Jornal GGN – Outro dos depoimentos mais esperados da Odebrecht, o do ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, Claudio Melo Filho, teve trechos vazados à imprensa. O delator foi o que narrou o repasse de R$ 10 milhões, a pedido de Michel Temer, à Eliseu Padilha, para financiar o caixa dois das campanhas do PMDB de 2014. Mas, para os jornais, o executivo disse apenas que Temer “pediu apoio financeiro da Odebrecht”, enquanto o “tesoureiro de Dilma pediu R$ 30 milhões por caixa dois”.
Foi a terceira audiência de depoimentos prestados por delatores da Operação Lava Jato ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Inicialmente tensa, o ministro relator da ação, Herman Benjamin, manifestou incômodo pelos vazamentos. E, de forma indireta, responsabilizou os advogados e os próprios depoentes.
Isso porque tanto os ex-executivos da Odebrecht quanto as suas defesas foram obrigados a deixar os celulares desligados e impedidos de ter contato uns com os outros. Alguns advogados inicialmente também foram impedidos de acompanhar os depoimentos, mas Herman Benjamin voltou atrás e acabou liberando a entrada deles.
O ministro corregedor falou sobre a sua irritação com os vazamentos veiculados à imprensa na última semana, após as delações de outros executivos, entre eles, o de Marcelo Odebrect, e pediu para que isso não se repetisse.
Apesar de sigilosas, os depoimentos seguem caindo nas mãos de jornalistas. E foi na Folha de S. Paulo que dois conteúdos de equivalente acusação foram divulgados de forma completamente diferentes: “Temer pediu apoio financeiro da Odebrecht ao PMDB, reafirma delator“, foi a manchete de uma das reportagens. “Tesoureiro de Dilma pediu R$ 30 mi por caixa dois, diz delator ao TSE“, foi o título da outra.
Segundo o jornal, Cláudio Melo Filho teria entregado o jogo do PMDB, acusando diretamente o atual presidente de ter solicitado o repasse dos R$ 10 milhões para as campanhas do partido em 2014. Falou por cerca de 45 minutos, detalhou o diário.
“De acordo com apuração da Folha, Melo Filho reiterou o teor da sua delação premiada em que descreveu um jantar ocorrido no Palácio do Jaburu em maio 2014”, acrescentou. O jantar foi o organizado pelo próprio então vice-presidente, para acertar as negociações dos repasses da Odebrecht, por caixa dois, à sigla.
O executivo da área de Relações Institucionais seria o responsável direto por tais negociatas, segundo confirmou o próprio ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht. Melo Filho narrou o caso específico em delação à Lava Jato, contando que arrecadou R$ 10 milhões, sendo destes apenas R$ 6 milhões ao então presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.
Outros R$ 4 milhões foram entregues a Eliseu Padilha, ministro licenciado da Casa Civil de Temer, a pedido do então vice-presidente, para as demais campanhas da sigla. A concretização desse montante teria ocorrido no jantar do Jaburu.
Como a intermediação dos valores ocorreu por meio de Padilha, Melo Filho disse que Temer chegou a pedir “apoio financeiro” durante o jantar, sem citar valores, uma vez que já estava acertado.
“Eu participei de um jantar no palácio do Jaburu juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as Campanhas do PMDB no ano de 2014”, é um trecho do acordo de delação premiada do ex-executivo.
Por outro lado, a imprensa preferiu informar apenas que Temer não foi diretamente quem pediu o repasse de R$ 10 milhões, mas apenas solicitou o tal “apoio da Odebrecht”. Não com a mesma cautela foi divulgado o trecho de Melo Filho sobre a campanha de Dilma Rousseff.
No mesmo depoimento prestado, o ex-funcionário da companhia relatou que o ex-ministro Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, sugeriu que a empreiteira doasse R$ 30 milhões.
Sem muitos detalhes, o jornal divulgou que o pedido partiu diretamente de Edinho e que o mesmo sugeriu o repasse por meio de caixa dois. “Segundo o delator, o dinheiro pago foi usado para comprar o apoio de partidos que integraram a coligação ‘Com a Força do Povo’, da chapa Dilma-Temer”, publicou a Folha.
