Como o jornalismo é engolido nas grandes tragédias, por Leonardo Sakamoto

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Leonardo Sakamoto

Resgate de cadela após quatro dias do rompimento da barragem (Foto: Douglas Magno/AFP)
Resgate de cadela após quatro dias do rompimento da barragem (Foto: Douglas Magno/AFP)

Dez breves considerações para uma autocrítica necessária sobre a cobertura do rompimento das barragens de rejeitos de mineração, em Mariana (MG), ocorrido na última quinta (5). Ressalto que há coberturas muito justas sendo realizadas pelas imprensas tradicional e alternativa. Ou seja, o objetivo não é generalizar, mas convidar à reflexão:

1) Onde você escreve apenas “Samarco”, como responsável pela catástrofe da barragem de Mariana, acrescente “Vale” e “BHP”. Diga ao seu chefe para esquecer que a Vale é grande anunciante do seu veículo pelo menos desta vez.

2) Essa foi uma das maiores catástrofes ambientais do país e vai alterar a vida de milhões de pessoas e animais. Trate isso como tal e não como curiosidade mórbida. Seja decente: sensacionalismo só é bom para a sua audiência.

3) Acidente, Papai Noel e Coelho da Páscoa… Investigações estão em curso, mas o uso irresponsável da palavra “acidente” faz crer que tudo isso seria inevitável, concedendo ao acaso uma culpa que pode ser de empresas e governos, ao destino um poder que ele não tem e dando vida a essa figura mitológica – o acidente – endeusada em falhas corporativas.

4) Se todo pequeno tremor de terra derrubasse barragem, não sobrava uma hidrelétrica de pé no Brasil, como me disse ontem um velho engenheiro barrageiro. O que é derrubado com pequeno tremor de terra é pudor de usar a justificativa do terremoto em uma matéria e não ouvir especialistas a respeito.

5) Publicar release da empresa sobre o ocorrido em formato de notícia sem checar uma informação é passaporte para o inferno sem escalas.

6) Reportagens sobre a tragédia humana são importantes para que o país tenha a dimensão do caos que se estabeleceu. Mas o estrago trazido ao não tratar das responsabilidades dos atores econômicos e políticos nunca será compensado pela cobertura “humanizada” que você teve orgulho de fazer.

7) Importante a solidariedade de pessoas que seguem para ajudar e mandam doações. Do ponto de vista da empatia social, não da necessidade material. Porque deveria ser a Vale a estar pagando agora até pelo banho e tosa do cachorro atingido pela massa de dejetos e não a sociedade brasileira. E links de TVs deveriam estar em vigília na sede da empresa questionando isso ao invés de mostrar apenas galpões repletos com sacolas de doações.

8) O governo mineiro tratar a empresa ora como “vítima” ora como “responsável” mostra que a Síndrome de Estocolmo, quando um agredido passa a ter simpatia pelo agressor, atinge sempre a administração pública de forma patética. A imprensa que faz um papel central na cobrança das investigações de corrupção, estranhamente perde o mesmo ímpeto nesta situação. Lembrando que empresas financiaram partidos em eleições.

9) Se o governo federal existisse e fosse autônomo, Dilma teria pego um avião imediatamente para sobrevoar o local, colocaria a Vale contra a parede e aproveitaria a comoção pública para reabrir a discussão sobre a regulamentação da mineração no Brasil,  com efetiva participação das comunidades atingidas e foco na responsabilidade empresarial e no direito ao território e à dignidade humana. O jornalista que acha que Brasília não tem responsabilidade neste caso precisa de um curso rápido sobre as competências da União.

10) Pouco depois do mar de lama chegar à praia, o assunto será substituído por outro. Mas a tragédia acontecerá de novo em Minas Gerais, como tem acontecido periodicamente. O cronômetro já foi posto em contagem regressiva. Com a anuência não só do Estado, que peca pela falta de fiscalização e punição, mas também de parte da imprensa, que segue mais competente em monitorar o poder político do que os atores econômicos.

