Editorial de O Globo valoriza intervenção e estimula maior tempo de decreto

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Editorial de O Globo deste sábado (17) foi dedicado a justificar o decreto de intervenção federal assinado pelo presidente Michel Temer nesta semana. Aproveitou para lamentar, ainda, que a medida irá atrasar a aprovação da reforma da Previdência.
 
“Os números oficiais refletem a agonia vivida diariamente pelos cariocas nas ruas. Nos últimos meses, casos chocantes se sucederam, sem que as autoridades de segurança dessem respostas convincentes para essas tragédias”, exemplificou o editorial, em defesa da medida, seguido de críticas à gestão de Pezão no Rio. 
 
Continua o editorial: “A situação de descontrole observada nas ruas terminou deixando em segundo plano a questão da reforma previdenciária”, quase cobrando que Temer siga o discurso dado de possível paralisação do decreto para a votação da matéria.
 
Após a apresentação de números de casos de criminalidade no estado, sem a comparação com as demais regiões do país ou com anos em que os índices foram ainda maiores, a coluna Opinião de O Globo valoriza o currículo do general Braga Netto, em sua atuação nas Olimpíadas de 2016 e estimulando a atuação das Forças Armadas, com “efetiva coordenação” junto às polícias locais.
 
Com a ironia sobre as próprias críticas contra o decreto de Temer, de que a intervenção federal fere preceitos e pode ultrapassar garantias do estado de direito de cidadãos, o jornal faz a interpretação reversa: “A intervenção em si é apenas um meio para conter e reverter a debacle. E restaurar o estado de direito, o que é fundamental. Serão necessárias ações efetivas na cidade, no estado e nas fronteiras, numa intensidade ainda não vista”.
 
“A intervenção irá até 31 de dezembro. Mas talvez seja pouco”, conclui.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

24 Comentários

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  1. Iria até trinta e um de

    Iria até trinta e um de dezembro porque 1º de janeiro seria a posse do Presidente e novos governadores eleitos. Com interventores não se precisa de eleição e eleitos… 

    1. Me lembrei do senador JK

      Me lembrei do senador JK votando no Castelo Branco e logo depois foi eliminado do jogo politico, uma vez que as eleições de 65 onde ele JK era imbativel, foram suspensas para dar impulso ao golpe

    2. Randolfe é Randolfe

      Surge dentro de um PSOl, ganha espaço político e logo vai trocando propostas por açoes midáticas. Foi o primeiro da turma a abraçar a luta contra a corrupção. Se cala e continua calado com violações da constituição, com as perseguições políticas feitas judicialmente, e contra vários atos ilegais cometidos por membros de polícias e  judiciário.  Só se manifesta quando acha que vai agradar. Mas  sem nenhum carisma nem proposta se tornará no máximo um apendice da Marina.

      Observem que Randolfe jamais esclareceu o que ele chama de calamidade. Quando falar nisto provavelmente vai citar o jornalismo da Globo.

       

    3. Psol

      Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), é indispensável ao país a existência de uma rede de televisão capaz de promover a integração nacional e estabelecer espaços para debates.

      — Mostra o quanto a Globo é fundamental à democracia e a um de seus principais valores, que é a liberdade de expressão — disse, destacando ainda a capacidade da teledramaturgia da emissora em revelar novos talentos.

      https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/08/05/senado-homenageia-tv-globo-pelos-50-anos-de-existencia

       

    4. Esse é o político a lá

      Esse é o político a lá ciro……

      É direitona disfarçada de esquerdista…..

       

      Será vergonha de admitir posturas retrógradas de peito aberto??? Ou é para enganar-trouxas???

    5. DECRETO INCONSTITUCIONAL E INJUSTIFICÁVEL

      O decreto é inconstitucional, como os juristas já vem demonstrando. 

      E é injustificável.

      LISTA DAS 50 CIDADES MAIS VIOLENTAS DO MUNDO

      Publicado no Diário do Mundo, que leva em conta cidade com mais de 300 mil habitantes..

      Rio de Janeiro sequer é mencionado. Inclusive, há menção inclusive de Goiania e até de Curitiba, neste quadro. Curitiba?  Devem ter considerado todo o município, mas quem diria?  Vamos ou não vamos mandar tropas cercarem a área mais pobre de Curitiba? E tem até ST Louis, Baltimore, News Orleans, Detroit ( todos dos EEUU)

      Rio de Janeiro sequer aparece nesta lista.

      ORA QUAL É ENTÃO O MOTIVO DA INTERVENÇÃO NO RIO?

      Contra números não há  argumentos.

       O que existe, é sim, uma maneira de começar novamente a repreensão, um cala boca, no Tuiuti e na faixa da Rocinha.

