar de lama” e a classe-média pede uma intervenção dos militares. A presidente, durante a campanha de 2010, foi acusada de ser terrorista e a direita católica, bradando pelo reestabelecimento da moral e dos bons costumes, acusou-a de “aborteira”. Isso é os anos 60 redivivos.

    Parece até aquela coisa do Nietzsche, o “eterno regresso”.

    Mas você tem razão, Gabeira, o mundo mudou.

    Nos EEUU há um presidente negro. Tecnicamente é mulato, sua mãe era americana branca e seu pai um preto africano, do Quênia. O que, em termos americanos, tornaria impensável sua eleição. Pois ele foi vencedor até em Estados de maioria branca.

    Fidel Castro não governa mais Cuba. Não, não foi derrubado pelos cubanos de Miami. Declarou ao mundo que já havia cumprido o seu papel e retirou-se. Na América Latina, a esquerda chegou novamente ao poder por vias democráticas. Lembra até o Chile e o Brasil da década de 60. Só que está firme e fazendo sucessores. Não que não aconteceram tentativas de golpe contra ela, aconteceram. Os EEUU, como sempre, apoiaram os golpistas. Gabeira, que loucura, o Brasil foi contra e saiu-se vencedor.

    Poderia falar da China e da Rússia que, agora, têm economias capitalistas, mas acho mais relevante o Brasil ter a 6ª economia mundial, à frente da Inglaterra.

    Aliás, no Brasil, um professor da USP, um metalúrgico do ABC e uma “guerrilheira” foram democraticamente eleitos presidentes. Não era seu sonho, Gabeira? A intelectualidade, a classe operária e seus colegas de lutas da juventude assumiram o poder.

    Gabeira, no Brasil, agora, temos cotas para negros nas universidades e programas de acesso dos mais pobres à educação como o PROUNI e o PRONATEC, 15 mil médicos atendem a população carente dos locais mais pobres do Brasil, há um programa de construção de casas populares que já entregou mais de um milhão e meio de residências. Há um programa de transferência de renda que ascendeu mais de 22 milhões de pessoas à classe C. Somos agora um país de classe média.

    Gabeira, sei que você não confia nas estatísticas oficiais: “O papel do IBGE e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por exemplo, começa a ser deformado pelo aparelhamento político. Pesquisas que contrariam os números de desemprego são suspensas”. 

    Mas, Gabeira, para verificar in loco como o pleno emprego e a melhoria de renda está transformando a nossa sociedade, basta visitar um dos shoppings da elite paulistana. Neles, a classe média está botando a polícia para por para correr os filhos dos pobres que insistem em frequentá-los como clientes e usando roupas de grife.

    Escolha sua realidade, Gabeira, o copo meio cheio ou o meio vazio, porque é aquilo mesmo que você afirma: “Sabemos que a verdade é mais nuançada.” E não uma visão rancorosa onde “tudo o que escapa, evidências, vozes dissonantes, estatísticas indesejáveis, tudo é condenado à lata de lixo da História”.

    No mais, o texto de Gabeira é pura distorção de informação e preconceito.

    Distorce a informação quando afirma “o PT estigmatiza a oposição como força do atraso. Ele se comporta como se a exclusão dos adversários da cena política e cultural fosse uma bênção para o Brasil”.

    Parece até piada quando comparamos as CPIs que são aprovadas e funcionam nos governos do PT e as que são aprovadas e funcionam nos governos do PSDB.  Não, se a oposição está excluída da cena política é por falta de propostas e não por falta de liberdade para atuar. Liberdade para atuar mesmo quando recorre às mais hipócritas escandalizações.

    Gabeira pratica o preconceito quando se sai com pérolas destes quilates:

    “E o Ipea foi trabalhar estatísticas para Nicolás Maduro, que acredita ver Hugo Chávez transmutado em passarinho e, com essa tendência ao realismo mágico, deve detestar os números.”

    “Será a hora de pôr de novo em xeque a onipotente tática de eleger um poste”. 

    “Nem o poste nem seu inventor hoje conseguem iluminar sequer um pedaço de rua. Estão mergulhados no escuro e comandarão um exército de blogueiros amestrados para nublar as redes sociais”.

    “Até nas relações exteriores o viés partidário sufocou o nacional, atrelando o País aos vizinhos, alguns com sonhos bolivarianos, e afastando-o dos grandes centros tecnológicos”. 

    Que pena, Gabeira, logo você que já foi vítima de tanto preconceito. Veja, se quisesse, bastaria dizer que esse seu texto não passa de efeito de uma síndrome de abstinência.  Mas não, Gabeira, isso é prática usada por seus novos companheiros de luta e de imprensa.

    Entendo seu ressentimento e o lamento profundamente, mais um dos meus ícones que se vai. Para você, reservo versos de Bandeira que também, ao fim, cantou dolorosamente “a vida inteira que podia ter sido e que não foi”. Ou a maldição que você mesmo roga, a de “se afogar nos próprios mitos”.