46 Comentários

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  1. Se é um condicional mas temos certeza

    Certeza temos que haveria assunto para um mes nos jornaloes sobre a culpa de Dilma SE a Vale ainda fosse empresa estatal… 

  2.  
    A imprensa mineira chogou a

     

    A imprensa mineira chogou a dizer que não a crime a punir, mas apenas acidente a lamentar.

    Se fosse com a Petrobras, o Bonner teria mudado a bancada no seu “jn” para Mariana/MG. 

  3. Acidente

    Se não foi acidente foi o quê, tentativa de asssassinato em massa?

    Pode-se discutir medidas de prevenção a acidentes mas discutir se gio ou não acidente é dose.

     

    O Novo Código de Mineração continua em discussão, será que só a Dilma tem que levantar essa discussão.

    Por último, “aproveitar momento de comoção pública” para regular alguma coisa nunca foi uma boa idéia. As coisas não devem ser discutidas na comoção mas com a razão.

    1. “Acidente” q resulta d falta d medidas d segurança nao é acident

      A palavra acidente significa algo que resulta do acaso, nao previsível. Quando uma consequência é previsível caso as medidas X e Y nao sejam tomadas e as medidas X e Y nao sao tomadas o que acontece nao é acidental. É como “acidente” de trânsito resultante de direçao perigosa, com motorista alcoolizado: de acidental nao tem nada.

      1. Acidente

        É absolutamente impossível prever todas as medidas necessárias para evitar o rompimento de uma barragem, ou queda de um prédio, ou de um avião, …

        Se caisse um meteorito e rompesse a barragem alguém poderia dizer. Foi culpa da empresa não ter instalado uma bateria antiaérea para explodir meteoritos.

          1. Segurança

            Não existe construção 100% segura. Não exite automóvel 100% seguro, ou avião, ou trem. Todos podem sofrer acidentes, por causas imprevísiveis ou por riscos aceitáveis.

            Uma engenheira alemã me disse que o núcleo dos reatores nucleares na alemanha aguenta o impacto de um Boeing 737. Se for um 747 não tem jeito.

            A usina de Fukushima no Japão estava preparada para aguentar terremoto até uma determinada escala, como todas as construções no Japão. Se o tremor for mais intenso não tem jeito.

            É assim com linhas de transmissão na Flórida, aguentam rajadas de até 70 milhas/h. Se for maior que isso é grande a possibilidade de queda.

            Aviões tem um risco calculado de queda. A fabricante sabe que o número de aviões vendidos compensa o prejuízo por alguns que vão cair.

            Ninguém trabalha com 100% de seugurança.

            Lamento informar.

          2. Continua com a MÁ FÉ

            Nao ser possível medidas que garantam segurança total é muito diferente de nao se tomar medidas conhecidas e preconizadas, como aconteceu nesse caso.

          3. Com você no caminho da lama…

            … o risco seria aceitável.

            Toda atividade humana comporta riscos. A queda de um avião é esperada principalmente por falha humana, seja na manutenção, no controle ou na pilotagem.

            Agora cá para nós… comparar a resistência de uma usina atômica para impacto de aviões ou o mais pesado que o ar lá em cima, com uma barragem estática fora do fluxo de um rio é coisa de capacho de grande empresa. Isto sem falar de terremoto…

            Não existe risco aceitável para que uma obra de construção civil desabe, se isto ocorrer existe um culpado. Em geral o engenheiro calculista, o responsável técnico pela construção ou após pronta o da manutenção. Um dos três cometeu crime, em geral nestes casos fazendo economia por ordem do patrão.

        1. Uma excelente comparação. Não

          Uma excelente comparação. Não precisava uma bateria antiaérea, umas sirenes já seria uma boa atitude de quem se preocupa o mínimo.

    2. Acidente?

      Não uma mistura impar de ganância e incompetência! E desprezo pelo ser humano!

      E uma certeza únicar de impunidade!

      Como a BP no Golfo do México!