      O resto é prosa.

      http://diariodomundo.com.br/entre-as-50-cidades-mais-violentas-do-mundo-19-sao-brasileiras/2505/

       

       

       

    6. Rede

      Acho que o Randolfe é da rede e, pelo que acompanho na TV Senado, é um forte defesor da democracia e foi contra o impeachment da Dilma. Sempre agiu como um aliado do PT no senado. Espero que converse primeiro com Lindbergh, que é carioca, e reveja a sua posição.

  2. Não combinaram com o Estadão.
    O editorial do Estadão condena a intervenção.
    Será que os Marinho esqueceram ou consideram os antigos parceiros dispensáveis?
    A segunda hipótese é a mais provável, eles devem achar que se bastam como suporte ao golpe.
    No entanto se o resto -e bota resto nisso, dada a distância econômica que os separa- se unirem contra a globo para se protegerem do monstro, vai ser uma briga boa.

    A ver, a ver.

  3. Porque a Globo está tão interessada na intervenção?

    Nos último meses nota-se que o noticiário, que batia todo dia no PT, e nos problemas da Lava-Jato vinha sendo trocado por uma constante alusão a Cabral e outros problemas no Estado do Rio de Janeiro. Com relação às paginas policiais, o Jornal Nacional se tornou um filho pródigo dos jornais sensacionalistas, dos quais se dizia,: ” se apertar sai sangue”. Sem notícia da economia que não fosse a repetição do mantra que esta tudo melhorando, e da defesa intransigente e mentirosa da reforma da previdência e trabalhista, a globo guardava todos os outros minutos, para as páginas policiais.

    Nenhuma palavra sobre o alto desemprego, sobre a queda absurda da arrecadação com os royalties da Petrobrás nem o fechamento de estaleiros e tudo o mais. Jamais algum dado sobre o numero de desempregados nas comunidades cariocas, e espaço apenas para os discursos presidenciais. Jamais uma palavra sobre os efeitos dos cortes no orçamento, sobre toda a máquina publica do Estado do Rio de Janeiro. Quando alguém reclamou, mandaram falar com Cabral e não com o Bispo. E sempre a desculpa vinha com as acusações contra os antigos governadores que  sem dúvida  contam com fortes  inidícios de corrupção. Mas também sem dúvida esta crise não pode ser tão facilmente jogada no colo destes As negativas de ajuda Federal jamais falaram na queda absurda de arrecadação causada pelo desvairio judiciário, paralisando toda a economia. Tudo isto para justificar privatizações e reformas. O Rio foi o primeiro estado que teve que se curvar à chantagem  e  impor o ajuste fiscal ditado pelo mercado. Foi o primeiro estado que se tornou um símbolo, ao aceitar a privatização de emprêsas publicas. A negativa  de ajuda ao Rio de Janeiro, vem cobrando um preço altíssimo na população principalmente a de mais baixa renda, e a explosão do tráfico vem da destruição de instituições publicas nas áreas da segurança por falta de verba e na área judicial por ganancia de poder e cumplicidade no golpe.

    O Rio detonado pela Lava Jato, e pela PEC do orçamento, viu sua Universidade Publica ser destruida com o silêncio total da mídia, ou apenas com o dedo acusatóriao sempre usand como  desculpa o ajuste Fiscal. E nos noticiários, sangue, e mais sangue, roubos e mais roubos, crimes e mais crimes. A magnificação disto foi notória.

    E agora sem que nada tenha sido tão diferente do que ocorria 6 meses atrás, a magnificação midiática do caos focalizando apenas a segurança tenta justificar a súbita intervenção militar.  O governo claudicante de Temer, caricaturizado no desfile de Carnaval, mais uma vez faz o jogo. Tentando apagar o desfile da Tuiuti e o revés na reforma da Previdência,   promove o desfile dos tanques e a remilitarização da Força Pública.

    Na mesma semana visita Roraima. O noticiário tenta agora tratar Roraima como  calamidade publica e comentaristas da Globo, colocam Roraima como possível alvo de intervenção. Na cupula da America do Sul, banem a Venezuela, e Tillerson (o “diplomata” americano) vem pregar a intervenção na Venezuela.  Há mais de seis meses os refugiados venezuelanos tem atravessado a fronteira e sem verbas e com a destruição de políticas migratórias vem sofrendo com o descaso. O governo jogou a batata quente na mão do estado. Não deixemos de recordar que anos atrás recebemos milhares de Haitianos. Mas agora as notícias vão deixar a questão dos imigrantes Venezuelanos, quase tão grave quanto a da Síria. E a intervenção em Roraima vira então uma possibilidade,  ou mesmo um primeiro passo, para outra intervenção. Como a Venezuela receberia as notícias de intervenção militar em Roraima?

    Mas parece que intervenção se tornou a palavra mais midiática.