     

  4. por isso me considero

    por isso me considero (desculpem qualquer ideia de superioridade é apenas um modo de engrandecer essa visão nítida que tenho das pessoas e seus interesses) com uma ‘visão além do alcance’, pois nunca tive essa expectativa com nehum dos citados pelo colega no texto.

  5. Golpistas não podem ser esquecidos
    Parabéns. Exelente. Essa tarefa é de fundamental importância, em benefício da democracia. Lembrar sempre aos golpistas essa sua condição de traidores do povo. Os golpistas não devem ser esquecidos. Publicar os seu nomes e “feitos” é contribuição relevante.

  6. Vento Negro

     ” Nossos ídolos ainda são os mesmos/ e as aparências não enganam, não !” . Esses belos versos da canção “Como Nossos Pais”, de Belchior, envelheceram … Vejo a cada dia, alguém que admirei quando era uma jovem estudante, cair do pedestal. Ouvir Gabeira no Estúdioi, da GloboNews, detonando a esquerda, foi apenas mais um preguinho no caixão. Na votação da admissibilidade do impeachment senti uma fisgada quando José Fogaça respondeu “sim”. Lembrei de sua luta durante a ditadura e da letra que escreveu para Vitor Ramil, “Semeadura”…Nós vamos prosseguir companheiro, medo não há /No rumo certo da estrada/Unidos vamos crescer e andar/Nós vamos repartir, companheiro, o campo e o mar/O pão da vida, meu braço, meu peito, feito pra amar”!! Não, meus ídolos não sao mais os mesmos..e restam poucos, muito poucos.

     

  7. Coitado dos golpistas

    A grande revolta virá dos jovens.

    Acabei de ver um vídeo no Face do dia 18, que um grupo de jovens enfurecidos gritando palavra de ordem, derrubaram (deram uma banda) no Heráclito Fortes.

    O boca de caçapa ficou estatelado no chão, eh,eh,eh

    Nem os seguranças conseguiram conter a ira dos jovens.

    Infelizmente não  conseguir puxar o vídeo para cá.

  8. Falam que foi um “erro” o
    Falam que foi um “erro” o esforço de conciliação mas falam também em novas eleições! Ora, falam de novas eleições com uma oposição que nao aceita resultado eleições, meu deus! Quantas eleições sao necessárias, afinal? Isso nao eh pior que conciliação?

    Que os golpistas carreguem o abacaxi golpista. Chega de casuísmo. Eh exatamente a conciliação que não tem mais espaço com quem nao sabe perder!

    1. Realmente, achar um enfeite

      Realmente, achar um enfeite para o abacaxi golpista é só que nos falta. A ordem, então, é essa: vamos fazer eleicao até voces aprenderem a votar certo, isto é, em nóis. Quando a gente nao gosta, invalida. 

  9. Calma, que alguma qualidade o
    Calma, que alguma qualidade o Gabeira tem. Se ele fez a Maya Gabeira alguma coisa boa ele vai deixar prá posteridade. Dos livros dele ninguém lembra mais, e com razão.

  10. A decepção com a trajetória

    A decepção com a trajetória do Gabeira me identifica com o autor do post Carlos Souza e e com Sérgio Saraiva. De fato, escrevi um texto em meu blog sobre ele, em 2 de novembro passado. Eis o link: blog do Marcio Valley

    Pequeno trecho: “A única explicação racional para esse despautério de Gabeira é a total rendição intelectual. O antigo revolucionário aderiu ao pensamento reacionário global uniforme, talvez por necessidade de sobrevivência, talvez por estrelismo, talvez por mero ressentimento. Um detalhe curioso é que ele, no passado, foi perseguido pela Globo. Seria possível estar acometido da Síndrome de Estocolmo? Pode ser que sim, pode ser que não.

    Entretanto, não existe almoço grátis: ontem, dia 1º de novembro de 2015, morreu o revolucionário Gabeira e seu corpo foi tomado pelo espírito oportunista, alienador e emburrecedor que está incorporado em parcela considerável dos homens públicos brasileiros, políticos eleitos ou não.

    Gabeira, assim como Marina da Silva, sai da minha lista de pessoas políticas honradas e merecedoras de admiração. Não por serem oposição, como já esclareci acima, mas por terem se alinhado ao pior tipo de oposição possível: a que não pretende obter qualquer benefício para o país, mas somente para si própria.”

    1. Identificação mútua

      Da mesma forma Marcio. Você e Sergio Saraiva de certa forma escreveram o que eu pensava antes que eu escrevesse meu artigo. A única diferença é que minha decepção é com um conterrâneo.

  11. outro que parei de ouvir

    Gabeira é outro que parei de ler e ouvir.

    As pessoas podem mudar de ideia, achar que Dilma é mediocre, que a esquerda precisa se renovar etc,etc, etc.

    Mas se aliar à direita,  isso não. Não há desculpa. Sera que é o maldito dinheiro!

    Boa parte de meus colegas de “conservadores civilizados” viraram fâs de golpistas, viraram quase fascistas!

     

  12. GABEIRA/ESPELHO

    Parodiando a grande Cecília Meireles, em seu poema “Retrato”,  uma perguntinha para Fernando Gabeira:

    Em que praia ficou perdida a sua, anistiada, tanga  de crochê?