  4. Se nem os moradores

    Se nem os moradores conseguiram sair imediatamente de suas casas, não está sendo um exagero cobrar da presidente que saísse de pijama para ver o que até agora não se conseguiu dimensionar sobre o desastre? Como fizeram com Lula, como se ele é que fosse o piloto? E sem acordar os governadores de MG? Não querer que haja sentimento de frustração por ver empresas sofrendo prejuízos, não podendo operar, deixando desempregados, queda de arrecadação de um lado e necessidade de recompor a infra-estrutura de outro, tendo de cuidar dos desabrigados, fora recompor o ambiente, quem é que não sente isso? Ao menos lembrou-se an passant de alguns filiados ao CREA que protagonizam desde desvios de empreiteiras à obras mal feitas.

  5. DNPM

    O DNPM – que, em nível federal, é o principal responsável por fiscalização barragens de rejeitos – tem sofrido uma enorme pressão política , particularmente advinda da Bancada da Mineração, para eliminar supostos entraves burocráticos na pesquisa de jazidas e concessão de exploração de lavras. O atual diretor do órgão Celso Luiz Garcia assumiu o cargo em 2015 em substituição a Sérgio Dâmaso, graças à cota de nomeações do PMDB – no caso, o mineiro.

    Valeria a pena recuperar as discussões sobre o novo Código de Mineração – objeto de fortes críticas – para minimamente avaliar o clima do contencioso.

    É bastante esclarecedora, por exemplo, a declaração do deputado Leonardo Quintão (PMDB MG), relator do projeto do código: “- Não tenho nenhuma vergonha de ser financiado, dentro da lei, por mineradoras”.

    (Sobre este ponto, ver artigo “Novo Código da Mineração: o neoliberalismo explícito do Congresso Nacional”, na Carta Maior.)

    Será que, neste contexto, o DNPM estaria seriamente preocupado com fiscalização de barragens?

    (Em rigor, caberiam as seguintes perguntas: “O que é exatamente uma fiscalização? Em que consiste?”)

    Parece que, na prática, a Diretoria de Fiscalização do DNPM aceitava os relatórios – ou coisa que o valha – emitidos por grandes empresas e dava-se por satisfeita.

    É claro que, se a corda apertar, como último recurso, o DNPM tem um álibi: insuficiência de funcionários.

    Vejamos o que disse Walter Lins Arcoverde, diretor de Fiscalização da Atividade Minerária do DNPM:

    ““Nós só podemos trabalhar dentro dos limites de recursos humanos e financeiros de que dispomos”. (…)“O último concurso foi em 2010 e 40% do nosso quadro deve se aposentar nos próximos dois anos.””

    [http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2015/11/orgao-empenha-166-de-verba-de-fiscalizacao-de-barragens-ate-outubro.html]

    Assisti a duas coletivas de Dilma – uma em Governador Valares e outra em Colatina – sobre o episódio e as providências em curso.

    No geral, pareceu-me bem firme.

    Não obstante, já que ela mencionou irregularidades na operação da SAMARCO, seria o caso de perguntar quais seriam essas e quando foram descobertas.

    Se o foram somente agora, conclui-se que órgãos do governo federal e do estadual falharam na fiscalização.

     

  6. acidente ?

    Discordo e acredito que qualquer um que tenha alguma visão objetiva sobre normas e protocolos na prevenção de acidentes há de discordar quanto a enquadramento do fato na classificação ‘acidente’. Minimizarmos a culpa seria no mínimo infantil, ao passo que na mídia o assunto é tratado como acidendente com o intuito de amortecer algum impacto político. Como de praxe a mídia tem lado e estará sempre a defende-lo quando usa termos que mais parecem veredito antecipado de inocência, ou culpa. Depende do fregues. E vou além mesmo parecendo louco e desconfiado demais, digo: tomara amanhã não apareça no mesmo local uma ‘disneylandia’ qualquer para encher as burras dos ‘sócios do Brasil’.

  7. muito bom o texto
    O Sakamoto se superou.

    Agora se as empresas fossem estatais a conversa seria outra. Exaltados diriam: tem privatizar, são uns ladrões, uns incompetentes, o contribuinte vai pagar a conta
    Aquela conversa que já sabemos.