Em resposta, o ex-tesoureiro da campanha ironizou as diferenças de tratamento: “todas as coligações são ideológicas, as da campanha Dilma são compra de tempo? Absurdo”, disse, completando: “Essa é uma tese para criminalizar a campanha da Presidenta Dilma. (…) Nunca pedi doações que não fossem legais”.
“Por que pediria doações para partidos que não fossem legais? Qual a diferença isso faz para a campanha Dilma?”, questionou Edinho.
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Pobre caga, rico não caga, defeca
Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes.
Merda de pobre e merda de rico têm consistências, cores e cheiros diferentes.
Pobre pede Caixa 2, rico pede ajuda financeira. Isso faz uma grande diferença, pois, ao contrário do rico, o pobre não receberá ajuda financeira, mas Caixa 2.
Apenas mais um Capitulo da
Apenas mais um Capitulo da novela “Tiros a Esmo”.Sem data certa para o seu final.
…
Termer deixou sub-entendido a propina. Edinho foi direto ao ponto. Tanto um quanto o outro conhece o modus-operandi do jogo mais que uma mãe conhece seu próprio filho.
…
… direto ao ponto no sentido de perdir o caixa 2, sem contornos.
Cadê a gravação?
Vazou só pra Falha de São Paulo? A Falha não soltou o áudio? Se é que existe.
Palhaçada completa. Essa
Palhaçada completa. Essa narrativa traçada pela Folha é primária. O escândalo não é o tesoureio pedir doação para a campanha, daí houve a necessidade de enfatizar “caixa 2” na manchete.
O que realmente é questionável. Caixa 2 para comprar apoio no congresso?! Esse congresso que impôs pautas bombas? E que derrubou o governo por estrondosa maioria? Só rindo. Tem limites para a otarisse do PT, voce dá a grana e o cara não só não entrega a mercadoria como te derruba.
O que é realmente escandaloso é o vice-presidente usar de seu cargo, enfatizado pelo local do jantar, para pressionar por verba. Se fosse para a campanha de vice, o pedido teria que ser do Edinho, que era o tesoureiro da chapa.
Foi evidentemente para o PMDB, o que caracteriza, entre outras coisas, abuso de poder pelo MT que usou sua posição no governo petista para fortalecer seu partido independente, e contra como viu-se depois, o governo a qual servia(?)
A verdade todo mundo sabe. Era para colocar o Cunha na presidência da câmara que financiou com essa e outras verbas a eleição de uma bancada sob seu domínio. Ou seja, foi o contrário, o PMDB, Temer como comandante, e Cunha como executor, comprou “apoio de aliados” para dar o golpe, e tomar o poder.
A narrativa é essa, a Foha sabe, mas “está de sacanagem”
Cuméquié, Zé? (ou Burra é a Folha)
Sei que essa firma, “Folha”, procura entregar a seu público-alvo produtos que o agradem. Mas tá ficando feio… Logo logo até o mais bobo alegre dos, como disse Sebastião Nunes, “inclames”, vai começar a reclamar:
– “Pô, será que eu sou tão burro assim?”
Quem sabe se a firma parasse de subestimar a inteligência de seu público-alvo? Ou, pelo menos, diminuisse…
(Os “inclames” têm dificuldade em distinguir-se dos jornais que lê, em assumir que é uma pessoa e que o redator, o editor e o dono da firma são outras pessoas. Prefere fantasiar que ele sabe do que sabe por algum efeito mágico, que é endógena a sua opinião… Claro que as firmas sabem dessa fissura, e a exploram muito bem. Mas assim como esse inclames introjetam as posições das firmas e juram que são suas, internalizam também o julgamento que as firmas fazem e acabam ficando com a impressão de que estão emburrecendo não por causa dos produtos que consomem e sim por si mesmos.)
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”
Joseph Pulitzer, o “Zé”.
Sebastião Nunes e os “inclames”: https://jornalggn.com.br/blog/sebastiao-nunes/as-novas-castas-sociais-e-a-vertiginosa-ascensao-dos-inclames-por-sebastiao-nunes