  4. Editorial de O Globo valoriza intervenção e estimula maior tempo

    Pela reconhecida incapacidade de sob intervenção meia-boca resolver o problema da criminalidade em tão pouco tempo o que devemos fazer é abandonar essa narrativa que nada mais é que um velho conhecido: factoide.

    Estatísticamente não houve essa avanço avassalador no eventos criminosos no Rio. Indo às fontes que rolam pela internet ve-se que tem até reduzido. 

    Porque tanto barulho ?

    Quais os problemas enfrentados pelo movimento golpista nessa hora ?

    – a reforma da Previdência, claramente emperrada num Congresso já com olhos nas eleições ,

    – a incapacidade de o campo conservador encontrar um candidato possível para a presidência, e

    – o noticiário cada vez mais potente com as falcatruas diversas que aparecem contra o bando e seus apoiadores.

    É hora de estancar essa sangria de vez, com STF e tudo.

    Então cria-se um grande “bode” de forma a promover a velha jogada da mídia:

    – enganar os incautos.

    Hoje temos como grande discussão a legalidade, os atores envolvidos e a envolver – alguns inocentes úteis como de hábito, e as consequências.

    Até agora tudo sob controle, o assunto nas rodas e grupos é o previsto na jogada. Então é só levar o fogo segundo as necessidades do momento.

    Com o alarido provocado e os tradicionais jeitinhos do bando, aprova-se a reforma da Previdencia no escurinho do cinema, possibilita-se o trancamento das eleições pelo “estado geral de insegurança” e estanca-se a “porra

    O compadrio de malfeitores fica fora do noticiário e sob o manto protetor da senvergonhice jogam-se os dados.

    C.Q.D.

     

     

  5. Tô muito desconfiado.

    Não parece o Rio “apenas”. O “problema” é o pré-sal. Que está no litoral de três estados (estou correto, produção?). 

    Mesmo que esta hipótese esteja errada, não tem problema…

    Porém, fixar-se na intervenção do RJ como um problema de segurança pública parece um equívoco grande. Claro, é assim, que vai ser dito e comentado, é um passo só, massacrar o coco alheio com notícias numa só linha. 

    Desmontar essa bomba, outra complicação. 

    1. a arte de desmontar bomba
      a arte de desmontar bombas semiöticas

      o postiço conseguiu abafar a volta da Tuiuti a avenida

      desviou o assunto com a bomba semiótica da intervençāo

      o Vampirão veio de caveirāo

  6. DECISÃO INEVITÁVEL PARA

    DECISÃO INEVITÁVEL PARA RESTAURAR O ESTADO DE DIREITO:  Acabar com a concessão da Globo e das outras TVs abertas. Restaurado o Estado de Direito, levar a julgamento público os donos e jornalistas, usando para isso o Estádio do Maracanã, com ingresso livre e transmissão por uma rede pública ao restante do país. Os culpados receberão a pena na forma da Lei. Na hipótese, remota, de algum dono ser inocentado ser-lhe-á permitido mudar para a patria mãe, capital Miami, com passagem paga só de ida. Jornalista inocentado receberá convite para trabalhar na Rede Pública, após cumprir um período de quarentena para disintoxicação. Revogam-se as disposições em contrário.

  7. A Globo, o Governo Temer e o caso Fifa

    Segundo o Garotinho em entrevista a TV 247, a Globo havia combinado com o deputado Sérgio “Sveiter” que tem escritório de advocacia e trabalha para a Globo há muitos anos, um enfrentamento com o Governo Temer.

    Porém, no momento em que os EUA pede informações ao Ministério da Justiça a respeito das investigações no Brasil sobre a compra dos direitos de transmissão (dos jogos dos campeonatos de futebol da Fifa) a Globo recua. Primeiro fica numa posição de neutralidade. E a posição muda, porque ao ser investigada ela vai depender do Governo, em relação a remessa de informações para investigação do caso Fifa. A partir de 12:00 min.

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=IYylpnksfg4%5D

  8. Incrível, o RJ esverdeando !

    Vazou uma informação (relação) de novos comendantes dos Batalhões da PMRJ .

    SÓ GENERAIS !!

    (Não vou expor os nomes aqui no blog porque não é oficial e não quero dar uma “barriga”) .

     

  9. Dias atrás o postiço disse

    Dias atrás o postiço disse que as eleições poderiam atrapalhar as “deformas:”…agora os golpistas vāo usar o kit PCC, ou seja, aterrorizar a populaçāo para justificar o que quiserem: prisāo do Lula, suspensāo da eleiçăo, estado de sitio…quanto a falacia de que a intervençao restaura a estado democratico de direito, o Globo apenas repete o que estampou em sua capa quando do golpe de 64: VOLTOU A DEMOCRACIA!!!

    Resultado de imagem para o globo e golpe de 64 e ressurge a democracia e

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