    A proposito, adivinha quem vai pagar a cotna de verdade?

  8. Os 10 mandamentos do Sakamoto

    Leonardo Sakamoto desce dos céus, com as novas tábuas da Lei e 10 mandamentos, para pautar a quem se atrever a escrever sobre o assunto. Embora ache que foi uma grande tragédia e não dispenso de responsabilidade à mineradora, vou correr o risco de discordar com esta nova autoridade que surgiu aqui no blog.

    Foi um acidente sim, e a Samarco foi vitima, também, com vítimas fatais entre os seus próprios funcionários e enormes perdas econômicas derivadas da sua paralisação operacional, das multas cobradas e pelos extensos trabalhos de recuperação que terão que enfrentar.

    Samarco, como outras mineradoras, são obrigadas a cumprir rigorosos procedimentos de controle e fiscalização, mas, como antes dito, um acidente ocorreu. É claro que poderia ter sido evitado, com ainda mais fiscalização e com maiores investimentos, assim como poderia ter sido evitado o problema de Chernobyl (Rússia) ou qualquer outro.

    Sakamoto pode ter-se confundido e, ao invés de um velho engenheiro deve ter falado com o Papai Noel, pois apenas assim confundiria a estrutura de uma barragem de rejeitos com represas de hidroelétricas. Talvez, aquele velho engenheiro pode ter sido aquele do viaduto que caiu na Av. Antônio Carlos, em Belo Horizonte.

    Agora, Papai Noel ou Coelhinho de Páscoa são metáforas que atenderiam bem ao conjunto da população ribeirinha ao Rio Doce. Mais de 90% dos esgotos domésticos produzidos na bacia do Rio Doce pelos seus três milhões de habitantes chegam aos cursos d’água sem qualquer tratamento, e ninguém parece se importar. Não vejo o clamor público acima das prefeituras.

    O recente monitoramento da água, perto de Governador Valadares, mostrou existência de mercúrio (Samarco não usa), e isso é por influencia dos garimpeiros que trabalham sem fiscalização nenhuma (e ainda querem indenização). O desmatamento da mata ciliar assoreia os nossos rios, há anos.

    Teremos em breve uma olimpíada, onde representantes do mundo todo terão que remar ou nadar no meio do esgoto, na Bahia de Guanabara. O meio ambiente é castigado diariamente por muitas das pessoas que hoje vociferam em contra da mineração e nenhuma delas é obrigada a colaborar efetivamente em favor do meio ambiente, nem responsabilizada por nada.

    Samarco é vitima sim, mas é uma vitima responsável, com pessoa jurídica e endereço certo. Vai assumir o problema e pagar as consequências.

    Se houver uma Kombi velha, sem placa, cheia de gente pobre e sem recursos, atropelando na rua um grupo de gente também pobre, não é gerada nem sequer infração de trânsito, muito menos uma demanda judicial contra alguém; no máximo, sai no programa do Datena. Mas, passou o filho do Eike Batista atropelando um ciclista, e já foi saindo no Fantástico, e em seguida depenado pelos advogados espertos, clamando por justiça (e por honorários), pois, apareceu alguém com dinheiro para ser “responsabilizado”.

    Falou-se o nome da VALE e da BHP, e chega automaticamente um monte de demandas e de declarações messiânicas, como esta aqui do post. 

    1. Me desculpe, mas voce se

      Me desculpe, mas voce se equivocou, trabalho com analise de risco e neste momento não é a hora de defender ou atacar a empresa, não se sabe se foi um acidente, não se sabe se não foi acidente, e não é possivel ter ainda idéia do que causou o rompimento da barragem, e digo sim, é leviano defender a empresa, como também é leviano atacar a empresa. Neste momento, o imperio da “Síndrome da Mesa de Bar” toma conta, e todos querem dar sua “contribuição” ao fato acontecido, do tipo “eu não posso deixar passar a oportunidade, tenho que falar alguma coisa”. Como já disse em outro post, o momento de é de resgate de vidas (Defesa Civil, que está lá coordenando tudo, e com certeza ninguem entra sem autorização dela), é a tentativa de bloqueio do dano ambiental e social (mas parece que tem uma parcela que está mais preocupada em passar um “cheque em branco” a empresa e outra parcela querendo ver o circo arder em chamas ou debaixo da lama).

