Morre o Padre Libanio, jesuíta que ligou igreja com mundo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – João Batista Libanio completaria 82 anos no próximo dia 19. Vítima de infarto, Padre Libanio faleceu na manhã de hoje, quinta-feira, dia 30, quando ministrava retiro espiritual em Curitiba, no Paraná. Teólogo, escritor, professor, padre jesuíta, teósofo, biblista, o padre jesuíta era também um ativista pelo diálogo da igreja com o mundo.

Formado em Filosofia pela Faculdade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e em Letras Neolatinas pela PUC-Rio. Seus estudos de Teologia Sistemática foram concluídos na Hochschule Sankt Georgen, em Frankfurt, Alemanha, onde também estudou com os maiores nomes da teologia européia. O jesuíta  tinha também mestrado e doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Libanio foi assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil e do Instituto Nacional de Pastoral da Conferência Nacionial dos Bispos do Brasil (CNBB).

De sua autoria são 36 livros, além de co-autoria em mais de 125 obras em vários idiomas, Libanio também era professor da Faculdade Jesuíta (Faje), desde 1982, quando de sua fundação. Padre Geraldo de Mori, diretor do Departamento de Teologia da Faje, declarou ao jornal O Tempo, que tinha Libanio como articulista, que “ele deu a vida por uma teologia preocupada com o diálogo com a Igreja e com o mundo”.

Ao Estado de Minas, em meados do ano passado, Libanio opinou sobre o Papa Francisco, dizendo  que ele “vai levar também a imagem de que os políticos que não pensam no futuro do país, são egoístas”, e mais, ao opinar que as recentes manifestações de rua, descartando-se o vandalismo, “o papa Francisco viu uma geração nova que avança e tem força para mudar os destinos do Brasil”.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Lembro-me dele nos meus

    Lembro-me dele nos meus tempos de noviciado marista, quando tive oportunidade de assistir suas palestras em  encontros de formação.  

  2. Teólogo, intelectual orgânico dos pobres

    A Igreja dos pobres perdeu um grande intelectual orgânico das classe dominadas, dirigidas. Os seus escritos e pensamentos apontavam luzes novas, ares e esperança para uma prática de libertação a luz do Evangelho do Jesus nazareno libertador.

    A sua capacidade auscultar e sintetizar os clamores, o devir, na articulação entre o impossível torna-se possível mediado pela ação consciente e autÔnoma. 

  3. Pe. Libanio

    Pude testemunhar a serenidade que exalava do corpo de pe.Libanio minutos depois de sua morte. Era um anjo adormecido rodeado pelas pessoas que o amavam!

    Ao rezar em seu leito, senti a energia que o guiou por toda a vida. Saí dali ainda mais forte. Agora, é meu dever honrá-lo, levando adiante sua mensagem de justiça e afeto.

    Devo ressaltar ainda que no dia 30, pela manhã, uma enorme estrela matutina despontou no céu de Curitiba, pude admirá-la por volta das 06h… logo chamei meu esposo e meu filho, e juntos ficamos a olhar aquela luz que poderia ser vista por muitos, mas que poucos saberiam vê-la como um anúncio de que em breve mais um mestre nasceria para o infinito.

     

    Professora Cátia Berti.

    Curitiba-PR

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