  13. Oh tempora!

    Fui contemporâneo de Gabeira na UFMG, nos idos 60. Ele fazia jornalismo e eu, letras. Almoçâvamos no restaurante da Escola de Direito, na Av.Alvares Cabral. Gabeira era muito conhecido por 3 coisas: era jornalista no JB, era do PCB e a terceira era por puro preconceito da época: era fumador de maconha. Havia uma quarta ainda mais preconceituosa mas restrita aos clubinhos politicos da época. Só chegou a ser do dominio público quando ele voltou do exílio. Mas para mim, houve na vida do Gabeira um momento muito importante na luta contra a ditadura: o sequestro do embaixador dos EEUU. Apesar de anos e anos depois abominar seu esquerdismo, o sequestro do embaixador americano foi uma “cacetada” violenta na ditadura militar e seus apoiadores americanos. De uma coisa tenho certeza: de toda a turma da época, não vejo ninguém militando em partido político a não ser um ou outro Zé Dirceu que conheci em Ibiuna e nunca mais vi pessoalmente. Provavelmente forjados na dura disciplina das organizações revolucionárias da época não se acostumariam às conveniências e oportunismos dos partidos políticos e ficariam sem saber o que fazer, como de certa feita lembrou o Chico Alencar quando ainda no PT. É natural que agora estejam cuidando de seus jardins.

    1. Veja bem,

      Gabeira mal participou do tal sequestro. Ele se apoderou dessa história para se projetar. Basta consultar os que de fato executaram a ação.

  14. Lembro que naquela época a
    Lembro que naquela época a moda entre os jovens estudantes era ser de esquerda. Quem era de esquerda era “in”. Havia os que realmente eram e os que embarcavam na “onda”, liam Marx, entravam nos grupos de esquerda. O tempo passou, chegou a maturidade, a liberdade de expressão e o desembarque dos modistas. Quem realmente era de esquerda permaneceu na mesma direção como José Dirceu, Dilma, Franklin Martins e tantos outros. Quem estava apenas curtindo uma onda foram para a direita de onde nunca deveriam ter saído, como, Gabeira, Jabor, Aluysio Nunes, José Serra, Alberto Godman e tantos outros que todos conhecem. Foi a volta às origens.

  15. Uma coisa que ainda merece explicação:

    logo após o golpe de 1964, o jornal o globo publicou uma “lista de comunistas”, quiça, comedores de criancinhas. 

    O mundo gira, a Lusitna roda, e a grande maioria dos membros desta lista acaba sendo empregada na globo, como esse Gabeira. Por quá ?

    Ou será que o Roberto Marinho andou se arrependendo de ter divulgado a tal lista ? 

  16. Já se contou em prosa e se

    Já se contou em prosa e se cantou em versos, e principalmente se vê na realidade do dia a dia, estórias do bonitão sarado, rico, estabilizado cultural e socialmente, que se enche de paixão pela mais “gata” da clase, ou da empresa, ou da igreja, venha ela de onde vier, fixando nela seus desejos e objetivos. “Será minha, nenhum concorrente me faz sombra”. E vê seu sonho virar pesadelo quando um apedeuta, pobre, mal ajambrado, começa a cortejar sua musa, uma, duas, três vezes e…chega lá. E aí, todos os dias passa a conversar com o espelho, “porque ele e não eu, sou mais preparado, mais bonito, mais rico e fui passado pra trás, isso é justo?”  Quando sua musa é conquistada até por uma mulher, ele vira crítico de tudo, assume um depressivo vitimismo e tenta desqualificar a musa, os conquistadores, tudo o que defendia anteriormente, tornando-se mais amargo que medicamento. E comprova o dito popular, de que a inveja é uma merda.

  17. Compare

    O Gabeira perdeu a ultima eleicao que concorreu para Prefeito e nao mais concorreu portanto nao foi excluido pelo voto popular e se elegeria facilmente para deputado federa,l mas ele decidiu nao disputar mais eleicoes. Creio que seja uma pessoa digna e demonstrou isto durante sua vida coisa que nao se pode dizer por exemplo para contestualizar do Jose Dirceu que e idolo de muitos,  destratou o Gabeira nao o recebendo uma vez deixando esperar por horas na sala de espera e depois se demonstrou um pilantra desonesto coisa que nao se pode falar do Gabeira.

  18. Tá bom assim…

    Gabeira não tem trajetória. Apenas tornou-se isso que estamos constatando.

    E o que levou Gabeira a se tornar essa coisa indefinida?

    Penso que o ostracismo e a força do império Global

    Gabeira se entregou. Foi mais fácil e adequado para ele agir assim. Sem muito esforço e sem lutas.

    Tornou-se isso. Escolheu ser isso.

     Antes de entrar para a história resolveu sair dela.

  19. Lembro de uma frase muito

    Lembro de uma frase muito falada no RJ em uma das campanhas do Gabeira: “Quem senta,fuma e cheira vota no Gabeira”.

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