      E digo mais, vai demorar para se ter uma análise concreta do que aconteceu, haverão provas e contraprovas, a empresa com certeza vai contratar os melhores especialistas a peso de ouro, isto é fato, mas também já vai ser de maneira correta penalizada no mercado mundial, basta olhar a situação da Vale e BHP no mercado e na bolsa, acionista nenhum quer ter seu nome associado a dividendos distribuidos sujos da lama que escorreu do municipio de Mariana.

      E questões essenciais devem ser respondidas, sem paixões de qualquer espécie:

      a) empresa estava preparada para uma situação “worst case scenario” que foi o que de fato aconteceu?

      b) a empresa fez simulações em ambientes reais e virtuais destas situações?

      c) a empresa apresentou um PAE adequado?

      d)Este PAE foi avaliado pelo orgão licenciador (que, lembrem-se de que não é atribuição do governo federal o licenciamento de empreendimentos de âmbito estadual)?

      e) Quais outros orgão e instituições que trabalham nesta questão e quais são as atribuições de cada um?

      e) Qual é a função do Governo Federal neste caso (DNPM, CPRM, IBAMA, MMA, ANA)?

      f) Já está implementado o que estabelece a Lei 12.334/2010?

      Isto é só o que me lembro em um rabisco rápido, mas o resto pelo que ando lendo por  aqui, com exceçaõ de um outro post fica parecendo “conversa de boteco”.

       

       

       

       

    2. Acidente

      Concordo. O rio é poluído ha anos por todas as indústrias da região e todas as redes de esgotos.

      Nada tira a responsabilidade da mineradora neste episódio, mas parece que a bacia do rio Doce era um paraíso. Agora que apareceu alguém pra pagar a conta, qualquer conta, vamos nessa…

  9. OK… mas…

    “…Dilma teria pego um avião imediatamente…” é meio forçado, né!?
    Que tal um…:

    11 – De um jeito de vincular o nome de Dilma à tragédia, de qualquer jeito, em qualquer hipótese. Use adjetivos desqualificadores. Lembre seus leitores que só temos um governo no pais para responsabilizar, o Federal. E só de 13 anos para cá, viu!? Antes o Brasil nem existia.

  10. Conclusão, não exite

    Conclusão, não exite acidente. Tudo deve ter um responsável a pagar na forma da Lei ou por meio de linchamento. Por mais que a empresa tenha responsabilidade esse tipo de texto mostra que o que importa, seja qual ponto do espectro ideológico for, é ter um culpado.

    A partir de um culpado vem a movimentação à reboque para atender demandas justas e, as vezes, nem tanto. Seria tão bom se pudessemos prever tudo para que sim, pudessemos exercer nosso afã diária por Genis.

    A VAle, Samarco e BHP que paguem, mas eu temo, temo por quem seguir a Lei e mesmo assim se ver envolto numa tragédia. Sakamotos e outros aparecerão, com certeza.

  11. Desculpem

    Mas talvez muitos não gostarão do que vou dizer: Acho o fim da picada quando querem imputar à falta de fiscalização, quando ocorrências como estas acontecem e até outras mais cotidianas. Afinal uma empresas do porte destas  3,  desconhecem as regras de segurança que precisam ter ?  E seus engenheiros, mestres de obras, funcionários tb não são informados ? Será necessário que cada empresa tenha um fiscal do governo diuturnamente lá? Ainda mais quando se sabe que  alguns fiscais, são, na verdade  grandes fontes de corrupção, como estamos vendo na zelotes, nas prefeituras e ICMS em muitos estados . Quem fiscalizará os fiscais ?

