Obrigado, bell hooks por seu legado pulsante e inspirador, por Arnaldo Cardoso

Partiu deixando tristes os corações e mentes de uma legião de admiradores de sua inspiradora trajetória de luta contra todas as formas de opressão.

Obrigado, bell hooks por seu legado pulsante e inspirador

por Arnaldo Cardoso

Professora dentro e fora da sala de aula, Gloria Jean Watkins, ou simplesmente bell hooks, como ficou conhecida mundialmente, partiu deixando tristes os corações e mentes de uma legião de admiradores de sua inspiradora trajetória de luta contra todas as formas de opressão.

Sua experiência como estudante negra no contexto de segregação racial nos Estados Unidos e, posteriormente, sua carreira como docente e escritora determinada em somar esforços nas lutas antirracistas e feministas, respaldaram sua mensagem propagadora de uma pedagogia da esperança, cada vez mais pertinente e necessária.

No mês passado foi lançado no Brasil seu livro “Ensinando comunidade: uma pedagogia da esperança”, uma oportuna obra abordando temas como espiritualidade, racismo, machismo, sexualidade, autoestima e superação do medo e da vergonha.

Vale registrar que, para a publicação deste e de outros livros de bell hooks em português, no contexto de um mercado editorial cada vez mais concentrador e condicionado por poderosas estruturas logísticas, foi decisivo o empenho da Editora Elefante, de Porto Alegre, que com elevado senso de responsabilidade e amor pelo conhecimento, tem enfrentado com valentia os obstáculos ao oferecimento de um catálogo de obras relevantes aos leitores.

Neste ano em que se comemora o centenário de nascimento do grande educador brasileiro Paulo Freire é estimulante conhecer o frutífero diálogo entre Freire e bell hooks, como aquele contido no livro “Ensinando a transgredir”, no qual a autora dedicou um capítulo à Freire que, nas palavras de bell “foi um dos pensadores cuja obra me deu uma linguagem. Ele me fez pensar profundamente sobre a construção de uma identidade na resistência”.

Ensinamentos e vivências como a de bell hooks e Paulo Freire são poderosas ferramentas para a construção de pontes concebidas no cerne de um projeto emancipador, confrontando racismos, sexismos, discurso de ódio e todas as expressões de um poder que oprime em vez de promover a liberdade e justiça social.

Obrigado bell hooks!

Arnaldo Cardoso, sociólogo e cientista político formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), escritor e professor universitário.

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

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