    Aí, estas grandes firmas, tal como os nossos legisladores estão sempre pedindo mais diálogos c/ o Governo. Estamos cansados de saber que “diálogos” são eses: benefícios fiscais e cargos, muitos cargos.Nossos “mui amigos” empresários não estão pagando impostos este ano, devido à corrupção do “governo” federal, esquecendo propositadamente os estaduais e municipais. Preferem imputar ao Bolsa Família a dificuldade que o país passa, e em nenhum momento se lembram das desonerações feitas o ano passado.

    CINISMO, HIPOCRISIA, GANÂNCIA é o que impera no Brasil, com os jornais , TVs e internet martelando nas cabeças dos midiotas a corrupção atual. E todos imaginando que podem fazê-lo, que estão livres de pagar impostos, já que estes estão a serviço da corrupção. É o que aconteceu ano passado c/ um amigo dentista (que perdi), indignadíssimo pq foi preso na “malha fina”, que ele jurava ser coisa da Dilma.

    Ufa!

    1. Lenita

      VC tem razão. Também fico irritada quando diante de uma tragédia a imprensa sempre joga a culpa na “falta de fiscalização”. Ou seja, os responsáveis, geralmente empresários, nunca têm culpa. A culpa  é do governo que não fiscaliza.

      O governo teria que contar com um exército de fiscais para controlar reformas de prédios de caem, árvores que caem no vendaval, casas noturnas que pegam fogo, produtos químicos que vazam e por aí vai.

      Porém esses mesmos jornalistas defendem o tal do Estado mínimo e qualquer contratação de funcionários é também criticada.

      Eles acham que somos todos idiotas?

  12. Caso o Ernesto GMV seja engenheiro ou…

    …exerça alguma outra atividade que envolva riscos futuros para o usuário dos seus serviços fujam dele! Este daí é capaz de usar durex como fita isolante e depois culpar o raio num dia de céu totalmente azul.

  13. 99,99% de todas empresas

    99,99% de todas empresas privadas possuem uma lista rígida de interesses operacionais:

     

    1 – LUCRAR CADA DIA MAIS.

    2 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    3 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    4 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    5 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    6 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    7 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    8 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    9 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    10 –  LUCRAR CADA DIA MAIS.

    11 –  Traçar alguns planejamentos: sobre questões ecol[ogicas e ambientais, sobre segurança de trabalho dos seus funcionários;  sobre segurança da população da comunidade na qual está instalada. Esses planejamentos, antes de serem implementados, necessitam observar, primeiramente, o determinado nos itens de 1 a 10.

  14. Caro Nassif e demais
    Se a

    Caro Nassif e demais

    Se a empresa fosse estatal, teriamos uma campanha imensa pedindo a sua privatização, como ela é privatizada, cobram do governo , federal, claro, o reembolso do prejuízo.

    O que dá certo nunca é o governo, o que dá errado, sempre é o governo, federal, petista, petralha etc etc.

    Saudações

     

  15. então….

    …  a privatização deve ser revertida, … o que seria pago como idenização deve ser revertido para a recuperação dos danos ambientais e dos prejuízos às famílias, … as empresas multinacionais que assumiram as mineradoras devem ser banidas do país, … e os polítcos e empresários que agiram como intermediários para a privatizão devem ser responsabilizados criminalmente e responder pelos seus crimes na prisão….

     

     

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/rompimento-de-barragem-pode-impactar-vida-marinha-por-cem-anos-3615.html

  16. Nao foi acidente.

    Como toda edificação desta natureza e com os propósitos a que servem, existem equipamentos com sensores (para ser mais simplista) que têm a função de monitorar qualquer anomalia na estrutura. Estes equipamentos são necessários justamente para não ocorrer colapsos totais de uma hora para outra. TODA e qualquer edificação apresenta sinais antes de sua ruína.Como é dispendioso, mas prudente, a empresa falhou em não analisar estes sinais. Estes equipamentos monitoram 24 horas. Como ja pronunciou-se diversos especialistas das Universidades é inconcebível o que aconteceu Seja erro de projeto, seja erro humano, NÃO FOI UM ACIDENTE!!!

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